marty balin-400x

Por Fabian Chacur

Em 1978, uma das canções da trilha internacional da novela global O Pulo do Gato me conquistou por completo. Era Count On Me, do grupo americano Jefferson Starship, maravilhosa balada rock que tinha como destaque a bela interpretação de um de seus cantores, Marty Balin. Esse incrível vocalista, compositor e fundador de outra banda seminal, a Jefferson Airplane, nos deixou nesta quinta-feira (27), aos 76 anos. Uma enorme perda para o rock.

A morte de Balin foi anunciada nesta sexta-feira (28) por sua esposa, Susan Joy Balin, sem que as causas tenham sido reveladas. O artista sofreu em 2016 um ataque cardíaco que lhe deixou sequelas. A parceira, com quem teve duas filhas, divulgou um belo texto sobre o parceiro:
“Marty e eu dividimos o mais profundo amor- ele frequentemente chamava isso de nirvana-e era mesmo. Éramos todos envolvidos pelo seu amor, e sua presença estará para sempre comigo”.

Martyn Jerel Buckwald, que adotou em 1962 o nome artístico Marty Balin, nasceu em 30 de janeiro de 1942. Ele inicialmente enveredou pela música folk, mas aos poucos se envolveu com o rock. Em 1965, fundou em San Francisco o clube The Matrix, e lá surgiu a semente do que seria uma das bandas mais importantes da história do rock, a Jefferson Airplane, que teve início quando ele conheceu o cantor, compositor e músico Paul Kantner (que nos deixou em 2016, leia aqui)

O primeiro álbum do grupo saiu em 1966. No ano seguinte, seu segundo trabalho, Surrealistic Pillow, ganhou as paradas de sucesso e levou ao resto do mundo o rock psicodélico. Na banda, Marty era a voz mais apaixonada, normalmente compondo canções de amor como It’s No Secret e Today. A combinação de seus vocais com os de Kantner e da incrível Grace Slick deram à banda um material muito rico, que complementado por Jorma Kaukonen (guitarra), Spencer Dryden (bateria) e Jack Casady (baixo) gerou ouro puro.

Em 1970, no entanto, Balin preferiu seguir outros rumos, e largou o Airplane, que, não por acaso, entrou em uma fase de altos e baixos que culminou com o seu fim, lá pelos idos de 1973. No entanto, no ano seguinte, Kantner e Slick resolveram criar uma nova banda, agora intitulada Jefferson Starship, e Marty entrou nela quando seu primeiro álbum já estava praticamente pronto. Só que o grande hit daquele LP foi precisamente a faixa dele, Caroline.

Até o fim dos anos 1970, o Starship virou uma máquina de hits, entre os quais Miracles e a minha amada Count On Me. Em 1981, já fora da banda, Marty Balin iniciou a sério uma carreira-solo, que já no primeiro álbum rendeu um belo hit, a bela canção Hearts, de autoria do mesmo autor de Count On Me (Jesse Barish), que atingiu o oitavo posto na parada americana de singles. Mas seu sucesso comercial individual parou por aí.

O Jefferson Airplane e o Jefferson Starship teriam breves retornos com Balin nos anos 1980 e 1990, e o artista também investiu em lançamentos individuais, sendo que o último, The Greatest Love, saiu em 2016. Vale lembrar que Marty Balin era um grande performer ao vivo, e sofreu um terrível ataque em 1969 durante o show do Airplane no malfadado festival de rock de Altamont, capitaneado pelos Rolling Stones nos EUA e de triste memória.

Count On Me– Jefferson Airplane: