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Por Fabian Chacur

Durante mais de um mês, pesquisei e ouvi inúmeras vezes o álbum Gonna Take a Miracle, da saudosa Laura Nyro (1947-1997) em parceria com o trio vocal feminino Labelle, com o intuito de fazer um texto celebrando os 50 anos de seu lançamento (leia aqui), que enfim foi publicado no último domingo (19). Pois, para minha imensa tristeza, uma das integrantes do grupo, Sarah Dash, nos deixou nesta segunda (20), aos 76 anos de idade.

Sem causa mortis revelada, embora alguns amigos tenham afirmado que a cantora havia se queixado de desconfortos físicos nos últimos dias, Dash recebeu homenagens nas redes sociais de várias pessoas, incluindo sua parceira de grupo, Pati LaBelle, que afirmou ter cantado com ela em um evento no último sábado (18). Ela também recebeu recentemente uma premiação de sua cidade natal, Trenton (Nova Jersey-EUA) por seu trabalho artístico e também social, pois apoiou várias causas humanitárias, incluindo auxílio a mães solteiras sem lar.

Sarah Dash nasceu em 18 de agosto de 1945 e deu seus primeiros passos como cantora profissional a partir de 1961, quando se uniu a Patti LaBelle e Nona Hendryx no grupo Patti Labelle And The Blue Belles. O grupo passou a década de 1960 inteira lançando trabalhos com menos repercussão do que mereciam, mas sem esmorecer. A partir de 1971, mudaram o nome do trio para Labelle, e gravaram o álbum ao lado de Laura Nyro.

Entre 1971 e 1977, o Labelle lançou seis álbuns próprios, e estourou com o quarto deles, Nightbirds (1974), que atingiu o 7º lugar na parada de álbuns americana e traz como grande atrativo o explosivo single Lady Marmalade (ouça aqui), 1º lugar nos EUA e rendendo ao grupo a capa da revista Rolling Stone.

Após a separação do Labelle, que ocorreu em 1977, Sarah estreou na carreira solo em 1978, com um hit nas discotecas americanas, Sinner Man. Até 1988, ela lançaria quatro álbuns individuais que não obtiveram o mesmo sucesso comercial dos tempos de seu grupo, mas a mantiveram na ativa.

Em 1988, Sarah foi convidada por Keith Richards, que a conhecia desde os tempos em que Patty LaBelle And The Blue Belles abriu shows para os Rolling Stones nos anos 1960, para integrar sua banda Xpensive Winos. Ela não só participou de dois álbuns do cantor e guitarrista britânico, Live At The Hollywood Palladium (1991) e Main Offender (1992), como de quebra ainda marcou presença em Steel Wheels (1989), dos Stones.

A cantora também deu brilho ao trabalho de outros artistas, entre os quais Nile Rodgers (em seu disco solo Adventures in the Land of the Good Groove, de 1983), The O’Jays, David Johansen (do grupo New York Dolls) e The Marshall Tucker Band.

O Labelle teve dois retornos em termos de gravações. Um em 1995, quando gravaram a faixa Turn It Out para a trilha do filme To Wong Foo Thanks For Everything! Julie Newmar e um em 2008, mais robusto, que rendeu o álbum Back To Now, com boa repercussão e atingindo o 45º lugar na parada americana.

Sinner Man– Sarah Dash: