No finalzinho de janeiro, Smokey Robinson divulgou o single If We Don’t Have Each Other, e mostrou que estava em belíssima forma como compositor e cantor (leia mais e ouça essa canção aqui). Para comprovar que a fase é mesmo sensacional, o cantor e compositor estadunidense volta com mais uma pérola inédita.
Também composta por Smokey, How You Make Me Feel investe em uma sonoridade soul na qual o cantor encontra espaço para esbanjar sensualidade e categoria. A canção está sendo divulgada por um clipe repleto de belas cenas entre casais que foi divulgado nesta sexta (10), e que ilustra de forma impecável o romantismo da letra.
As duas faixas já divulgadas vão integrar o álbum GASMS, seu primeiro álbum de estúdio em seis anos, que chegará ao mercado musical no dia 28 de abril. Se o resto do material tiver a mesma qualidade dessas amostras, podemos nos preparar para um álbum antológico deste grande mestre da música pop, que completou 83 anos no último dia 19 de fevereiro.
Desde que voltou ao universo da música pop em 2006, após mais de 20 anos se dedicando a religião, Yusuf/Cat Stevens tem nos proporcionado música da mais alta qualidade, além de shows encantadores. Para deleite de seus milhões de fãs mundo afora, ele homenageia o aniversário de 80 anos do saudoso George Harrison com uma belíssima releitura acústica de Here Comes The Sun, gravada originalmente pelos Beatles em 1969 em seu icônico álbum Abbey Road.
Excelente violonista, Yusuf se vale basicamente do mesmo arranjo criado pelo autor, inclusive se valendo do mesmo tom. A canção parece ter sido feita sob medida para a sua linda voz. O resultado agrada em cheio, e mostra que quem sabe um álbum com releituras das composições do autor de Something possa ser um projeto bem bacana para este ótimo cantor, compositor e músico de 74 anos.
O U2 resolveu mergulhar em seu repertório de quatro décadas para selecionar as músicas para um novo álbum, Songs Of Surrender, que será lançado em vários formatos pela Universal Music no dia 17 de março (saiba mais aqui). Com curadoria e produção a cargo do guitarrista The Edge, foram escolhidas 40 canções para receberem novos arranjos, gravações e até alguns novos versos, em certos casos.
Algumas das regravações já estão disponíveis nas plataformas digitais, e tem em comum o vocalista Bono usando regiões mais graves de sua extensão vocal. O resultado certamente levará alguns fãs a preferir de longe as versões originais, mas uma frase do grupo Roupa Nova ao fazer um trabalho com este mesmo enfoque em 1999 (Agora Sim!) pode ser usado aqui: “as releituras não invalidam as versões originais, nem o contrário”.
Entre outras, temos em Songs Of Surrender canções como Beautiful Day (ouça aqui), One (ouça aqui), With Or Without You (ouça aqui) e Pride (In The Name Of Love). É ouvir e tirar suas próprias conclusões.
Para quem acha que a música atual é absolutamente desprezível, vale a pena pesquisar um pouco mais. Sempre é possível se encontrar novos e promissores valores. Como Arlo Parks, por exemplo. A cantora e compositora britânica de 22 anos estreou com tudo em 2021 com o álbum Colapsed in Sunbeams, que lhe valeu prêmios, duas indicações ao Grammy e o 3º posto na parada britânica. E a moça se mostra a todo vapor, se levarmos em conta suas novidades.
Parks anunciou para o dia 26 de maio o lançamento de seu 2º álbum, My Soft Machine, pela Transgressive Records. A primeira amostra, Weightless (ouça e veja o clipe aqui), agradou em cheio. E ela agora nos apresenta mais uma amostra para atiçar os nossos ouvidos.
Impurities traz uma levada rítmica hipnótica e leves toques de música ambient e oriental, com a voz doce e deliciosa da cantora britânica dando o tom geral. Em press release enviado à imprensa, ela explica a motivação em torno desta canção:
“Trata-se de estar perto de pessoas que fazem você se sentir como se sua feiura interior e falhas e erros não importassem, que o levantam e o fazem rir, que o fazem se sentir bem e limpo”.
Para a felicidade de quem gosta de conferir novos talentos em suas fases iniciais, Arlo Parks estará em breve no Brasil. Ela é uma das atrações do C6 Festival no dia 19 de maio em São Paulo, evento que também terá no elenco Kraftwerk, Caetano Veloso e Samara Joy, entre outros.
Os dez últimos anos da vida de Belchior (1946-2017) foram tão marcados pelo sensacionalismo da mídia em geral que todos os projetos que forem feitos em prol de reabilitar a sua imagem como um seminal cantor, compositor e músico devem ser louvados. E esse é precisamente o caso de Apenas Um Coração Selvagem, documentário de Camilo Cavalcanti e Natália Dias que será exibido no canal a cabo Curta! neste sábado (4) às 15h45 e domingo (5) às 22h15.
Com 90 minutos de duração, o documentário se vale de diversas entrevistas concedidas pelo autor de Apenas Um Rapaz Latino Americano durante a sua vida para servirem como narração, através da qual é apresentada a sua trajetória. O material foi muito bem pesquisado, e é legal poder conferir as memórias e pontos de vista de Belchior em várias fases de sua vida.
Além dos ótimos depoimentos dele, também temos apresentações ao vivo em shows e em programas de TV, que servem como bons exemplos não só da excelência e peculiaridade da obra do artista cearense, mas também para registrar o quanto ele era não só um inspirado compositor, mas também um extremamente competente intérprete, no seu estilo de trovador eletrônico.
Nesse aspecto, dois momentos são particularmente arrepiantes. Um é Bel (como seus amigos mais próximos o chamavam) mostrando toda a sua categoria como cantor em Paralelas.
Outro é uma performance simplesmente sensacional de Elis Regina interpretando Como Nossos Pais. As gravações de Elis dessa música e de Velha Roupa Colorida abriram o caminho para o compositor enfim estourar nacionalmente, já aos 30 anos de idade, com o antológico Alucinação (1976).
Como os autores optaram por não colher depoimentos atuais sobre Belchior, a excelente montagem feita pelo craque Paulo Henrique Fontenelle nos dá um clima de como se estivéssemos absorvendo as informações no tempo em que as mesmas estavam ocorrendo.
Isso evita um tom de endeusamento do artista, mostrando até mesmo momentos em sua carreira nos quais a crítica foi ácida com ele, e suas reações em relação a isso, sempre com muita classe e também uma pitada de acidez bastante compreensível para quem chegou a ser avacalhado.
Quem teve a oportunidade de conhecer e conviver com Belchior sabe o quanto ele era acessível, simpático e inteligente, e essas características surgem naturalmente durante Apenas Um Coração Selvagem.
A boa sacada fica por, na parte final do documentário, mostrar apenas de passagem aqueles dez anos de folclorização da vida particular do artista, vendido como um fujão, picareta e maluco. Esse período surge com citações rápidas de programas de TV e imagens de matérias de jornais e revistas.
Aquilo foi muito triste, pois entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 2000, Belchior ficou praticamente no limbo, ignorado por TVs, rádios e quetais, mesmo sendo acessível e tendo o que falar. Virar personagem de programas sensacionalistas nos seus anos finais foi realmente algo que ele não merecia, independente do que ocorreu naqueles anos dolorosos.
Belchior Apenas Um Coração Selvagem é uma bela forma de apresentar às novas gerações um dos grandes nomes da nossa cena cultural, alguém que soube usar a música e a poesia de forma inspiradíssima e própria, gerando assim uma obra que certamente permanecerá.
Lógico que não esgota o assunto, o que seria impossível em um único filme, mas certamente se torna indispensável para quem quer ter uma ideia de quem foi esse artista como também para quem, como eu, tem muita saudade daquele rapaz latino americano tão talentoso e tão gente boa.
Com 42 anos de idade, o cantor, compositor e músico canadense Dalla Green esbanja talento em duas frentes. Uma, como integrante da banda alternativa Alexisonfire. A outra em uma trajetória individual que ele batizou como City And Colour, brincando com o seu nome- Dallas, a cidade, e Green (verde), a cor. Seu trabalho é um dos mais consistentes de sua geração, e mais uma vez eles nos dá provas disso com o single Fucket Up, recém-lançado.
A canção é uma balada folk tocante, com melodia encantadora e uma letra profunda sobre os relacionamentos afetivos que ele explica em press-release enviado à imprensa:
“Eu queria escrever uma canção lúdica sobre as provações e atribulações de estar em um relacionamento. Quando você é jovem, você é vendido sobre esta ideia do que a vida deve ser… casar, ter filhos e viver feliz para sempre. Mas isso não é a vida real. Você muda. A vida evolui e você evolui com ela. Esta canção é para todos que estão passando por isso”.
Essa faixa incrível integrará o álbum The Love Still Held Me Near, que será lançado no dia 31 de março pela Still Records e Dine Alone Records (saiba mais informações sobre os formatos aqui).
Lana Del Rey voltará ao Brasil em breve. Ela será uma das atrações do festival MITA, que rola no dia 27 de maio no Rio de Janeiro e no dia 3 de junho em São Paulo. A badalada cantora e compositora norte-americana lançará no dia 24 de março seu novo álbum, Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean BLVD, e para estimular seus fãs pelo mundo afora, acaba de divulgar mais uma faixa deste trabalho.
Trata-se de A&W, hipnótica, com mais de 7 minutos de duração e letra polêmica. A canção foi escrita em parceria com Jack Antonoff, conhecido por ter integrado as bandas Fun e Bleachers, ser vencedor de 8 troféus Grammy e de trabalhar com a própria Lana e também Tailor Swift, Lorde e Carly Rae Jempsen. Embora longa, a música te envolve e passa voando.
Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean BLVD será disponibilizada nas gloriosas plataformas digitais e terá também diversos formatos físicos (saiba mais aqui).
Meu professor de violão, o grande e saudoso Ruy Weber, me disse certa vez que esse instrumento era o mais fácil de se tocar….mal! Ou seja, com poucos acordes você já sai enganando por aí. Agora, tocar bem, aí é outra história. É possível dizer o mesmo do blues, levando-se em conta sua estrutura aparentemente simples e básica. Para ser craque, no entanto, é preciso muita dedicação. E Duca Belintani faz parte do restrito time de músicos brasileiros que brilham nessa área.
Com quase quatro décadas de estrada, este cantor, compositor, guitarrista, educador, produtor e escritor (leia mais sobre ele aqui) mostra todo o seu talento em um novo e excelente CD. Trata-se de Electric Delta, desdobramento do single lançado anteriormente por ele exclusivamente em vinil com as músicas A Long Time e I’m Back.
A inspiração para este álbum veio da viagem que Duca fez em 2019 à trilha do blues nos EUA de Chicago a New Orleans, durante a qual se apaixonou de uma vez por todas pelo som do delta do Mississipi. Nessa viagem, ele inclusive tocou no lendário Blue Front Cafe em Bentonia. Suas maiores influências no novo CD foram os mestres Muddy Waters e RL Burnside.
Cantando e tocando guitarra, Belintani tem como banda base nas 9 faixas de Electric Delta Vinas Peixoto (bateria, percussão, coprodução e dono do estúdio onde foram realizadas as gravações) e Benigno Sobral (baixo). O álbum também conta com as participações especiais de Otávio Rocha (guitarra, do Blues Etílicos), Luiz Bueno (guitarra, do Duofel), Matheus Schanovski (teclados),Ulisses da Hora (bateria) e Ricardo Scaff (gaita).
Autor de todas as faixas, Duca nos oferece um vocal áspero e intenso, na melhor tradição do blues americano. Sua performance na guitarra é pautada por bom gosto na escolha dos timbres, bases sólidas e solos que dizem muito sem esbanjar notas, com uma concisão típica de quem tem muita rodagem e sabe exatamente o necessário para obter um grande resultado.
Belintani esbanja conhecimento do blues elétrico, e não perde tempo com exageros técnicos ególatras, valendo-se de convenções e riffs tradicionais com muita personalidade e fugindo da mera cópia ou caricatura. O que ele toca e canta vem do fundo da alma, e só assim para ser relevante nessa área.
A levada seca e contagiante de Seven Dollars, o hard blues Just An Old Man, a quase hipnótica A Long Time, a linda homenagem Muddy’s Goove (com direito a citação de clássicos de Muddy “Mississipi” Waters) e a sensacional I’m Going Down In Mississipi (gravada ao vivo) são destaques de um CD de padrão internacional. Coisa de quem fez a lição de casa, e muito bem feita.
I’m Going Down To Mississipi (live)– Duca Belintani:
Há bandas que estouram de um dia pro outro, e outras que vão aos poucos construindo uma trajetória elogiável e consistente. The Revivalists se encaixam feito luva na segunda descrição. Na ativa desde 2007, este octeto oriundo de Nova Orleans, Louisiana (EUA) conquistou nesses anos todos uma boa reputação na cena do rock alternativo. Eles voltam à cena com um ótimo single, Kid, e prometem seu 5º álbum, Pour It Out Into The Night, para o dia 2 de junho.
A banda liderada pelo cantor David Shaw e pelo guitarrista Zack Feinberg não lançava um álbum completo desde Vital Signs (2018). E volta com força total, com um single potente, com letra pra cima e com aquela sonoridade que mescla rock, folk e um pouco do swing da soul music que leva a associações com bandas como The Waterboys e The Pogues.
Em termos comerciais, os trabalhos lançados pela banda estadunidense ainda não renderam grandes vendagens, mas ao menos valeram a criação de um fã-clube fiel e de muitos elogios por parte da crítica especializada.
De quebra, eles abriram alguns shows nos EUA de ninguém menos do que os Rolling Stones, um belíssimo aval. Que eles possam ter mais sorte com Pour It Out Into The Night.
O astro pop estadunidense Jason Mraz está com single novo nas plataformas digitais. Trata-se de I Feel Like Dancing, canção com fortes influências de dance music e de Michael Jackson que certamente irá agitar seus milhões de fãs mundo afora, impulsionada por um clipe com coreografias dançantes e tudo o mais. É a 1ª prévia de Mystical Magical Rhythmical Radical Ride, álbum que a BMG lançará em 23 de junho, data na qual Mraz completará 46 anos.
Em press-release enviado à imprensa, o cantor, compositor e músico explica a motivação por trás de seu novo single:
“Músicas costumam aparecer quando você mais necessita delas e essa surgiu quando eu estava em uma crise comigo mesmo, chegando ali no meio dos quarenta anos. Eu só precisava dançar como se ninguém estivesse vendo”.
Com mais de 20 anos de carreira, Jason Mraz volta neste álbum a ter a produção de Martin Terefe, conhecido por trabalhos com os grupos Coldplay e Train e que atuou com o artista no álbum We Sing We Dance We Steal Things (2008), que vendeu milhões de cópias e rendeu os hits Lucky (ouça aqui) e I’m Yours (ouça aqui). Ele tem dois troféus Grammy no seu currículo.
ÚLTIMOS COMENTÁRIOS