Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

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Guilherme Arantes chega aos 70 anos pleno e muito intenso

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Por Fabian Chacur

O meu amigo Guilherme Arantes completa 70 anos de idade nesta sexta-feira (28). Sete décadas! Sendo que desde 1976, quando Meu Mundo e Nada Mais estourou nacionalmente, ele se mantém firme e forte nos corações dos brasileiros de bom gosto musical. O que falar para esse grande cantor, compositor e tecladista paulistano? Pra começo de conversa, votos de muita saúde, paz e tudo de bom, hoje e sempre, pois ele merece e muito!

Bem, vamos divagar um pouco sobre ele. Já fiz isso várias vezes aqui no blog e também em outros espaços, mas nunca é demais ressaltar algumas coisas acerca desse artista incrível. Que é romântico, mas não é o Fábio Jr., é roqueiro mas não é o Cazuza, é pop mas não é o Elton John, e é sofisticado, mas não é o Tom Jobim. Ele é uma soma de muitas coisas, resultando dessa forma em um artista único e inconfundível.

Mr. Arantes consegue ser popular sem cair no rasteiro, e sofisticado sem dar uma de metido a besta. Mergulha com categoria em todos os aspectos do amor, desde a descoberta até o fim e à sua permanência, sempre com aquela intensidade típica de quem certamente amou, ama e amará demais, com o peito aberto e sem medo de ser feliz e de fazer feliz.

Uma das vertentes da música deste grande criador vai por um lado visionário e de fé extrema, do qual a maravilhosa Amanhã é provavelmente seu fruto mais belo e delicioso. Não é por acaso que esta canção sempre volta à tona em situações em que precisamos de uma forte dose de esperança e força para seguirmos adiante, em quaisquer circunstâncias.

A generosidade e a simplicidade de Guilherme são marcas registradas de sua personalidade. Ele também é cara que não tem medo de expor os seus pontos de vista, independentemente de agradar ou não. E conversar com esse cidadão é uma delícia, um verdadeiro privilégio que ele não restringe, mostrando-se sempre acessível quando devidamente solicitado.

Se nos últimos tempos perdemos muitas pessoas incríveis no cenário musical brasileiro e mundial, temos a obrigação de valorizar cada vez mais quem permanece entre nós, pois se há algo lindo de se fazer é dar as flores em vida a quem as merece. E o autor de Êxtase, Cheia de Charme, Lindo Balão Azul, Cuide-se Bem (a minha favorita), Uma Espécie de Irmão e tantas músicas encantadoras merece um jardim inteiro delas.

A obra de Guilherme Arantes é ampla e recheada de bons momentos. Recomendo com entusiasmo a todos um mergulho nela, pois você certamente sairá melhor e muito energizado dessa experiência. Que este artista incrível e ser humano adorável conviva conosco por muitos e muitos anos, sempre com saúde, paz e se mantendo ativo e disposto a brincar de viver. Que ele sabe fazer como poucos.

Amanhã– Guilherme Arantes:

Mick Jagger: 80 anos dos lábios mais famosos do rock and roll

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Por Fabian Chacur

Em 1970, o designer britânico John Pasche criou um símbolo que se tornou um dos ícones mais famosos e facilmente identificáveis de todos os tempos. Esse logo surgiu para representar uma então já mundialmente famosa banda de rock, baseando-se em uma das marcas registradas de seu integrante mais destacado. E esse cidadão, um certo Mick Jagger, completou 80 anos de idade nesta quarta-feira (26) com símbolo da eterna juventude.

O cantor, músico e compositor que criou os Rolling Stones junto com o também icônico Keith Richards em 1962 equivale a uma verdadeira façanha ambulante. Afinal de contas, não são muitos os profissionais que podem se gabar de se manter relevantes e cultuado por milhões de pessoas durante seis longas décadas, onde milhares de artistas e grupos surgiram e sumiram de cena como que por passe de mágica.

Jagger se tornou o template do vocalista de banda de rock, com sua presença de palco energética, carismática e repleta de cumplicidade com as plateias. Tive a honra de ver os três shows dos Stones em janeiro de 1995 no Hollywood Rock em São Paulo, no estádio do Pacaembu, e fiquei impressionado com a capacidade do cidadão em verdadeiramente reger as plateias. Poder que ele mantém até os dias de hoje.

Grande cantor e performer, ele também possui no currículo a coautoria de alguns dos maiores clássicos do rock and roll, maravilhas do porte de (I Can’t Get No) Satisfaction, Jumpin’ Jack Flash, Start Me Up, Brown Sugar, Miss You, The Last Time e Street Fighting Man, entre dezenas de outros.

Como todos sabem (ou deveriam saber), só talento artístico não possibilita uma permanência tão grande, e Mick Jagger soube usar seu tino para os negócios como forma de se manter firme na cena cultural, além de multiplicar sua fortuna. E sua sacada de gênio ocorreu quando ele e Richards resolveram criar a Rolling Stones Records (RS Records) em 1970.

De forma inteligente, a RS Records criou como padrão assinar contratos de parceria com grandes gravadoras que se incumbiriam da prensagem, divulgação e distribuição dos discos que lançariam. Mas o pulo do gato era sempre realizar compromissos com prazo pré-determinado, sendo que, quando encerrados, Jagger e Richards levavam consigo todo o acervo que tivessem criado em cada período.

Dessa forma, e também graças ao sucesso dos álbuns e singles que lançaram, os Stones enriqueceram ainda mais a cada novo contrato de distribuição, tendo passado por Atlantic, EMI, Sony/CBS, Virgin e Universal Music. Sempre com direito a relançamentos e reaproveitamento de material antigo de modo inteligente e lucrativo. Mick virou o real Tio Patinhas do rock.

Jagger também soube manter a sua forma física, o que lhe permite até hoje esbanjar energia nos palcos, com poucos e raros momentos de problemas de saúde. Até as marcas do tempo aparentes em seu corpo se mostram verdadeiras provas de um vencedor que soube enfrentar os inúmeros desafios apresentados aos artistas para se manterem na crista das ondas.

O cantor dos Rolling Stones também desenvolve uma carreira solo que, se não teve tanto sucesso como a de sua banda, ainda assim mostrou que ele poderia sobreviver dignamente dessa forma, se quisesse. Mas é fato que Jagger e Richards amam esse tal de rock and roll e amam fazer isso juntos, tanto que vem aí um novo álbum da banda, mesmo após a perda do baterista Charlie Watts. E novos shows. Yeah, yeah, yeah, wow!

Brown Sugar– The Rolling Stones:

Sinéad O’Connor, 56 anos, um mega-hit e uma carreira errante

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Por Fabian Chacur

Em 1990, a gravação de Nothing Compares 2 U tornou Sinéad O’Connor sucesso mundial, mantendo-se por 4 semanas na ponta da parada dos EUA e impulsionando o seu 2º álbum, Do Not Have What I Haven’t Go, a liderar os charts ianques por 6 semanas. A excelente cantora não conseguiu lidar muito bem com tanta atenção da mídia, também atraída por seu visual de cabeça raspada e seus lindos olhos. Ela nos deixou nesta quarta-feira (26) aos 56 anos, de causa ainda não revelada.

Sinéad O’Connor nasceu em 8 de dezembro de 1966, e iniciou a carreira solo na metade dos anos 1980, após integrar o obscuro grupo Ton Ton Macoute. Seu álbum de estreia, The Lion and The Cobra (1987), obteve boa repercussão, especialmente graças ao rockão Mandinka (ouça aqui). Houve quem a definisse como um misto de Kate Bush e Siouxsie.

Seguindo o conselho de um empresário, que ironicamente deixou de trabalhar com ela antes de colher os frutos, Sinéad resolveu regravar Nothing Compares 2 U, então obscura composição de Prince gravada em 1985 pelo grupo The Family. Com nova roupagem e um clipe impactante que ressaltava seu visual rebelde e sua linda voz, a canção se tornou um super hit.

A faixa impulsionou o seu 2º álbum, I Do Not Have What I Haven’t Got (1990), a atingir o topo da parada dos EUA, do Reino Unido e de diversos outros países. Outra canção deste trabalho que obteve alguma repercussão foi o ótimo pop rock The Emperor New Clothes (ouça aqui).

No entanto, a cantora não soube lidar muito bem com toda essa exposição, e o fato de ter rasgado uma foto do Papa João Paulo II em outubro de 1992 no programa Saturday Night Live, um dos mais populares da TV americana na época, ajudou a gerar um clima pesado em torno dela, algo ajudado por entrevistas sempre erráticas que infelizmente evidenciavam sérios problemas psicológicos.

Seu 3º álbum, Am I Not Your Girl? (1992), não chegou nem perto das vendagens do anterior, e a partir daí seus álbuns passaram a atrair ainda menos atenções, embora tivessem material de qualidade. Seus momentos de maior visibilidade passaram a ocorrer nas participações em trabalhos alheios, como no álbum The Wall Live In Berlin (1990), de Roger Waters, no qual cantou Mother (ouça aqui).

Ela marcou presença com brilhantismo em 1992 no álbum Us, de Peter Gabriel, mais precisamente nas ótimas faixas Blood Of Eden (ouça aqui) e Come Talk To Me (ouça aqui).

Outro momento marcante foi sua releitura de Sacrifice (ouça aqui), de Elton John, incluída no álbum-tributo Two Rooms: Celebrating The Songs Of Elton John & Bernie Taupin (1991).

Ela também trabalhou com Bono, The Edge, Massive Attack e Moby entre outros. Em 2005, foi lançada a coletânea Collaborations, que reúne 17 dessas gravações feitas por ela com outros artistas. A 7ª temporada da série de ficção científica Outlander, estreando neste ano, inclui Sinéad interpretando a música The Skye Boat Song (ouça aqui).

A cantora sofreu um forte golpe em janeiro de 2022, quando seu filho Shane, de apenas 17 anos, foi encontrado morto. Ela até deixou de lado um álbum que já estaria pronto e mesmo uma turnê, como forma de se dedicar à saúde, muito abalada por tamanha perda. Sinéad deixou outros três filhos, todos oriundos de relações distintas.

Nothing Compares 2 U (clipe)- Sinéad O’Connor:

The Kills lançam duas músicas inéditas após cinco longos anos

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Por Fabian Chacur

Boas novas para os fãs de indie rock do primeiro escalão. O duo The Kills nos oferece suas duas primeiras canções inéditas após cinco anos. As canções são New York e LA Hex, e já estão disponíveis nas plataformas digitais e também em um compacto simples de vinil de 7 polegadas (saiba mais sobre esse single físico e como adquiri-lo aqui).

O duo formado em 2001 pela cantora norte-americana Alison Mosshart e pelo músico britânico Jamie Hince se mostra em ótima forma, se levarmos em conta a qualidade dessas duas músicas. New York (veja o clipe aqui) é um rock ardido, com andamento compassado.

Por sua vez, LA Hex traz The Kills em um clima de balada rock mais reflexiva. A voz de Alison, ótima e com ecos da de Chrissie Hynde (dos Pretenders), está afiadíssima. As novas canções estão sendo divulgadas por clipes dirigidos por Andrew Theodore Balasia.

Para quem se lembra vagamente do nome de Mosshart, não é por acaso. Ela integra o supergrupo The Dead Weather ao lado de Jack White (The White Stripes, The Raconteurs e carreira-solo), com quem gravou três álbuns de estúdio e um ao vivo e fez shows muito bem-sucedidos.

LA Hex (clipe)- The Kills:

almost monday tem aval de Elton John e esbanja energia

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Por Fabian Chacur

O rock mostra as suas garras na novíssima geração, em meio aos inúmeros nomes de r&b, pop, rap e outros gêneros atualmente mais populares. E é importante ter algum aval bacana para se destacar na multidão. O grupo californiano almost monday (escreve-se assim mesmo, só com letras minúsculas) tem o de Elton John, que tocou o single Only Wanna Dance (veja o clipe aqui) em seu programa de rádio.

Only Wanna Dance foi o lançamento inicial do grupo neste ano, e já temos um segundo, e ainda melhor. Trata-se de Life Goes By, que segue a linha energética, com influências de new wave e rock básico desenvolvida pelo grupo. O cenário praieiro não surge por acaso, pois eles são oriundos da Califórnia, e possuem boas ligações com a galera do surf.

Integrado por Dawson Daugherty (vocal), Cole Clisby (guitarra) e Luke Fabri (baixo), o grupo lançou o seu 1º single, Broken People, em 2019. Desde então, lançaram dois EPs e outros singles, todos pelo selo Hollywood Records.

No momento, o almost monday se prepara para uma turnê mundial que terá início com várias datas nos EUA, e já prevê a participação no evento Have a Nice Trip, em Seul, Coréia do Sul. Os rapazes também tem uma parceria com o US Open Of Surfing, realizado em Huntington Beach, na Califórnia.

Life Goes By(clipe)- almost monday:

David Mour lança álbum com música vencedora de festival

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Por Fabian Chacur

O cantor, compositor e multi-instrumentista David Mour acaba de lançar o álbum Amuleto. O trabalho traz como destaque a canção Tudo o Que Ainda Há Pra Sentir, que há um ano foi uma das quatro vencedoras do Festival de Música de Jundiaí (SP), concorrendo com 370 inscritas. Com arranjo delicado no qual temos violão, piano e voz, a canção traz como tema esperança e resiliência, e cativa por sua simplicidade, lirismo e crença em um futuro melhor.

Com 28 anos de idade e descendente de bolivianos por parte de pai, Mour é oriundo da cidade de Londrina (PR) e é formado em música pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e em composição de trilhas sonoras pela Universidade de Leeds, na Inglaterra.

Ele lançou Estrangeiro, o seu álbum de estreia, em 2017. Tudo o Que Ainda Há Pra Sentir conta com a participação especial do pianista Ivan Teixeira e teve o seu clipe dirigido e produzido por João Gonçalves.

Tudo o Que Ainda Há Pra Sentir (clipe)- David Mour:

Tony Bennett, 96 anos, um dos cantores que marcaram épocas

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Por Fabian Chacur

Pode um cantor ser um dos favoritos de artistas tão distintos entre si como Frank Sinatra, Roberto Carlos, Amy Winehouse e Elvis Costello? Melhor do que isso: atravessar décadas e até mesmo ir de um século para outro se mantendo relevante? Pois a resposta para estas duas questões pode ser dada com um só nome: Tony Bennett. Esse mestre, que nos deixou nesta sexta (21) aos 96 anos, sai de cena fisicamente, mas de forma alguma em termos de legado artístico.

Anthony Dominic Benedetto (seu nome de batismo) nasceu em Nova York em 3 de agosto de 1926, e desde criança mostrava vocação para a música. Entre 1944 e 1946, teve de prestar o serviço militar, e isso envolveu ter de lutar na 2ª Guerra Mundial, escapando várias vezes da morte prematura e se tornando um pacifista convicto desde então. Ao voltar à vida civil, decidiu se dedicar à vida artística, inclusive estudando técnicas de canto.

Em 1951, contratado pela Columbia Records (hoje, parte do conglomerado Sony Music), emplacou o seu 1º hit, Because Of You, e inicialmente deixou o estilo que fazia seu coração bater mais forte, o jazz, em prol de canções pop românticas que dominavam as paradas de sucesso na época. Ralph Sharon, o pianista que passou a tocar com ele em 1957, foi aos poucos o convencendo a voltar ao jazz, o que ocorreria aos poucos.

Mesmo lutando contra o predomínio do então emergente rock and roll, Bennett se manteve fazendo sucesso, e emplacou seu hit mais emblemático dessa fase em 1962. Curiosamente, I Left My Heart In San Francisco, que já havia sido gravada por outros intérpretes antes, teve menos impacto nos charts, mas permaneceu como uma espécie de cartão de visitas desse seu lado romântico, sempre em seus shows desde então.

Com o estouro dos Beatles e da chamada British Invasion a partir de 1964, os discos de Benedetto foram despencando em termos de vendagens, e isso o levou a aceitar a “sugestão” de sua gravadora em gravar algumas das canções daqueles roqueiros, em álbuns como Tony Sings The Great Hits Of Today! (1970) e Tony Bennett’s Something (1970). Não deu certo.

A década de 1970 viu o intérprete sem seu pianista (que saiu do time no final dos anos 1960) e dispensado da Columbia. Tentou outras gravadoras e até lançou o seu próprio selo, Improv, mas os discos desse período foram solenemente ignorados. Pra piorar, mergulhou nas drogas, e em 1979 teve sérios problemas com a cocaína. Aí, a família de certa forma o salvou.

O filho Danny, que tentava ser cantor e não sentia firmeza nas suas performances, viu que tinha talento para o ramo empresarial, e se tornou o empresário do papai Tony. Aos poucos, foi ampliando os horizontes do cantor, levando-a a cantar em teatros e outros espaços fora do circuito de Las Vegas. Melhor: conseguiu encaixá-lo em programas bacanas de TV.

Com Ralph Sharon de volta e a decisão de mergulhar nos standards do jazz, como sempre quis, Tony Bennett começou seu retorno triunfal aos poucos, quando o álbum The Art Of Excellence (1986) marcou não só o seu retorno à Columbia como também às paradas de sucesso, que não frequentava desde o então longínquo 1972. E isso era só o começo.

Sempre citado por ícones como Frank Sinatra e Roberto Carlos como um dos melhores do ofício, o cantor aos poucos conseguiu não só retomar seu público antigo como adicionou muitos jovens, com álbuns como Perfectly Frank (1992) e Steppin’ Out (1993). Este último lhe rendeu o 1º Grammy desde 1963 (ele faturou 20, em toda a carreira), façanha que MTV Unplugged (1994) superou, ao levá-lo com destaque ao público da emissora musical e com as participações de Elvis Costello e k.d.lang.

A partir daí, nosso querido Benedetto não saiu mais dos holofotes. Suas parcerias com outros artistas se mostraram frequentes e abrangentes, indo de B.B. King a Lady Gaga, passando por Paul McCartney, Diana Krall, Willie Nelson, Stevie Wonder, Christina Aguilera, Amy Winehouse, James Taylor, Elton John, Michael Bublé, Sting e inúmeros outros. Mas só gente do primeiríssimo escalão, e de talento comprovado.

Com o álbum Duets II (2011), que inclui a última gravação de Amy Winehouse, Body And Soul, Bennett atingiu o topo da parada americana de álbuns pela 1ª vez, algo impressionante para um artista então com 85 anos de idade. Ele repetiria a dose com Cheek To Cheek (2014), gravado em duo com Lady Gaga. E foi com ela que o cantor gravou seu derradeiro trabalho, Love For Sale (2021). Os etaristas deviam odiá-lo!

Body and Soul– Tony Bennett e Amy Winehouse:

Birdy nos oferece amostras do seu novo trabalho, Portraits

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Por Fabian Chacur

Dou risada quando vejo gente reclamando pelo fato de, hipoteticamente, não existirem nas novas gerações artistas que invistam em canções. Tolice. Basta procurar. Um bom exemplo é a cantora e compositora britânica Birdy. Aos 27 anos, ela nos oferece um material consistente e que evolui a cada novo lançamento. Sairá no dia 18 de agosto o seu 5º álbum, Portraits, pela Warner, e já temos 4 boas amostras deste trabalho disponíveis.

Jasmine Lucilla Elizabeth Jennifer Van Der Bogaerde, seu nome de batismo, nasceu em 15 de maio de 1996 e iniciou a carreira ainda muito jovem, participando de concursos televisivos. Seu álbum de estreia, Birdy, saiu em 2011. Das releituras de material alheio ela aos poucos passou a investir em material autoral, e já participou de trilhas de filmes e de festivais massivos.

Portraits será o sucessor de Young Heart (2021), que atingiu o 4º posto na parada britânica. As 4 canções já divulgadas são muito boas. Raincatchers, por exemplo, é bastante influenciada por aquele estilo grandioso e reflexivo de Kate Bush, além de trazer ecos da interpretação vocal intensa de Adelle. Uma pequena obra-prima de Birdy.

Paradise Calling (ouça aqui), por sua vez, é dominada por sintetizadores e um clima dançante que traz ecos do trabalho de bandas de synth pop como o A-ha. Tente ficar parado ouvindo essa canção deliciosa.

Heartbreaker (ouça aqui) surge com um clipe muito profundo sobre a relação com um ser fora dos padrões, e também remete ao estilo de Kate Bush, mas sem cair na mera diluição, e com direito a arranjo inteligente e ganchos deliciosos que te levam a querer ouvir de novo e de novo.

O pacote de quatro canções se encerra com Your Arms (ouça aqui), delicada e belíssima balada romântica no melhor estilo piano e voz no qual Birdy nos mostra a beleza de seu timbre vocal. Se o resto do material tiver este mesmo alto nível, Portraits tem tudo para ser um dos álbuns de 2023 na seara pop.

Raincatchers (clipe)- Birdy:

Flo, grupo vocal britânico que surge com pinta de vencedor

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Por Fabian Chacur

Ainda é cedo para se garantir alguma coisa, ainda mais em um universo tão volátil como o da música pop, mas o grupo Flo surge como uma boa novidade nesse cenário atual tão árido. O trio integrado por Jorja Douglas, Stella Quaresma e Renée Downer começa a frequentar a lista de indicados a grandes premiações, e participou do massivo festival britânico Glastonbury. Elas acabam de lançar um novo EP, 3 Of Us, que traz a faixa-título como destaque.

O grupo surgiu em Londres em 2019, e investe em um r&b melódico e dançante que tem como influências artistas que se destacaram nessa praia musical nos anos 1990, como En Vogue, Destiny’s Child, SWV, Monica e TLC, entre outras. As vozes delas se encaixam muito bem, e sabem se alternar no vocal principal com jogo de cintura.

Seu 1º hit no Reino Unido, o single Cardboard Box (veja o clipe aqui), é uma canção deliciosa, e abriu caminho para o lançamento, no mesmo ano, do seu EP inicial, The Lead, que saiu em julho do ano passado, com boa repercussão.

Uma prova inicial de fogo veio este ano com o lançamento de Fly Girl (veja o clipe aqui). que as reuniu com a consagrada rapper americana Missy Elliott. Elas não só deram conta como ainda viram o single atingir o 38º posto nos charts britânicos. Vale ficar de olho nelas.

3 Of Us– Flo:

Código Ternário realiza uma série de shows gratuitos em SP

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Por Fabian Chacur

Considerado uma espécie de jazz brasileiro, especialmente pela sua capacidade de abrir espaços às improvisações, o chorinho se mantém gerando frutos por aqui. Atualmente, um dos grupos mais criativos e bem-sucedidos é o Código Ternário, que há 12 anos percorre palcos nobres do Brasil e exterior. Eles atualmente fazem uma série de shows gratuitos pela cidade de São Paulo que prossegue nesta quarta-feira (19)- veja o roteiro no fim deste post, sempre com entrada gratuita.

A marca registrada deste afiado trio é o fato de se valer de uma combinação inusitada de instrumentos. Temos aqui Carrapicho Rangel tocando bandolim de 10 cordas, César Roversi no sax soprado e Gustavo Bali no pandeiro. Eles partem do chorinho e o misturam com jazz, música latina e outros ritmos brasileiros, investindo em repertório próprio e clássicos alheios.

Com dois álbuns lançados, Intensidade (2015) e Quarteto Ternário (2017), o grupo mostrará nos shows, intitulados Partindo do Choro, composições autorais como Rumo a Curitiba, Intensidade e Novo Caminho, sendo que de outros autores uma das esperadas pode ser sua inspirada nova roupagem para a maravilhosa Qui Nem Jiló (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).

Os integrantes do Código Ternário também tem diversas experiências paralelas. Carrapicho, por exemplo, mantém há 20 anos a Escola Livre de Música (ELM) na cidade de Araraquara (SP). Cesar ficou conhecido tocando com Hermeto Pascoal, entre outros, enquanto Gustavo já atuou com o grande Marcos Suzano, um dos mestres do pandeiro.

Veja um show do Código Ternário aqui.

Serviço | Partindo do Choro

12/07 (quarta-feira), às 21h – Teatro Alfredo Mesquita – Av. Santos Dumont, 1770 – Santana.

19/07 (quarta-feira), às 21h – Teatro Cacilda Becker – R. Tito, 295 – Lapa.

03/08 (quinta-feira), às 21h – Teatro Arthur Azevedo – Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca.

10/08 (quinta-feira), às 21h – Teatro Paulo Eiró – Av. Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro.

Entrada gratuita, por ordem de chegada. Teatro sujeito à lotação.

Abertura para entrada: 20h30.

Qui Nem Jiló (ao vivo)– Código Ternário:

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