Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Author: Flavio Canuto (page 2 of 5)

Leoni – Outro Futuro (2006)

leoni.jpgFinalmente, depois de um bem sucedido projeto acústico que contou com a participação de grandes nomes, Leoni volta ao procênio com um novo álbum e DVD chamado Outro Futuro.

Aqui, Leoni segue a fórmula do acústico e, acompanhado de outro músico, traz canções pop/românticas que prometem embalar os corações apaixonados.

Algumas delas, como as excelentes 50 Receitas e 40 dias no espaço, aparecem novamente bem parecidas das versões ao vivo. Os sucessos antigos, não têm espaço em Outro Futuro, e dão lugar a ótimas parcerias com Frejat e Moska.

Uma delas, Soneto Do Teu Corpo, me fizeram rever os conceitos sobre o talento do ex-Inimigos do Rei, Moska, “Línguas de lua varrem tua nuca. Línguas de sol percorrem tuas ruas. Juro beijar teu corpo sem descanso.”, impressionam tanto letra como a melodia maravilhosa.

Leoni parafraseia Caetano dizendo que “todas as canções são autobiográficas, mesmo as que não são”. Sem dúvida, Lado Z é prova disso, que parece falar de uma história de amor, e ao mesmo tempo, da própria carreira desse músico um tanto lado Z na MPB, mesmo com talento e carisma de sobra.

Dois outros destaques são a própria faixa título, e a parceria com Frejat, A chave da porta da frente. Ainda não vi o DVD Outro Futuro, gravado em Paris, mas se o padrão Leoni de qualidade for seguido mais uma vez, fica a certeza de um ótimo programa.

EMI descobre fraude em subsidiária no Brasil

A gravadora EMI revelou nesta quarta-feira que descobriu uma fraude contábil em sua subsidiária brasileira que inflou as receitas e os ganhos da empresa.”A avaliação da companhia é de que a fraude tenha exagerado as receitas em cerca de 12 milhões de libras (aproximadamente R$ 48 milhões) e os lucros operacionais em cerca de nove milhões de libras (cerca de R$ 36 milhões)”, afirmou um porta-voz da gravadora inglesa em um comunicado oficial.

A descoberta foi feita por meio de auditorias internas. A companhia anunciou que o impacto contábil deve se refletir nos resultados financeiros do semestre que se encerrou no dia 30 de setembro.

O comunicado da EMI também diz que uma investigação completa está sendo feita e que membros da diretoria da companhia no Brasil foram suspensos.

A empresa ainda não entregou o caso às autoridades, mas continua fazendo as suas apurações internas. Apesar de não haver confirmação da EMI, uma fonte ligada à companhia na Grã-Bretanha disse à BBC que a irregularidade se restringe ao Brasil e estaria ligada a transações domésticas.

A divulgação dos dados fizeram com que as ações da companhia caíssem cerca de 8,8% na Bolsa em Londres.

Até a conclusão desta reportagem, o departamento jurídico da EMI brasileira não havia se pronunciado sobre o assunto. Um assessor da empresa no Brasil disse que não poderia fazer mais declarações além do incluído na mensagem já divulgada pela empresa.

Fonte: BBC Brasil

“Caetano e Chico são irresponsáveis”, diz Tom Zé

Com seus 70 anos comemorados recentemente (no dia 11), Tom Zé começou a apresentar nesta sexta-feira, em São Paulo, seu novo espetáculo, baseado no disco DANÇ-ÊH-SÁ, Dança dos Herdeiros do Sacrifício . O show, como o CD, propõe o “enterro da canção” (nenhuma música tem letra) e o despertar da juventude brasileira. E como música apenas é bobagem para ele, o compositor não pouca ninguém. “Caetano e Chico são irresponsáveis”, brada.O compositor se refere especificamente aos novos álbuns dos ícones da MPB. “Eles são gênios. Se nossa juventude é hedonista e desinteressada pela solidariedade, esses gênios têm de se mobilizar”, segue.

A avaliação sobre os jovens não é de Tom Zé, mas de uma pesquisa feita pela MTV em 2005. Ela foi uma das inspirações de DANÇ-ÊH-SÁ . “Ele (o disco) é uma chamada à responsabilidade de todos os nossos gênios”, discursa o artista.

Mesmo sem utilizar palavras, o disco – e o show que fica em cartaz até domingo no Sesc Pinheiros – vai fundo também na política. “Tudo o que tenho de dizer está aí. Permaneço silencioso diante do que tem ocorrido na política brasileira. Na mão do político, o dicionário foi sepultado e as palavras não querem dizer mais nada”, fala.

A sonoridade de DANÇ-ÊH-SÁ mistura sons folclóricos e africanos com pegadas eletrônicas (ainda que quase todos os instrumentos utilizados sejam acústicos). As músicas levam, além de seus títulos, referências a batalhas envolvendo povos negros e indígenas.

“Vou tentar mostrar que ainda somos um país negro nesse mundo de globanalização e capitalismo selvagem”, diz Tom Zé.

Quem for ao Sesc ouvirá poucas palavras, mas verá a postura indomável que faz do músico um dos expoentes da criatividade da música brasileira.

Fonte: Redação Terra

Minha opinião: Tom Zé sempre foi mais famoso por suas entrevistas, e pelo seu bom caráter, do que por seu trabalho como artista. Ainda não ouvi o seu último trabalho, mas tenho certeza absoluta que não passa perto de e Carioca, de Caetano e Chico respectivamente. Aliás, a canção já foi “enterrada” dezenas de vezes no século passado, Tom Zé parece estar um pouco atrasado…

A morte de um sistema perverso

tiazinha.jpgO fechamento da maior cadeia de lojas de discos dos EUA, a Tower Records, não representou apenas a perda de uma excelente opção de compra e de um ponto de encontro para os fãs de música (já assisti a alguns ótimos pocket shows na Tower Records). Trata-se do fim de um sistema viciado cultivado pelas grandes gravadoras que consistia na venda de álbuns, divulgação dos mesmos nas FMs, etc.

Não comemoro o fim da Tower (ou de outras grandes lojas de CDs no mundo todo), muito pelo contrário, cresci frequentando estas lojas, olhando as capas, gastando muito com os álbuns que ajudaram na minha formação musical. No entanto, assim como aconteceu com os cinemas de rua (que eu também adorava), o ciclo das lojas como a Tower está acabando, sobrando espaço apenas para aquelas mais alternativas, focadas a um público específico.

As grandes lojas se vão, mas a música continua, até mais forte do que antes. Você não precisa mais comprar um álbum completo (como queriam as majors) para ouvir aquela canção que deseja, os novos artistas, quase sempre marginalizados pelas grandes gravadoras, agora têm um acesso muito mais fácil ao mercado através da Internet e das gravadoras independentes.

Isso sem falar na facilidade que se tem hoje para gravar um CD, até num PC doméstico, sem precisar se humilhar para um grande produtor coberto de arrogância, que mal dava ouvidos aos artistas iniciantes e só buscava o lucro fácil (lembrem-se até a talentosíssima Tiazinha já gravou numa major).

Será que precisamos mesmo lamentar tanto a morte daquele sistema perverso das majors? Não creio. Acho que é hora de comemorarmos o sucesso de serviços como o iTunes, e os nacionais, Trama Vitual, o Sonora, e o UOL Megastore. Ah, claro…não posso deixar de mencionar a revolução de blogs como MONDO POP, que tomaram o espaço das tendenciosas “revistas musicais”. E viva a música!

Tower Records fecha as portas

tower_records.jpgConfirmando o que já se especulava há meses, a rede Tower Records, mais tradicional do setor de discos dos EUA, anunciou na semana passada que está encerrando suas atividades. O grupo Great American, que havia comprado a empresa por US$ 134 milhões, revelou que irá fechar todas as 300 lojas da rede, espalhadas por vários estados americanos.

O primeiro passo para o fechamento foi dado no último fim de semana, quando as lojas da Tower iniciaram uma liquidação-monstro de seus estoques. A decisão é livrar-se dos discos (CDs e DVDs) e fitas o mais rápido possível, para entregar os respectivos imóveis. “Os clientes nunca viram descontos tão grandes”, afirmou o presidente do grupo, Andy Gumaer.

Na verdade, o Great American ficou com o espólio da Tower depois que a empresa pediu concordata e, alguns meses mais tarde, entrocu com pedido de falência. O grupo é especializado em liquidações de empresas e espera, com o anúncio bombástico da liquidação recuperar bem mais do que os US$ 134 milhões investidos. O processo todo deve durar seis semanas, previu Gumaer. “É triste ver uma dinastia como a Tower terminar assim”, disse ele, que confessou ter sido também cliente da loja.

O total de dívidas da Tower com as gravadoras e distribuidoras supera a casa dos US$ 210 milhões. O fim melancólico da rede, atribuído ao crescimento da Internet, segue o de outras empresas semelhantes, como Musicland e Strawberries, também afetadas pela violenta queda nas vendas de discos.

Fonte: The Los Angeles Times

You Tube/Google: Bom pra quem?

youtube.jpg12 de outubro de 2006. A essa altura, até o “seo” Zé lá em Tatuí já sabe sobre a compra do mais novo fenômeno da Internet, o You Tube. Apesar de ser aparentemente algo simples, vídeo na Internet, o You Tube foi muito além, possibilitando que os próprios usuários colocassem os seus vídeos no site, e ainda que sejam feitos comentários por parte de outros (acrescentando o conceito de comunidade). O resultado todos sabem: sucesso absoluto em pouco tempo.O que me intriga é que quem comprou o You Tube foi a Google, aquela mesma empresa que já é dona do Orkut, Picasa, Blogger, dos anúncios aí do lado, do e-mail que uso, etc…

Não tenho absolutamente nada contra a Google, muito pelo contrário, admiro seus serviços, sua competência, a capacidade de montar um search engine tão poderoso, um sistema tão eficiente e lucrativo como o AdWords, e tantos outros produtos gratuitos.

No entanto, a história nos mostra que qualquer tipo de monopólio nunca trouxe benefícios para os consumidores. O até então independente, You Tube, poderia agora cair mais facilmente nas garras das grandes gravadoras e perpetuar o seu esquema viciado nas FMs também na Internet? A Google estaria disposta a manter a política do “do it yourself” que impera no site e se sujeitar a processos milionários?

Isso só o tempo vai dizer, mas a sorte está lançada, o vídeo na Internet hoje é uma realidade graças a popularidade e a independência do You Tube. E que venha o próximo fenômeno.

Veja os ex-donos do You Tube felizes comentando a venda:

http://www.youtube.com/watch?v=QCVxQ_3Ejkg

 

Trash 80 – Volume 1: Edição Nacional

trash80.jpgO culto aos anos 80 já não é mais novidade. Já faz um bom tempo que artistas praticamente esquecidos pela grande mídia animam shows “oitentistas” pelo País. Uma das festas mais famosas é a “Trash 80”, que acabou se tornando casa noturna em SP, e palco para shows de astros como Sergio Mallandro, Paquitas, Pedro de Lara, e afins…O CD Trash 80’s Volume 1: Edição nacional, traz o melhor (ou pior) dos anos 80. O repertório conta com nomes como Dominó, Paquitas, Balão Mágico, Magal, Vanusa, entre outros.

Algumas canções aparecem pela primeira vez em formato digital (o já desgastado CD), uma delas é É bom para o moral, da cantora/ex-chacrete/dançarina/atriz-pornô, Rita Cadilac. Ouça pelo menos metade da música e entenderá porque nunca ninguém a lançou em CD, só mesmo uma coletânea menos séria como esta poderia trazê-la.

Seja ao som do Amante Profissional, Sândalo de Dandi, ou ao balanço de Mamma Maria, não dá pra ficar parado ouvindo Trash 80. Uma ótima diversão, expressamente proibida aos menores de menores 28 anos, que por motivos óbvios, não são capazes de entender metade da brincadeira.

Visite o site:
www.trash80.com.br

Nota zero para o colunista Marcelo Camelo

camelo.jpgNão tenho dúvidas que Marcelo Camelo é o maior compositor da nova safra da MPB. Sim, ele tem apenas 28 anos, gravou quatro discos com a sua banda (os Los Hermanos), e compôs para alguns outros grandes artistas do País.

Sou fã de seu trabalho, admiro a banda, e principalmente por isso fui atraído a sua coluna no site G1, da Globo.com. Ansioso para ler algo tão interessante quanto suas canções ,me deparei com um texto digno de Caetano Veloso no exílio (quando este escrevia para a a saudosa revista O Pasquim).

Para mim, a língua Portuguesa deve ser respeitada em qualquer texto, isso é primordial. Mas o objetivo principal de qualquer escritor é ser compreendido, fazer com que a sua mensagem chegue ao leitor. Sem isso, o texto não tem razão de existir.

Nos países de língua Inglesa eles dizem “Less is more”. Isso se reflete em sua cultura, literatura, sistema político-jurídico, etc. Camelo parece ir na direção contrária, mais de encontro aos nossos colonizadores, mestres da burocracia. Complica ao invés de simplificar, se esconde atrás de subterfúgios, dá duzentas voltas para chegar ao destino. Destino? Seus textos parecem não ter um sentido exato, um prumo, ou algo que o valha.

Será que ainda vivemos no Brazil da Tropicália, caro Marcelo? O Brasil “inteligente” precisa se apoximar do Brasil “popular”, e não se distanciar dele. Se continuarmos desta forma, os “Brasis” ficarão cada vez mais distantes, para o azar de todos nós.

“Rádios rock”: sempre mais do mesmo

rock_radio.jpgOs 40 anos do álbum Revolver tem sido celebrado pelos amantes da música em todos os cantos do planeta (acabo de ouvir “Good Day Sunshine” numa rádio dos EUA), mas o fato passou quase que desapercebido por aqui. Aliás, pergunte a um garoto de 16 anos qual a canção dos Beatles que ele mais gosta. A resposta certamente será “Twist and Shout”, isso se ele souber quem são os Fab Four.

Ah, sim. Os grandes responsáveis pela formação musical dos jovens neste País ainda são as indefectíveis “rádios rock”, cuja a programação segue a mesma irracionalidade há mais de vinte anos. E qual a linha que seguem os programadores destas emissoras seguem? Apostar em uma ou duas canções de algumas bandas “famosas”, e principalmente, garantir parte de seu horário reservado para o “jabá”, e é isso. 

O resultado é óbvio. Apostando na mesmice, outras grandes canções de grandes bandas são simplesmente ignoradas por esse sistema podre que forma ouvintes com conhecimentos musicais cada vez mais limitados, e que por conta desta total escassez de influências acabam produzindo músicas “pasteurizadas” quando chegam aos estúdios. 

OK, agora a Internet permite que você ouça a uma rádio de Manchester, baixe uma música de uma banda nova da Escócia, e se liberte deste círculo vicioso. Pois faça isso, liberte-se. Não é possível que os Guns N’ Roses continuem a ser mais cultuados que os Beatles por aqui, ou que todas as bandas nacionais tenham a mesma sonoridade de uma banda pós-punk californiana (só falta o falso sotaque britânico) por mais dez anos.

Um misterioso silêncio

megaupload2.jpgVolta e meia as jurássicas grandes gravadoras que ainda insistem em seus velhos métodos de divulgação, e formatos falidos armam verdadeiras ‘caça às bruxas’ contra usuários, provedores de Internet, a fim de coibir a violação dos direitos autorais de suas obras (não seriam os direitos autorais pertencentes aos seus autores?). O fato é que mesmo os badaladíssimos myspace.com e youtube.com são alvo de críticas por parte das outrora poderosas gravadoras multinacionais.

O que me intriga é o silêncio com relação àqueles serviços de discos virtuais, como o alemão Rapidshare, e o norte-americano Megaupload (ambos estão entre os sites mais acessados da Internet). Aparentemente, estes serviços servem para que sejam armazenados grandes arquivos em seus servidores, e as empresas de telecomunicações lucram com o tráfego através de suas redes internacionais através de tarifas de interconexão (muitas vezes altíssimas).

A verdade é que dezenas terabytes de conteúdo protegido passam a cada dia por estes serviços e ninguém diz absolutamente NADA sobre isso. Gostaria de saber quanto estas empresas de Webhosting + Webspace lucram, e, principalmente, o porquê de sua “imunidade”. Quem souber, por favor, faça o upload da resposta.

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