interspecifics collective 400x

Por Fabian Chacur

Você consegue imaginar que tipo de música fariam algas, bactérias, musgos e outros organismos pouco complexos? Não, meu caro leitor, não se trata de papo de aranha, ou uma pura viagem na maionese. Isso existe. É o que propõe a dupla Interspecifics Collective. Uma boa amostra desse trabalho será apresentando ao vivo neste sábado (5) no Rio de Janeiro às 16h na Casa Rio (Rua São João Batista, 105- Botafogo-Rio de Janeiro- fone 0xx21-3593-7294), com ingresso gratuito.

Na verdade, o que as mexicanas Leslie Garcia e Paloma Lopez propõem é “música criada a partir das frequências, vibrações e manifestações físicas desses organismos, com o objetivo de entender os padrões contidos em cada um deles. É uma somatória de arte, ciência e tecnologia. A partir daí, temos um projeto de musicalização por meio de sonificação”, diz seu press release.

“São estabelecidos padrões sonoros de ondas que se relacionam com os padrões das vibrações elétricas. Com o uso do Arduino, plataforma física de computação que capta dados dos sensores, como temperatura e iluminação, o resultado é uma nuvem de ruídos, frequências combinadas e sobrepostas”, com as quais a dupla tenta criar uma verdadeira sinfonia.

Para a apresentação no Rio de Janeiro, ocorreu durante quatro dias uma espécie de residência artística envolvendo músicos e artistas brasileiros, captando material de sons de água e sedimentos de diferentes praias da Cidade Maravilhosa. Ouça algo do projeto Non-Human Rythms (MX), da dupla mexicana, aqui. Saiba mais sobre o projeto aqui.

A performance do Interspecifics Collective integra a quinta edição do Festival Novas Frequências, realizado no Rio de Janeiro de 1º a 8 deste mês. O evento é realizado desde 2011, e tem como mentores Chico Dub e Tathiana Lopes, que abrem espaços para projetos inovadores e fora dos padrões habituais no campo da música experimental.