the cure capa livro

Por Fabian Chacur

O The Cure é uma das bandas mais peculiares da história do rock, e também uma das mais bacanas. Liderada pelo imprevisível cantor, compositor e guitarrista Robert Smith, angariou milhões de fãs mundo afora. Quem deseja conhecer melhor sua incrível e nada imaginária trajetória não pode perder A História do The Cure- Nunca é o Bastante, de Jeff Apter, que a Edições Ideal acaba de lançar no Brasil. Trata-se de um trabalho de fôlego e completo.

O australiano Apter trabalhou na edição local da Rolling Stone e atua na área musical há duas décadas. Para realizar esta biografia, entrevistou ex-integrantes, produtores e outras pessoas envolvidas com a carreira da banda britânica. Só não conseguiu falar com o chefão do time, mas compensou essa lacuna com vasta pesquisa feita em entrevistas concedidas pelo roqueiro para a imprensa em geral nesses anos todos.

O resultado é um trabalho abrangente, que vai desde a infância dos fundadores da banda (Smith, o baixista Michael Dempsey e o baterista e depois tecladista Laurence Lou Tolhurst) até 2009. A vida pessoal é abordada na medida, assim como as gravações de discos, as turnês, os inovadores videoclipes e cada música gravada pelo The Cure.

O texto é fluente e gostoso de se ler. Chega a ser curioso pensar que Smith e seus amigos tinham como grande objetivo em seu início apenas fugir de empregos formais que os obrigassem a acordar cedo e a dar duro. Oriundos da pequena Crawley, que fica entre a capital britânica Londres e a litorânea Brighton, viraram cidadãos do mundo.

Do início quase punk do álbum de estreia Three Imaginary Boys, além de singles básicos como Boys Don’t Cry e Killing An Arab eles mergulharam de cabeça no rock gótico e ajudaram a consolidar o estilo com Seventeen Seconds (1980), Faith (1981) e Pornography (1982).

Quando muitos esperavam um possível suicídio por parte de Robert Smith, o roqueiro mergulhou de cabeça no pop em canções como Let’s Go To Bed, The Walk e The Lovecats nos idos de 1983. A partir do brilhante álbum The Head On The Door (1985), passou a mesclar essas duas tendências em sua sonoridade, indo do introspectivo ao festivo em um mesmo álbum. Bela e original dualidade.

Nunca é o Bastante descreve em detalhes como foi essa trajetória, explicando as mudanças nas formações, as idas e vindas de músicos, as deliciosas histórias de bastidores e a inspiração por trás das canções dessa grande banda. Até mesmo a primeira turnê dos caras pelo Brasil em março de 1987 merece alguns parágrafos saborosos.

De quebra, temos uma discografia básica bem útil e uma ótima sessão de fotos cobrindo todas as fases e formações da banda desde seu início, na segunda metade dos anos 1970, até os dias de hoje. O livro é uma boa oportunidade para entendermos melhor esse verdadeiro enigma chamado Robert Smith, e tudo o que girou em torno de sua carreira.

Jumpin’ Someone Else’s Train– The Cure:

A Night Like This– The Cure:

The Lovecats– The Cure: