Por Fabian Chacur

Priscilla Pach lançou Blue, seu álbum de estreia, em show realizado na noite desta terça-feira (27) no Ao Vivo Bar, em noite fria que, no entanto, se mostrou bastante quente no palco do barzinho situado no bairro paulistano de Moema. Com apenas 17 anos, a cantora mostra que seu potencial aponta rumo a um futuro brilhante, se souber direcionar seus esforços.

Com uma bela voz, a intérprete mostra maturidade surpreendente para alguém ainda na fase inicial da carreira. Sabe usar seu potencial, não cai em exageros ou exibicionismos tolos e interpreta não só com a garganta e os pulmões, mas com o corpo todo. Além de tudo, domina com desenvoltura o idioma o qual se propôs a usar em suas canções, o inglês.

Acompanhada por um quarteto competente no qual se destacam o sólido e vigoroso baterista Maurício Hoffman e o talentoso tecladista Ciro de Almeida (Bruno Grandeza no violão e guitarra e André Henrique no baixo completam o time com eficiência), Priscilla se mostra à vontade em cena, só precisando aprimorar melhor suas conversas com a plateia.

Outro ponto importante a ser registrado é o fato de ela cantar basicamente músicas de sua autoria. Blue é um trabalho interessante e promissor, mas fica óbvio que a compositora ainda está abaixo da cantora. Quando as duas se aproximam mais, em canções como Get Over You, Walking On Fire, The Girl In The Red Dress e Waste Of Feeling, a coisa cresce muito.

Esse domínio da cantora sobre a compositora atualmente se torna mais claro nos três momentos em que Priscilla se dedicou a material alheio no show, dando um banho de energia e estilo em I Love Rock And Roll (hit com Joan Jett), Man! I Feel Like a Woman (Shania Twain) e Rehab (Amy Winehouse). Incluir mais material alheio nos shows parece uma boa ideia.

Lógico que a compositora tem tudo para progredir com o decorrer dos anos, e apostar em composições autorais é sempre uma ideia interessante para uma cantora, pois lhe permite possuir controle mais próximo de seu repertório. Outra possibilidade seria a busca de parcerias como forma de encorpar essa obra própria e dar um rumo ainda mais consistente a ela.

Seja como for, é difícil encontrar no mercado atual alguém como Priscilla. Bonita, talentosa, com domínio de palco e carismática, seu futuro aparenta ser promissor, especialmente se ela continuar fazendo o que parece fazer, ou seja, estudar, ouvir outras pessoas experientes, saber tirar o joio do trigo e se aperfeiçoar dia a dia. Fiquemos de olho nela daqui pra frente.

foto: Kollen Naka (Divulgação)

Veja o clipe de Get Over You, com Priscilla Pach: