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O pop de ontem, hoje, e amanhã...

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Vem aí filme de Crosby Stills Nash & Young

Em 2006, o Crosby Stills Nash & Young voltou a se reunir para uma turnê pelos EUA intitulada Freedom Of Speech ’06. Falando ao site www.billboard.com , David Crosby afirma que o grupo está preparando um documentário e um álbum ao vivo registrando momentos marcantes dos shows. Segundo ele, enquanto Neil Young se concentra no documentário, os quatro estão, juntos, selecionando gravações para o álbum ao vivo. “Será um filme mais ambicioso do que um mero documentário; iremos leva-lo para os festivais e tentar ganhar prêmios”, garante o veterano roqueiro.

Os shows tiveram forte conotação política, e, neles, o grupo tocou algumas faixas do recente álbum solo de Neil Young, Living With War, cujas ácidas canções pegam no pé do governo de George W.Bush. Ainda não foram definidos título e data exata do lançamento do documentário e do CD ao vivo, embora a idéia seja ver os produtos no mercado ainda em 2007. Todo o material será extraído da tour 2006, ignorando gravações feitas durante as duas turnês imediatamente anteriores do célebre super grupo, realizadas em 2000 e 2002. Enquanto isso, Crosby, Stills & Nash farão shows na Austrália e na Nova Zelândia nos meses de fevereiro e março, e Crosby & Nash tem algumas datas marcadas para os EUA em breve. Novos shows do Crosby Stills Nash & Young não estão previstos para tão cedo, embora Crosby confesse que “nada me deixaria mais feliz do que se isso ocorresse”.
Crosby Stills Nash & Young interpretam After The Garden, 2006:
http://www.youtube.com/watch?v=-3vEZXMcGqQ
Clipe de American Dream, com Crosby Stills Nash & Young:
http://www.youtube.com/watch?v=HnODGQCthgw
Clipe de Vampire Bush, com Neil Young:
http://www.youtube.com/watch?v=JXgAbrhAI7I

Ben Harper faz show longo e eletriza Via Funchal

harper.jpgBen Harper deu uma de Bruce Springsteen em seu segundo e última apresentação em São Paulo, realizada na noite de terça-feira na Via Funchal (SP). O autor de Born In The USA é conhecido por shows longos e repletos de música, e seu conterrâneo foi pela mesma linha, para delírio da platéia que literalmente entupiu a casa de shows paulistana. Aliás, o calor por lá era tanto que algumas pessoas saíram desmaiadas. Quem agüentou o tranco, no entanto, não teve do que reclamar.

A abertura do espetáculo ficou a cargo de “El Bigodón” Donavon Frankenreiter. O amigo de Jack Johnson também é surfista, e tem algumas músicas com o mesmo estilo das do amigo, mas provou, em sua ótima performance, que também curte muito soul e rock, além de cantar bem e solar com garra e personalidade. A excelente troca de energias entre o músico e os fãs chegou ao auge quando as músicas It Don’t Matter e Free, seus maiores sucessos na Terra Brasilis, entraram em cena. Não estranhem se, em um futuro não muito distante, Frankenreiter voltar para uma turnê própria.

Pouco antes da meia noite, Mr. Harper entrou em cena, acompanhado por sua banda Innocent Criminals, integrada por Oliver Charles (bateria), Leon Mobley (percussão), Juan Nelson (baixo), Michael Ward (guitarra) e Jason Yates (teclados). Sua mistura de reggae, blues, rock, soul e folk se mostrou plenamente azeitada, não permitindo lacunas de tédio ou mesmice. Além de musicas próprias como Forgiven, Burn To Shine e Black Rain, tivemos releituras apetitosas de Get Up Stand Up (Bob Marley) e Heart Of Gold (Neil Young). Com voz personalizada e simpatia estampada na face, Harper ainda teve tempo de chamar Donavon Frankenreiter para um dueto em Diamonds On The Inside, um dos grandes momentos da festança. O relógio marcava duas e meia da madruga quando as luzes se acenderam.

Site oficial de Ben Harper:
www.benharper.net

Ben Harper canta Burn One Down:
http://www.youtube.com/watch?v=INt3pSdjdFI

Donavon Frankenreiter canta It Don’t Matter:
http://www.youtube.com/watch?v=bzthzJ1mryU

America é produzido por músicos badalados

O América, um dos grupos internacionais que mais tem se apresentado no Brasil nos últimos anos, sempre com sucesso, tem boas novidades para os fãs. Acaba de sair nos EUA um álbum duplo, intitulado Here & Now e lançado pela Sony BMG/Burgundy Records. O álbum se divide em duas partes distintas.

O segundo disco reúne recentes releituras ao vivo das 12 faixas da coletânea History-America’s Greatest Hits, de 1976, com direito a hits como A Horse With No Name, Ventura Highway e Sister Golden Hair, entre outros. Mas o creme do pacote está no outro disquinho, que inclui 12 canções inéditas, sendo várias delas compostas em parceria com Adam Schlesinger, dos grupos Fountains Of Wayne e Ivy, James Iha, do Smashing Pumpkins, e Ira Elliot, do Nada Surf. A produção também ficou a cargo dos rapazes. Chasing The Rainbow, Indian Summer, Ride On, This Time e Work To Do são algumas das faixas.

O trabalho ainda não tem previsão de sair por aqui, mas, levando-se em conta o sucesso que o duo formado por Dewey Bunnell e Gerry Beckley faz por aqui, deve chegar às nossas lojas mais cedo ou mais tarde. Também participam do disco Ben Kweller, integrantes do grupo My Morning Jacket e Ryan Adams. Este último, por sinal, só marca presença em uma faixa, intitulada Glass King, disponível apenas como faixa bônus, para quem adquirir o álbum via Itunes.

Site oficial do America:
http://www.venturahighway.com/index.php

A Horse With No Name ao vivo nos anos 70:
http://www.youtube.com/watch?v=Vs0jje37v9Y&mode=related&search=

Duetos – Roberto Carlos (Sony/BMG)

rei.jpgVocê consegue imaginar um disco de Roberto Carlos datado de 2006 que abra com puro rock and roll? Pois não precisa, é só ir na loja mais próxima (virtual ou física) ou garimpar na rede Duetos , novo trabalho do Rei. É isso mesmo: a abertura é um pot-pourry com Tutti-Frutti , Long Tall Sally , Hound Dog , Blue Suede Shoes e Love Me Tender , interpretadas com o eterno parceiro Erasmo Carlos.

Infelizmente, não se trata de uma versão atual, e é aí que entra a hora de explicar do que se trata esse projeto, lançado em CD e DVD (este com duas faixas a mais). Na verdade, trata-se de uma compilação com gravações extraídas de especiais natalinos gravados pelo astro na Globo entre 1977 e 2005. Ou seja, é inédito, embora também seja uma compilação de material antigo.

A festa rock and roll que abre Duetos é de 1977 e tem como curiosidade a banda, composta por músicos que não tocavam habitualmente com Roberto, como o baterista Sérgio Herval (do Roupa Nova), o guitarrista Marcelo Sussekind (Herva Doce) e o pianista Renato Ladeira (Herva Doce). Com Tom Jobim, em gravação feita em 1978, ele interpreta Lígia , no melhor esquema vozes e piano. Mesma fórmula, por sinal, utilizada em Coração de Estudante (de 1985), com Milton Nascimento e Wagner Tiso. Caetano Veloso é o parceiro em Alegria Alegria . O Jota Quest vira banda de apoio do Rei em Além do Horizonte , o momento mais rocker e pesado do pacote. Tem também Fafá de Belém, Wanderléa, Gal Costa, Fagner, Chitãozinho & Xororó, Ângela Maria, Ivete Sangalo e um atacadão de astros da Jovem Guarda (na canção Jovens Tardes de Domingo ). Com todo o perfil caça-níqueis que possa parecer ter, Duetos é altamente recomendável, pois Roberto Carlos se mostra solto, cantando muito e esbanjando versatilidade, pois vai do rock ao sertanejo, da balada brega à bossa nova, sempre com desenvoltura.
Roberto Carlos ao vivo canta Desahogo (Desabafo, em castelhano) :
http://www.youtube.com/watch?v =cv_bDL5uH5A


Abertura da entrevista coletiva sobre o CD Duetos :
http://www.youtube.com/watch?v =E8w_ZlU3n8A


Roberto Carlos ao vivo em 1984 com Cama e Mesa :
http://www.youtube.com/watch?v =oKkFacskyWA

O poder da mídia digital

weird.jpgVocê lembra de um cantor chamado Renato Barbosa, intitulado por Silvio Santos como o Rei da Paródia? Provavelmente, não. Tudo bem, não se espante. Isso faz aproximadamente 20 anos e o Rei da Paródia nunca conseguiu gravar um LP que alcançasse tamanha vendagem para lhe valer a alcunha de Rei.

Mas se o Rei da Paródia, falecido em 2003, estivesse vivo hoje? A chance dele se virar proprietário de um trono da mais alta estirpe aumentaria consideravelmente. Duvida?

Então analise o caso do músico Weird Al Yankovic, famoso por suas paródias. Depois de ralar por mais de 30 anos e lançar (acreditem) 12 álbuns, nosso digníssimo Yankovic conseguiu um feito desejado por muitos artistas de ponta: emplacou um álbum entre os 10 mais vendidos da Billboard, a bíblia da música norte-americana.

Straight Outta Lynwood , o tal álbum, tomou de assalto a décima posição da Billboard 200, que lista semanalmente os 200 álbuns musicais mais vendidos. Como ele conseguiu esse feito? A resposta está na ponta da língua: seu sucesso está totalmente ligado a popularidade que conseguiu por meio da internet. E mais, o single White and Nerdy ficou em nono lugar na lista Billboard Hot 100!!!!

Tamanha repercussão transformou o bravo parodiador em celebridade instantânea, com direito a entrevista no site da mega corporação das comunicações CNN. “O vídeo ( White and Nerdy ) ganhou muita atenção, e a proliferação em lugares como o YouTube foram de grande ajuda”, comentou. Outro meio bastante utilizado por ele foi o MySpace, site de relacionamentos do qual o músico faz parte desde julho de 2006 e no qual até hoje já incluiu mais de 210 mil contatos.

E tem mais, na loja do iTunes, usada proprietários de iPod, White and Nerdy ficou entre o Top 5 de músicas mais baixadas por diversas semanas.

Diferente de outros músicos que adoram criticar a internet em razão da questão dos direitos autorais, Yankovic está rindo a toa. Nunca fez tanto sucesso (entenda por shows), deu tanta entrevistas, foi tão popular e, como conseqüência, faturou tanto. 

No site do artista, http://www.weirdal.com, é possível baixar versões gratuitas das músicas You’re Pitiful , paródia de You’re Beautiful , de James Blunt, que não pôde entrar no novo CD, além de Don’t Download This Song , que fala das redes de compartilhamento de arquivo.
Confira o clipe de White and Nerdy:
http://www.youtube.com/watch?v=rWs1FF-BS7c
Acesse o site do figura:
http://www.weirdal.com/

Conheça mais da vida dele:
http://en.wikipedia.org/wiki/%22Weird_Al%22_Yankovic

A morte de um sistema perverso

tiazinha.jpgO fechamento da maior cadeia de lojas de discos dos EUA, a Tower Records, não representou apenas a perda de uma excelente opção de compra e de um ponto de encontro para os fãs de música (já assisti a alguns ótimos pocket shows na Tower Records). Trata-se do fim de um sistema viciado cultivado pelas grandes gravadoras que consistia na venda de álbuns, divulgação dos mesmos nas FMs, etc.

Não comemoro o fim da Tower (ou de outras grandes lojas de CDs no mundo todo), muito pelo contrário, cresci frequentando estas lojas, olhando as capas, gastando muito com os álbuns que ajudaram na minha formação musical. No entanto, assim como aconteceu com os cinemas de rua (que eu também adorava), o ciclo das lojas como a Tower está acabando, sobrando espaço apenas para aquelas mais alternativas, focadas a um público específico.

As grandes lojas se vão, mas a música continua, até mais forte do que antes. Você não precisa mais comprar um álbum completo (como queriam as majors) para ouvir aquela canção que deseja, os novos artistas, quase sempre marginalizados pelas grandes gravadoras, agora têm um acesso muito mais fácil ao mercado através da Internet e das gravadoras independentes.

Isso sem falar na facilidade que se tem hoje para gravar um CD, até num PC doméstico, sem precisar se humilhar para um grande produtor coberto de arrogância, que mal dava ouvidos aos artistas iniciantes e só buscava o lucro fácil (lembrem-se até a talentosíssima Tiazinha já gravou numa major).

Será que precisamos mesmo lamentar tanto a morte daquele sistema perverso das majors? Não creio. Acho que é hora de comemorarmos o sucesso de serviços como o iTunes, e os nacionais, Trama Vitual, o Sonora, e o UOL Megastore. Ah, claro…não posso deixar de mencionar a revolução de blogs como MONDO POP, que tomaram o espaço das tendenciosas “revistas musicais”. E viva a música!

Rod Stewart, outro veterano no numero um da parada ianque

rod.jpgEsse, pelo visto, será relembrado como um ano de grandes notícias para artistas veteranos nas paradas de sucesso dos EUA. Após disco póstumo de Johnny Cash e o mais recente de Bob Dylan (leia em http://mondopop.net/blog/?p=180), agora é a vez de Rod Stewart comemorar a façanha de atingir o topo da Billboard, o ranking mais importante para o mundo pop mundial. O disco é Still The Same…Great American Rock Classics Of Our Time (leia mais em http://www.mondopop.net/blog/?s=rod+stewart), que vendeu esta semana 184 mil cópias e o elevou ao primeiro lugar, destronando o grupo Evanescence, líder na semana anterior.

É a segunda vez nesta década que o consagrado roqueiro britânico atinge tal objetivo, tendo sido a anterior em 2004, com o álbum The Great American Songbook Volume 3 . Rod viveu seu auge em termos de paradas de sucesso nos anos 70, quando emplacou dois álbuns no número um da terra de Bill Clinton, Every Picture Tells a Story (1971, que inclui Maggie May ) e Blondes Have More Fun (1979, de Do Ya Think I’m Sexy? ) Para completar o cenário, encontram-se no top 10 americano discos de artistas “das antigas” como os cantores country Jimmy Buffett e George Strait (respectivamente em quarto e oitavo lugares) e o jazzista/rei dos standards Tony Bennett (quinto lugar).

Isso pode ser indicação de uma tendência possível: como a molecada está baixando músicas direto da internet, por vias legais ou não, os CDs estão sendo cada vez mais objeto de consumo das faixas de idade mais elevadas. Se bem que tal argumento se quebra se levarmos em conta as maiores vendagens do ano, que são de Justin Timberlake, Beyoncé e Evanescence, cujos trabalhos são totalmente focados na molecada.

Rod Stewart canta Maggie May ao vivo em 1971 com The Faces :
http://www.youtube.com/watch?v=hD7PAetIQb8
Rod Stewart canta trechos das músicas de Still The Same……:
http://www.youtube.com/watch?v=Hslum4d85gY

You Tube/Google: Bom pra quem?

youtube.jpg12 de outubro de 2006. A essa altura, até o “seo” Zé lá em Tatuí já sabe sobre a compra do mais novo fenômeno da Internet, o You Tube. Apesar de ser aparentemente algo simples, vídeo na Internet, o You Tube foi muito além, possibilitando que os próprios usuários colocassem os seus vídeos no site, e ainda que sejam feitos comentários por parte de outros (acrescentando o conceito de comunidade). O resultado todos sabem: sucesso absoluto em pouco tempo.O que me intriga é que quem comprou o You Tube foi a Google, aquela mesma empresa que já é dona do Orkut, Picasa, Blogger, dos anúncios aí do lado, do e-mail que uso, etc…

Não tenho absolutamente nada contra a Google, muito pelo contrário, admiro seus serviços, sua competência, a capacidade de montar um search engine tão poderoso, um sistema tão eficiente e lucrativo como o AdWords, e tantos outros produtos gratuitos.

No entanto, a história nos mostra que qualquer tipo de monopólio nunca trouxe benefícios para os consumidores. O até então independente, You Tube, poderia agora cair mais facilmente nas garras das grandes gravadoras e perpetuar o seu esquema viciado nas FMs também na Internet? A Google estaria disposta a manter a política do “do it yourself” que impera no site e se sujeitar a processos milionários?

Isso só o tempo vai dizer, mas a sorte está lançada, o vídeo na Internet hoje é uma realidade graças a popularidade e a independência do You Tube. E que venha o próximo fenômeno.

Veja os ex-donos do You Tube felizes comentando a venda:

http://www.youtube.com/watch?v=QCVxQ_3Ejkg

 

Renato continua Russo, dez anos depois

renato_russo3.jpgLogo de cara, para não gerar comentários do tipo “insensível” ou “desrespeitoso”, deixo claro que lamento muito o fato de Renato Manfredini Jr. ter nos deixado há dez anos, em 11 de outubro de 1996. Sei a dor de perder entes queridos, pois já perdi pai, mãe e irmão. Mas isto aqui é site de música, então, vamos ao que interessa, a pergunta que não quer calar: dez anos após a morte de seu líder, o que nos resta da Legião Urbana? Mais ou menos o mesmo do que existia na época, ou seja, pouco ou quase nada.

Desde o seu início, nos anos 80, Legião Urbana sempre foi sinônimo de culto messiânico, de poesia de plástico, de musicalidade tosca e derivativa. Os fraquíssimos músicos Dado Villa-Lobos (que ironia um guitarrista tão limitado ter um sobrenome dessa nobreza em termos musicais…) e Marcelo Bonfá, acompanhados pelos Carlos Trilhas e Negretes da vida, só geraram pastiches absurdamente iguais ao som de outros artistas. Ou alguém vai ter a cara dura de negar que Ainda é Cedo é U2 cuspido e escarrado? Ou que Índios é New Order mal xerocado? Ou ainda que Tempo Perdido chupinha The Smiths sem a menor cerimônia? E por aí vão os exemplos. E não estou falando em influências, algo plenamente normal em música, e sim em cópias descaradas, malfeitas, sem imaginação.

Quanto às letras, Renato Russo sempre foi muito inteligente, e soube escrever gororobas panfletárias e messiânicas que conseguiram cativar adolescentes incautos, que não tiveram a oportunidade de conferir poetas roqueiros de verdade, tipo Bob Dylan, Cazuza, John Lennon ou Raul Seixas. Não por acaso, sempre chamei o grupo de Legião Urbana da Boa Vontade, e seu líder, de Pastor Russo. Quem leu as inúmeras entrevistas que o cantor e compositor deu, em seus 35 anos de vida, sabe que ele nunca negou seu lado manipulador, marqueteiro, maligno, até. E conseguiu atingir seu intuito, graças a um inegável talento para vomitar clichês, uma voz ótima e de dicção perfeita e um carisma também difícil de ser rejeitado. Lógico que, nos discos gravados pela Urban Legio, há bons momentos, tipo Eduardo e Mônica , Música Urbana 2 , Metal Contra As Nuvens , mas são tão poucos, comparados com os ruins, que não justificam tanto culto. Ser humano Renato Russo à parte, Legião Urbana não faz falta alguma ao rock brasileiro atual. Que descanse em paz.

Nota zero para o colunista Marcelo Camelo

camelo.jpgNão tenho dúvidas que Marcelo Camelo é o maior compositor da nova safra da MPB. Sim, ele tem apenas 28 anos, gravou quatro discos com a sua banda (os Los Hermanos), e compôs para alguns outros grandes artistas do País.

Sou fã de seu trabalho, admiro a banda, e principalmente por isso fui atraído a sua coluna no site G1, da Globo.com. Ansioso para ler algo tão interessante quanto suas canções ,me deparei com um texto digno de Caetano Veloso no exílio (quando este escrevia para a a saudosa revista O Pasquim).

Para mim, a língua Portuguesa deve ser respeitada em qualquer texto, isso é primordial. Mas o objetivo principal de qualquer escritor é ser compreendido, fazer com que a sua mensagem chegue ao leitor. Sem isso, o texto não tem razão de existir.

Nos países de língua Inglesa eles dizem “Less is more”. Isso se reflete em sua cultura, literatura, sistema político-jurídico, etc. Camelo parece ir na direção contrária, mais de encontro aos nossos colonizadores, mestres da burocracia. Complica ao invés de simplificar, se esconde atrás de subterfúgios, dá duzentas voltas para chegar ao destino. Destino? Seus textos parecem não ter um sentido exato, um prumo, ou algo que o valha.

Será que ainda vivemos no Brazil da Tropicália, caro Marcelo? O Brasil “inteligente” precisa se apoximar do Brasil “popular”, e não se distanciar dele. Se continuarmos desta forma, os “Brasis” ficarão cada vez mais distantes, para o azar de todos nós.

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