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Por Fabian Chacur

Não posso negar que sou emotivo até a medula. Como jornalista bastante rodado, já tive a oportunidade de entrevistar centenas, quiçá milhares de pessoas, especialmente músicos. E toda vez que um desses personagens se vai, me dói muito. A bola desta vez é Paulo Humberto Pizziali, 66 anos, mais conhecido no meio musical como Peninha. Ele nos deixou nesta segunda-feira (19), vítima de um choque hemorrágico no estômago. Ele estava internado no Hospital da Lagoa, na zona sul do Rio de Janeiro, desde o dia 5 de agosto.

Peninha, que é o primeiro da esquerda para a direita na foto que ilustra esse post, tinha todo o perfil de um rock and roller das antigas. Descontraído, franco e jeitão de quem não aguentaria um único dia em um escritório da vida, cumprindo os tais 9 to 5. Nasceu para a estrada, para tocar em uma banda de rock, para ser músico. Ele já havia tocado com feras do porte de Johnny Alf, Gal Costa, Simone e Sivuca, até que chegou a hora certa.

Essa hora certa foi o convite para tocar com o Barão Vermelho, em 1986. Do início como músico de apoio, logo acabou sendo incorporado ao time de forma oficial. Dessa forma, ajudou a banda de Roberto Frejat a dar a volta por cima, após um período difícil devido à saída de Cazuza. Sua participação ajudou a acentuar um toque de latinidade meio Carlos Santana em alguns momentos, como a fantástica Pense e Dance.

Por sinal, foi exatamente no disco que inclui esse petardo, o ótimo Carnaval (1988), que Peninha marcou sua estreia em estúdio com o grupo. Daí para a frente, esteve em álbuns como Supermercados da Vida (1992), Carne Crua (1994) e Barão Vermelho (2004). O Barão se mostrou bem menos ativo neste século, mas ele marcou presença nas turnês realizadas de 2004 a 2007 e de 2012 a 2013. Peninha deixou quatro filhos. Descanse em paz, fera!

Pense e Dance (ao vivo)- Barão Vermelho: