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Por Fabian Chacur

Dos estúdios da Filadélfia para as pistas de dança e depois para as telas de TV. Esse é um resumo da trajetória de John Davis, também conhecido como John E. Davis, produtor, compositor, músico e líder da John Davis & The Monster Orchestra. Ele infelizmente nos deixou no última dia 27 de janeiro aos 75 anos de idades, de causas não divulgadas. Sua trajetória musical é das mais interessantes, e com direito a alguns hits bem bacanas entre as décadas de 1970 e 1990.

John Edward Davis Jr. nasceu em 31 de agosto de 1947 e começou a se envolver com a música em seus tempos de escola e também quando cumpria o serviço militar. Entre o final dos anos 1960 e a metade da década de 1970, ele prestou serviços na cidade da Filadélfia para a Philadelphia International Records (PIR), gravadora que tornou famosos nomes como Harold Melvin & The Blue Notes, The O’Jays e inúmeros outros.

Sua participação de maior sucesso neste período foi a produção de Be Thankfull For What You’ve Got, que em 1974 chegou ao 1º lugar da parada de r&b e ao 4º lugar da parada pop na voz de Willian DeVaughn (ouça aqui). O single vendeu mais de um milhão de cópias e lhe rendeu um disco de ouro, que ele por sinal exibe na foto que ilustra este post.

Além de Vaughn, ele trabalho nessa época com The Intruders, Ricky Nelson, Bootsy Collins, Silver Convention e Donna Summers, entre outros.

Em 1976, Davis resolve mergulhar no universo da disco music com um trabalho próprio, e assim surge a John Davis & The Monster Orchestra. Seu primeiro álbum, Night And Day (1976), mescla standards da música como Night and Day (ouça aqui) a composições próprias.

A faixa autoral I Can’t Stop (ouça aqui) fez muito sucesso nas pistas de dança e também foi sampleada em gravações de Run-DMC, Missy Elliott, Brothers Black e Jungle Brothers, só para citar alguns.

Up Jumped The Devil (1977) manteve Davis e sua orquestra nos charts dançantes, graças especialmente à faixa-título (ouça aqui) e The Magic is You (ouça aqui ), esta última uma faixa épica com quase 14 minutos de duração.

O grupo chegou ao seu auge em 1978 com o álbum Ain’t That Enough For You. A espetacular faixa-título é uma das mais emblemáticas da disco music (ouça aqui). Temos também A Bite of the Apple (ouça aqui), hit na badalada Studio 54, e uma releitura de Kojak Theme (ouça aqui).

Lançado no fim de 1979, quando a disco music começava a sofrer com forte perseguição por parte dos conservadores e roqueiros radicais, o álbum The Monster Strikes Back não foi tão bem das pernas, embora seja bem legal, incluindo maravilhas como Love Magic (ouça aqui) e Bourgie Bourgie (ouça aqui), esta última cover da composição de Ashford & Simpson que também foi gravada pelo casal e por Gladys Knight & The Pips.

O grupo lançaria apenas mais um trabalho, e no formato maxi-single, com a música Hangin’ Out (ouça aqui), em 1981, curiosamente creditada apenas a The Monster Orchestra. E essa linda orquestra disco sairia de cena a partir daqui.

Além de John Davis nos arranjos, composições, teclados, sax, flauta e vocais, o grupo incluiu em seus álbuns músicos como Charles Collins e Jimmy Young (bateria), Vince Fay e Sugar Bear Foreman (baixo), Craig Snyder, Bobbi Eli e Roland Chamber (guitarra), Don Renaldo (arranjos de cordas e metais) e CArolyn Mitchell, Barbara Ingram, Barbra Benson e Carla Benson (vocais).

Com o fim da era disco, John Davis conseguiu abrigo nas redes de TV americanas, nas quais produziu e compôs canções de abertura para seriados como Dinastia, The Colbys, MacGyver e Missão Impossível (a versão dos anos 1980), entre outras. A mais popular de todas foi a abertura de Barrados no Baile (Beverly Hills 90210), hit mundial em 1992.

Beverly Hills 90210- Tema de Abertura– John Davis: