Por Fabian Chacur

Nesta terça-feira (6), um jornalão paulistano publicou a culionésima matéria com aquela nefasta manchete “O Rock Morreu?”, tentando dar a entender que o rap é que é a bola da vez. Um horror!

Nada contra o rap, estilo musical que adoro. O problema é essa tola mania de tentar sobrepor um gênero musical a outro, tipo “o rock tem de morrer para o rap poder dominar”, “o sertanejo tem de morrer para o rock dominar” etc. Isso já encheu o saco! Burrice pura!

E sempre que isso ocorre, eu acabo de uma forma ou outra conhecendo alguma banda que prova de forma categórica que não, o rock não morreu e nem morrerá nunca enquanto existirem garotos dispostos a tocá-lo com categoria, garra e talento. Ou mesmo veteranos dignos com aquele espírito de eterna juventude, tipo Paul McCartney.

Curiosamente, conheci essa banda na mesma citada terça-feira, quando fazia hora na Fnac Paulista antes de conseguir pegar o busão para casa (pobre é foguete sem rumo!).

Enquanto fuçava uns livros sobre música, de repente ouvi uma banda tocando ao lado do Franz Café de lá e, pimba!, lá estavam os baianos do Maglore soltando o verbo. Pena que para umas trinta e poucas pessoas. Mas era a capacidade máxima por lá. Então, casa cheia.

Com apenas dois anos de estrada, o Maglore é formado por Teago Oliveira (vocal e guitarra), Leo Brandão (guitarra e teclados), Nery Leal (baixo) e Igor Andrade (bateria). Um time entrosadíssimo e que esbanja vigor.

Teago tem uma voz potente, apaixonada, daquelas que você consegue imaginar invadindo as ondas do rádio, TV, cinema, praças, festivais etc. E eles já estão aos poucos entrando nesse universo.

A cozinha rítmica segura formada por Igor e Nery e a versatilidade de Leo nos teclados e guitarra dão a liga certa para que Teago seja o, digamos assim, homem gol do Maglore.

As músicas dos caras, lançadas em Cores do Vento (EP) e Veroz (2011) são bem legais, mas destaco a sensacional Todos os Amores São Iguais, um belíssimo exemplar de power pop em pleno 2011.

Muitos farão de cara a comparação do quarteto baiano com o Los Hermanos, mas na verdade eles bebem da mesma fonte dos Camelos Brothers, com direito a Beatles, Badfinger, Keane, U2, Smiths e outras bandas desse mesmo alto calibre, além de MPB e muito mais. Souberam digerir essas influências e estão nos oferecendo material próprio muito bacana.

No show, tive a chance de ouvir o genial pot-pourry de Baby e Drão, de Caetano e Gil, também influentes em sua música.

O rock morreu? Pode esquecer, que bandas como a Maglore não irá deixar. Música boa é para sempre, e estilos musicais fortes, também. Aprendam, botocudos!

Todos os Amores São Iguais – Maglore:

Demodê – Maglore:

Enquanto Sós – Maglore: