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12 discos bem bacanas que eu ouvi durante o ano de 2017

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Por Fabian Chacur

A cada doze meses é a mesma coisa: eis as listas com os melhores discos do ano, os melhores livros do ano, filmes do ano etc. Cada vez mais, para quem pensar com um pouco mais de calma, ficará claro que esse procedimento se trata de algo realmente arrogante. Como definir o que é melhor, em um universo tão grande de lançamentos? E quem, no caso da música, ouviu tudo o que se lançou para se meter a fazer uma seleção realmente relevante?

Quer saber? Já me enchi disso. Não ouvi nem 10% do que saiu durante 2017, se tanto. E olha que eu tive a oportunidade de conferir bastante coisa. Mas ainda assim esse bastante é pouco. Então, para não fugir ao questionamento de “o que foi o melhor da música nos últimos doze meses”, serei menos arrogante. De tudo que conferi, eis 12 (só de sacanagem, saio dos 10 tradicionais) discos lançados entre 2016 e 2017 que eu adorei e recomendo com entusiasmo.

Você verão que tem realmente de tudo, desde trabalho de veteraníssimos até de gente de gerações mais recentes, com direito a rock, soul, MPB etc. É uma listinha muito aleatória. Mas quem ouvir esses trabalhos certamente irá curtir. E o legal: poucos (quem sabe, nenhum) deles consta das listas oficiais das grandes publicações. Divirtam-se, os links das resenhas seguem abaixo:

Entre o Mar e o Sertão- Marcos Lessa:

Marcos Lessa apresenta a sua elegância e classe em belo CD

As Coisas Simples da Vida- Hyldon:

Hyldon apresenta inspiração e boas canções em novo CD

Hybrido- Antonio Adolfo:

Antonio Adolfo relê o Wayne Shorter no ótimo CD Hybrido

Lindsey Buckingham- Christine McVie- Lindsey Buckingham-Christine McVie:

Lindsey Buckingham faz dupla perfeita com Christine McVie

Efeito Borboleta- Rodrigo Santos e Fernando Magalhães:

Efeito Borboleta, bela viagem rocker de Rodrigo e Fernando

Sessions II- Tony Babalú:

Tony Babalu reafirma amor à música em seu novo trabalho

Lighthouse- David Crosby:

David Crosby, ou a inquietude de um grande gênio do rock

Com Vida- Keko Brandão:

Com Vida traz a versatilidade do talentoso Keco Brandão

No Voo do Urubu- Arthur Verocai:

No Voo do Urubu é o Verocai mais inspirado do que nunca

Supermoon-Andre Gimaranz:

Andre Gimaranz lança seu CD Supermoon com show no Rio

Canção de Amor- Claudette Soares:

Claudette Soares nos encanta com seu CD Canção de Amor

The Laughing Apple- Yusuf/Cat Stevens:

Yusuf/Cat Stevens cativa com o álbum The Laughing Apple

Carol Saboya esbanja classe e swing em seu álbum Carolina

carolina saboya cd-400xPor Fabian Chacur

Existe uma velha discussão entre os fãs de música quando o assunto é cantar. Para alguns, só vale aquele que tem o chamado vozeirão, que é adepto do “dó de peito”, com características quase operísticas. Para outros, o que vale é a sutileza, sem exageros e com requinte cirúrgico. Na verdade, não há fórmula, é aquela história daquele antigo comercial: existem mil maneiras de se preparar Neston, invente a sua. E Carol Saboya faz isso muito bem em seu CD Carolina.

Nascida no Rio de Janeiro, Carol Saboya começou a cantar aos oito anos de idade. Morou nos EUA de 1989 a 1991, participou do célebre CD Brasileiro, de Sergio Mendes, e gravou Dança da Voz, primeiro trabalho solo, em 1998. Desde então, lançou mais de dez álbuns, alguns deles nos EUA e Japão, além de fazer inúmeros shows. Dessa forma, aperfeiçoou o seu canto, tornando-se uma profissional de alto nível.

Carolina, o CD, traz dez composições alheias selecionadas pela artista de modo a apresentar um pouco de suas influências no cenário musical. O quadro é amplo, e abrange autores que vão de Pixinguinha a Sting, passando por Beatles, João Bosco, Edu Lobo, Tom Jobim, Djavan e Chico Buarque. A escolha é bem personalizada, com direito a Passarim, Fragile, Hello Goodbye, Avião e Zanzibar, entre outras. Bom gosto e fuga ao óbvio.

Dois fatos dão ao disco uma estrutura sólida em termos de criação e concretização, tornando-o impecável. Um é a capacidade interpretativa de Carol, que canta suave, sim, mas sem cair na monotonia, mostrando-se expressiva e sutil e aproveitando bem cada palavra das letras, ou no caso da fantástica Zanzibar (do genial Edu Lobo), valendo-se com classe dos vocalizes/scats da gravação original sem cair na imitação.

O outro ponto chave de Carolina, o CD, é o elenco escalado para acompanha-la. No piano e arranjos, temos o mestre Antônio Adolfo, que é pai da moça. Nas outras posições, os craques Marcelo Martins (sopros), Jorge Helder (baixo), Rafael Barata (bateria) e André Siqueira (percussão), com participação especial de Claudio Spiewak na faixa Faltando Um Pedaço. Juntos, eles fazem uma sonoridade swingada, pura bossa jazz que proporciona a moldura perfeita para a voz de Carol.

A capacidade que Antônio Adolfo tem de mesclar a sofisticação e a acessibilidade sonora na sua forma de arranjar e tocar dão o tom ao disco. Mas de nada valeria se Carol não fosse uma intérprete tão capacitada e talentosa. Carolina (que é seu nome de batismo) é um trabalho que celebra a música brasileira e internacional sem cair na mesmice, prova de que em pleno 2016 há ainda muita coisa boa a se ouvir dessa fonte inesgotável chamada MPB.

Passarim– Carol Saboya:

Sá Marina – Carol Saboya e Antonio Adolfo:

Leve– Carol Saboya:

Coisas, de Moacir Santos, sairá em vinil

Por Fabian Chacur

O álbum Coisas, de Moacir Santos, será o próximo lançamento da ótima série Clássicos em Vinil, lançada pela Polysom e que tem como objetivo resgatar no formato vinil de 180 gramas grandes pérolas da discografia brasileira. Já chegaram às lojas com este selo maravilhas do naipe de Maria Fumaça, da Banda Black Rio, e Feito em Casa, de Antônio Adolfo, ambos de 1977, só para citar dois títulos bem bacanas desse catálogo.

Lançado originalmente em 1965 pelo selo Forma, Coisas é o primeiro trabalho solo do arranjador, compositor, maestro e multi-instrumentista pernambucano que trabalhou em rádio e TV no Rio de Janeiro e em São Paulo antes de se mudar na segunda metade dos anos 60 para Pasadena, nos EUA, onde atuou em trilhas para o cinema e outras atividades musicais bacanas.

Totalmente instrumental, o álbum Coisas traz dez faixas que tem como peculiaridade serem intituladas apenas por números (tipo Coisa nº1,2,3 etc). Algumas delas foram, posteriormente, letradas por parceiros do maestro. A produção do LP ficou a cargo do experiente Roberto Quartin. A nova versão remasterizada traz um texto assinado pelo músico Mario Adnet, figura importante no resgate da obra de Moacir Santos em seu país natal.

Ao lado de Zé Nogueira, Adnet produziu em 2001 o álbum Ouro Negro, homenagem a Moacir Santos que inclui participações especiais de feras da MPB como Milton Nascimento, João Bosco, Djavan e Gilberto Gil, entre outros. A repercussão foi tão boa que acabou gerando show e DVD do grande maestro por aqui. Ele faleceu no dia 6 de agosto de 2006, uma semana depois de completar 80 anos de idade, deixando um legado belíssimo em termos musicais.

Ouça Coisa Nº9, com Moacir Santos:

Série resgata dois clássicos do genial Edu Lobo

Por Fabian Chacur

Edu Lobo é um dos grandes gênios da história da nossa amada música popular brasileira. Só não é mais badalado e reverenciado por sua conhecida aversão ao contato constante com a mídia. Discreto, foge da badalação como o capeta da cruz. Sua obra, no entanto, é tão consistente como a de outros mestres da MPB. Boa prova é a recém-lançada caixa Dois Tons de Edu Lobo (Universal Music).

Filho do também compositor Fernando Lobo (autor de Chuvas de Verão e outros clássicos da MPB), Edu nasceu em 29 de agosto de 1943 e se tornou conhecido no cenário musical muito cedo. Ele estourou nas paradas de sucesso com a música Ponteio, vencedora do Festival da Record de 1967. Ao invés de aproveitar aquele momento em termos comerciais, preferiu estudar e aprofundar seus conhecimentos musicais. Ele é parceiro musical de gente como Chico Buarque, Gianfrancesco Guarnieri, Cacaso e muitos outros do mesmo altíssimo gabarito.

Se perdeu em popularidade, ganhou em reconhecimento entre os colegas e em consistência artística. Com profundo conhecimento teórico, ele no entanto não se distanciou da música popular, em uma original mistura que inclui bossa nova e os ritmos nordestinos. Aliás, ele foi um dos responsáveis por forró, baião e outras variações da cultura nordestina ganharem sofisticação, sem perder a alma.

O produtor e pesquisador Thiago Marques Luiz reuniu em Dois Tons de Edu Lobo dois dos melhores, mais importantes e mais bem-sucedidos em termos comerciais álbuns da carreira desse grande artista. No formato caixa, com direito a embalagem luxuosa, encartes repletos de informações e as letras e fichas técnicas completas de cada canção, temos aqui Camaleão (1978) e Tempo Presente (1980).

Lero-Lero, um dos maiores sucessos comerciais da carreira de Edu Lobo e tema da novela global Sinal de Alerta, é a faixa mais conhecida de Camaleão. Prova de que é possível unir melodia bela e acessível, ritmo sofisticado e cativante e uma letra poética e direta, sem rodeios. Chega a ser inacreditável imaginar que essa música fez sucesso radiofônico na época.

O álbum conta com canções maravilhosas do naipe de O Trenzinho do Caipira (Bachianas Brasileiras nº2), versão com letra da obra de Villa-Lobos, Coração Noturno, Sanha da Mandinga, a releitura de seu clássico dos anos 60 Memórias de Marta Saré e duas instrumentais simplesmente cativantes, a faixa-título do álbum e Bate-Boca.

O grupo Boca Livre, então iniciando de forma decisiva sua ascensão rumo ao estrelato, marca presença em várias faixas de Camaleão e também de Tempo Presente, assim como o brilhante Antônio Adolfo. Aliás, os dois álbuns possuem boas semelhanças estruturais, incluindo dez faixas cada, sendo dois temas instrumentais (no caso de Tempo Presente, as belas Balada do Outono e Rio das Pedras).

Tempo Presente tem como diferenciais o fantástico dueto de Edu com Joyce Moreno em Rei Morto Rei Posto (Joyce também é coautora da faixa-título) e o incrível bate-bola vocal entre o autor de Ponteio e Dori Caymmi na envolvente Desenredo, que tem ecos de O Trenzinho do Caipira. Os grupos vocais Viva Voz e MPB-4 também estão presentes nesses trabalhos.

Com uma voz doce e sempre utilizada de forma inteligente, melódica e envolvente, Edu toca violão e se dedica com afinco aos arranjos e à escalação dos músicos, fazendo dessa forma aquilo que se convencionou chamar de “disco de produtor”, ou seja, no qual o astro da companhia procura também delegar espaços bacanas para que outros músicos participem com brilho de seus discos, sempre com ótimos resultados.

Camaleão e Tempo Presente são discos maravilhosos, daqueles que se recusam a envelhecer e que são marcos de um tempo em que músicas com esse alto gabarito não só eram reconhecidas pelos críticos como também conseguiam ocupar espaços nas programações de rádio, hoje algo praticamente impossível em meio ao domínio de gêneros mais popularescos e imediatistas. Que, provavelmente, sairão de cena rapidinho, ao contrário da obra de Edu Lobo, cada dia mais importante e boa de se ouvir.

Ouça Lero-Lero, com Edu Lobo:

CDs clássicos de Erasmo são reunidos em caixa

Por Fabian Chacur

A gravadora Universal Music criou recentemente uma série de relançamentos que merece os maiores elogios. Em seu novo volume, intitulado Três Tons de Erasmo Carlos, temos o resgate no capricho de três títulos importantes da discografia do Tremendão, com requintes nem sempre habituais por aqui.

Os elogios começam pelo formato da embalagem, que é de papelão duro com direito a imagens dos três álbuns, pequeno texto informativo e a relação completa das músicas. No formato CD tradicional, cada disco incluído no box traz encarte com letras, fichas técnicas completas e reprodução de capa, contracapa e encartes originais.

De quebra, ainda temos um encarte adicional com ótimo texto informativo escrito por Cleodon Coelho, também responsável pela seleção dos títulos. Os álbuns aparecem em versões remasterizadas, e são Carlos, Erasmo (1971), Sonhos e Memórias 1941-1972 (1972) e Banda dos Contentes (1976), todos lançados na década de 70 pela antiga Philips.

Carlos, Erasmo marca a estreia do cantor, compositor e músico na gravadora, após alguns anos na hoje extinta RGE, e serve como marco da bela trajetória musical que ele passou a percorrer após as jovens tardes de domingo da Jovem Guarda. Sua musicalidade se expandiu, com ênfase no rock, mas aberto a outros sons, outras batidas, outras pulsações.

As duas faixas que abre o álbum são prova cabal dessa direção abrangente. De Noite na Cama, de autoria de Caetano Veloso e resgatada nos anos 90 por Marisa Monte, é um dos grandes momentos de Erasmo na seara do samba rock, desdobramento do samba do qual ele é um dos grandes expoentes ao lado de Jorge Ben Jor e Bebeto.

Uma bela incursão no folk é a marca da balada Masculino, Feminino, interpretada em parceria com Marisa Fossa (cantora do grupo gaúcho O Bando) e incluída com destaque na trilha sonora do filme Roberto Carlos a 300 Km Por Hora, do qual Erasmo participou ao lado do eterno amigo e parceiro musical Roberto Carlos.

Sonhos e Memórias 1941-1972 não emplacou hits nas paradas de sucesso, embora seja um trabalho muito interessante, com direito a uma agitada releitura de É Proibido Fumar, um dos primeiros sucessos da parceria Roberto/Erasmo. O álbum traz homenagens aos ídolos do roqueiro, como Elvis, Dylan, Lennon e outros.

A capa é sensacional, montagem repleta de fotos de personalidades importantes dos anos 50, 60 e 70 e também de outras eras em termos musicais, cinematográficos e políticos, com direito até mesmo a contracapa de disco do Alice Cooper (Killer-1971, para ser mais preciso) que havia acabado de sair. Até Richard Nixon está lá!

Banda dos Contentes flagra o Tremendão em grande fase em termos artísticos e comerciais, especialmente graças a Filho Único, que estourou ao integrar a trilha sonora da novela global Loco-Motivas. Um rockão! O disco inclui certeira releitura de Paralelas, de Belchior, a deliciosa Análise Descontraída (de Roberto e Erasmo) e a ótima Billy Dinamite (de Erasmo em parceria com o guitarrista Rick Ferreira).

O repertório traz também obras de Gilberto Gil (Queremos Saber), Jorge Mautner (Dia de Paz, parceria com o genial Antônio Adolfo, que toca em várias faixas do álbum) e Continente Perdido (Terra de Montezuma), de Ruy Maurity, aquele do Nem Ouro Nem Prata e Serafim e Seus Filhos, que também vivia grande fase naquele momento.

Três Tons de Erasmo Carlos é uma caixa imperdível para quem deseja descobrir ou relembrar uma das grandes fases da carreira desse incrível roqueiro, um dos nomes mais relevantes da história da nossa MPB e que, graças a Deus, continua ativo e produtivo no embalo de seus 72 anos de idade.

QUER SABER COMO CONCORRER A DOIS EXEMPLARES DE TRÊS TONS DE ERASMO CARLOS? FIQUE ATENTO A PROMOÇÃO QUE MONDO POP FARÁ EM PARCERIA COM O CLUBE MONDO VERDE E A GRAVADORA UNIVERSAL MUSIC!!!

Ouça Filho Único, com Erasmo Carlos:

Ouça Masculino, Feminino, com Erasmo Carlos e Marisa Fossa:

Caixa reúne CDs clássicos de Fafá de Belém

Por Fabian Chacur

Poucas intérpretes da história da MPB começaram suas trajetórias com tanta força como Fafá de Belém. Em 1975, com apenas 19 anos, ela estourou nacionalmente com a música Filho da Bahia, trilha da novela global Gabriela. No ano seguinte, lançou seu primeiro álbum, Tamba Tajá, com boa repercussão.

Até o fim dos anos 70, a cantora paraense conseguiu consolidar sua carreira no cenário nacional graças a três álbuns excelentes: Água (1977), Banho de Cheiro (1978) e Estrela Radiante (1979).

A Universal Music está resgatando esses três álbuns em versões remasterizadas e luxuosas na caixa Três Tons de Fafá de Belém, com direito a embalagem luxuosa, encartes repletos de informações e com textos e organização a cargo do produtor Thiago Marques Luiz.

Água traz como marca a presença de sonoridades de várias regiões do Brasil, especialmente do Norte, e canções marcantes como Pauapixuna, Ontem Ao Luar, Raça, Sedução e Foi Assim. A nova versão conta com quatro faixas bônus: Emoriô, Naturalmente, Não Há Dinheiro Que Pague e uma versão em espanhol de Foi Assim.

Banho de Cheiro segue o mesmo espírito do trabalho anterior, e emplacou hits como Dentro de Mim Mora Um Anjo, Maria Solidária, Moça do Mar e Tanto.

O romantismo mais refinado é a marca de Estrela Radiante, como provam baladas belíssimas como Sob Medida, Memória e Que Me Venha Esse Homem, provando ser possível falar de amor sem cair em lugares comuns já frequentados por outros artistas.

Vale ressaltar a qualidade dos músicos que participam desses discos, que inclui entre outros gente do naipe de Wagner Tiso, Antonio Adolfo, Chico Batera, João Donato, Luis Alves, Francis Hime, Artur Verocai, Raul Mascarenhas e Cristóvão Bastos.

Três Tons de Fafá de Belém é uma boa oportunidade para reavaliarmos o lugar de Fafá de Belém na MPB, praticamente esquecida por boa parte dos críticos, embora tenha em seu repertório discos com a excelência dos três trabalhos incluídos nesta bela caixa.

Foi Assim, com Fafá de Belém:

Sedução, com Fafá de Belém:

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