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Neil Young chega aos 70 anos muito relevante e necessário

Neil Young performing on stage at the Rainbow Theatre in London in 1973

Por Fabian Chacur

Neil Young comemora 70 anos de idade nesta quinta-feira (12). O roqueiro canadense não poderia chegar melhor em termos artísticos à sua sétima década de vida. Atuante, na ativa, produtivo, esse astro que frequenta o cenário rock and roller desde os anos 1960 merece ser reverenciado como um daqueles caras que realmente fizeram a diferença nesse seminal gênero musical.

O autor de clássicos como Heart Of Gold, Rockin’ In The Free World e Harvest Moon integrou duas bandas clássicas, a Buffalo Springfield e a Crosby, Stills, Nash & Young, com as quais fez trabalhos bem bacanas. Mas o lance dele sempre foi mesmo a carreira solo, mesmo que acompanhado em várias ocasiões pela banda Crazy Horse. Um errante. Ou, como ele mesmo se autodenominou, The Loner (o solitário).

O espectro musical desse cantor, compositor e músico é dos mais amplos, abrangendo hard rock, heavy metal, country rock, folk rock, country, folk, soul music e até jazz, sem deixarmos de lado seus momentos mais experimentalistas, nos quais concebe coquetéis sonoros digeridos por poucos. Mas não é um “maldito”.

Muito pelo contrário. Em quase 50 anos de carreira, Mr. Young várias vezes encarou os primeiros lugares das paradas de sucesso. Principalmente quando seu lado mais suave aflorou, em maravilhas como Harvest (1972), Comes a Time (1978) e Harvest Moon (1992).

As guitarras ardidas, com direito em alguns momentos a solos tortuosos e imprevisíveis, deram a carta em discos como Everybody Knows This Is Nowhere (1970), Tonight’s The Night (1975) e Ragged Glory (1990), por exemplo. E tem também alguns discos-síntese, nos quais vários de seus lados surgem em um único trabalho, cujo principal exemplo é o incrível Freedom (1989).

Young nunca teve medo de se arriscar, largando fases de muito sucesso comercial por trabalhos totalmente fora dos padrões com os quais perdeu popularidade. Mas sua busca pela satisfação artística sempre prevaleceu. Isso gerou vários discos bons, outros nem tanto e alguns ruins. E ele nunca pecou pela omissão, pois sua discografia é enorme.

Nunca teve medo de lutar a favor das causas em que acredita, gravando trabalhos polêmicos como Living With War (2006), no qual teve o peito de encarar o reacionário e intimidador governo de George W. Bush, ou o atual The Monsanto Years (2015), denunciando uma grande corporação. Esteja errado ou certo, sempre mete as caras.

Mergulhar na extensa obra de Neil Young é ter a chance de se deliciar com música de alta qualidade. Com sua voz ora ardida, ora mais suave, mas sempre fora dos parâmetros habituais da chamada “música comercial”, esse cara conquistou fãs nos quatro cantos do mundo. Só tocou no Brasil uma vez, em 2001 no Rock in Rio, e deixou saudade. Parabéns, fera! Ouçam agora alguns de seus hits encantadores/energizantes.

Cinnamon Girl – Neil Young (1969-CD Everybody Knows This Is Nowhere):

Old Man– Neil Young (1972- CD Harvest):

Walk On– Neil Young (1974- CD On The Beach):

Welfare Mothers – Neil Young (1979- CD Rust Never Sleeps):

Lotta Love– Neil Young (1978- CD Comes a Time):

Rockin’ In The Free World (acoustic)- Neil Young (1989- CD Freedom):

Someday– Neil Young (1989- CD Freedom):

3 Comments

  1. vladimir rizzetto

    November 13, 2015 at 11:23 am

    Salve, Fabian!

    Além de definir tão bem Neil Young você listou os meus discos prediletos do artista, só faltou Rust Never Sleeps.
    Ele de fato, sempre foi um cara autêntico, mas lhe confesso que tem algo, apenas uma coisinha que me incomoda demais: seu modo esquerdoso de ver a política. Enfim, ninguém é perfeito…
    Mas como o que mais interessa é a sua música, “he is like a hurricane”…

    Abração

  2. admin

    November 13, 2015 at 6:22 pm

    Muito obrigado pelo elogio, Vladimir, que toma proporções bem grandes por vir de você, que é um “sonzeiro” dos bons. Citei os que me vieram à cabeça, e pode ter certeza de que o Rust também é um dos meus favoritos. Discaço!!! O lado político dele, na verdade, é mais direitista. Lembre-se, ele era fã do Reagan…. Mas nem dou bola, prefiro me concentrar em seu lado musical, que é demais. Grande abraço e obrigado pela visita qualificada de sempre!

  3. vladimir rizzetto

    November 13, 2015 at 7:40 pm

    Fabian

    É verdade, havia me esquecido que ele é fã do Reagan e na verdade eu também sou.
    Digamos que ele seja um cara que flutue no espectro político da centro-direita para a esquerda tradicional, enfim, putz, estamos falando de política kkkkk
    No mais, obrigado, mas o baluarte da música, você sabe quem é, certo? rs
    Grande Neil Young, quanta música boa esse cara criou!

    Abração.

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