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Por Fabian Chacur

Neste sábado (26), um dos grandes estilistas do rock completará 70 anos. Só para variar, com a classe de sempre. Bryan Ferry se encontra atualmente em turnê de divulgação de seu mais recente álbum, o ótimo Avonmore (2014), e soprará as velinhas entre um show e outro na Alemanha. Eis um cara que merece ser louvado por quem gosta de música boa e inventiva. Mesmo!

Nascido em 26 de setembro de 1945, Ferry se dividiu entre a música e a graduação em artes, que em seguida lhe proporcionou a oportunidade de dar aulas. A partir de 1970, porém, ficou claro que sua opção pelo caminho musical era inevitável, e depois de ter integrado pequenos grupos como The Banshees, fundou a banda que lhe tornou mundialmente famoso, a Roxy Music.

Desde o início, esse grande cantor, compositor e músico britânico deixou claro que sua visão de arte e moda também integraria o pacote musical criado por si próprio. Ele incorporou uma elegância e um estilo marcante aos shows de seu grupo, e também trouxe esse refinamento às capas de seus álbuns, estrelados por famosas e lindas modelos com as quais também namorou, entre as quais Amanda Lear e Jerry Hall.

Em termos musicais, o som de Bryan Ferry se caracteriza por um mergulho criativo e personalizado nos universos do glam rock, da black music americana em suas várias vertentes (soul, jazz, disco music, funk) e do pop, com um bom gosto simplesmente absurdo. Romântico, sim, brega, nem em pensamento. Tudo pontuado por sua voz de crooner das antigas, explorada com uma classe e uma categoria reservada a poucos cantores na história do pop.

Com o Roxy Music, lançou álbuns absurdamente bons e influentes, entre os quais Roxy Music (1972), For Your Pleasure (1973), Siren (1976), Manifesto (1979) e Avalon (1982), inspiradores para gente como Nile Rodgers (do grupo Chic), David Bowie, Duran Duran e tantos outros.

Na carreira solo, Bryan Ferry sabe mesclar como poucos a releitura de clássicos de várias eras do pop, desde os standards do jazz americano do tipo These Foolish Things, passando por soul, doo-wop, rock e muito mais, até uma obra autoral capaz de nos proporcionar sons climáticos, envolventes e nos quais o ouvinte é levado a viagens deliciosas pelos meandros do amor, da paixão e dos estados elevados da alma.

Da trajetória individual, também não são poucos os trabalhos recomendáveis, como These Foolish Things (1973), Boys And Girls (1985), Taxi (1993), Frantic (2002) e Olympia (2010). De quebra, o cara sempre soube se cercar de grandes músicos nesses trabalhos, gente com o currículo de Nile Rodgers, Robin Trower, Chris Spedding, Gregg Phillinganes, Nathan East e David Gilmour, além dos colegas de Roxy Music Phil Manzanera, Andy MacKay e Paul Thompson.

Tive a chance de entrevistar Bryan Ferry lá pelos idos de 1995, quando ele veio ao Brasil para shows pela primeira vez, e o vi ao vivo naquela mesma época e também em 2003, em apresentações históricas e repletas de vigor e categoria. Se você é fã e conhece a obra de Mr. Ferry, comemore comigo. Se não é, faça um favor a si mesmo: mergulhe em sua obra e tente não se apaixonar por ela. Pessoas de bom gosto não escapam incólumes dessa experiência.

Smoke Gets In Your Eyes– Bryan Ferry:

The ‘In’ Crowd– Bryan Ferry:

Let’s Stick Together– Bryan Ferry :

The Right Stuff – Bryan Ferry :

N.Y.C. – Bryan Ferry :

You Can Dance– Bryan Ferry :