Por Fabian Chacur

Há horas em que não dá para fugir dos clichês, e o livro Ricardo Amaral Apresenta: Vaudeville – Memórias me obriga a usar um: o autor dessa maravilhosa biografia é o Forrest Gump brasileiro.

Em seus mais de 50 anos de envolvimento com o mundo do entretenimento no Brasil e no exterior, este paulistano radicado há muito no Rio participou de inúmeros momentos decisivos nesse metier.

Empreendedor por natureza, seu nome está ligado a marcos da noite brasileira como o Hippoppotamus, a boate Sucata, a casa de shows Metropolitam e muito, mas muito mais, mesmo.

O seu envolvimento com músicos, políticos, socialites, empresários etc o tornou um dos homens mais influentes do Brasil na área em que sempre atuou.

Boates, restaurantes, eventos, até mesmo pelo colunismo social (quando essa atividade ainda engatinhava no Brasil) e jornalismo, esse cidadão enveredou, sempre com criatividade e sem medo de errar.

E olha que ele mesmo admite que se deu mal em diversos momentos de sua atribulada vida.

Vaudeville é um livro delicioso de se ler, e marca o aniversário de 70 anos de Amaral, que se mantém mais na ativa do que nunca.

Durante os capítulos, algumas imprecisões em termos de informação ocorrem, mas o próprio autor admite que elas poderiam ter ocorrido.

Por exemplo: ele confunde o baiano Netinho, o cantor de axé, com Netinho de Paula, o paulista eleito vereador e ex-cantor do grupo de pagode Negritude Júnior.

Isso, no entanto, não consegue tirar de seu livro o mesmo brilho que ele teve/tem em sua vida profissional e pessoal.

Vaudeville traz incisivos comentários sobre astros da música, incluindo alguns não muito favoráveis a Chico Buarque, Luciano Pavarotti, João Gilberto e Paul McCartney, e irá interessar quem tiver o desejo de conhecer um pouco da história do entretenimento neste nosso Brasil varonil…