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Morre aos 70 anos a lenda de Woodstock, a fera Joe Cocker

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Por Fabian Chacur

Joe Cocker e o meu saudoso irmão Victor tinham algo em comum: a data e o mês de nascimento, 20 de maio, sendo que o primeiro nasceu no ano de 1944 e o segundo em 1954. Agora, infelizmente possuem uma segunda afinidade: ambos já se encontram do outro lado do mistério. O intérprete de With a Little Help From My Friends e tantos outros sucessos morreu nesta segunda-feira (22), vítima de câncer. Ele tinha 70 anos. Victor era fã dele. Eu também.

O britânico Cocker iniciou sua carreira fonográfica em 1964 ao lançar um single com bela releitura de I’ll Cry Instead, dos Beatles. O compacto não vendeu nada, mas ele não desistiu, e montou a Grease Band, da qual também faziam parte o baixista e tecladista Chris Stainton e o guitarrista Henry McCullough (que depois tocaria nos Wings; é dele o célebre solo da gravação original de My Love). Em 1968, sua sorte começaria a mudar.

Com nova regravação de uma música dos Beatles, desta vez uma explosiva nova roupagem blues rock para With a Little Help From My Friends, Joe Cocker entrou com força nas paradas de sucesso do Reino Unido, e sua participação em 1969 no Festival de Woodstock o tornou ainda mais conhecido, especialmente após o lançamento do filme.

Com uma voz rouca inconfundível, uma performance de palco destrambelhada e irresistível e muito carisma, Cocker logo se tornou um dos destaques do rock. Entre 1969 e 1971, fez shows com uma trupe de mais de 30 músicos, liderados pelo tecladista Leon Russell e com o título Mad Dogs And Englishmen. O álbum ao vivo da turnê chegou ao segundo lugar nos EUA.

Completamente exausto devido ao número excessivo de shows e também pelo alto consumo de drogas e bebidas alcoólicas, o cantor aos poucos foi se enrolando em termos de carreira nos anos 1970, mas conseguiu lançar diversos hits marcantes, entre os quais Delta Lady, High Time We Went, Midnight Rider, Woman To Woman e You Are So Beautiful.

Quando parecia ter virado apenas uma relíquia do passado, Cocker voltou à tona com tudo em 1982 quando gravou em dueto com a cantora Jennifer Warnes a balada Up Where We Belong, que chegou ao primeiro lugar na parada americana e ganhou um Grammy e um Oscar, este último como tema do filme A Força do Destino (An Officer And a Gentleman).

A partir daí, a sorte voltou a sorrir para ele, com novos sucessos e shows pelos quatro cantos do mundo. Outro tema de filme, You Can Leave Your Hat On (9 Semanas e 1/2 de Amor), e também Unchain My Heart (releitura do hit de Ray Charles), When The Night Comes (de Bryan Adams) e Edge of a Dream o fizeram frequentar as paradas de todo o mundo nos anos 1980.

A carreira de Joe Cocker se manteve bastante ativa nas últimas décadas, com direito a novos álbuns e turnês. O mais recente CD saiu em 2012, Fire It Up. Se a voz já não era a mesma, ele compensava com experiência e jogo de cintura. O astro tocou no Brasil em 1977, 1991 (no Rock in Rio II- eu estava lá, bela performance!)e em 2012. Fique com Deus, mestre, e mande um abraço pro Victor, que era seu grande fã!

You Can Leave Your Hat On– Joe Cocker:

When The Night Comes – Joe Cocker:

Woman To Woman – Joe Cocker:

4 Comments

  1. Claudio Finzi Foá

    December 22, 2014 at 7:51 pm

    Assisti ele em 1977, no ginásio da Portuguesa. Ele, o Bobby Keys, o Nicky Hopkins… grandes perdas.

  2. Nem fale, Cláudio. Lamentáveis!!! Legal saber que você viu in loco esse show histórico!!! Conte mais detalhes, se puder. Grande abraço e tudo de bom!!!

  3. Claudio Finzi Foá

    December 28, 2014 at 10:59 am

    Foi o primeiro show internacional que vi na vida (mas o equipamento de som era tudo nacional, alugado da empresa TransaSom/Lady Jane, alguém lembra disso?).
    Não existia telão, mas do longínquo ponto da arquibancada em que eu estava, consegui ver que o Nicky Hopkins usava uma camiseta com estampa do Groucho Marx, já que o comediante falecera um ou dois dias antes!
    Do show, não lembro quase nada.

  4. Caramba, Cláudio, começou bem seu currículo de shows internacionais, heim? O meu primeiro foi Quiet Riot no (argh!!!!) Ginásio do curíntia em 1985…..rsrsrsrsrs Valeu pelas memórias. Grande abraço e tuuuuudo de bom!!!!

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