Por Fabian Chacur

American Soul, álbum que a Warner Music acaba de lançar no Brasil, é o primeiro trabalho lançado por Mick Hucknall após encerrar as atividades do Simply Red, grupo que o tornou conhecido mundialmente e que se manteve na estrada por 25 anos, emplacando um caminhão de hits.

Em 2008, dois anos antes da turnê mundial de despedida de sua banda, ele lançou seu primeiro disco solo, Tribute To Bobby, no qual releu com muita propriedade e categoria 12 clássicos do repertório do bluesman americano Bobby “Blue Bland” (com a bênção do homenageado). Seguindo o mesmo espírito revisionista do bem, ele agora regrava à sua moda 12 clássicos da soul music.

Além de ótimo compositor, Hucknall sempre se deu bem revisitando material alheio, como provam suas gravações de Money’s Too Tight (To Mention), Everytime I Say Goodbye, If You Don’t Know Me By Now e Heaven. E essa veia se manteve em alto nível neste novo trabalho.

Com arranjos sóbrios e interpretações um pouco mais contidas do que o habitual, o cantor britânico fugiu de escolhas mais óbvias, com a possível exceção de Don’t Let Me Be Misunderstood, regravada por Deus e o mundo mas que ficou bacana em sua belíssima voz.

O trabalho é repleto de momentos elogiáveis, entre os quais merecem destaque That’s How Strong My Love Is, Lonely Avenue, I’d Rather Go Blind, Tell It Like It Is e Baby What You Want Me To Do. A rigor, só fica a dever a bregosa It’s Impossible, hit do xaroposo Matt Monro que de soul music não tem é nada. Única bola na trave em um repertório impecável.

I’d Rather Go Blind– Mick Hucknall:

That’s How Strong My Love Is– Mick Hucknall: