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I Am (1979) marca o auge da incrível banda Earth, Wind & Fire

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Por Fabian Chacur

Muito difícil escolher o melhor álbum lançado pelo Earth, Wind & Fire. Durante sua trajetória, a banda criada pelo genial cantor, compositor, músico e produtor americano Maurice White nos proporcionou diversos trabalhos de primeiríssima linha, especialmente durante a década de 1970, seu auge em termos criativos e comerciais. Mas dá para selecionar, sem sustos, o LP que marca o auge deles, aquele momento em que viraram praticamente uma unanimidade perante os mais diversos públicos. Estou falando de I Am, lançado em 1979, quando os caras tomaram a cena pop de assalto, de uma vez por todas.

Até aquele momento de sua carreira, o grupo já havia conseguido grandes feitos, como atingir o topo das paradas americanas de álbuns e singles, lotar ginásios pelos EUA e outros países com seu show repleto de efeitos especiais e produção sofisticada e também conquistar fãs fora do universo da black music.

O mais importante, obviamente, é a qualidade artística da música que lhes possibilitou tais conquistas, uma brilhante fusão de soul, funk, rock, jazz e músicas africana e latina. Faltava apenas a cereja do bolo, ou seja, ganhar o público mainstream, entrando no primeiro escalão da popularidade mundial.

Inquieto e inteligente, Maurice White sempre buscou parcerias com gente de fora da banda, como forma de somar forças e também levar adiante sua intenção de criar um som universal e ao mesmo tempo criativo e popular.

Em I Am, essa busca o impulsionou a iniciar um trabalho ao lado do compositor, músico e produtor canadense David Foster, que até aquele momento já havia gravado com e produzido artistas do porte de George Harrison, Daryl Hall & John Oates e outros. Fã da banda, ele conheceu Maurice através de uma amiga em comum, e logo de cara mostrou a ele uma balada que havia composto ao lado dos amigos músicos Jay Graydon e Bill Champlin.

Maurice não só adorou a tal balada, nada menos do que After The Love Has Gone, como perguntou a Foster se ele não estava interessado em tentar compor alguma coisa a seu lado. Foster aceitou, e as jam sessions entre eles geraram seis das nove faixas incluídas em I Am. Com boas influências da black music, Foster trouxe para o grupo elementos da música pop que ajudaram a banda a se aproximar do mainstream radiofônico.

Aliás, as duas faixas que conseguiram concretizar esse feito são de certa forma opostas, e ambas agradaram em cheio importantes setores do grande público da época. Uma é a já citada After The Love Has Gone, que chegou ao número 2 da parada de singles da Billboard e pegou em cheio os fissurados por canções românticas, nostálgicas e de apelo fortemente melódico.

A outra mirou os fãs da então extremamente popular disco music. Trata-se de Boogie Wonderland, única música do disco não assinada por White (composição de Joe Lind e Allee Willis) e a única faixa escancaradamente do gênero gravada pela banda, e que estourou com força total nas discotecas de todo o mundo e de quebra atingiu o nº 6 entre os singles da Billboard.

Não é de se estranhar, portanto, que I Am tenha sido o álbum mais popular do E,W&F no Reino Unido, atingindo por lá a posição de nº 5, e também nos principais mercados discográficos do mundo. Mas vale ressaltar uma coisa: se essas duas faixas são apelos a públicos que o grupo nunca havia atingido em cheio, não caem em fórmulas pré-estabelecidas ou diluições picaretas, sendo excelentes e também sem fugir demais ao espírito musical desenvolvido por Maurice White e seus discípulos.

E o disco nos oferece muito mais. O LP tem início de forma apoteótica com In The Stone entrando em cena com uma abertura digna dos melhores musicais da Broadway, para mostrar logo de cara o vasto acervo de armas musicais desse timaço musical: o entrosamento da voz máscula de Maurice com o sedutor falsete de Philip Bailey, os metais sempre pontuando tudo, percussão salerosa e afro para contagiar e o time de guitarras, baixo (do estupendo Verdine White, irmão de Maurice) e teclados dando o arremate final.

Uma das marcas registradas do E,W&F é a criação de interlúdios musicais, pequenos trechos que ou introduzem uma canção ou a ligam à outra que vem a seguir. E é um deles que abre o caminho para que surja a galopante Can’t Let Go, delicioso “balanço” (termo que se usava no Brasil nos anos 1970 para definir canções dançantes) que tocou em nossas rádios. Chega o momento da primeira balada, After The Love Has Gone, cujo solo de sax no final é a deixa para a entrada da sacudida Let Your Feelings Show, encerrando o lado A do LP de vinil original.

Boogie Wonderland abre o lado B para chacoalhar o esqueleto de todos, clima que a incrível Star se incumbe de manter, mesmo não sendo propriamente disco e com vocais simplesmente encantadores. O romantismo na melhor tradição da soul music marca a belíssima Wait, de andamento mais lento e com aquelas paradinhas deliciosas. O momento instrumental do álbum vem a seguir, a roqueira Rock That!, com ótima performance dos músicos. You And I, que fecha o disco, tem um clima ao mesmo tempo romântico, swingado e sensual que certamente influenciou o charm dos anos 1980.

Verdine White define I Am como “o nosso Abbey Road“, o disco mais bem-sucedido em termos comerciais da carreira dos Beatles, enquanto Maurice White o considera não só um dos melhores da banda como um dos mais influentes. “Alguns artistas fizeram suas carreiras baseados em faixas deste álbum”, afirmou ele em texto incluído na box set The Eternal Dance (1992).

Curiosidades envolvendo personagens e fatos sobre I Am:

***** David Foster ganhou seu primeiro Grammy, o Oscar da música, com After The Love Has Gone. Sua participação em I Am foi um divisor de águas na carreira dele, que posteriormente faria trabalhos de imenso sucesso comercial com artistas como Chicago, Whitney Houston, Céline Dion, Josh Groban, Michael Bublé e Andrea Bocelli, entre muitos outros. Ele compôs mais algumas músicas com Maurice White, entre as quais os hits And Love Goes On e Could It Be Right.

***** Em sua ótima autobiografia Hit Man (2008- Pocket Books, não foi lançado no Brasil), David Foster relembra que ele e Maurice White se entendiam muito bem em quase tudo, menos em duas questões: alimentação e cigarros. Enquanto o líder do E,W& F era adepto de alimentação natural e hábitos saudáveis, Foster se dizia um voraz consumidor de hambúrgueres e fast food em geral, além de fumar em torno de três maços de cigarro por dia.

***** Os parceiros de David Foster em After The Love Has Gone tem um belo pedigree musical. O guitarrista americano Jay Graydon, por exemplo, gravou com inúmeros astros da música e é autor de vários hits de Al Jarreau, entre eles a deliciosa Mornin’. Além do Grammy com essa bela balada, ele faturou outro, desta vez com a swingada Turn Your Love Around, hit na voz de George Benson e que inclui na parceria novamente Bill Champlin e Steve Lukather (do grupo Toto).

****** Também com belo currículo como músico de estúdio e autor, Bill Champlin de quebra integrou entre 1981 e 2009 o grupo Chicago, tendo gravado o vocal principal em grandes hits como Hard Habit To Break, Look Away e I Don’t Wanna Live Without Your Love. Vale lembrar que, como músico de estúdio, Jay Graydon gravou o solo de Peg, do grupo Steely Dan, citado por muitos como um dos melhores de todos os tempos. Ouça e tente não concordar aqui.

***** Na edição original em vinil de I Am e mesmo na caixa The Eternal Dance, o título da mais famosa balada do disco é After The Love IS Gone. Na edição em CD, no entanto, a grafia é After The Love HAS Gone , a mesma na qual voce encontra informações sobre ela na internet. A segunda versão, ressalte-se, é a correta em termos gramaticais, pois coloca a palavra no tempo certo, ou seja, no passado.

****** Além de David Foster, Maurice White contou com outra parceria nas canções incluídas em I Am. Trata-se da compositora Alee Willis, que é coautora de sete das nove faixas do álbum, atuando neste caso principalmente no quesito letras. Ela é conhecido como coautora de outros hits importantes, entre os quais Neutron Dance (Pointer Sisters), What Have I Done To Deserve This (Pet Shop Boys e Dusty Springfield) e I’ll Be There For You (The Rembrandts, tema principal da série de TV Friends). Ela também é uma das autoras de September, do E,W&F.

***** Única faixa do álbum não assinada por Maurice White, Boogie Wonderland é uma parceria de Alee Willis com Jon Lind. Este compositor também escreveu com White Sun Godess, gravada originalmente por um dos mentores de Maurice White, Ramsey Lewis e depois pela banda no ao vivo Gratitude. Entre seus hits para outros artistas, vale destacar Crazy For You (Madonna) e Save The Best For Last (Vanessa Williams), sendo que ambas atingiram o topo da parada americana.

****** Duas canções adicionais foram gravadas para integrar o álbum I Am, mas acabaram ficando de fora de sua versão original. São elas Dirty, da qual participa o saudoso gaitista Junior Wells (conhecido por sua dupla com Buddy Guy) e Diana, esta última outra parceria entre Maurice White e David Foster. Essas gravações foram adicionadas como faixas-bônus da versão remasterizada de I Am, lançada em 1999 pela Sony Music.

***** A capa de I Am, com ilustração a cargo de Shusei Nagaoka e design assinado por Roger Carpenter, são inspiradas no Egito antigo, uma das fascinações de Maurice White, um fã de assuntos místicos e espiritualistas. Ele conseguiu levar a banda para lá em uma ocasião, sendo que, segundo ele, “metade deles amou e metade odiou”. A contracapa traz um pot-pourry de vários fatos históricos e discos voadores voando ao fundo, em ilustração bela e apoteótica de Shusei.

*****Eis a escalação do E,W&F, considerada a sua clássica: Maurice White (vocal, percussão e bateria), Verdine White (baixo), Philip Bailey (vocal e percussão), Larry Dunn (teclados), Al McKay (guitarra), Fred White (bateria, irmão de Maurice e Verdine), Johnny Graham (guitarra), Andrew Woolfolk (sax tenor) e Ralph Johnson (percussão). A sessão de metais trazia Don Myrick (sax tenor e barítono), Louis Satterfield (trombone) e Rahmlee Michael Davis (trompete).

Ouça I Am em streaming:

Rita Coolidge faz lindos shows no Brasil, só que não! Cancelados!

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Por Fabian Chacur

No dia 13 de dezembro de 2018, Mondo Pop anunciou em primeira mão a vinda ao Brasil, pela primeira vez, da cantora americana Rita Coolidge (leia a matéria aqui). Uma bela notícia, por sinal. Ela faria três shows por aqui, em abril de 2019, em Vila Velha (ES), São Paulo e Rio de Janeiro. Pois bem. No fim das contas, o que era para ser, e estava plenamente confirmado, não se fez real. Em português mais claro: os shows não aconteceram!

Bem, aí, meu querido leitor, minha querida leitora, você certamente deve estar falando aí com os seus botões: mas que raio de jornalista é esse, que anuncia a realização de um show e esse show não acontece? Bem, vamos lá. Para começo de conversa, as três datas de Rita Coolidge no Brasil foram confirmadas oficialmente pela produtora que as realizaria, a respeitada Poladian Produções, que já trouxe ao país Eco & The Bunnymen, P.I.L., B.A.D. e inúmeros outros. As apresentações também estavam na programação oficial do site da intérprete de We’re All Alone e tantos hits. Logo, não havia o que questionar.

O cancelamento da turnê ocorreu não muito antes de sua realização, e não foi divulgado de forma muito intensa. Na verdade, só fiquei sabendo disso esta semana e por acaso, ao conversar com uma pessoa que trabalha no meio musical. Dê um google e tente achar essa informação mais perto da data dos shows e encontrará o mesmo que eu: nada. Pior: entre no site da produtora, e os shows ainda estão lá, como se tivessem sido realizados normalmente. Como não estou em São Paulo, demorei esse tempo para descobrir tal “novidade”.

Mas vou contar uma coisinha para vocês: isso não é um fato inédito. Várias vezes são anunciados shows de artistas internacionais por aqui, por produtoras grandes, e no fim das contas eles não ocorrem. Em 2015, por exemplo, teríamos em junho os quatro primeiros shows da cantora Sinead O’Connor, pela produtora Opus, outra especialista em trazer grandes nomes da música. E não rolou.

Assim como não rolou o retorno de Robin Gibb ao Brasil, que veio ao país pela primeira (e, infelizmente, única) vez em novembro de 2005. Uma nova tour brazuca rolaria em 2010, mas foi adiada para abril de 2011, devido a problemas de saúde do cantor. Poucos dias antes, mais uma vez, novo adiamento, desta vez definitivo. E, infelizmente, o artista nos deixou no dia 20 de maio de 2012.

Os fãs do grupo americano The Doobie Brothers, entre os quais me incluo, vibraram ao ouvirem o anúncio de que a banda seria uma das atrações do Rock in Rio em 1991. Seria, mas não foi, pois houve o cancelamento prévio. E a banda não veio até hoje. Portanto, vamos cruzar os dedos e torcer para que Daryl Hall & John Oates, atração anunciada para o mês de junho de 2019 (leia mais aqui), realmente venha a fazer a felicidade de seus fãs brasileiros. Do contrário, entrará nessa relação dos que foram sem ter nunca terem sido…

Love Me Again– Rita Coolidge:

Patricia Marx procura fugir do tédio em seu novo álbum, Nova

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Por Fabian Chacur

Patricia Marx está de volta ao universo das canções inéditas, após o sucesso de seu álbum Trinta (2013), no qual releu sucessos de seus trabalhos anteriores. Apropriadamente intitulado Nova e lançado pela gravadora LAB 344, o novo CD da cantora e compositora paulistana nos oferece 14 faixas, com direito a letras em português e inglês, participações especiais bacanas e uma consistência artística compatível com sua extensa experiência artística.

Em entrevista a Mondo Pop, ela dá detalhes sobre o seu 13º álbum de carreira, além de falar sobre sua trajetória e novos projetos, um deles sendo uma parceria com Luciano Nassyn intitulada Trem da Alegria Celebration, na qual os dois integrantes do célebre grupo infantil de muito sucesso nos anos 1980 irão reler os hits daqueles tempos em shows ao vivo.

Mondo Pop- Como você define o álbum Nova, comparado com seus trabalhos anteriores?
Patricia Marx
– Consegui experimentar mais nesse álbum do que nos anteriores. Teve um ganho gigantesco, eram ideias que eu já tinha, e que agora consegui concretizar. É um disco no qual você vai descobrindo novas coisas a cada audição, tem sutilezas, como a faixa a capella Cathedral, por exemplo. A gravadora LAB 344 me deu liberdade para fazer isso, me deixou muito livre.

Mondo Pop- Em termos de estilo, musicalmente falando, que caminhos o Nova tomou?
Patricia Marx
– É um trabalho de pop, soul,com umas coisas estranhas no meio. Se eu me sinto me repetindo, fico entediada, sempre busco coisas novas. Não é uma mudança radical em relação ao que já fiz, mas a mudança está lá.

Mondo Pop- Como começou a sua parceria musical com o Herbert Medeiros, e qual a importância dele neste CD?
Patricia Marx
– O Herbert é um coautor desse álbum, meu braço direito, o parceiro musical perfeito, além de arranjador, músico, parceiro de composições. Começamos a trabalhar juntos quando ele era músico da banda do Trinta, inicialmente só como músico e depois como arranjador e tudo o mais.

Mondo Pop- O álbum tem algumas parcerias bem legais. Com o Paul Pesco, por exemplo.
Patricia Marx
– O Paul Pesco, produtor americano que trabalhou com Daryl Hall & John Oates, Madonna, Steve Winwood, Mary J. Blige e Miguel, entre outros, eu conheci através do Sérgio Martins (diretor e criador da LAB 344). Começamos a nos comunicar via whatsapp, ele de Nova York e eu e o Herbert daqui. Gostei demais de trabalhar com ele, que é muito rápido.

Mondo Pop- Tem outros parceiros bacanas, também, fale sobre eles.
Patricia Marx
– O Jorge Ailton, que toca na banda do Lulu Santos e lançou um disco solo há pouco (Arrembi, pela mesma LAB 344), é meu parceiro na música Lá No Espaço. O Marc Mac, da banda londrina 4Hero, fez letras em inglês. O Jair Oliveira é parceiro na música Luz Numa Lágrima, enquanto o rapper francês radicado no Canadá Lou Piensa participou da música Don’t Break My Heart.

Mondo Pop- Aliás, o disco mescla letras em inglês com outras em português. Isso tem um pouco a ver com a repercussão que seu trabalho tem no exterior, e do fato de você ter morado em Londres?
Patricia Marx
– Eu, por mim, teria feito um álbum inteiro em inglês, mas é muito bom cantar na minha língua, também. Desde 2001, quando morei em Londres, tive abertura para me divulgar no exterior, estou no mundo há algum tempo.

Mondo Pop- Para encerrar, diga algo sobre seus projetos para 2019.
Patricia Marx
– Farei um show para divulgar o Nova, vou bolar uma forma nova de fazer isso. Pretendo lançar uma biografia, e farei junto com o Luciano Nassyn o Trem da Alegria Celebration, uma série de shows com músicas do Trem de Alegria, cujos discos foram disponibilizados nas plataformas digitais.

You Showed Me How (clipe)- Patricia Marx:

Todd Rundgren lançará novo álbum com vários convidados

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Por Fabian Chacur

Todd Rundgren, um dos nomes com melhor currículo no cenário do rock mundial, lança um novo álbum em breve. Será no dia 12 de maio, com o título White Knight e nos formatos CD (com 15 faixas), LP de vinil (com 11 faixas) e digital (15 faixas). A gravadora será a Cleópatra Records, e infelizmente não há previsão de lançamento no Brasil. O bacana é que vários convidados ilustres marcarão presença.

Entre outros, teremos no novo álbum do cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista americano astros do porte de Daryl Hall (Chance For Us), Donald Fagen, do Steely Dan (Tin Foil Hat), Joe Satriani (Not a Drill), Joe Walsh (Sleep), Trent Reznor e Aticus Ros, do Nine Inch Nails (Deaf Ears), Bettye LaVette (em Naked & Afraid), a cantora Robyn (em That Could Be Me) e Rebop Rundgren, filho de Todd (em Wouldn’t You Like To Know). Ufa! Um elenco de primeira linha.

Vale lembrar que há menos de um ano, precisamente em 12 de agosto de 2016, Rundgren lançou o DVD/Blu-ray/CD (também inédito no Brasil) An Evening With Todd Rundgren Live At Ridgefield, gravado ao vivo em 15 de dezembro de 2015 em Ridgefield, Connecticut (EUA). O trabalho dá uma bela geral na obra do artista, com faixas da carreira-solo e de suas ex-bandas, a Nazz e a Utopia. No repertório, Hello It’s Me, I Saw The Light, Bang The Drum All Day e Love in Action, com 25 faixas nos formatos de vídeo e 18 no CD.

Nascido nos EUA em 22 de junho de 1948, Todd Rundgren tornou-se conhecido inicialmente como integrante da banda Nazz. Em 1970, iniciou a carreira-solo, que rendeu álbuns clássicos como Something/Anything? (1972) e hits como I Saw The Light, além de desenvolver carreira paralela com o grupo Utopia.

Ele produziu discos para artistas como Daryl Hall & John Oates, Grand Funk Railroad, Badfinger, XTC, Meat Loaf e New York Dolls, e participou de três turnês da All Starr Band, de Ringo Starr, com a qual esteve no Brasil em duas ocasiões (leia a resenha de um desses shows aqui).

Black And White (live)- Todd Rundgren:

Fitz And The Tantrums tocará no Lollapalooza Brasil 2015

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Por Fabian Chacur

Foi divulgado oficialmente neste domingo (16) o elenco oficial da quarta edição nacional do festival Lollapalooza Brasil, que será realizada nos dias 28 e 29 de março de 2015 no autódromo de Interlagos. Serão mais de 50 atrações, englobando desde o rock clássico até a música eletrônica. Um dos destaques perdidos no meio do time é a banda Fitz And The Tantrums.

Criada em 2008 e tendo como sede Los Angeles, Fitz And The Tantrums é integrada por Michael “Fitz” Fitzpatrick (vocal), Noelle Scaggs (vocal), James King (sax e flauta), Jeremy Ruzumna (teclados), Joseph Karnes (baixo) e John Wicks (bateria e percussão). O grupo faz uma versão moderna de soul, funk e black music repleta de energia e boas canções.

Eles estouraram logo com seu álbum de estreia, o ótimo (e inédito no Brasil) Pickin’ Up The Pieces (2010), que inclui entre outras as fantásticas Moneygrabber e Don’t Gotta Work It Out. A evidente influência de Daryl Hall & John Oates em seu som teve a bênção do próprio Daryl, que os convidou e cantou com eles em seu seminal programa de TV Live From Daryl’s House.

More Than Just a Dream (2012) marcou a entrada do sexteto no selo Elektra, e contém músicas como Break The Walls, Spark, The End e The Walker. Com sua performance bem pra cima e um repertório dançante e alto astral, o grupo pode se tornar um dos destaques do festival.

Os headliners do Lollapalooza Brasil 2015 são Jack White, Pharell Williams, Calvin Harris, Robert Plant, Skrillex, The Smashing Pumpkins e Foster The People. Este último, por sinal, atuou na primeira edição do festival no Brasil, em 2012, e volta agora com muita moral, graças a seu som que mistura dance, eletrônica e psicodelismo.

A escalação do festival também trará bandas bem populares e que já vieram antes ao Brasil, como The Kooks, Kasabian e Interpol, o badalado Far From Alaska, e brasileiros como Pitty, Banda do Mar e O Terno. Os ingressos do segundo lote já estão à venda, custando R$ 660 e R$ 330 (meia) para os dois dias. Mais informações: www.lollapaloozabr.com .

Moneygrabber– Fitz And The Tantrums:

Moneygrabber– Fitz And The Tantrums com Daryl Hall (live):

Grupo de rap De La Soul toca em SP e mostra som seminal

de la soul 2014-400xPor Fabian Chacur

A Agência Equilat3ro traz a São Paulo para show no dia 25 de julho (sexta-feira a partir das 23h30) um dos grupos mais importantes da história do rap e do hip hop. Trata-se do trio americano De La Soul, que será a atração da comemoração dos 12 anos da Festa Chocolate. O show terá como palco o Áudio Club (avenida Francisco Matarazzo, 694- Barra Funda www.audiosp.com.br), com ingressos custando de R$ 50,00 a R$ 160,00.

Oriundo de Long Island, Nova York, o De La Soul foi criado por Posonuous (Kelvin Marcer), Trugoy The Dove (David Jolicoeur) e P.A. Pasemaster Mase (Vincent Mason). Desde o início, o objetivo do trio era investir em sonoridade e poética inovadoras, fugindo dos clichês e não limitando seus horizontes criativos. Isso se mostrou com bastante força logo em seu trabalho de estreia.

3 Feet High And Rising (1989), lançado pelo influente selo de rap Tommy Boy e produzido por Prince Paul, mostra um rap com influências de psicodelismo, samplers até de bandas de rock como Steely Dan e uma sonoridade instigante. Os hits Say No Go (com sampler de I Can’t Go For That- No Can Do, de Daryl Hall & John Oates), Me Myself And I (com sampler de Not Just Knee Deep, do Funkadelic) e Eye Know (sampleando Peg, do Steely Dan) são apenas a ponta do iceberg.

A partir daquela estreia marcante (que comemora em 2014 25 anos), o De La Soul se manteve na estrada da criatividade, e nos proporcionou álbums ótimos como De La Soul Is Dead (1991) e Stakes Is High (1996), com direito a parcerias com grandes nomes da black music do naipe de Chaka Khan e Zhané. Sairá ainda este ano seu novo álbum, You’re All Welcome, em torno do qual existe grande expectativa.

Ouça 3 Feet High And Rising na integra, em streaming:

Fleetwood Mac será atração em New Orleans

Por Fabian Chacur

Quem acompanha Mondo Pop já sabe que o Fleetwood Mac voltará aos palcos em 2013, como noticiamos aqui e aqui. Mais uma data importante na agenda do consagrado grupo de rock acaba de ser acrescentada ao pacote.

A banda atualmente integrada por Stevie Nicks (vocal), Lindsey Buckingham (guitarra e vocal), Mick Fleetwood (bateria) e John McVie (baixo) será uma das principais atrações do badalado New Orleans Jazz And Heritage Festival, que será realizado ao ar livre entre 26 a 28 de abril e de 2 a 5 de maio em Nova Orleans.

Além deles, também estão confirmados no elenco do festival nomes do primeiro time do rock e do pop como Daryl Hall & John Oates (em um raro show nos últimos tempos), Billy Joel, Willie Nelson, Maroon 5, Earth Wind & Fire, John Mayer, Dave Matthews Band e B.B. King, além de craques da Louisiana como Allen Toussaint e Irma Thomas.

Sempre bem frequentado, o festival de New Orleans também inclui inúmeros artistas locais, tornando a cidade uma verdadeira capital mundial da música nos dias em que é realizado. Em 2012, marcaram presença por lá The Eagles, Tom Petty & The Heartbreakers e Foo Fighters. Ah se eu tivesse dinheiro! Nessas horas, ser durango kid machuca o fundo da minha alma.

Go Your Own Way, com Fleetwood Mac:

The Wall Live chega ao Brasil neste domingo

Por Fabian Chacur

Após passar pela Argentina com grande sucesso, a turnê The Wall Live, de Roger Waters, chega ao Brasil neste domingo (25), com show no estádio Beira Rio, em Porto Alegre.

O show, durante o qual o ex-baixista e cantor do Pink Floyd canta na íntegra o repertório do álbum The Wall, também passará pelo Rio (dia 29, no estádio do Engenhão) e São Paulo (dias 1º e 3 de abril, no estádio do Morumbi).

Waters iniciou essa tour em 2010, e conseguiu arrecadar a bagatela de 89,5 milhões de dólares nos EUA naquele ano, em 56 shows, sendo a turnê mais lucrativa realizada naquele país durante 2010.

O show é um espetáculo grandioso, com direito a um muro com mais de 137 metros de largura, cenários com bonecos infláveis gigantes (incluindo o célebre porco), um avião batido e som quadrafônico.

Um dos momentos que mais emocionaram o público durante os shows é o Fallen Loved Ones, após a canção Another Brick In The Wall, quando o telão exibe fotografias e histórias de pessoas que perderam a vida em guerras ao redor do mundo, entre os quais o pai de Waters.

Na turnê brasileira, será homenageado o brasileiro Jean Charles de Menezes, morto no metrô de Londres em 2005.

Além de Waters no vocal e baixo, temos uma banda composta por 12 músicos, entre os quais o tecladista Harry Waters, filho do ex-integrante do Pink Floyd.

Snowy White (guitarra) e Jon Carin (teclados) participaram de turnês do Pink Floyd nos anos 70, 80 e 90 como músicos de apoio, enquanto G.E. Smith integrou a banda do programa Saturday Night Live e também tocou e gravou discos com Bob Dylan e a dupla Daryl Hall & John Oates.

Também merecem destaque Mark, Pat e Kipp Lenon, vocalistas de apoio ao lado de John Joyce. Eles integram um grupo infelizmente desconhecido no Brasil, o Venice, que está na estrada há mais de 20 anos e faz um folk-country-pop-rock de primeiríssima linha, tendo entre seus fãs David Crosby e Graham Nash. A banda americana gravou belos discos, entre os quais Born And Raised (1997) e Spin Art (1999).

The Wall foi lançado pelo Pink Floyd em novembro de 1979, e se tornou um dos mais bem-sucedidos álbuns da história do rock em termos comerciais.

Ainda existem ingressos à venda para os quatro shows de Roger Waters no Brasil, segundo a empresa Time 4 Fun.

Shows de Rogers Waters no Brasil – Turnê The Wall Live

Porto Alegre (RS)
Quando: 25/3 (domingo) às 20h
Onde: Estádio Beira-Rio
Quanto: de R$ 180,00 a R$ 500,00
Informações: 4003-5588 e www.ticketsforfun.com.br

Rio de Janeiro (RJ)
Quando: 29/3 (quinta-feira às 21h)
Onde: Estádio do Engenhão
Quanto: de R$ 180,00 a R$ 600,00
Informações: 4003-5588 e www.ticketsforfun.com.br

São Paulo (SP)
Quando: 1º/4 (domingo às 19h30) e 3/4 (terça-feira às 21h)
Onde: Estádio do Morumbi
Quanto: de R$ 180,00 a R$ 600,00 (dia 1º/4) e de R$ 180,00 a R$ 900,00 (dia 3/4).
Informações: 4003-5588 e www.ticketsforfun.com.br

Another Brick In The Wall, com Roger Waters:

Morre Don Cornelius, do programa Soul Train

Por Fabian Chacur

Don Cornelius, criador do programa de TV americano Soul Train, foi encontrado morto nesta quarta-feira (1º) em sua casa, localizada na Mulholland Drive, em Los Angeles. Ele que tinha 75 anos, aparentemente se suicidou.

Nascido em 27 de setembro de 1936, Donald Cortez (seu nome de batismo) inicialmente atuou em rádio e jornalismo focado na luta pelos direitos civis por parte dos negros americanos. No fim dos anos 60, notou que a TV abria pouco espaço para a soul music e resolveu agir.

Em 1970, estreava em Chicaco Soul Train, que no ano seguinte passaria a ser exibido para todo o país. Inovadora, a atração apresentava os grandes sucessos da black music perante uma plateia multirracial que dançava e se divertia.

O Soul Train viveu seus anos de ouro nas décadas de 70 e 80, abrindo espaços para astros como James Brown, Aretha Franklin, Marvin Gaye, Jackson Five, Commodores, Isaac Hayes, George Benson, The Isley Brothers, The O’Jays e inúmeros outros.

Artistas brancos com som influenciado pela black music também apareceram por lá, entre eles Elton John, David Bowie, Gino Vanelli, Daryl Hall & John Oates e Michael Bolton, entre outros.

Com sua forma “cool” e elegante de apresentar as atrações, Cornelius ajudou a black music a se tornar de uma vez por todas parte integrante do mainstream pop. Alguns de seus dançarinos viraram celebridades, entre os quais Jody Watley e Jeffrey Daniels, que posteriormente integraram a banda Shalamar ao lado do cantor Howard Hewett.

Democrático, ele abria espaços até para artistas e estilos que não admirava, como o rap e seus seguidores, entre os quais os seminais Kurtis Blow, Eric B & Rakim, MC Hammer, Ice Cube e Ice T.

Cornelius parou de apresentar o Soul Train em 1993, e a atração teve seu fim em 2006.

Veja trechos do programa Soul Train:

Conheça a carreira do produtor David Foster

Por Fabian Chacur

Quem é viciado em fuçar fichas técnicas de discos de sucesso certamente já viu o nome David Foster impresso nelas inúmeras, mas inúmeras vezes mesmo. O currículo deste produtor, compositor e músico canadense equivale a uma verdadeira lista telefônica de gente vip. Impressionante.

Em Hitman (lançado no exterior pela editora Pocket Books, ainda sem edição brasileira) autobiografia escrita com o apoio do roteirista e ghostwritter Pablo F. Fenjves, ele mergulha de cabeça no que de melhor fez nesses mais de 40 anos de trajetória dedicada à mais nobre das artes, a música.

O enredo parece ficção, de tão repleto de contratempos, viradas inesperadas e encontros marcantes.

Logo no início da carreira, nos anos 60, ele teve a oportunidade de viajar para Londres e tocar na banda de apoio de Chuck Berry, conhecer os Beatles e, já com o retorno marcado, tocar com o então iniciante Cat Stevens e ser obrigado a recusar convite para acompanhá-lo em shows.

Depois, integrou a banda de Ronnie Hawkins, o mesmo que teve a acompanhá-lo músicos que depois montariam a seminal The Band, e foi posteriormente demitido com louvor pelo ex-chefe, meses depois, com direito a ser rotulado como um “cadáver” nos shows, por sua falta de presença no palco.

Viveu momentos de sucesso próprio como integrante da banda Skylark, one hit wonder graças à música Wild Flower, e aos poucos foi virando músico de estúdio e produtor.

Após trabalhar como músico e mesmo como produtor em discos de nomes do naipe de George Harrison e Daryl Hall & John Oates, começou a se tornar famoso ao participar com destaque do álbum I Am (1979) um dos grandes sucessos da carreira do Earth, Wind & Fire.

Na célebre banda funk, ele virou parceiro do líder Maurice White no papel de tecladista e coautor de clássicos como After The Love Is Gone e In The Stone. O Grammy que ganhou como um dos autores de After The Love Is Gone tornou-se um belo cartão de visitas para ele.

A partir daí, a carreira de Foster como produtor ganhou impulso e o consagrou durante os anos 80 e 90. Ele trabalhou com Chicago, Celine Dion, Whitney Houston, Andrea Bocelli, Michael Bublé, The Corrs, Michael Jackson, Natalie Cole e Josh Groban, entre dezenas de outros.

O livro é delicioso de se ler, pois além de incluir muitas coisas de bastidores, é bastante bem-humorado, e mostra em vários momentos o autor admitindo erros de avaliação e vaciladas incríveis.

Ele, por exemplo, não aceitou o convite para produzir a trilha do filme Footloose, e insistiu para que o então apenas músico, compositor e assistente de produção Richard Marx não gravasse como artista solo, pois ele “não era cantor”. O cara não o ouviu e vendeu milhões de discos mundo afora, com sucessos como Right Here Waiting e Now And Forever.

Em relação a essas e outras vaciladas, ele tem uma frase hilariante para justificá-las: “quando erro, eu erro feio!”.

Entre outros momentos interessantes, ele conta sobre sua participação em discos de George Harrison, sobre as gravações que fez com Paul McCartney que, segundo ele, não renderam bons frutos e o fato de, embora ter feito inúmeros trabalhos e ajudado mesmo a descobrir Celine Dion, não produziu My Heart Will Go On, tema do filme Titanic que ele achava fraco…

Foster tem tanta moral no meio musical que já lançou dois CDs/DVDs com suas músicas sendo interpretadas por boa parte dos astros com os quais já trabalhou, com ele pilotando tudo nos teclados e regência.

Hitman, o livro, vale tanto para quem é viciado em conhecer tudo sobre os grandes nomes da música como por entretenimento puro, pois é uma delícia de ser lido. Boa dica de presente de final de ano, pois pode ser encontrado no Brasil em livrarias como a Cultura.

Veja After The Love Is Gone, com David Foster And Friends e Brian McKnight como intérprete principal:

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