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Morre Nenê Benvenuti, dos Incríveis

Por Fabian Chacur

Morreu nesta quarta-feira (30), vítima de câncer, o músico Nenê Benvenuti. Aos 65 anos de idade, o ex-integrante do grupo Os Incríveis foi vítima de câncer, e nos deixa como herança uma discografia repleta de bons momentos. Ele também tocou com gente do gabarito de Elis Regina e Raul Seixas, entre outros, e era uma das figuras mais simpáticas e bem informadas do meio musical.

A carreira musical de Nenê teve início quando ele tinha apenas 12 anos, integrando como baterista o grupo The Rebels. Eles foram descobertos pelo lendário e pioneiro radialista e empresário Miguel Vaccaro Netto em 1959, e no mesmo ano a banda lançou seu primeiro disco, um compacto de 78 rotações pelo selo Young (de Vaccaro) com uma releitura de Ding Dong Daddy Wants To Rock, de autoria do The Killer Jerry Lee Lewis.

No meio dos anos 60, já como baixista, entrou nos Incríveis, banda com a qual se tornou famoso em todo o Brasil e mesmo em outros países com seu rock básico e muito bem tocado. Envolvidos com a Jovem Guarda, eles estouraram com hits como O Milionário, Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e os Rolling Stones, Vendedor de Bananas e Eu Te Amo Meu Brasil, entre outros, e gravaram até em japonês.

Os Incríveis sempre faziam jus ao nome graças ao talento de Nenê e de seus colegas Netinho (bateria), Manito (sax e diversos outros instrumentos), Risonho (guitarra) e Mingo (vocal). O time se separou em meados dos anos 70, sendo que Nenê voltou a tocar com eles em algumas ocasiões, em retornos ocorridos nos anos 80 e 90.

Ao sair dos Incríveis, Nenê passou a ser um requisitado músico de estúdio, ampliando seus horizontes musicais e gravando outros estilos musicais. Em 1979, integrou a banda de Elis Regina durante a turnê de divulgação do álbum Essa Mulher, trabalho que aumentou ainda mais o conceito em torno de sua excelência como músico.

Em 1985, fez inúmeros shows com Raul Seixas e também participou, em 1987, do álbum Uah-Bap-Lu-Bat-Lah Béin Bum!, que inclui o hit Cowboy Fora da Lei. Entre 2005 e 2006, integrou o grupo The Originals, ao lado de ex-integrantes dos Incríveis, Renato e Seus Blue Caps e The Fevers. Com este verdadeiro supergrupo, gravou um CD e sua única participação em um DVD, agora um registro histórico.

Em 2010, Benvenuti lançou o livro de memórias Os Incríveis Anos 60-70…E Eu Estava Lá, lançado pela editora Novo Século, que inclui um CD com músicas inéditas e instrumentais gravadas por Nenê. Em 2010, ele participou do excelente programa Sala de Música, da rádio CBN, falando sobre o livro. Ouça aqui. Nenê é mais um cara gente finíssima que tive a honra de entrevistar e que se vai cedo. Descanse em paz, fera!

Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e os Rolling Stones:

2 Comments

  1. Lamentável essa perda para a Música Brasileira, especialmente, para a Música Jovem Brasileira, advinda a partir dos anos 50 com o Rock ‘n’ Roll. Nenê era talentosíssimo e uma unanimidade entre seus pares como músico e profissional. Espero que ele seja bem feliz em sua nova morada.
    Quanto a “Ding Dong Daddy wants to rock”, gravada por The Rebels, NÃO é uma composição do “killer” Jerry Lee Lewis, mas, de King Richard Jackson que a compôs para a gravação (original) do norteamericano Ronnie de Marino (& The Rocking Kings), no mesmo ano (1959). É isso aí.

  2. admin

    April 2, 2013 at 6:44 pm

    Valeu pelas informações corretas que você me proporcionou, Druca, e também pela visita a Mondo Pop. A perda de Nenê Benvenutti é realmente o horror em vários campos, pois o cara além de grande músico e produtor era um ser humano simpático, do bem e de ótimo caráter, além de “testemunha ocular da história”. Como fazem falta seres humanos como esse…. Grande abraço e volte sempre que puder/quiser!

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