Chegou às melhores bancas de jornais, livrarias e espaços similares o número 21 da Grande Discoteca Brasileira.
Esse volume é dedicado a Ivan Lins e traz como brinde um de seus álbuns mais importantes e belos, Somos Todos Iguais Nesta Noite (1977).
Logo, uma bela desculpa para escrever sobre esse trabalho, que deu início à melhor fase da carreira deste genial cantor, compositor e músico carioca.
O álbum marcou a estreia de Ivan na EMI-Odeon, onde, nesta sua primeira fase no selo (voltaria nos anos 2000), gravou quatro álbuns entre 1977 e 1980.
O emocionante A Noite (1979) já faz parte dos Discos Indiscutíveis de Mondo Pop. E lá vai mais um para a lista.
Somos Todos Iguais Nesta Noite consolida a parceria entre Ivan e o poeta Vitor Martins, um casamento musical perfeito iniciado em 1974 com a música Abre-Alas.
Das 11 faixas do disco, nove levam a assinatura da dupla, com o quase baião Velho Sermão escrita com o seu parceiro anterior, Ronaldo Monteiro de Souza (coautor de Madalena) e a bossa nova Aparecida com Maurício Tapajós.
Somos Todos Iguais Esta Noite (É o Circo de Novo) é como se fosse um hino dedicado àqueles humildes cidadãos que em seu dia a dia são obrigados a encarar uma vida injusta, triste e sem perspectivas, mas sem nunca largar a luta. É a joia da coroa deste CD.
Quadras de Roda começa com leve ingenuidade no estilo canção infantil e acaba como forte estocada contra a Ditadura Militar que nos dominava naqueles anos de chumbo.
Dinorah Dinorah é um escândalo rítmico e melódico, tornando-se uma das melhores criações da dobradinha Lins/Martins, com letra que invade as fantasias eróticas adolescentes/adultas.
Baladas tocantes e doces como Choro das Águas, Mãos de Afeto e Qualquer Dia pontuam o repertório, que também inclui a marcha Dona Palmeira e a visionária e tocante Qualquer Dia, que encerra o álbum.
Somos Todos Iguais Nesta Noite mostrava que Ivan Lins podia estar atingindo o auge de sua forma aos 33 anos.
Mal sabíamos nós que o melhor viria nos dois anos seguintes, com os fantásticos Nos Dias de Hoje (1978) e A Noite (1979).
Mas este aqui é bem legal, também.
Um único senão: o texto do livro que acompanha o CD não está a altura desta obra excelente. Mesmo assim, pelo preço de R$ 14,90 e com essa apresentação visual, é uma boa pedida.
Última ressalva: faltaram as letras, algo imperdoável para uma obra em que as palavras são tão marcantes quanto as melodias…
Ouça Qualquer Dia, de Ivan Lins:
November 24, 2012 at 6:03 pm
Olá! Boa tarde. Gostei bastante deste artigo sobre este álbum marcante de Ivan. Amo o trabalho dele! Músico maravilhoso. E olha que ele disse que o pai dele o queria como químico. Que erro seria… Eu estou desenvolvendo um pequeno trabalho sobre escanção (análise de canção), e escolhi Somos todos iguais nesta noite. Fui atrás de informação e cheguei aqui. Eu sou estudante de musicoterapia na FMU. Vou destinar os devidos créditos ao autor desta página no trabalho. Obrigado!
November 26, 2012 at 2:04 pm
Muito obrigado pelos elogios, Ricardo, e será uma honra ter esse humilde texto citado em seu trabalho. Tomara que possa ser útil a você. Grande abraço e tuuuudo de bom!!!