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Keep On Running: 50 anos da Island Records

Por Fabian Chacur

No finalzinho dos anos 50, um jamaicano branquelo e jovem resolveu se meter na indústria fonográfica do seu país.

Quem poderia imaginar que aquela empreitada iria gerar uma das mais importantes e bem-sucedidas gravadoras de todos os tempos?

Chris Blackwell criou simplesmente a Island Records, que, sediada na Inglaterra, lançou mundialmente nomes como Steve Winwood, Cat Stevens, Bob Marley, Roxy Music, U2, Grace Jones e inúmeros outros.

O In-Edit, 3º Festival Internacional do Documentário Musical, realizado neste mês em São Paulo e no Rio, exibiu um belíssimo e conciso documentário sobre a história da gravadora.

Keep On Running : 50 Years Of Island Records (2009 -Stuart Watts) retrata de forma extremamente competente a trajetória da gravadora de Blackwell, que inicialmente surgiu com o intuito de levar a música jamaicana para o resto do mundo, partindo de Londres como base, para depois ampliar seus objetivos.

Além de conterrâneos como Jimmy Cliff e Bob Marley, o selo de Chris Blackwell também investiu no rock, no folk e no pop, sempre com o objetivo de investir em carreiras, não apenas em one hit wonders.

Isso explica, por exemplo, o porque ele não demitiu o U2 após o fracasso de seu segundo álbum, October (1981), mesmo com diversos executivos de sua gravadora apontarem para essa direção.

Bono, no documentário, afirma que isso gerou uma gratidão infinita à banda, que continua na Island até hoje e não a deixou nem mesmo quando Blackwell atrasou por meses o pagamento de royalties a eles, no final dos anos 80/início dos 90.

O mergulho do cast que a Island teve nesses anos todos é profundo, indo de Millie Small (do primeiro grande hit do selo, My Boy Lollipop (1964), até os recentes estouros de Amy Winehouse e Mika, passando por nomes consagrados como os já citados e também pelos efêmeros (porém importantes) do tipo Frankie Goes To Hollywood e The Buggles.

Blackwell vendeu a gravadora para a então Polygram (hoje Universal Music) no final dos anos 80 e se desligou completamente da empresa que criou em 1997, mas o espírito que permeou o seu projeto continua present.

Veja o trailer de Keep On Running: 50 Years Of Island Records:

2 Comments

  1. Marcelo Covoes

    May 13, 2011 at 9:12 pm

    A história da Island é realmente fantástica , e muito pela ousadia do Chris Blackwell , que praticamente pode-se dizer que criou essa gravadora do nada . Tempos românticos , quando a música , independentemente de qualquer estratégia de mercado , se apoiava na … música ! Não é incrível ? Hoje existe a “imagem” do artista que faz todo o serviço , afinal , quem precisa de música ? Um abraço , meu caro Fabian , e vou ouvir um Traffic pra me consolar .

  2. admin

    May 17, 2011 at 1:28 am

    Graças a visionários como Chris Blackwell, astros do porte de Steve Winwood,Bob Marley e outros tiveram a oportunidade de criar maravilhas que serão ouvidas pelos netos dos nossos netos. Ouça The Low Spark Of High Heeled Boys, já que o assunto é Traffic. Que disco e que música!!!!! Tive a honra de ouvir o Steve Winwood tocar isso ao vivo lá pelos idos de 1998 no antigo Palace (hoje Citibank Hall). Que show!!!! Muito obrigado pela visita qualificada de sempre e vê se não some, Marcelo!!!!

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