Por Fabian Chacur

Como forma de divulgar seu álbum Unapologetic, Rihanna resolveu encarar um desafio, na verdade uma verdadeira maratona alucinada. O projeto obrigava a cantora e compositora fazer sete shows em sete dias consecutivos. Até aí, tudo bem. O duro era o fato de essas apresentações terem como palco sete cidades de sete países diferentes. O registro dessa maluquice está no DVD 777 A Tour Documentary, lançado no Brasil pela Universal Music.

Como forma de incrementar a coisa, realizada em novembro de 2012, mais de 100 convidados, entre fãs, jornalistas etc, acompanharam a cantora de 25 anos oriunda de Barbados e radicada em Londres. A conduzir a turma, um Boeing 777 alugado especialmente para a ocasião. O clima é de festa total por parte dos acompanhantes, que são flagrados bebendo, dançando e até mesmo dando vexames típicos de baladas menos controladas.

Um dos integrantes da trupe, por exemplo, inventa de passear nu pelo corredor do avião, sendo filmado e vivendo seus 15 minutos de fama. Mico daqueles de nos fazer ficar com vergonha alheia no mais alto grau. Em alguns momentos, a própria cantora serve bebidas para os fãs, que ficam o tempo inteiro tirando fotos e filmando com seus modernos celulares.

O roteiro inclui Cidade do México, Toronto, Estocolmo, Paris, Berlim, Londres e se encerra em Nova York. Pelo menos uma música de cada show é apresentada na íntegra, entre elas os hits Umbrella, Diamonds, We Found Love e S&M. Vale lembrar que em seus nove anos de carreira fonográfica, a moça já emplacou 12 singles no topo da parada da Billboard, recorde neste século, além de vender milhões de discos físicos e virtuais.

O clima de alegria soa artificial e vai ficando mais forçado conforme as viagens se sucedem, com rápidas passagens por hotéis, mais bebidas e algumas declarações dos integrantes do “avião da alegria”. A própria Rihanna se expões muito pouco, com depoimentos rápidos e contatos bastante superficiais com os fãs e jornalistas. Uma típica estrela da nova era do r&b, no qual é difícil distinguir um cantor/cantora de outro, tal a semelhança entre seus trabalhos.

777 A Tour Documentary serve como um bom registro do cenário atual da música pop, no qual quebrar recordes e mergulhar em extravagâncias costumam vir à frente dos aspectos musicais e artísticos. Os registros dos shows apontam na mesma direção: muita pompa e circunstância e pouco carisma, jogo de cintura e personalidade. Mas a plateia ainda aplaude e ainda pede bis. A plateia só deseja ser feliz, como diria o saudoso Gonzaguinha…

Veja o documentário 777 – A Tour Documentary em streaming: