Mondo Pop

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Hall & Oates/Tears For Fears em turnê conjunta nos EUA

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Por Fabian Chacur

Uma das turnês do ano acaba de ser anunciada. Ao menos, para os fãs do rock/pop dos anos 1980 e que curtem boa música. A programação reunirá dois dos maiores duos de todos os tempos. São eles Daryl Hall & John Oates e Tears For Fears. Em princípio, serão 27 datas nos EUA e duas no Canadá. O início está previsto para o dia 4 de maio, em Tulsa Oklahoma, com o encerramento no dia 28 de julho, em Los Angeles. A abertura ficará a cargo de um show acústico do cantor e compositor americano Allen Stone.

Segundo declarações dadas à versão americana da revista Rolling Stone, Daryl Hall disse ser um grande fã do Tears For Fears, além de achar que pode ser o início de uma longa parceria entre os dois duos. Ambos tem em comum o fato de terem vivido o seu auge em termos de popularidade na década de 1980, com direito a shows lotados, milhões de discos vendidos e uma fila de hits nas paradas de sucesso de todo o planeta.

Quem levantou a lebre muito bem levantada foi o colega Carlos Eduardo Lima, do Rio: seriam duas belas pedidas para o Rock in Rio. Aliás, para qualquer empresário que desejasse trazer ao país dois nomes com muito sucesso por aqui. E vale lembrar que Hall & Oates nunca fizeram shows no Brasil, ao contrário do Tears For Fears, que esteve por aqui em 1990, no segundo Hollywood Rock, e também lá pelos idos de 1996, dessa feita sem Curt Smith.

Na ativa desde 1972, com algumas idas e vindas, a dupla americana Daryl Hall & John Oates se consagrou dentro do estilo que eles próprios definiram como “Rock ‘N’ Soul”, uma mistura caprichada de rock, funk, soul, pop e mais. Em seu currículo, uma penca de canções maravilhosas, tipo She’s Gone, I Can’t Go For That (No Can Do), Say It Isn’t So, Change Of Season, Out Of Touch e Private Eyes, só para citar algumas. A voz de Daryl é uma das mais belas do cenário pop.

Por sua vez, o duo britânico integrado por Roland Orzabal e Curt Smith está na estrada desde 1981, e se tornou conhecido mundialmente graças ao seu fantástico segundo álbum, Songs For The Big Chair (1985). Com seu som denso, com fortes elementos de tecnopop e até tempero progressivo no meio, conseguiram provar que é possível unir forte apelo comercial a uma qualidade artística enorme, em canções como Shout e Everybody Wants To Rule The World.

E aí, produtores de shows brasileiros, quem se habilita a trazer essas feras pra cá?

Change Of Season(live)- Daryl Hall & John Oates:

Ringo e seus amigos agitam o Credicard Hall

Por Fabian Chacur

Se há um grupo que merece o nome que tem é certamente a All Starr Band. Em seus 24 anos de existência, sempre capitaneada pelo ex-Beatle Ringo Starr, teve em suas fileiras alguns dos mais importantes e talentosos músicos da história do rock. E a atual formação, que tocou nesta terça-feira (29) no Credicard Hall (SP) manteve a excelência habitual. Entretenimento de primeira linha.

Durante as quase duas horas de show, Ringo e sua turma nos ofereceram um hit atrás do outro, extraídos do repertório dos Beatles, da carreira solo de Mr. Starkey e também do currículo dos ilustres músicos presentes. Tudo tocado com muita garra, swing e disposição. Delicioso ver o empenho de cada um deles para tornar o momento solo do colega muito especial. Um luxo.

Lógico que seria muito complicado fazer uma análise bacana do show em bases tradicionais. Então, tive a ideia de encarar o espetáculo como se fosse um jogo de futebol, especificamente naquele capitulo de dar notas individuais a cada jogador, detalhando suas atuações. Lógico que nesta adaptação musical, a nota de todos é a máxima. Vamos aos detalhes, então.

Ringo Starr – O ex-Beatle deu um banho como baterista, tocando em parceria com Greg Bissonette, e também como cantor, naquele estilo descompromissado e sacudido. Simpático, soube cativar a plateia, além de dar generosos espaços para seus colegas de time brilharem. Entre outras, ele cantou Boys, Don’t Pass Me By, Photograph, It Don’t Come Easy, Matchbox, Yellow Submarine, I Wanna Be Your Man, With a Little Help From My Friends e duas de Ringo 2012, Wings e Anthem. Em forma aos 73 anos, é uma lenda mais viva do que nunca.

Todd Rundgren– Integrante das bandas Nazz e Utopia e um artista solo dos mais consistentes, esse cara soube como poucos em sua trajetória misturar rock, pop, soul, rock progressivo, power pop e o que mais pintasse na sua frente. Um gênio, que também tem belíssimo currículo como produtor e que nos visitou pela primeira vez. Na All Starr Band, ele tocou basicamente guitarra e violão, com grande presença de palco, correndo o tempo todo. Ele trouxe, de seu repertório, a pérola power pop I Saw The Light, a fantástica balada Love Is The Answer e a agitadíssima Bang The Drum All Day, na qual cantou e tocou percussão. Ah como eu queria ver um show solo dele! Mas valeu a amostra.

Richard Page– Baixista, cantor e compositor do Mr. Mister, boa banda de pop rock dos anos 80, ele mostrou o porque é tão procurado para fazer vocais em discos alheios. Toca baixo com precisão e muito swing, e canta que é uma beleza. Do repertório do seu extinto grupo, trouxe os megahits Kyrie e Broken Wings, além de uma música inédita. Para quem não o conhece, recomendo com entusiasmo o álbum Welcome To The Real World (1985), que inclui os dois hits e também Is It Love (tema do filme Tocaia), um belo álbum de pop rock. Pat Mastelotto, o baterista do grupo, depois foi integrar o King Crimson de Robert Fripp.

Steve Lukather – Além de guitarrista e vocalista do Toto, uma das mais bem-sucedidas bandas de pop rock dos anos 70/80, esse cara participou de mais de mil discos como músico de estúdio, entre eles um certo Thriller, de um tal de Michael Jackson. Ao vivo, esbanjou carisma, técnica, pegada e bom gosto, deixando no ar a pergunta: porque dificilmente seu nome é citado no Brasil quando o tema é melhores guitarristas de pop rock de todos os tempos? O cidadão é um monstro! Ele interpretou com categoria três hits de sua ex-banda, apoiado vocalmente pelos colegas: Rosanna, Africa e Hold The Line, três petardos que incendiaram a festa roqueira em Sampa City.

Mark Rivera – Além de diretor musical da All Starr Band há quase 20 anos, esse saxofonista, percussionista, vocalista e tecladista tem no currículo trabalhos com gente do naipe de John Lennon, Daryl Hall & John Oates, Simon & Garfunkel, Billy Joel e um caminhão de outros. Ele não tem momentos solo, mas ajuda de forma efetiva nas performances de todos os outros. Tipo do músico “pau pra toda obra”, esbanjando simpatia, boa voz e excelente desempenho nos instrumentos de sopro. Craque.

Greg Rollie – Esse cantor e tecladista integrou a Santana Band em sua espetacular fase inicial, que rendeu álbuns do naipe de Abraxas (1970) e Santana III (1971), e também fundou e integrou durante anos o Journey. Além de arrasar no Hammond e no teclado convencional, capitaneou performances de três clássicos do repertório da banda que o tornou conhecido mundialmente: Evil Ways, Oye Como Va e Black Magic Woman, que deram aos músicos a chance de improvisar de forma swingada e vibrante. Gerou os momentos latinos e salerosos do show. Vamos bailar la salsa!

Greg Bissonette – Baterista que tocou com Dave Lee Roth, Steve Lukather, Duran Duran, Richard Marx, Andy Summers e inúmeros outros, é um verdadeiro dínamo, esbanjando energia e muita técnica, sem perder um único beat. Não é nada fácil tocar ao lado de um mito como Ringo Starr, mas Bissonette se mostrou mais do que aprovado nesse desafio, dividindo com generosidade e categoria o espaço com o chefinho famoso. Versátil, encarou rock básico, hard, latinidade, baladas e pop com desenvoltura de quem sabe tudo. Fera demais!!!

obs.:a foto que ilustra esse post foi feita por Raul Bianchi, com quem tive a honra de ver esse show maravilhoso e sem o qual… Valeu, grande amigo!!!

Ouça o álbum Ringo (1973), de Ringo Starr, na íntegra:

Cynthia Weil, 82 anos, uma letrista de grande sucesso

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Por Fabian Chacur

Rock and Roll Lullaby, grande sucesso em 1973 na gravação de B.J.Thomas incluída na trilha da novela global Selva de Pedra, tem uma letra belíssima, na qual um filho se lembra de sua mãe ainda adolescente cantando canções de ninar de rock and roll pra ele. Esse é apenas um pequeno exemplo do imenso talento da letrista americana Cynthia Weil, que nos deixou nesta quinta-feira (1/6) aos 82 anos, de causas não reveladas pela filha, Jenn Mann.

Nascida em Nova York em 18 de outubro de 1940, Cynthia se preparou para uma carreira como atriz e dançarina. No entanto, mudou de rumo ao conhecer o músico Barry Mann, no finalzinho dos anos 1950. Nascia ali uma parceria musical que se estenderia rapidamente para a vida afetiva, com eles se casando em agosto de 1961. Ele, criando belas melodias, ela, elaborando letras inteligentes e sempre bem elaboradas.

O casal faz parte de uma geração de grandes compositores que trabalhavam para editoras e pequenos selos musicais em um edifício situado em Nova York, o Brill Building. Eles tinham à sua disposição um piano e um pequeno escritório, como os outros, e neles criaram algumas das mais marcantes composições da história da música pop, assim como nomes do porte de Jerry Leiber & Mike Stoller, Jeff Barry, Burt Bacharach & Hall David, Doc Pomus e Neil Sedaka, só para citar alguns.

No caso de Barry Mann & Cynthia Weil, os hits começaram a surgir no início dos anos 1960 e tiveram como marca merecerem sempre várias regravações, de tão boas. On Broadway, por exemplo, escrita pelo casal com Leiber & Stoller, foi registrada pelos Drifters, Neil Young e George Benson (ouça aqui), cuja letra fala sobre um novato chegando à Broadway em busca de sucesso e pronto para encarar os desafios rumo à fama.

Gravadas originalmente pelo duo The Righteous Brothers, You’ve Lost That Loving Feeling (parceria com o produtor Phil Spector, ouça aqui) fala sobre a dor de um amor encerrado e é considerada uma das melhores canções de todos os tempos, também relida por Elvis Presley e Daryl Hall & John Oates.

(You’re My) Soul And Inspiration (ouça aqui) também fez sucesso com os Righteous Brothers. Já We’ve Gotta Get Out Of This Place estourou com os britânicos The Animals (ouça aqui) e foi usada em protestos contra a presença dos americanos na Guerra do Vietnã.

I Just Can’t Help Believin’, outro momento romântico do casal Mann-Weill, fez sucesso com Elvis Presley (ouça aqui) e B.J. Thomas (ouça aqui).

Os anos 1980 foram repletos de sucessos para Cynthia. Com o maridão, ela escreveu dois hits pop significativos. Just Once atingiu os charts pop na gravação de Quincy Jones (ouça aqui), com vocais a cargo do excelente cantor James Ingram. E Never Gonna Let You Go invadiu as paradas com Sergio Mendes (ouça aqui), após ter sido recusada pelo Earth, Wind & Fire.

Cynthia também escreveu letras com outros parceiros, e só pra variar com bastante êxito. Running With The Night foi escrita por ela com Lionel Richie e gravada pelo ex-cantor dos The Commodores (ouça aqui).

A balançada He’s So Shy, escrita por ela com Tom Snow, fez sucesso com as Pointer Sisters (ouça aqui ). Through The Fire (escrita por ela com o produtor David Foster e Tom Keana) foi hit com a diva Chaka Khan (ouça aqui).

E ela salvou a pele do ídolo espanhol Julio Iglesias ao escrever com ele e Toni Renis a letra em inglês de All Of You, que ele gravou em dueto com a cantora Diana Ross (ouça aqui). E a amiga Carole King assina com ela a belíssima One to One, faixa-título do álbum lançado pela estrela pop em 1982 (ouça aqui).

Além dessas belas amostras, Cynthia Weil escreveu inúmeras outras canções encantadoras, sendo uma delas, acredite se quiser, em parceria com os três garotos do grupo Hanson, I Will Come To You (ouça aqui).

Ela também escreveu para o cinema. Em parceria com o marido e o compositor James Horner, compôs Somewhere Out There, da trilha da animação An American Tail e interpretada por Linda Ronstadt e James Ingram (ouça aqui). A gravação rendeu dois Grammys, o Oscar da música.

Linda Ronstadt curtiu tanto gravar uma música do casal Mann-Weil que pouco depois registrou outra, Don’t Know Much (que traz Tom Snow como coautor), também sucesso comercial. Dá pra fazer uma programação de rádio inteira de altíssimo nível só com as canções de Cynthia Weil.

Em 2000, Barry Mann gravou o álbum Soul & Inspiration (Atlantic Records), no qual cantou 11 de seus hits ao lado de astros como Bryan Adams, Carole King, Richard Marx e Daryl Hall. Nos agradecimentos, referiu-se à parceira como “uma das melhores letristas do mundo e minha verdadeira ‘soul and inspiration'”. Recomendo este CD com entusiasmo.

Rock and Roll Lullaby– B.J. Thomas:

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Pat Benatar, os 70 anos de uma das melhores cantora de rock

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Por Fabian Chacur

Na última terça-feira (10), Pat Benatar completou 70 anos de idade. A cantora e compositora estadunidense merece ser parabenizada, pois é uma das mais bem-sucedidas intérpretes do rock, especialmente em seus anos de ouro, entre 1979 e 1988. Ela, que foi incluída no Rock and Roll Hall Of Fame em 2022, continua na ativa, fazendo turnês e shows acompanhada por uma banda que inclui o guitarrista Neil Giraldo, com quem ela está casada há 40 anos.

Patricia Mae Andrzejewski nasceu no Brooklin, Nova York, em 10 de janeiro de 1953. Ela iniciou a sua ligação com a música estudando canto lírico. Aos 19 anos, casou com o seu namoradinho de colégio, o militar Dennis Benatar, com quem se casou em 1972. A seguir, ela começou a atuar em musicais como The Zinger (1975) e também cantando em boates nova iorquinas.

Em 1978, foi contratada pela gravadora Chrysalis, e em 1979 lançou o álbum In The Heat Of The Night. Impulsionado pelo single Heartbreaker (ouça aqui), que atingiu o nº 23 nas paradas, este LP conseguiu chegar ao posto de nº 12 entre os álbuns mais vendidos nos EUA

Nesse momento, Pat já havia se separado de Dennis, mas manteve o sobrenome do ex-marido. Neil Giraldo comandava sua afiadíssima banda desde esse momento inicial. Com uma voz potente, ela nos oferecia um rock and roll básico, melódico e temperado com elementos do hard rock.

É nesse clima positivo que chega às lojas em 1980 o álbum Crimes Of Passion, que se incumbiu de tornar Pat Benatar uma estrela do rock e permaneceu por cinco semanas no 2º posto na parada americana, impedido de liderar pelo estouro de Double Fantasy, de John Lennon e Yoko Ono.

O álbum trouxe como pontos altos o contagiante rockão Hit Me With Your Best Shot (ouça aqui), que atingiu o nº 9 lugar entre os singles, e a ótima e sombria Hell Is For Children (ouça aqui). Outro ponto alto do LP é a releitura de Wuthering Heights (ouça aqui), primeiro sucesso da carreira de sua compositora, a britânica Kate Bush.

Graças a seus shows energéticos e também aproveitando o sucesso na MTV (seu clipe You Better Run– veja aqui– foi o 2º a ser exibido na estreia da emissora musical em agosto de 1981), o clima em torno de seu próximo lançamento era enorme. E foi devidamente correspondido.

Precious Time (1981), gravado a toque de caixa entre um show e outro, levou a carismática roqueira ao 1º lugar na parada americana. O trabalho traz como destaques o ótimo single Fire and Ice (ouça aqui), rockão que atingiu o 17º lugar entre os singles americanos, e uma releitura vibrante de Helter Skelter, dos Beatles (ouça aqui).

Manter-se no topo das paradas, após conquistar tal façanha, não é tarefa das mais fáceis, e Pat fez o que pode nos anos seguintes. Em 1982, lançou Get Nervous, que chegou ao 4º lugar em seu país natal e emplacou como principal hit Shadows Of The Night (ouça aqui), uma power ballad que emplacou a 13ª posição entre os singles ianques.

Como forma de registrar o impacto de suas performances nos palcos, Pat Benatar veio em 1983 com Live From Earth, álbum gravado ao vivo que atingiu o 13º posto nos EUA, boa performance para um álbum desse tipo. Como atrativo adicional, o LP trouxe duas faixas gravadas em estúdio, Lipstick Eyes e Love is a Battlefield.

Com uma sonoridade mais pop, mas ainda com raízes roqueiras, Love is a Battlefield invadiu com força a parada de singles dos EUA, atingindo o 5º posto. Graças a este álbum, Benatar conseguiu uma proeza: ganhou pelo 4º ano consecutivo o troféu Grammy, o Oscar da música, na categoria melhor performance feminina de rock.

Em uma época no qual os grandes nomes costumavam lançar novos trabalhos anualmente, a cantora não destoava desse procedimento. Tropico (1984) não foi tão bem das pernas, chegando ao 14º posto nos charts ianques. Curiosamente, no entanto, um single extraídos dele se deu bem. We Belong (ouça aqui), bem pop, chegou ao 5º lugar na sua respectiva parada.

Essa tendência de singles tendo melhor desempenho do que os álbuns do qual faziam parte se manteve em Seven The Hard Way (1985), que não passou da 26º posição nos EUA. O rockão pontuado por teclados Invincible (ouça aqui) atingiu o posto de nº 10, tema do filme Legend Of Billie Jean, que rapidamente se tornou cult entre os fãs de cultura pop.

Outra faixa que se destacou deste LP foi a polêmica Sex as a Weapon, que tem como tema a exploração do sexo nas diversas mídias. O clipe repercutiu bastante (veja aqui), e o single atingiu o nº 28 na parada pop estadunidense.

Com o nascimento da filha Haley em 16 de fevereiro de 1985, Pat reduziu um pouco a velocidade da sua vida profissional, tanto que só lançou um novo álbum em 1988. Wide Awake In Dreamland não foi além de um nº 28 nos EUA, e o single que o divulgou, a ótima All Fired Up (ouça aqui), um retorno ao rock mais ardido e visceral, foi 19º colocada entre os singles ianques.

Em 1991, Pat Benatar surpreendeu a todos ao lançar True Love, CD no qual mesclou releituras e composições próprias em um estilo blueseiro bem diferente do seu habitual. Embora muito bom, o trabalho chegou apenas ao nº 37 na parada americana.

A partir daqui, a cantora foi aos poucos sumindo das paradas de sucesso, com os álbuns Gravity’s Rainbow (1993), Innamoratta (1997) e Go (2003) vendendo cada vez menos, embora com momentos bem bacanas.

Desde Go, Benatar só lançou singles eventuais, mas nunca saiu da estrada, fazendo turnês individuais e também ao lado de artistas como REO Speedwagon, America, Cheap Trick, Cher e Daryl Hall & John Oates, entre outros. Hana, sua segunda filha, nasceu em 12 de março de 1994.

Se sumiu das paradas de sucesso, Pat Benatar se manteve como referência pop, tendo a música Heartbreaker usada como tema de um dos episódios de Seinfeld e participado como ela mesma de séries também badaladas como Charmed, Dharma & Greg e That 80’s Show. E, em 2022, passou a fazer parte do Rock and Roll Hall Of Fame.

Love is a Battlefield (clipe)- Pat Benatar:

Weeknd com clipe para divulgar o seu ótimo single Out of Time

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Por Fabian Chacur

Intencionalmente ou não, The Weeknd, um dos nomes preponderantes do r&b e do pop mundial no momento, valeu-se de um trecho do clássico hit matador I Can’t Go For That (No Can Do), de Daryl Hall & John Oates, que há 40 anos liderou as paradas de sucesso de todo o mundo. Esse uso, não creditado, ocorreu em Out of Time, 4º single de seu mais recente álbum, Dawn FM, cujo clipe acaba de ser divulgado e conta com as participações de Jim Carrey e da atriz sul-coreana Hoyeon Jung.

Essa deliciosa faixa, que lembra os momentos midtempo (nem tão lentos, nem tão agitados) de Michael Jackson em sua inspiradíssima fase Off The Wall/Thriller/Bad, deve repetir o êxito dos singles anteriores, Take My Breath (veja o clipe aqui), Gasoline (veja o clipe aqui) e Sacrifice (veja o clipe aqui).

O álbum Dawn FM tem 16 faixas e foi sequenciado como se fosse a programação de uma emissora de rádio, sendo que Jim Carrey faz a voz do locutor/narrador entre uma canção e outra do seu conterrâneo canadense. O som é fortemente influenciado pelo r&b dos anos 1980. Entre outros, participam da produção e do álbum nomes como Quincy Jones, Swedish House Mafia, Lil Wayne, Max Martin e Tyler The Creator.

Out Of Time (clipe)- The Weeknd:

Patricia Marx relê uma canção de Cassiano e lança álbum em 2022

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Por Fabian Chacur

Patricia Marx lançará um novo álbum no início de 2022. Como forma de nos proporcionar uma amostra do que vem aí, a talentosa cantora e compositora paulistana acaba de disponibilizar nas plataformas digitais uma das faixas. Trata-se de Onda, única faixa não autoral do trabalho, composição de Cassiano e Paulo Zdanowski lançada pelo autor no clássico álbum Cuban Soul 18 Kilates (1976). O trabalho sairá pelo selo Lab 344.

Com o clima neosoul que marca a trajetória de Patricia, a gravação traz as participações de Herbert Medeiros (arranjos e teclados) e Robinho Tavares (baixo e bateria). Em press release enviado à imprensa, Patricia explica o que a levou a regravar uma música de Cassiano, que conheceu quando ela era ainda adolescente e em início de carreira:

“Regravar Onda (que dará nome ao álbum) é mergulhar no oceano de múltiplas melodias e metáforas que Cassiano se propôs nesta música. Um mestre que não precisava dizer muito em palavras, mas em ideias melódicas que transcendem o literal. É soul e, ao mesmo tempo, livre como o jazz.

A releitura de Onda traz como música incidental, em sua parte final, Dinorah Dinorah, clássico de 1977 de Ivan Lins e Vitor Martins lançado pelo astro carioca em seu álbum Somos Todos Iguais Nesta Noite.

O repertório do novo álbum da cantora e compositora, hoje com 47 anos, trará composições inéditas escritas por ela com Medeiros, Tavares e também com o consagrado guitarrista americano Paul Pesco, conhecido por ter gravado e feito shows com artistas do gabarito de Daryl Hall & John Oates, Madonna, Jennifer Lopez, Steve Winwood e C+C Music Factory.

Onda (clipe)- Patricia Marx:

Bryan Adams apresenta a faixa-título de álbum que sairá em 2022

Bryan Adams por Bryan Adams

Por Fabian Chacur

Na mesma semana em que Daryl Hall completou 75 anos de idade, outro astro do rock que a cri-crítica especializada não dá muito valor traz boas notícias para seus milhões de fãs mundo afora. Trata-se de Bryan Adams. O grande roqueiro canadense acaba de divulgar o clipe de So Happy It Hurts, rockão no seu melhor estilo alto astral composto por ele com a cantora e compositora conterrânea Gretchen Peter, com quem ele escreve desde os anos 1990. É a faixa-título do álbum que ele promete para 11 de março de 2022, pela gravadora BMG.

Será o primeiro álbum de inéditas de Adams desde Shine a Light (2019). Em comentário enviado à imprensa, ele explica sobre essa faixa e também sobre o espírito de seu novo álbum:

“A pandemia e o lockdown nos fizeram pensar que de um momento para outro o que temos como rotineiro e confortável pode mudar. De uma hora pra outra, ninguém conseguia pular no carro e ir embora por aí. A música título, So Happy It Hurts, é sobre liberdade, autonomia, espontaneidade e a emoção da estrada aberta novamente. O álbum aborda muitas das coisas efêmeras da vida que são realmente o segredo da felicidade, o mais importante, a conexão humana”.

So Happy It Hurts (clipe)- Bryan Adams:

Bill Withers, cantor e compositor avesso ao glamour do showbizz

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Por Fabian Chacur

Quando lançou seu primeiro álbum, Just As I Am (1971), Bill Withers já tinha passado por poucas e não tão boas em seus 31 anos de vida. Talvez por isso, e por uma simplicidade de alma que poucos possuem, ele nunca se deslumbrou com o mundo da música. Tanto que, em 1985, decidiu não mais lançar discos ou fazer shows. Preferiu ser feliz com seus entes queridos. Esse grande cantor, compositor e músico americano nos deixou no dia 30 de março, embora sua família só tenha divulgado o óbito nesta sexta (3).

Curiosamente, a música Lean On Me, maior hit de sua carreira e um verdadeiro alento à superação das dificuldades que a vida nos impõe, vinha sendo usada por muitas pessoas pelo mundo afora como uma espécie de hino informal na luta contra o novo coronavírus. Ainda segundo seus familiares, ele, aos 81 anos de idade, foi vítima de problemas cardíacos.

Bill Withers nasceu em 4 de julho de 1938, e perdeu o pai quando ainda era criança. Teve na mãe e na avó um forte apoio em sua criação. Aos 17 anos, entrou na Marinha, a qual serviu por nove anos. Ao sair, em 1965, resolveu se dividir entre empregos que lhe permitissem a sobrevivência e a aposta no sonho de se tornar um compositor de sucesso, morando em Los Angeles.

Assentos de privadas para aviões

Nesse período, gravava fitas-demo com suas canções. Entre outros trabalhos, ele fazia assentos para privadas a serem instaladas em aviões Boeing 747. Certa vez, em entrevista ao jornalista Leonard Feather para o jornal Los Angeles Times, ele não só mostrou orgulho por esse trabalho, como também o avaliou de forma mais importante do que sua atuação como músico:

“Mesmo quando eu trabalhava com assentos de privadas, era algo no mínimo construtivo. Desafio qualquer um: eu ficarei um mês sem cantar, e você ficará sem ir ao banheiro por um mês, e veremos quem sofrerá mais…”

Em 1970, uma de seus fitas chegou às mãos de Clarence Avant, com longa experiência no meio do show business musical e na época dono da gravadora Sussex. Ele gostou do que ouviu, contratou Withers e deu a missão de produzir seu disco de estreia ao experiente Booker T. Jones, do grupo Booker T. And The MG’s. O resultado foi matador.

Lançado em 1971, Just As I Am mostrou ao mundo um cantor de voz de veludo e envolvente, dando vida a canções simplesmente maravilhosas. Uma delas, Ain’t No Sunshine, tornou-se seu primeiro grande hit, atingindo o 3º lugar na parada americana e lhe rendendo posteriormente um Grammy. Essa canção mereceu uma releitura arrepiante por conta de Michael Jackson pouco tempo depois.

Outra faixa deste álbum, Grandma’s Hands, homenagem à sua querida avó, chegou ao 42º lugar entre os singles mais vendidos nos EUA. Na década de 1990, o Simply Red fez uma belíssima regravação dessa música, gravada ao vivo e lançada no CD Montreux EP (1992). Um dos músicos que marcam presença neste álbum, que chegou ao nª 38 nos EUA, é Stephen Stills, tocando guitarra.

Lean On Me e o auge em termos comerciais

Embalado pela boa repercussão de seu trabalho de estreia, Withers foi além em seu álbum seguinte, Still Bill (1972) foi não só seu único LP a atingir o top ten (foi nº 4, para ser mais preciso) como também aquele único que liderou a parada de r&b. Teve como impulso o single Lean On Me, que de quebra levou o artista ao primeiro lugar na parada pop de singles, onde ficaria por três semanas.

Outro sucesso do LP foi a deliciosa Use Me, que quase repete a façanha de Lean On Me, chegando ao 2º lugar entre os singles. Lean On Me voltaria ao topo da parada americana em 1987, desta vez com o grupo de r&b Club Noveau.

O astro lançaria em 1973 o maravilhoso álbum ao vivo Live At Carnegie Hall, registro de um momento histórico na carreira do artista ao cantar em um dos locais mais nobres do show business americano (e, por que não dizer, mundial), e no ano seguinte +’Justments . Mas, aí, seu relacionamento com a Sussex já havia se deteriorado, com direito a brigas judiciais. A gravadora iria à falência em 1975.

Vale o registro: Clarence Avant é o mesmo que lançou por seu selo os dois discos de Sixto Rodriguez, Cold Fact (1970) e Coming From Reality (1971), artista que teria a carreira reavivada em 2012 graças ao incrível documentário Searching For Sugar Man, do saudoso Malik Bendjelloul. Ele aparece no filme, no qual também é acusado de ter extorquido Rodriguez. Que fama a desse cara…

Columbia Records e show no antigo Zaire

Nesse período, em 1974, ele participou ao lado de Etta James, B.B.King e James Brown do histórico show no antigo Zaire prévio à luta não menos histórica entre George Foreman e Muhammed Ali. Cenas de suas performances podem ser vistas nos documentários When We Were Kings (1996) e Soul Power (2008).

Em 1975, Bill Withers assina com a Columbia Records, pela qual lançou Making Music (1975), Naked & Warm (1976), Menagerie (1977) e ‘Bout Love (1978), que infelizmente não tiveram muito sucesso comercial, rendendo apenas um hit. Trata-se da deliciosa Lovely Day, de 1977, que atingiu o posto de nº 30 entre os singles nos EUA e conta, na guitarra, com um ainda emergente Ray Parker Jr..

Após ‘Bout Love, teria início um longo período sem que Withers lançasse um novo álbum, especialmente pelo fato de a Columbia Records recusar as canções que o artista apresentava a eles. Nesse meio tempo, ele gravou um single simplesmente antológico com Grover Washington Jr., incluída em um álbum do saudoso saxofonista americano, Winelight (1980).

A música em questão, Just The Two Of Us, com vocais a cargo de Withers, ficou durante três semanas no 2º lugar na parada americana de singles em 1981, impedida de atingir o topo por três grandes hits daquele ano, respectivamente Kiss On My List (Daryl Hall & John Oates), Morning Train (Nive to Five) (Sheena Easton) e Bette Davis Eyes (Kim Carnes). O consolo ficou com a conquista de mais um Grammy, na categoria melhor canção de rhythm and blues.

O retorno que virou despedida

Em 1985, finalmente sai Watching You Watching Me, mas poucos poderiam imaginar que, ao invés de um retorno glorioso, aquele LP seria a sua despedida do cenário musical como artista-solo. Cansado das discussões com os diretores artísticos da gravadora, que ele rotulava ironicamente de “blaxperts”, Bill radicalizou e anunciou que deixaria de gravar novos discos ou fazer shows.

A partir daí, Bill Withers sumiu de cena, dedicando-se à vida familiar. Raras aparições ocorreram quando ele venceu prêmios por sua obra como as entradas no Songwriters Hall Of Fame em 2005 e no Rock And Roll Hall Of Fame em 2015. Em 2004, surpreendeu ao participar do álbum License To Chill, do cantor e compositor Jimmy Buffett. Ele escreveu e cantou em dueto com Buffett Playin’ The Loser Again e assina com o amigo a faixa Simply Complicated. O álbum foi o único de Jimmy Buffett a atingir o primeiro lugar na parada americana.

Em 1987, Bill ganhou, como compositor, o terceiro Grammy de sua carreira graças à bem-sucedida releitura do Club Noveau. Bill Withers: The Complete Sussex & Columbia Albums Collection (2013), que reúne os oito álbuns de estúdio e o ao vivo lançados pelo artista em edição caprichada luxuosa, rendeu a seus produtores outro Grammy.

Sua vida e obra inspiraram o elogiado documentário Still Bill (2009), dirigido por Damani Baker e Alex Vlack, que conta com depoimentos dele especialmente gravados para esta ocasião e material de arquivo.

Após mergulhar na trajetória desse grande artista, fica bem claro que ele pode ter sido importante ao produzir assentos de privadas para aviões, mas sempre nos lembraremos dele por causa de suas maravilhosas canções que ele interpretava de forma tão classuda. Nisso, nós divergimos, meu caro Bill Withers.

Lovely Day– Bill Withers:

The Yardbirds versão atual virá ao Brasil para shows em 2020

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Por Fabian Chacur

Em matéria publicada pelo jornal Destak no dia 22 (sexta), o jornalista José Norberto Flesch anunciou que em março de 2020 o grupo britânico The Yardbirds fará alguns shows no Brasil, cujas datas e locais serão divulgados em breve. Como o cara é o mais bem informado nessa praia de divulgação de shows internacionais por aqui, é notícia quente. E que merece ser saudada com aquela velha brincadeira do “um lado ruim e um lado bom”.

O aspecto ruim é evidente: não estamos em 1965 ou 1966, quando os Yarbdirds viviam o seu auge em termos criativos. Da formação daqueles tempos, só sobrou o baterista, Jim McCarthy. Ou seja, estaremos diante de uma espécie de banda cover de luxo. Mas o bacana é que se trata de uma bela de uma banda cover de luxo, pois traz com o batera quatro músicos com um pedigree dos mais decentes.

Estão hoje ao lado de McCarthy os músicos Kenny Aaronson (baixo), John Idan (guitarra-base e vocal), Myke Scavone (vocal e vários instrumentos) e Godfrey Townsend (guitarra-solo).

Sendo assim, Mondo Pop fará uma pequena viagem pela trajetória dessa seminal banda britânica, que se fez bem menos sucesso comercial do que contemporâneas como Beatles, Rolling Stones, The Who, The Hollies e The Animals, deixou sua marca registrada nos compêndios da história do rock.

Sensação em Londres com Eric Clapton na guitarra

Tudo começou em 1963, quando Keith Relf (vocal), Chris Dreja (guitarra-base), Paul Samwell-Smith (baixo) e Jim McCarthy (bateria) iniciaram uma banda para embarcar na onda do blues-rock que incendiava a cena britânica naqueles tempos. Seu guitarrista inicial, Anthony Top Topham, com apenas 16 anos, logo se mostrou imaturo para tocar o barco, e saiu para se dedicar aos estudos.

O substituto, apenas dois anos mais velho mas muito disposto a encarar a carreira na música, foi um certo Eric Clapton. Com este novo guitarrista-solo, a banda logo se tornou quente na cena londrina, a ponto de ter sido escolhida para acompanhar o bluesman americano Sonny Boy Willianson em show feito por ele no final de 1963 na Inglaterra. Esta apresentação foi gravada e lançada posteriormente, quando o quinteto já estava bem badalado.

Em 1965, após ter lançado alguns singles e um álbum ao vivo, os Yardbirds resolveram experimentar algo fora do universo do blues rock. O single For Your Love, de autoria de Graham Goldman (também autor de Bus Stop, hit na época com os Hollies, e nos anos 1970 integrante do grupo 10CC, do sucesso I’m Not In Love) rapidamente invadiu as paradas de sucessos, mas levou Clapton a sair do time, insatisfeito com essas experiências com o lado mais pop do rock.

Jeff Beck, hits, psicodelia

Para a vaga aberta de guitarrista-solo, veio outro nome que se tornaria lendário no rock, ninguém menos do que Jeff Beck. Foi com ele que os Yardbirds viveram a sua fase mais criativa e de maior sucesso comercial, com direito a hits como Heart Full Of Soul e Evil Hearted You (ambas também de Graham Goldman) e também The Train Kept a Rollin’ e Shapes Of Things.

Com sua mistura de rock, blues, pop e psicodelia, a banda trazia como marca registrada o chamado “rave up”, estilo no qual os integrantes da banda enfatizavam (todos ao mesmo tempo) a parte rítmica em determinadas partes das canções, gerando um efeito poderoso, especialmente nos shows.

A criatividade de Jeff Beck elevou os Yardbirds a um outro e ainda mais alto patamar do que nos bons tempos de Clapton. A banda foi uma das pioneiras do rock psicodélico, e muito disso se deve às experiências de Beck com pedais e efeitos em sua guitarra, além de uma técnica impressionante e diversificada.

Outra mudança na formação, outro astro em cena

Cansado das turnês, Paul Samwell-Smith saiu do grupo em meados de 1966 para se dedicar a uma carreira como produtor de discos de artistas como Cat Stevens, Jethro Tull e All About Eve, entre outros. Em seu lugar, entrou um músico de estúdio que estava se destacando em Londres, um certo Jimmy Page.

Logo, ficou claro que seria um desperdício ter um guitarrista daqueles quebrando o galho no baixo, e então, Chris Dreja foi deslocado para tal posição, ficando os Yardbirds com dois guitarristas-solo, Page e Beck. Essa formação infelizmente não durou muito tempo, e ficou eternizada na gravação ao vivo de Stroll On (na verdade, The Train Kept a Rollin’ com outra letra) que virou cena do cultuado filme Blow Up-Depois Daquele Beijo (1967), do cineasta italiano Michelangelo Antonioni.

Jeff Beck decidiu sair fora para criar sua própria banda, The Jeff Beck Group, ao lado de dois novatos que depois também se tornariam astros do rock, o cantor Rod Stewart e o baixista e guitarrista Ron Wood. Os Yardbirds, a partir daquele momento, se tornaram um quarteto.

Jimmy Page, o início do Led Zeppelin e o fim dos Yardbirds

Os Yardbirds tiveram uma fase muito curta com Jimmy Page no comando, entre 1967 e 1968, com poucos lançamentos e sucesso comercial declinando bastante. Sentindo o clima de fim de feira, Jim McCarthy e Keith Relf saíram da banda, para criar o embrião do que viria a ser o grupo progressivo Renaissance.

Por sua vez, Chris Dreja decidiu abandonar a música para se dedicar a uma carreira como fotógrafo profissional. Praticamente da noite para o dia, Jimmy Page, que largou a carreira de músico de estúdio para se dedicar à banda, ficava na mão. Sorte que ele, rapidamente, soube arregimentar um novo time.

Para o baixo, chamou o colega de gravações de estúdio, John Paul Jones. O jovem vocalista Robert Plant foi indicado por um amigo, e o baterista John Bonham já havia tocado antes com Plant. Surgia o que, por razões contratuais, seria denominado The New Yardbirds, e pouco depois, seguindo sugestão de Keith Moon, do The Who, virou Led Zeppelin. Que, ironicamente, conseguiu o sucesso comercial que os Yardbirds jamais sequer sonharam em obter.

Curiosamente, a foto do Led Zeppelin incluída na contracapa de seu autointitulado álbum de estreia, lançado em janeiro de 1969 e rapidamente um grande sucesso comercial, foi tirada pelo agora fotógrafo Chris Dreja.

A vida pós-Yardbirds e uma reunião com novo nome

Após o seu fim, os Yardbirds se tornaram aquele tipo de grupo mais lembrado pelos músicos que revelou do que propriamente pela qualidade de sua música, algo injusto. A probabilidade de um retorno, levando-se em conta esse fator, parecia difícil, pois seus ex-integrantes aparentemente sequer cogitariam isso.

Outro fator que poderia encerrar quaisquer perspectivas de um retorno do grupo ocorreu em 1976, com a trágica morte de Keith Relf, aos 33 anos de idade, vítima de um choque elétrico quando tocava guitarra em sua casa.

Em 1984, no entanto, Jim McCarthy, Chris Dreja e Paul Samwell-Smith resolveram matar as saudades e se reunir com um novo nome, Box Of Frogs. Essa banda lançou dois álbuns, Box Of Frogs (1984) e Strange Land (1986), com alguns shows, mas a falta de tempo de Samwell-Smith se mostrou fatal para a sua continuidade. Eric Clapton e Jeff Beck chegaram a dar canjas com eles.

Hall da Fama e o retorno nos anos 1990

Quando os Yardbirds foram incluídos no Rock And Roll Hall Of Fame, em 1992, ficou claro para Jim McCarthy e Chris Dreja que, quem sabe, ressuscitar sua antiga banda pudesse se tornar uma boa forma de faturar uma grana e pagar os boletos bancários. Sem Page, Clapton, Beck e o saudoso Relf, obviamente, mas com um nome atraente e comercialmente muito viável.

O primeiro nome a se firmar nessa nova formação foi o cantor e guitarrista americano John Idan. Ele conheceu Jim McCarthy em 1988, e tocou com ele e também com Anthony Top Topham. Inicialmente, atuou como cantor e baixista, função que manteve entre 1994 e 2008. Após um período durante o qual se dedicou a projetos próprios, Idan retornou ao grupo em 2015, desta vez como vocalista e guitarrista-base.

No mesmo 2015, mas em sua parte final, entrou no time nos vocais e vários instrumentos o americano Myke Scavone. Ele se tornou famoso como integrante da banda Ram Jam, que em 1977 estourou com a releitura de Black Betty, clássico do compositor folk Lead Belly.

No final de 2018, os Yardbirds ganharam em sua nova fase uma outra adição. Trata-se do guitarrista americano Godfrey Townsend, que tem no currículo trabalhos com John Entwistle (do The Who), Jack Bruce, Alan Parsons, Todd Rundgren, Mark Farner (do Grand Funk Railroad) e Christopher Cross.

Vale a lembrança: Chris Dreja permaneceu nessa nova fase dos Yardbirds de 1994 a 2012, quando saiu de uma vez por todas, deixando Jim McCarthy como único membro original a permanecer no time.

Kenny Aaronson merece um capítulo à parte

Se Jim McCarthy é o único integrante original dos Yardbirds a marcar presença na atual encarnação do grupo (e também o único inglês, vale lembrar), o baixista americano Kenny Aaronson, na banda desde 2015, é o cidadão com o currículo mais invejável, em seus mais de 40 anos de atuação como músico profissional.

Aaronson iniciou a sua carreira como baixista da banda de hard rock Dust, cujos álbuns Dust (1971) e Hard Attack (1972), embora não tenham feito enorme sucesso em termos comerciais, são bastante apreciados pelos fãs do gênero, em especial o trabalho de estreia.

Seu primeiro momento de glória no mundo do rock se deu em 1973, como integrante da banda americana Stories. Eles estouraram em seu país natal com uma releitura matadora de Brother Louie, dos britânicos Hot Chocolate, balada soul-rock na qual a linha de baixo proeminente de Aaronson é um dos pontos seminais deste hit que atingiu o topo da parada ianque de singles naquele ano.

No final de 1974, Aaronson saiu dos Stories e entrou na banda de apoio de Daryl Hall & John Oates, com quem ficou por volta de um ano, durante a turnê de divulgação do mais controvertido álbum da dupla, War Babies (1974), sendo que em algumas ocasiões eles abriram shows para Lou Reed, acredite se quiser.

Em 1986, ele participou do álbum The Knife Feels Like Justice, primeiro álbum-solo do cantor e guitarrista dos Stray Cats, Brian Setzer, e também participou da turnê de divulgação deste trabalho.

De 1991 a 1995, acompanhou a roqueira Joan Jett em diversas turnês e participou do CD Pure And Simple (1994). De quebra, também esteve na banda de Bob Dylan entre 1988 e 1989, e fez um teste para substituir Bill Wyman nos Rolling Stones em 1994. Ufa!

O que ouvir em termos de Yardbirds

A discografia dos Yardbirds de sua fase 1963-1968 é bastante confusa, com direito a discos lançados exclusivamente nos mercados americano e britânico, com faixas variando de uns para outros. O melhor para quem deseja mergulhar no rico universo musical na banda é optar por coletâneas.

Em sua fase pós 1994, o grupo lançou em 2003 o álbum de estúdio Birdland, com sete composições inéditas e oito releituras de hits da banda, contando com as participações especiais de Jeff Beck, Steve Lukather, Brian May, Joe Satriani, Slash, Steve Vai e Jeff Skunk Baxter. A faixa An Original Man (A Song For Keith) é uma bela homenagem ao ex-vocalista do grupo, Keith Relf.

The Train Kept a Rollin’– The Yardbirds:

New Radicals acabou há 20 anos e deixou um belo CD de herança

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Por Fabian Chacur

Em 12 de julho de 1999, um frio e impessoal comunicado oficial anunciou que o grupo New Radicals estava saindo de cena. Seu líder, o cantor, compositor e músico americano Gregg Alexander, alegou cansaço com os shows e a necessidade de divulgar seu trabalho em rádios, TVs e imprensa, e informou que, a partir dali, iria se dedicar em tempo integral a compor e produzir para outros artistas. Era o ponto final de uma curta, porém produtiva trajetória do grupo, criado em 1997. Como herança, ficou o álbum Maybe You’ve Been Brainwashed Too, lançado em outubro de 1998. Vale relembrar essa história e seus detalhes.

Se a banda era de fato novinha, seu criador já tinha alguma estrada. Gregg Alexander nasceu em 4 de maio de 1970, e se mostrou um talento precoce, pois foi contratado pela gravadora A&M com apenas 16 anos. O produtor Rick Nowels se impressionou com o potencial do garoto, e não teve pressa. A prova é o fato de que o trabalho de estreia de Alexandre, Michigan Rain, saiu apenas em 1989, e passou batido, mesmo tendo recebido alguns elogios.

Nowel não desistiu do amigo, e em 1992 a Sony Music, com seu selo Epic, apostou na indicação do produtor. Naquele mesmo ano, saiu Intoxifornication, com três faixas do trabalho anterior, duas releituras de canções daquele disco e outras inéditas. O resultado em termos comerciais foi o mesmo: um retumbante fracasso.

Sem baixar a cabeça, Alexander resolveu criar em 1997 um novo projeto, o New Radicals, totalmente liderado por ele e valendo-se de músicos de apoio e de uma amiga que conheceu quando gravou o álbum anterior, a cantora, compositora e ex-atriz mirim Danielle Brisebois.

Em 1998, conseguiu um contrato com a MCA Records, seguido pela gravação e lançamento, naquele mesmo ano, do álbum de estreia, com o curioso título Maybe You’ve Been Brainwashed Too (talvez você tenha sofrido lavagem cerebral também, em tradução livre).

Chutando os fundilhos de Marilyn Manson, Beck, Hanson e Courtney Love

O primeiro single a ser extraído do álbum de estreia do New Radicals foi sua música mais bem-sucedida em termos comerciais. You Get What You Give, um rock energético com tempero pop e bem pra cima, teve uma repercussão respeitável, chegando ao 5º lugar na parada britânica e 36º na americana, além de se dar bem em vários outros países.

Com um clipe divertido ambientado em um shopping, esta canção trazia uma mensagem de autoajuda, com direito a críticas a diversas corporações e uma mais ácida, dirigida a colegas de profissão: “Fashion mag shoots with 8 Dust Brothers, Beck and Hanson, Courtney Love and Marilyn Manson, you’re all fakes, run to your mansions, come around we’ll kick your ass in”.

A reação a terem sido chamado de falsos e de levarem um bico nos fundilhos gerou uma pequena polêmica, com respostas distintas dos “homenageados”. Manson, por exemplo, disse ter se ofendido pelo fato de ser citado em um mesmo parágrafo com Courtney Love. Beck revelou que Alexander o encontrou em público e lhe pediu desculpas, como se tivesse medo (“e o cara é grandão”, brincou o autor do hit Loser). Com os boa-praças do Hanson a coisa foi melhor, para felicidade de todos.

Os três irmãos não só encararam de forma bem-humorada a citação, definindo-a como algo comum na música pop, como em 2004 escreveram uma canção em parceria com o líder do New Radicals, Lost Without Each Other, gravada pelo Hanson em seu CD Underneath.

Someday We’ll Know, o single que nasceu morto

Os sinais de que as coisas não iam bem para os New Radicals estavam à vista, especialmente quando cancelaram uma turnê européia que se iniciaria em maio de 1999. Eles também gravaram um clipe (veja aqui) para divulgar o 2º single a ser extraído do álbum de estreia, a envolvente balada Someday We’ll Know. No entanto, tal ação promocional ocorreu sem o devido empenho.

Resultado: a canção, uma das mais fortes do disco e em cuja letra Alexander relata a espera por, um dia, descobrir a razão pela qual um romance não deu certo, chegou natimorta ao mercado. Ninguém a tocou em rádio, o single pouco vendeu e, pronto, uma música maravilhosa sumiu de cena.

Bem, nem tanto. Em 2003, a dupla Daryl Hall & John Oates regravou-a com muita categoria, com participação mais do que especial de outro mito da música, o cantor, compositor e multi-instrumentista americano Todd Rundgren. A cantora pop Mandy Moore também a registrou, em 2002, em releitura com produção do próprio Alexander feita para a trilha sonora do filme A Walk To Remember, estrelado por ela própria.

Um álbum repleto de bons momentos

Maybe You’ve Been Brainwashed Too é daqueles álbuns que te envolvem de cabo a rabo. O conteúdo nos oferece uma mistura de rock, pop, soul e dance music muito bem equilibrada. A voz de Gregg Alexander é bem agradável, com direito a falsetes e influências bem digeridas de Mick Jagger e de Karl Wallinger (do World Party). Outras influências visíveis são Todd Rundgren, Daryl Hall & John Oates e Elton John. Não era o som da moda, na época.

Além das duas canções já citadas, várias outras poderiam ter se sobressaído, se tivessem sido bem divulgadas. Mother We Just Can’t Get Enough, que abre o álbum, traz elementos de Sympathy For The Devil, dos Rolling Stones, e Movin’ On Up, do Primal Scream, com um clima tribal e dançante.

I Don’t Wanna Die Anymore, que chegou a ser cotada como possível single, é uma power ballad arrasadora, daquelas que a gente quase corta os pulsos ao ouvir, mesmo com a temática da letra indo na direção oposta, incentivando a seguir em frente, apesar dos pesares. Linda demais!

Technicolor Lover possui uma levada dançante deliciosa, e é a única na qual Alexander incorpora o espírito da banda do eu sozinho, tocando todos os instrumentos e fazendo todos os vocais também. Uma delícia.

E o rockão Jehovah Made This Whole Joint For You então? O cara nos mostra como fazer uma canção de melodia e harmonia caprichadas sem perder a energia roqueira. Power pop total!

A delicadeza pop de Crying Like a Church On Monday e o embalo da ótima faixa título (cuja gravação de bateria foi sampleada da canção All of a Sudden, do grupo britânico XTC) são outros destaques. Mas o álbum todo é bom.

Colaborações de músicos do primeiro time

Se Gregg Alexander se incumbiu da produção e tocou guitarra, também soube trazer para o seu lado músicos realmente capazes de concretizar a sonoridade que ele imaginou. Em Mother We Just Can’t Get Enough, por exemplo, temos no piano ninguém menos do que Greg Phillinganes,cria de Quincy Jones que tocou e gravou com Michael Jackson, Eric Clapton e praticamente toda a sala vip do pop.

O guitarrista em nove das 12 faixas é o brilhante Rusty Anderson, que em 2001 tornou-se integrante fixo da banda de Paul McCartney, tocando com ele desde então em gravações de álbuns e DVDs e nas turnês. Um grande músico, que também tem no currículo gravações e shows com Elton John, Willie Nelson, Michael Bublé, Santana e Ricky Martin. Por sinal, é dele aquele riff de guitarra a la surf music que marca o megahit Livin’ La Vida Loca, do consagrado astro de Porto Rico.

Rick Nowels não poderia ficar de fora, e ele marca presença tocando piano em You Get What You Give (da qual ele é o coautor) e I Hope I Didn’t Just Give Away The Ending. Para quem não sabe, Nowels é outro com forte pedigree musical, um produtor, multi-instrumentista e compositor com belíssimos serviços prestados a Marty Balin, Stevie Nicks, Belinda Carlisle., Céline Dion, Madonna, NSync, Rod Stewart, Dua Lipa e Lana Del Rey.

Enquanto isso, Danielle Brisebois marca presença em cinco faixas nos vocais de apoio e em uma ao piano. Com dois discos-solo no currículo, a moça é coautora de Someday We’ll Know ao lado de Alexander e de Debra Holland.

Esta última ficou conhecida como cantora do grupo Animal Logic, que quando ainda se chamava Rush Hour tocou no Brasil em 1987 e tinha como integrantes os mestres Stewart Copeland (The Police) e Stanley Clarke (Andy Summers também tocou com eles). Rusty chegou a participar dessa banda, e pode ser essa a conexão entre Debra e os New Radicals.

Um disco viúva Porcina, a que foi sem nunca ter sido?

A novela global Roque Santeiro tinha como um de seus personagens principais a viúva Porcina, sempre lembrada pela frase “a que foi, sem nunca ter sido”, pelo fato de, depois de muitos anos, ela ter descoberto que o marido não havia de fato morrido. Aproveitando o tema, dá para se dizer que o único álbum dos New Radicals é uma espécie de Porcina do rock, o trabalho que foi um campeão de vendas, sem na verdade ter sido?

Bem, afirmar que Maybe You’ve Been Brainwashed Too foi um completo fracasso é no mínimo um exagero. O álbum atingiu o 10º lugar na parada britânica, e vendeu por lá mais de 100 mil cópias, o que lhe valeu um disco de ouro. Nos EUA, sua posição mais alta foi a de nº 41, atingida em fevereiro de 1999, e ultrapassou a marca de um milhão de cópias comercializadas, proporcionando um disco de platina pelos padrões numéricos de então.

Logo, o resultado não pode ser qualificado como ruim, e o CD também atingiu bons números no resto do mundo. O problema é que este álbum tinha potencial para ter emplacado pelo menos mais uns quatro singles de sucesso, se manter por pelo menos uns dois anos nas paradas e vender ao menos o dobro. Por que isso não ocorreu? São várias as explicações.

A primeira, e mais óbvia, fica por conta do fim da banda antes da gravação do clipe de Someday We’ll Know. O álbum e suas faixas ficaram órfãos, deixados de lado por seu criador, e atropelados pela concorrência voraz.

Mas existe um outro aspecto que ninguém abordou até hoje. A MCA, gravadora que lançou o único álbum da banda de Gregg Alexander, passava por um momento muito confuso, em meio a negociações que exatamente naquela época a tornaram parte do acervo do conglomerado da Universal Music. Ou seja, era uma empresa que vivia momentos de incerteza.

Uma das coisas mais habituais em gravadoras consiste em um artista ser contratado por um determinado executivo e, na hora de lançar seu trabalho, passar a ser comandado por outro. E, infelizmente também de forma constante, esses novos dirigentes costumam deixar de lados projetos iniciados por seus antecessores, para não “dar moral” a eles. O New Radicals pode ter sido vítima desse processo. A natureza humana é mesmo um horror.

Seja como for, para os anais da história, a banda de Alexander entrou para o hall das one hit wonders (maravilhas de um sucesso só), artistas que só tiveram um único sucesso em suas carreiras. No caso deles, You Get What You Give. Correto em termos numéricos, mas não em termos qualitativos.

A vida pós-New Radicals de Gregg Alexander

Após o fim do New Radicals, Gregg Alexander cumpriu o que prometeu, dedicando-se inteiramente a trabalhar como produtor e compositor para outros artistas. Em 2001, por exemplo, teve sua canção I Can’t Deny It gravada por Rod Stewart no álbum Human.

Pouco depois,em 2002, deu-se super bem ao ter sua deliciosa e dançante música The Game Of Love gravada por Carlos Santana em parceria com a cantora Michelle Branch,hit certeiro que atingiu o 5º posto na parada americana. Em 2007, Santana lançou em uma coletânea uma outra gravação desta mesma canção, desta vez em dueto com Tina Turner.

Alexander teve músicas gravadas e trabalhou com outros artistas de peso, entre os quais Boyzone, Ronan Keating, Sophie Ellis-Bextor, Texas e Geri Halliwell (das Spice Girls). No cenário rock, é o coautor da música The Only Ones, lançada este ano pelo grupo britânico Kaiser Chiefs, e teve duas músicas gravadas pelos também britânicos The Struts em 2014, no bem recomendado álbum Everybody Wants.

O momento mais nobre ocorreu em 2013, com a trilha sonora do filme Begin Again, estrelado por Keira Knightley e Mark Ruffalo, que traz 14 faixas compostas por ele. Uma delas, Lost Stars, gravada por Adam Levine (vocalista do Maroon 5), concorreu ao Oscar de melhor canção original.

Em novembro de 2014, ele pela primeira vez em 15 anos se apresentou ao vivo, interpretando Lost Stars ao lado da amiga Danielle Brisebois. E fica a torcida para um retorno de Gregg, com o nome New Radicals ou não. Enquanto isso, ouçamos Maybe You’ve Been Brainwashed Too novamente.

Ouça Maybe You’ve Been Brainwashed Too na íntegra:

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