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O pop de ontem, hoje, e amanhã...

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Nação Zumbi faz show em SP para celebrar Afrociberdelia

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Por Fabian Chacur

Afrociberdelia faz parte da lista dos melhores e mais importantes álbuns da história do rock brasileiro. Com este trabalho, Chico Science & Nação Zumbi se firmaram no cenário rocker tupiniquim. Para celebrar os 20 anos desse lançamento, a Nação Zumbi tocará nesta sexta (12) em São Paulo na Áudio (avenida Francisco Matarazzo, nº 694- Água Branca- fone 0xx11-3862-8279), com ingressos a R$ 60,00. O show terá a abertura do cantor e compositor Siba e discotecagem do DJ Dolores.

Segundo CD dos músicos pernambucanos, Afrociberdelia consolidou a original fusão de rock, música eletrônica, maracatu e outros elementos musicais brasileiros feita pelo grupo. Emplacou hits como Maracatu Atômico (cover de Jorge Mautner), Manguetown e Macô (com participação de Gilberto Gil) e conquistou belos espaços para eles na MTV e no resto da mídia. Pena que Chico morreria em um acidente de carro em fevereiro de 1997. A banda, no entanto, seguiu adiante.

Integrada por Jorge Du Peixe (vocal), Lucio Maia (guitarra), Dengue (baixo), Pupilo (bateria), Toca Ogan (percussão) e Da Lua e Tom Rocha (alfaias), a Nação Zumbi soube superar a perda de seu líder e se manteve no primeiro escalão do nosso rock. Na Áudio, ele tocarão não só os hits de Afrociberdelia mas também outras faixas do álbum não tão conhecidas, mas tão boas quanto, entre as quais Samba do Lado e O Encontro de Isaac Asimov Com Santos Dumont no Céu.

Macô– Chico Science & Nação Zumbi:

Maracatu Atômico– Chico Science & Nação Zumbi:

Manguetown– Chico Science & Nação Zumbi:

Carol Saboya esbanja classe e swing em seu álbum Carolina

carolina saboya cd-400xPor Fabian Chacur

Existe uma velha discussão entre os fãs de música quando o assunto é cantar. Para alguns, só vale aquele que tem o chamado vozeirão, que é adepto do “dó de peito”, com características quase operísticas. Para outros, o que vale é a sutileza, sem exageros e com requinte cirúrgico. Na verdade, não há fórmula, é aquela história daquele antigo comercial: existem mil maneiras de se preparar Neston, invente a sua. E Carol Saboya faz isso muito bem em seu CD Carolina.

Nascida no Rio de Janeiro, Carol Saboya começou a cantar aos oito anos de idade. Morou nos EUA de 1989 a 1991, participou do célebre CD Brasileiro, de Sergio Mendes, e gravou Dança da Voz, primeiro trabalho solo, em 1998. Desde então, lançou mais de dez álbuns, alguns deles nos EUA e Japão, além de fazer inúmeros shows. Dessa forma, aperfeiçoou o seu canto, tornando-se uma profissional de alto nível.

Carolina, o CD, traz dez composições alheias selecionadas pela artista de modo a apresentar um pouco de suas influências no cenário musical. O quadro é amplo, e abrange autores que vão de Pixinguinha a Sting, passando por Beatles, João Bosco, Edu Lobo, Tom Jobim, Djavan e Chico Buarque. A escolha é bem personalizada, com direito a Passarim, Fragile, Hello Goodbye, Avião e Zanzibar, entre outras. Bom gosto e fuga ao óbvio.

Dois fatos dão ao disco uma estrutura sólida em termos de criação e concretização, tornando-o impecável. Um é a capacidade interpretativa de Carol, que canta suave, sim, mas sem cair na monotonia, mostrando-se expressiva e sutil e aproveitando bem cada palavra das letras, ou no caso da fantástica Zanzibar (do genial Edu Lobo), valendo-se com classe dos vocalizes/scats da gravação original sem cair na imitação.

O outro ponto chave de Carolina, o CD, é o elenco escalado para acompanha-la. No piano e arranjos, temos o mestre Antônio Adolfo, que é pai da moça. Nas outras posições, os craques Marcelo Martins (sopros), Jorge Helder (baixo), Rafael Barata (bateria) e André Siqueira (percussão), com participação especial de Claudio Spiewak na faixa Faltando Um Pedaço. Juntos, eles fazem uma sonoridade swingada, pura bossa jazz que proporciona a moldura perfeita para a voz de Carol.

A capacidade que Antônio Adolfo tem de mesclar a sofisticação e a acessibilidade sonora na sua forma de arranjar e tocar dão o tom ao disco. Mas de nada valeria se Carol não fosse uma intérprete tão capacitada e talentosa. Carolina (que é seu nome de batismo) é um trabalho que celebra a música brasileira e internacional sem cair na mesmice, prova de que em pleno 2016 há ainda muita coisa boa a se ouvir dessa fonte inesgotável chamada MPB.

Passarim– Carol Saboya:

Sá Marina – Carol Saboya e Antonio Adolfo:

Leve– Carol Saboya:

Anitta não cabia em um show de total excelência artística

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Por Fabian Chacur

Repercute e ainda repercutirá por muito tempo a participação da cantora carioca Anitta no show de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, realizado na noite desta sexta-feira (6) no estádio do Maracanã. Uns dizem que ela não poderia estar presente no show. Outros, que ela representa o que há de mais moderno e popular na música brasileira atual. Os fãs vibraram; os detratores baixaram a lenha. E aí, qual seria a posição mais sensata para essa análise?

Para mim, o xis da questão reside no fato de que a abertura de um evento de proporções mundiais e visto por bilhões de pessoa via TV pelo mundo afora só deveria comportar a excelência do país em todos os aspectos. Incluindo a parte artística. E é aí que a coisa pega em relação à escalação da jovem cantora e compositora de 23 anos para atuar ao lado de dois gênios da arte brasileira, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

É preciso respeitar Anitta, antes de tudo. Não é fácil chegar ao topo das paradas de sucesso e se manter por lá por tipo três anos, como a intérprete de Bang e Show das Poderosas está conseguindo. Isso é fruto do trabalho da gravadora Warner e de quem gerencia a sua carreira, claro, mas se ela não tivesse talento algum, obviamente não daria certo por tanto tempo. E para quem acha três anos pouco, isso é uma eternidade no mundo do show business, no qual reputações e carreiras começam e terminam mais rápido que o tempo para ler este parágrafo.

No entanto, é nítido que Anitta é ainda uma artista em formação. Não se trata de uma espécie de talento inato que surgiu de forma rápida e se consolidou a jato. São raríssimos os artistas com esse dom. E não há problemas em relação a isso, pois cada um amadurece no seu tempo. No entanto, quando se trata de escolher alguém que represente não só uma nação, mas uma cultura que é repleta de grandes talentos, não dá para escolher alguém com esse status.

Para vestir a camisa de um elenco de cantoras que já teve Elis Regina, Elizeth Cardoso, Dalva de Oliveira e tantos outros talentos absurdos, não dá para se colocar uma novata promissora. Era missão para Gal Costa, Ivete Sangalo, Maria Bethânia, alguém com essa estatura. Ou, se fosse o caso de colocar alguém mais jovem cronologicamente, que se optasse por Vanessa da Mata, Céu ou Maria Rita, essas, sim, novas, mas já com trajetórias sólidas.

Anitta não se saiu mal interpretando Isso Aqui o Que É, clássico de Ary Barroso, ao lado de Caetano e Gil. Não desafinou, não errou letra, nada desse gênero. Merecia uma nota seis, seis e meio, algo assim. Mas, pelo amor de Deus, esse show era coisa para nota dez! Se você tem quem possa ganhar a medalha de ouro, pra que apostar em alguém que só pode nos proporcionar a de bronze, ou nem isso? É simples assim. Valeu, Anitta, mas não deu pra você, com todo o respeito.

Isso Aqui o Que É– Caetano Veloso:

Isso Aqui o Que É– Joyce Moreno:

Isso Aqui o Que É– Emilio Santiago:

Hananza mostra seu 1º CD em show no Solar do Botafogo-RJ

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Por Fabian Chacur

Hananza está lançando seu primeiro CD, Bem-vindo Ao Mundo Daqui. Formada em filosofia, ela não demorou a descobrir o caminho da música, por onde trafega desde então. Vocalista do bloco do carnaval carioca Empolga às 9, ela agora mostra sua faceta solo. O show que apresentará o álbum ao público carioca será realizado neste sábado (6) às 21h no Solar do Botafogo (rua General Polidoro, nº 180- Botafogo-RJ- fone 0xx21-2543-5411), com ingressos de R$ 20,00 a R$ 40,00.

Bem-vindo ao Mundo Daqui é um álbum que traz 10 faixas, sendo oito delas de autoria da própria cantora (sozinha ou com vários parceiros) e duas alheias, sendo uma delas Nuvem Negra, de Djavan. Aliás, essa não é a única conexão com o genial astro alagoano no álbum. Max Viana, filho do autor de Meu Bem Querer, marca presença na ótima Aval.

Com uma voz doce e encorpada, Hananza se mostra à vontade em uma sonoridade que mescla soul e pop com pitadas de jazz e MPB. O CD esbanja uma classe refinada, com direito a melodias acessíveis, letras bem sacadas e acompanhamento instrumental preciso. A produção é de Marcus Kenyatta, que também se incumbiu das guitarras.

O show no Solar do Botafogo terá acompanhando a cantora uma banda formada por Affonso Velasquez (baixo), Marcus Kenyatta (guitarra), Jonathan Ferr (teclados),Jr Trakinas (saxofone), Ygor Helbourn (bateria) e os vocalistas de apoio Di Candido, Rick e Well. A cantora e compositora já fez shows pela Inglaterra, França, Suécia e Estônia.

Meninice (clipe)- Hananza:

Ser Sensível (clipe)- Hananza:

Onde Mora o Amor (lyric video)- Hananza:

Mundo Livre SA lança DVD e CD com show em São Paulo

Mundo Livre S.A. - credito Felipe Martins .1-400x

Por Fabian Chacur

Para alguns críticos e fãs do rock brasileiro, o Mangue Beat foi o último movimento relevante desse estilo musical no Brasil. Capitaneando essa vertente sonora ao lado de Chico Science & Nação Zumbi, o grupo pernambucano Mundo Livre SA está lançando um pacote DVD+CD intitulado Mangue Bit Ao Vivo. Eles mostram o repertório desse trabalho com show nesta sexta-feira (5) em São Paulo no Sesc Pinheiros (rua Paes Leme, nº 195- Pinheiros-fone 0xx11-9400), com ingressos de R$ 12,00 a R$ 40,00.

Na estrada há mais de 20 anos, o Mundo Livre SA contará no show em São Paulo com Fred Zeroquatro (vocal), Xef Tony (bateria) e Pedro Santana (baixo), acompanhados por Leo D. (teclados e samples), Pedro Santana (percussão), Nilsinho Amarante (trompete) e Fabinho Costa (trombone). Se não conseguiram tanto sucesso quanto a Nação Zumbi, eles certamente conquistaram seguidores fiéis, fãs de seu som balançado e fruto da fusão de vários estilos musicais.

Gravado ao vivo no Sesc Belenzinho, em São Paulo, nos dias 10 e 11 de abril de 2015, Mangue Bit Ao Vivo traz uma faixa inédita, a quase samba-rock Loló Luiza, além de sucessos como Melô das Musas, Inocência, Ela é Indie, O Mistério do Samba, Pastilhas Coloridas e Computadores Fazem Arte. A embalagem do DVD/CD é luxuosa, no melhor estilo digipack e com direito a capa tripla e encarte com oito páginas.

Loló Luiza– Mundo Livre SA:

Ela é Indie– Mundo Livre SA:

Inocência– Mundo Livre SA:

Evento Quanta Gente no Gibi celebra o Iron Maiden em SP

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Por Fabian Chacur

O Iron Maiden é um dos grupos de rock mais populares no Brasil. A banda inglesa nos visitou inúmeras vezes a partir de 1985, sempre com casa cheia. Nada mais natural do que receber homenagens bacanas por aqui. E uma delas, bastante original, por sinal, ocorre nesta quinta-feira (4) em São Paulo. Trata-se do evento Quanta Gente no Gibi, que ocorre a partir das 19h no Gibi Cultura Geek (Rua Major Maragliano, nº 364- Vila Mariana- saiba mais aqui ). A entrada é grátis, e você só paga o que consumir.

Após uma bem-sucedida primeira edição dedicada ao saudoso Lemmy, chegou a vez da banda do vocalista Bruce Dickinson ser o tema. Com realização da Quanta Academia de Arte em parceria com o bar Gibi Cultura Geek, teremos obras dos artistas Anderson Nascimento, Ronaldo Barata, Bräo, Tainan Rocha, Bruno Del Rey, Thiago Ossostortos, Alexander Santos, Pedro Ghion e Kleverson Mariano, cada uma delas ilustrando suas canções favoritas da Donzela de Ferro.

Como diria aquele infomercial da TV, não é só isso! Também rola um “drink & draw”, com comidas, cervejas e drinques temáticos e a oportunidade de o visitante desenhar ao lado dos professores e alunos da Quanta. Lógico que a trilha sonora só poderia ser dos criadores de clássicos como Run To The Hills, e o playlist ficará por conta de um especialista, Ricardo Batalha, redator-chefe da revista Roadie Crew.

Aliás, quem participar do evento concorrerá a brindes especiais fornecidos pela publicação, que também apoia o evento. De quebra, ainda ocorrerá live painting a cargo de Thiago Ossostortos. Como diz o lema da festa, “venha beber, conversar e desenhar, não necessariamente nesta ordem”. Que tal aprender a desenhar o “número da besta”?

Run To The Hills– Iron Maiden:

Can I Play With Madness– Iron Maiden:

Cross-Eyed Mary– Iron Maiden:

Novo DVD de Fernanda Takai será gravado em setembro

Foto: Bruno Senna

Por Fabian Chacur

Em meio à turnê de lançamento do mais novo álbum do Pato Fu, Não Pare Para Pensar, Fernanda Takai já tem outro compromisso marcado, referente à carreira-solo que desenvolve de forma paralela ao grupo que a tornou famosa nacionalmente. No dia 3 de setembro, às 18h30, ela gravará seu segundo DVD solo. O local será o Instituto Inhotim (rua B, nº 20- Inhotim- Brumadinho-MG), com ingressos a R$ 30,00 (meia) e R$ 60,00 (inteira) que começarão a ser vendidos a partir do dia 3 de agosto. Mais informações você encontra aqui e aqui.

O repertório do show seguirá o que a cantora e compositora apresentou nos shows de divulgação do CD solo Na Medida do Impossível (2014). Teremos músicas desse trabalho, como Seu Tipo, Quase Desatento, A Pobreza e Como Dizia o Mestre, e também algumas surpresas, como canções que ela só registrou anteriormente em trabalhos alheios. Ao contrário de outros artistas, ela prefere gravar o DVD após a realização da turnê, e não logo em seu início, o que dá um diferencial bacana.

A seu lado, Takai terá uma banda que traz o colega de Pato Fu Lulu Camargo nos teclados e gaita, além de Larissa Horta (baixo e vocais), Tiago Borba (guitarra, violão e vocais) e Lenis Rino (bateria e vocais).

Será o primeiro DVD musical gravado no Inhotim, um instituto que mistura parque, reserva botânica e espaço para as artes visuais, que a cantora escolheu por afirmar ser sua frequentadora e também admiradora. Leia entrevista com Fernanda Takai aqui e resenha do CD Na Medida do Impossível aqui .

Seu Tipo– Fernanda Takai:

Como Dizia o Mestre– Fernanda Takai:

Quase Desatento– Fernanda Takai:

Helga e Bullet Bane tocam no projeto rocker Rio Novo Rock

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Por Fabian Chacur

Com quase dois anos de existência, o projeto carioca Rio Novo Rock já teve 26 edições, com direito a 51 bandas, 25 DJs e público ultrapassando as 12 mil pessoas. Realizado no Rio sempre na primeira quinta-feira de cada mês, o RNR apresentará nesta quinta (4) as bandas Bullet Bane (SP) e Helga (RJ-FOTO). O evento terá início às 20h e será realizado no Imperator- Centro Cultural João Nogueira (rua Dias da Cruz, nº 170- Meier-RJ- fone 0xx21-2597-3897), com ingressos a R$ 10,00 (meia) e R$ 20,00 (inteira).

Na estrada desde 2009, a banda paulista Bullet Bane é integrada por Victor (vocal), Danilo Souza (guitarra), Fernando Ueara (guitarra), Rafael (baixo) e Renan (bateria). Seu hardcore melódico já abriu show das badaladas bandas internacionais Millencolin e NOFX, e gerou os álbuns New World Broadcast (2011) e Impavid Colossus (2015). Eles também fizeram uma bem-sucedida turnê pela Argentina, registrada em vídeo.

Embora há pouco na estrada, a Helga conta com músicos experientes da cena carioca, ex-integrantes de Rodox, Luxuria e Jason. O time traz Vital (vocal), Pedro Nogueira (guitarra), Eric Kendi (baixo) e Daniel Machline (bateria), e faz um rock ardido com influências de stoner, grunge, hard e heavy. No currículo, os trabalhos Helga (2014) e Ninguém Sai Ileso de Ninguém (2016) e abertura de shows de Paramore e Kings Of Leon.

Além do rock ao vivo, o evento também trará a discotecagem da DJ Eliza Schinner, que também é conhecida como baixista do grupo Nove Zero Nove, que já participou do RNR, e do VJ Mad.

crédito da foto publicada neste post: Pery Andrade

Solid Ground– Bullet Bane:

Bon Vivant– Helga:

Ivete Sangalo e a fórmula para ser bem popular e sofisticada

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Por Fabian Chacur

Infelizmente, não me lembro quem foi que criou essa definição sobre o trabalho de Roberto Carlos. Mas vamos lá: “Roberto Carlos é o máximo em termos de artista popular que uma pessoa sofisticada se permite ir, e o mais sofisticado que uma pessoa estilo povão se permite ir”. Ou seja, caso raro de agradar segmentos muito distantes com um único tipo de música. E pode se dizer que outra artista agora se encaixa feito luva nesse conceito. É Ivete Sangalo, que acaba de lançar o CD duplo e DVD Acústico em Trancoso.

Desde os tempos de Banda Eva, essa cantora e compositora baiana nos apresentava uma música popular, mas sem cair na vulgaridade. Ao iniciar a carreira solo, em 1999, Sangalo elaborou ainda melhor essa proposta, fugindo do nível rasteiro que os setores mais escancarados da axé music às vezes atingem, propondo música multifacetada, para cima e falando de temas universais, mas sem forçar a barra na simplicidade.

Desde então, ela conseguiu se firmar como a cantora mais popular deste país continente, vendendo milhões de discos e lotando todos os shows de suas turnês. Poderia ter se acomodado, como já aconteceu com vários colegas de profissão, mas isso nunca ocorreu. Sempre se desafia e propõe novos horizontes, como um show no mitológico Madison Square Garden (Nova York, EUA), ou gravar em parceria com Gilberto Gil e Caetano Veloso. E costuma dar certo.

Sempre que falo de Ivete eu me refiro a ela com um apelido, “A Grande Irmã”. Explico: às vezes, dá a impressão que ela está em todas, participando de todos os programas de TV, gravando com todos os artistas possíveis, em todos os comerciais… Onipresente. Isso me incomodava um pouco até ter a chance de conhece-la pessoalmente e entrevista-la. Aí, você percebe que ela faz isso não para massagear o próprio ego, e sim porque não consegue ficar parada.

Acústico Em Trancoso é mais um trabalho que explora novas cores para o trabalho dessa artista inquieta. Sem guitarras nem programação eletrônica, ela no entanto não se propõe ao acústico habitual, ou seja, som intimista e poucos instrumentos. Aqui, temos muita percussão, vibração e o vozeirão de Miss Sangalo acompanhada por ótimos arranjos. Às vezes, nem dá para notar que é “acústico”.

Tendo o alto astral e a beleza da paradisíaca Trancoso como cenário, Ivete nos mostra releituras bem bacanas de sucessos de sua carreira, além de sete músicas que nunca haviam sido incluídas em seus trabalhos anteriores, entre eles a excelente O Farol, funk de verdade incluído na abertura da novela global Haja Coração. Não estranhem se todas essas inéditas acabarem aparecendo nas paradas de sucesso futuramente.

Em CD, lançando em dois volumes, temos uma faixa exclusiva (incluída no CD Parte 01). Trata-se de Segredo, composição de Djavan gravada em estúdio e contando com a participação do próprio, em belo dueto. Embora com clima alto astral, o repertório tem dinâmica que não deixa o show cair na rotina, com direito a momentos mais sacudidos, alguns intermediários e outros dedicados ao mais puro romantismo. E a cantora se sai bem em todos, esbanjando versatilidade.

Além de Djavan, temos outras participações especiais: The Voice Kids (na faixa A Lua Q Eu T Dei), Vitin (da banda Onze 20, em Perto de Mim), Helinho (da banda Ponto de Equilíbrio, em Estar Com Você) e Zero a Dez (com Luan Santana). Todos se encaixam bem com a estrela da festa, que no entanto é quem acaba brilhando mais.

Acústico Em Trancoso mostra que Ivete Sangalo sabe como poucos atrair um público afeito a trabalhos populares sem se rebaixar ao popularesco, e a cativar um público mais sofisticado sem cair em um trabalho hermético e sofisticado demais. Ela achou o “ponto de equilíbrio” (curiosamente o nome da banda do convidado Helinho) perfeito para concretizar tal missão. Fazer o que, então? É bater palmas para essa verdadeira diva brasileira. Acertou de novo!

O Farol (ao vivo)- Ivete Sangalo:

Perto de Mim (ao vivo)- Ivete Sangalo:

A Lua Q Eu T Dei (ao vivo)- Ivete Sangalo:

Pato Fu lança um novo disco e faz shows em São Paulo e RJ

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Por Fabian Chacur

O Pato Fu acaba de lançar Não Pare Pra Pensar, e mostra o repertório do novo álbum no Rio e em São Paulo. Na Cidade Maravilhosa, a apresentação é nesta terça (2) às 21h no Teatro Bradesco RJ (avenida das Américas, nº 3.900-loja 160 do Shopping VillageMall- Barra da Tijuca-RJ- call center 4003-1212), enquanto na Terra da Garoa o show é nesta quarta-feira (3) no Teatro Bradesco SP (rua Palestra Itália, nº 500- 3º piso-Bourbon Shopping SP- call center 4003-1212). Os ingressos para ambos os shows custam de R$ 25,00 a R$ 140,00.

Não Pare Pra Pensar é o primeiro trabalho de inéditas do grupo oriundo de Belo Horizonte (MG) desde Daqui Pro Futuro (2007), e o primeiro em qualquer formato desde Música de Brinquedo Ao Vivo (2011). A banda define esta sua nova incursão no meio discográfico como mais dançante, festiva, vigorosa e roqueira do que seus trabalhos mais recentes. Ritchie participa da faixa Pra Qualquer Bicho, e John Ulhôa canta duas faixas (Ninguém Mexe Com o Diabo e You Have To Outgrow Rock ‘N’ Roll), algo raro em discos deles.

Além de John (guitarra, programações, teclados, violão e voz) e Fernanda Takai (vocal), o Pato Fu também conta com Ricardo Koctus (baixo e vocal), Lulu Camargo (teclados e arranjos orquestrais) e Glauco Mendes (bateria), este último estreando no time. Outra justificativa para o repertório mais dançante do novo CD é o fato de Fernanda reservar o repertório mais introspectivo para sua bem-sucedida carreira solo, que ela desenvolve paralelamente ao grupo.

Não Pare Pra Pensar (ao vivo)- Patu Fu:

Eu Era Feliz– Pato Fu:

You Have To Outgrow Rock ‘N’ Roll– Pato Fu:

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