Mondo Pop

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Conheça a carreira do produtor David Foster

Por Fabian Chacur

Quem é viciado em fuçar fichas técnicas de discos de sucesso certamente já viu o nome David Foster impresso nelas inúmeras, mas inúmeras vezes mesmo. O currículo deste produtor, compositor e músico canadense equivale a uma verdadeira lista telefônica de gente vip. Impressionante.

Em Hitman (lançado no exterior pela editora Pocket Books, ainda sem edição brasileira) autobiografia escrita com o apoio do roteirista e ghostwritter Pablo F. Fenjves, ele mergulha de cabeça no que de melhor fez nesses mais de 40 anos de trajetória dedicada à mais nobre das artes, a música.

O enredo parece ficção, de tão repleto de contratempos, viradas inesperadas e encontros marcantes.

Logo no início da carreira, nos anos 60, ele teve a oportunidade de viajar para Londres e tocar na banda de apoio de Chuck Berry, conhecer os Beatles e, já com o retorno marcado, tocar com o então iniciante Cat Stevens e ser obrigado a recusar convite para acompanhá-lo em shows.

Depois, integrou a banda de Ronnie Hawkins, o mesmo que teve a acompanhá-lo músicos que depois montariam a seminal The Band, e foi posteriormente demitido com louvor pelo ex-chefe, meses depois, com direito a ser rotulado como um “cadáver” nos shows, por sua falta de presença no palco.

Viveu momentos de sucesso próprio como integrante da banda Skylark, one hit wonder graças à música Wild Flower, e aos poucos foi virando músico de estúdio e produtor.

Após trabalhar como músico e mesmo como produtor em discos de nomes do naipe de George Harrison e Daryl Hall & John Oates, começou a se tornar famoso ao participar com destaque do álbum I Am (1979) um dos grandes sucessos da carreira do Earth, Wind & Fire.

Na célebre banda funk, ele virou parceiro do líder Maurice White no papel de tecladista e coautor de clássicos como After The Love Is Gone e In The Stone. O Grammy que ganhou como um dos autores de After The Love Is Gone tornou-se um belo cartão de visitas para ele.

A partir daí, a carreira de Foster como produtor ganhou impulso e o consagrou durante os anos 80 e 90. Ele trabalhou com Chicago, Celine Dion, Whitney Houston, Andrea Bocelli, Michael Bublé, The Corrs, Michael Jackson, Natalie Cole e Josh Groban, entre dezenas de outros.

O livro é delicioso de se ler, pois além de incluir muitas coisas de bastidores, é bastante bem-humorado, e mostra em vários momentos o autor admitindo erros de avaliação e vaciladas incríveis.

Ele, por exemplo, não aceitou o convite para produzir a trilha do filme Footloose, e insistiu para que o então apenas músico, compositor e assistente de produção Richard Marx não gravasse como artista solo, pois ele “não era cantor”. O cara não o ouviu e vendeu milhões de discos mundo afora, com sucessos como Right Here Waiting e Now And Forever.

Em relação a essas e outras vaciladas, ele tem uma frase hilariante para justificá-las: “quando erro, eu erro feio!”.

Entre outros momentos interessantes, ele conta sobre sua participação em discos de George Harrison, sobre as gravações que fez com Paul McCartney que, segundo ele, não renderam bons frutos e o fato de, embora ter feito inúmeros trabalhos e ajudado mesmo a descobrir Celine Dion, não produziu My Heart Will Go On, tema do filme Titanic que ele achava fraco…

Foster tem tanta moral no meio musical que já lançou dois CDs/DVDs com suas músicas sendo interpretadas por boa parte dos astros com os quais já trabalhou, com ele pilotando tudo nos teclados e regência.

Hitman, o livro, vale tanto para quem é viciado em conhecer tudo sobre os grandes nomes da música como por entretenimento puro, pois é uma delícia de ser lido. Boa dica de presente de final de ano, pois pode ser encontrado no Brasil em livrarias como a Cultura.

Veja After The Love Is Gone, com David Foster And Friends e Brian McKnight como intérprete principal:

Críticos x músicos x críticos x músicos…

Por Fabian Chacur

Desde que o mundo é mundo, músicos e críticos musicais mantém uma espécie de contenda eterna, na qual alguns desejam ver surgir um vencedor de um dos lados conflitantes.

Para diversos músicos, críticos musicais não passam de párias, músicos frustrados que descarregam suas mágoas e revolta naqueles que conseguem realizar seus trabalhos. Ou seja, uns invejosos.

Para diversos críticos, no entanto, músicos frequentemente não passam de seres arrogantes que não admitem ver seus trabalhos criticados de forma negativa, considerando-se gênios intocáveis.

Na verdade, esse duelo não deveria ter vencedores, levando-se em conta que um precisa do outro. Alguns músicos arrogantes dizem que não precisam da crítica, mas sempre exaltam e divulgam, orgulhosos, quando algum analista elogia suas obras de forma entusiasmada.

Quanto ao crítico, é óbvio que, se não existir música, ele não terá o que analisar/criticar, tornando-se totalmente inútil. Mas para onde o músico irá, se a sua obra não for divulgada? E críticas, boas ou ruins, são sempre uma boa forma de se realizar essa divulgação.

Na verdade, o problema surge quando as pessoas se levam a sério demais. O músico fica louco da vida ao ler uma crítica negativa, enquanto o crítico fica puto quando o músico o classifica como um inútil.

O jornalista Maurício Kubrusly certa vez deu uma boa resposta para os músicos que não admitem serem analisados por um “não músico”, digamos assim: “será que eu preciso saber fazer uma pizza para poder opinar sobre sua qualidade?”

Então, meus caros, o negócio é o seguinte: ninguém é o dono da verdade. Quando eu opino aqui ou em outros espaços para os quais colaboro, apenas faço isso, dou minha opinião. Não quero ser ou dar uma de dono da verdade.

Minha principal preocupação é a de passar informações e tentar incentivar quem me lê a ouvir os artistas sobre os quais escrevo. Ouça você e concorde comigo, ou não. Mas quero fazer o que, antes, críticos como Ana Maria Bahiana, Ezequiel Neves, Big Boy e tantos outros fizeram para mim, ajudando-me a descobrir gente como Beatles, Joe Jackson, Culture Club, Daryl Hall & John Oates etc etc etc ( e tome etc!).

Acho que qualquer crítico ou músico que se ache o dono da cocada preta tende a mandar bolas na trave ou fora do estádio. Bem, essa é a minha opinião…

Ouça Dancing Barefoot, com a cantora e compositora (que também foi crítica musical) Patti Smith:

Para mim, o que é música? Leia aí, Moska!

Por Fabian Chacur

Em seu maravilhoso programa Zoombido, exibido pelo Canal Brasil, o cantor, compositor e músico Paulinho Moska sempre pergunta a seus entrevistados o que é musica para eles.

Acredito ser essa uma das perguntas mais difíceis de todas, embora pareça simples e óbvia em um primeiro momento.

Há duas formas de tentar respondê-la: com uma única frase ou se valendo de diversas divagações instantâneas.

Vou encarar o desafio e encarar as duas possibilidades.

Com uma só frase, vou com essa: é o que me impulsiona no objetivo de continuar querendo viver.

Com diversas frases aleatórias, vamos lá:

– É a alegria de descobrir coisas novas independente de quando foram criadas, se pelos blueseiros americanos dos anos 30, se pelos roqueiros britânicos e tropicalistas brasileiros dos anos 60… Música boa não tem era, não tem momento, não tem limitação.

– É ouvir discos de Ivan Lins dos anos 70/80, de Paul McCartney de sempre, dos Beatles dos anos 60, do Jefferson Airplane dos anos 60, do Tears For Fears dos anos 80, do Joe Jackson de sempre, de Daryl Hall & John Oates dos anos 80 etc e sempre ter prazer.

– É uma arma para arrasar o tédio, o pessimismo, a rejeição, a violência gratuita, a sede, a fome, o frio, o calor…

– É o sorriso ingênuo de Carlitos perante o amor de sua vida.

– É o milagre que pode transformar um desconhecido em um astro.

– É a poção mágica que pode me trazer de volta pessoas, sensações, alegrias, tristezas, as mais distintas sensações.

– É a constatação de que, sim, existem milagres.

-É o que me move, é o que me apaixona, é o que me faz feliz.

Lógico que eu não consegui responder porra nenhuma. Nem é preciso. Música é……ouvir música e se refestelar de boas energias.

Veja e curta um desses momentos musicais mágicos:

Carole King e James Taylor brilham em reencontro emocionante no Troubadour

Por Fabian Chacur

O Troubadour é um pequeno clube situado na célebre Santa Monica Boulevard, em Los Angeles. Fundado em 1967, deu espaço para que vários nomes hoje mitológicos da música pop se apresentassem pela primeira vez com visibilidade de público e imprensa. Carole King e James Taylor estão entre eles.

Eles tocaram juntos lá em novembro de 1970. Na época, Carole já era conhecida como compositora, mas ainda dava seus primeiros passos para se tornar uma cantora de sucesso, enquanto Taylor acabava de lançar seu segundo álbum, Sweet Baby James.

No ano seguinte, a cantora, compositora e tecladista alcançaria o estrelato com Tapestry, uma das grandes obras-primas do rock da década de 70, com a dupla tocando por lá novamente.

Para celebrar aqueles anos importantes e intensos, os dois astros tocaram no Troubadour novamente em 2007, durante a celebração dos 40 anos do local, no qual também brilharam The Eagles, Linda Ronstadt, Daryl Hall & John Oates e Elton John.

Para alegria de quem não esteve por lá, a Universal Music acaba de lançar por aqui Live At The Troubadour, dobradinha DVD/CD que traz as 15 músicas tocadas por Carole King e James Taylor, todas extraídas de seus seminais Sweet Baby James e Tapestry.

Além da dupla, o show também conta com a participação dos músicos que os acompanhavam naquela época, os ótimos Danny Kortchmar (guitarra), Leland Sklar (baixo) e Russel Kunkel (bateria).

O show é emocionante em todos os sentidos. A execução das músicas respeita quase sempre os arranjos originais, com as vozes dos dois intérpretes ainda afiadas e afinadas, além de extremamente entrosadas. Os músicos dão um banho de swing e refinamento.

O repertório inclui alguns dos momentos mais brilhantes do chamado bittersweet rock (ou rock agridoce), entre os quais So Far Away, Carolina In My Mind, It’s Too Late, Something In The Way She Moves, Fire And Rain, Country Road, I Feel The Earth Move e Will You Love Me Tomorrow.

São canções de beleza perene, que continuam e continuarão a embalar corações e a tocar as emoções de seres humanos nos quatro cantos do mundo. Para quem curte ouvir músicos brilhantes no auge da forma, aprecie com atenção o sublime solo de Danny Kortchmar em It’s Too Late, só para citar um dos momentos marcantes do DVD/CD nesse setor.

O DVD é particularmente lindo, especialmente nos momentos em que Carole e Taylor trocam olhares de cumplicidade. Vale a lembrança de que eles nunca namoraram ou foram um casal romântico, mas sua afinidade musical sempre foi impecável.

Live At The Troubadour entrou na parada americana direto no segundo lugar, prova de que, sim, há lugar para música de qualidade no cenário atual do pop, independente de ser feita em 1970, hoje ou em qualquer outro momento. Música boa é para sempre.

Zeca Jagger morto? Só se for para vocês…

Por Fabian Chacur

A vida prega suas peças eternamente. Diariamente. A cada minuto, segundo, culionésimo de segundo. Dá para encarar Ezequiel Neves, um dos meus ídolos na imprensa musical, morrer exatamente vinte anos após a partida de Cazuza, que ele ajudou a lançar? É muito pra cabeça!

Zeca tinha 74 anos e nos deixa privados de seu imenso talento em um triste 7 de julho de 2010. Se hoje eu me meto a escrever sobre música, é por ter lido durante anos e anos suas excelentes colunas para o Jornal da Tarde aqui de Sampa City. Suas críticas eram sempre deliciosas, e eu as devorava avidamente.

Nem sempre concordava com suas opiniões, embora risse frequentemente com algumas delas. Barry White, por exemplo, de cuja obra eu gosto bastante, ele definia como o “paquidérmico maestro americano”.

Rock progressivo certa vez ele definiu como “head music para cabeça de espantalho”. E por aí vai. Mas quando esse jornalista carioca era fã do artista enfocado, jogava a tal isenção para o alto e mandava ver nos elogios, sempre bem articulados e pertinentes. Escrevia com paixão, ótimo texto e conhecimento de causa.

Ao saber que David Bowie havia estreado no cinema com o filme The Man Who Fell The Earth (1976), ele soltou a pérola:  “não vi, mas já gostei”. Novidades dos Rollings Stones, então, ele sempre adorava.

Quando saiu o disco Black And Blue (1976), se não me engano, ele soltou o clássico “eles me fizeram gostar de uma coisa que odeio, que é o reggae”.

E ele foi um dos raros na imprensa musical que via grande talento em artistas dos quais adoro, como Daryl Hall & John Oates e o grupo Culture Club, do cantor Boy George, que frequentemente eram desprezados por outros críticos preconceituosos em relação ao pop.

Mais: ele descobriu o Barão Vermelho e Cazuza. Li logo que saiu aquela célebre coluna que ele escreveu na revista Som Três falando sobre a então ainda desconhecida banda, com uma paixão que deixou a todos os seus leitores com os ouvidos coçando. E ele estava certo.

Foi o Barão e Cazuza que fizeram Zeca Jagger largar mão do jornalismo musical para virar produtor e eventual compositor. Felizmente o cara se deu bem. Das composições que levam o seu nome, Exagerado, escrita com Cazuza e Leoni, é o marco fundamental. Um clássico que seus amados Mick Jagger e Keith Richards teriam orgulho de assinar.

Querem mais uma? A maravilhosa Codinome Beija-Flor. Zeca continuou trabalhando com os dois após a separação Cazuza/Barão Vermelho.

Quando Cazuza lançou Só Se For a Dois, a Polygram realizou, em abril de 1987, uma coletiva de imprensa com Cazuza. No mesmo dia, tive a honra de conhecer o cantor e também Ezequiel Neves. Duas figuras fantásticas, com as quais tirei foto e tudo.

Na época, tinha com meu amigo Valdimir D’Angelo uma revista independente, a Som & Imagem, e planejávamos entrevistar o crítico e produtor. Infelizmente para mim, não rolou. Mas do papo com Zeca Rotten, nunca mais esquecerei. Vá com Deus, mestre, e mande um abração pro Caju!

Maybe You've Been Brainwashed Too- New Radicals (1998/Universal)

Por Fabian Chacur

Greg Alexander nasceu em Michigan (EUA) em 4 de maio de 1970. Seu início no meio musical rolou com o álbum solo Michigan Rain (1989), que obteve repercussão limitada.

Em 1992, sai Intoxifornication (1992), que misturou faixas do trabalho anterior com várias inéditas. Novamente não foi ouvido por muita gente. Sem desanimar, o cantor, compositor e musico seguiu adiante.

Em 1997, montou uma espécie de grupo-conceito denominado New Radicals. No mesmo, só ele era fixo, com músicos amigos tocando com ele, entre os quais o guitarrista Rusty Anderson e a vocalista Danielle Brisebois.

No ano seguinte (1998), sai o primeiro álbum do New Radicals. Intitulado Maybe You’ve Been Brainwashed Too (talvez você também tenha sofrido uma lavagem cerebral), é certamente um dos grandes trabalhos da musica pop daquele período.

A capa do disco já deixava claro a conotação de grupo/conceito, pois temos apenas algumas fotos de Alexander a ilustrá-la. O primeiro single extraído do mesmo fez barulho nas paradas.

Trata-se de You Get What You Give, uma dessas músicas que conseguem reunir acessibilidade, ótima melodia, ritmo irresistível e uma letra positiva que tenta animar a autoestima do ouvinte, inclusive ironizando artistas como Courney Love, Marilyn Manson, Beck e o grupo Hanson. O clipe dela é ótimo!

Mas o álbum tem muito mais, como por exemplo a faixa que abre o repertório de 12 canções: Mother We Just Can’t Get Enough tem base rítmica que lembra Sympathy For The Devil, dos Rolling Stones, com direito a belos falsetes e a gostosa voz de Danielle Brisebois.

A power ballad I Don’t Wanna Die Anymore soa como as gravadas nos anos 70, tipo All The Young Dudes, de David Bowie e sucesso com o grupo Mott The Hoople. Avassaladora, emocionante, arrepiante e mais uns trinta adjetivos positivos de que eu possa me lembrar.

A balada pop rock Someday We’ll Know é outra que soa como hit clássico, com seu romantismo rasgado e perfeição em cada segundo. A releitura feita por Daryl Hall & John Oates em 1997 no seu CD Marigold Sky também ficou bem bacana.

A escrachada faixa título, um ótimo rock no qual Alexander ironiza os meios de comunicação com inteligência, o rockão ardido e sacudido Jehovah Made This Whole Joint For You (outra de letra irônica) e a balançada In Need Of a Miracle são outros momentos muito, mas muito bacanas, mesmo.

Na contagiante Technicolor Lover, Alexander deu uma de “banda do eu sozinho”, tocando todos os instrumentos e se incumbindo de todos os vocais. No mínimo, gravou como demo e viu que ficou tão boa que não faria sentido regravá-la.

E o disco é bom como um todo, daquele tipo de disco pop bom de se ouvir de ponta a ponta. Ele se aproveita com categorias de influências como os já citados Stones em sua pegada mais latina, Lindsay Buckingham (do Fleetwood Mac), Elton John dos anos 70 e o grupo-projeto World Party (liderado pelo brilhante Karl Walinger nos anos 80 e 90), entre outros, com assinatura própria e bom gosto.

Maybe You’ve Been Brainwashed Too até que vendeu bem, mas poderia ter ido muito melhor, não fosse a decisão de Greg Alexander de acabar com o New Radicals (após alguns poucos shows) no dia 12 de julho de 2009. Ele alegou cansaço e falta de vontade de ficar na frente dos holofotes.

Com isso, a gravadora largou mão do CD, que chegou apenas ao 41º posto nos EUA e ao décimo na Inglaterra, quando poderia ter emplacado diversos hits e vendido muito mais. Uma pena.

Mas Alexander se deu bem nos anos seguintes. Ele trabalhou com artistas do naipe de Texas, Inxs, Belinda Carlisle (do grupo Go-go’s), Ronan Keating (do grupo Boyzone), Enrique Iglesias e Sophie Ellis-Bextor.

Melhor: Rod Stewart gravou a sua ótima I Can’t Deny It em seu álbum Human, além dos já citados Hall & Oates.

O melhor momento dessa fase como compositor foi a fantástica Game Of Love, gravada por Carlos Santana e Michelle Branch e da qual ele é coautor, com o pseudônimo Alex Ander. Ele faturou um Grammy com a mesma.

Mas que seria muito legal um novo álbum dele, seja como Greg Alexander, New Radicals ou coisa que o valha, lá isso seria. Ficamos na torcida. Enquanto isso não ocorre, que tal ouvir Brainwashed pela milésima vez?

obs.: Rusty Anderson, que toca brilhantemente guitarra em 9 das 12 faixas deste álbum, é há anos guitarrista da banda de Paul McCartney, com o qual já gravou ótimos discos de estúdio e ao vivo.

Morre o baixista e produtor T-Bone Wolk

Por Fabian Chacur

Morreu neste sábado (27) vítima de um ataque cardíaco o baixista e produtor americano T-Bone Wolk. Ele tinha 58 anos, e vai deixar muita saudade, pois seu currículo na área musical foi dos mais significativos.

Seu primeiro grande destaque no meio musical foi ao tocar baixo na gravação de The Breaks (1980), um dos primeiros clássicos do rap, gravada pelo autor, o rapper Kurtis Blow e sucesso inclusive no Brasil.

Ele entrou na banda de Daryl Hall & John Oates em 1981, participando do álbum Private Eyes. A partir daí, tornou-se presença constante nos trabalhos da dupla, inclusive no recente Live At The Troubadour, que comentarei em breve aqui em Mondo Pop.

Wolk também atuou ao lado de Elvis Costello, Billy Joel e Carly Simon, só para citar alguns nomes importantes, e fez parte nos anos 80 e parte dos 90 da banda do programa televisivo Saturday Night Live ao lado de seu colega de Hall & Oates, o guitarrista G. E.  Smith.

Wolk era baixista, mas também tocava diversos outros instrumentos e fazia arranjos com desenvoltura.

Um grande músico que você poderá ouvir para sempre em discos como Private Eyes, H2O, Big Bam Boom e outros (Hall & Oates), Spike e King Of America (Elvis Costello), Coming Around Again (Carly Simon) e inúmeros outros. Descanse em paz, mestre!

Ah, que inveja do público de Nova York!

Por Fabian Chacur

 

Estou morrendo de inveja do público de Nova York. E não é para menos. Em julho e agosto, serão realizados na capital do mundo dois festivais que certamente irão agitar o verão de lá. São o Seaside Summer Concert Series e o Martin Luther King Junior Concert Series. Nas programações, estarão reunidos alguns dos mais importantes nomes da música pop de várias eras, em encontros que prometem ser inesquecíveis. O que me deixa ainda mais puto da vida em não estar lá na Big Apple é o preço dos ingressos de cada apresentação: zero, nothing, nada! Tudo na faixa! Nem vou dar maiores detalhes. É só ler a programação abaixo e chorar, chorar e chorar!

 

Seaside Summer Concert Series:

 

16 de julho

Salute to 40th anniversary of Woodstock: Creedence Clearwater Revisited, Mountain, John Sebastian

23 de julho

Gladys Knight, The O’Jays

30 de julho

Frankie Valli & the Four Seasons, Connie Francis, Stewie Stone

6 de agosto

Daryl Hall & John Oates – Up Close & Personal Tour

13 de agosto

Blondie, Pat Benatar (FOTO), with special guest The Donnas

20 de agosto

Salsa by the Sea (TBA)

27 de agosto

Donna Summer

 

Martin Luther King Jr. Concert Series:

 

13 de julho

Keyshia Cole, Lyfe Jennings

20 de julho

Love Train The Sound of Philadelphia – The O’Jays, Russell Thompkins Jr. & the New Stylistics, Jerry Butler, Harold Melvin’s Blue Notes

27 de julho

An Evening with Anita Baker, Charlie Wilson

3 de agosto

Robin Thicke, Jazmine Sullivan

10 de agosto

Teena Marie, Jeffrey Osborne, Special Guest Ruben Studdard

17 de agosto

Gospel Night – Dedicated to the memory of Reverend Timothy Wright

Yolanda Adams, Israel Houghton and the New Breed

24 de agosto

Caribbean Night – Sean Paul, “King of Calypso” The Mighty Sparrow

 

Confira o videoclipe de Hell Is For Children, de Pat Benatar:

 

http://www.youtube.com/watch?v=4Sa0MkWoeTk

 

A fascinação da crítica pelo que não vende nada

Por Fabian Chacur

 

Existem vários estereótipos jogados nas costas da crítica especializada, especialmente a que se incumbe de analisar os lançamentos e shows do setor da música. Alguns são evidentemente exagerados, mas um deles vale uma reflexão aqui neste humilde espaço. Trata-se daquele que acusa os críticos de não gostarem daquilo que vende muito, ou ter preconceito em relação a artistas com números significativos nessa área. De certa forma, é verdade. Vide os critérios de certas publicações físicas ou virtuais de sempre priorizarem nomes “descolados”, “badalados” ou “hypados”, em detrimento de quem, na comparação, tenha uma obra mais “mainstream”, ou seja, possua um número mais significativo de fãs e maior visibilidade na mídia em geral. Lógico que uma das missões dos críticos é apresentar trabalhos novos ou obscuros a seus leitores, mas isso não significa fechar os olhos para quem tem sucesso comercial, ou tentar vender o peixe podre de que “sucesso comercial só acontece para quem se vende ao sistema”. Para mim, o melhor exemplo de todos é aquele célebre quarteto de Liverpool integrado por John, Paul, George e Ringo. É o melhor grupo de rock de todos os tempos, e ao mesmo tempo, o que conseguiu os melhores números em termos de vendagens e paradas de sucesso. Por sua vez, o Velvet Underground vendeu poucos discos, mas se tornou uma das bandas mais influentes de todos os tempos. Da mesma forma, existem artistas campeões de vendas que são uma porcaria, e gente que não vende nada porque é ruim, medíocre e não merece ter seus trabalhos estourando a boca do balão, como se dizia nos já longínquos anos 80. O que não pode ocorrer é preconceito, que leva artistas com trabalhos ótimos do tipo Supertramp, Daryl Hall & John Oates (foto), James Taylor, America, John Mellencamp e tantos outros a serem totalmente ignorados pela imprensa especializada. Enquanto outros, horrendos, ganham generosos espaços só pelo fato de serem novos ou obscuros. Como dizem muito atualmente, “pronto, falei!”

 

Videoclipe de I Can’t Go For That (No Can Do), de Daryl Hall & John Oates:

 

http://www.youtube.com/watch?v=vouDK-LELEU

Porque eu fujo dos discos natalinos

Por Fabian Chacur

 

Mesmo sendo um cara assumidamente emotivo, não consigo ver graça nos chamados “discos natalinos”. Americano ama esse formato, e boa parte dos mais importantes artistas de lá já lançaram trabalhos nessa linha, como por exemplo Elvis Presley, Mariah Carey, Phil Spector, Harry Connick Jr., Tony Bennett, Amy Grant, George Strait e quem você imaginar. Canções específicas, então, até John Lennon escreveu, para quem não lembra a lírica Happy Xmas (War Is Over). Para vocês terem uma idéia, tenho a discografia completa de Daryl Hall & John Oates, que lançam discos desde o distante 1972, com a exceção de um item: Home For Christmas, de 2007, dedicado ao gênero que todos já sabem qual é. O problema básico é o fato de geralmente as letras serem por demais estereotipadas, e as melodias, açucaradas além do limite do suportável. Nessa época do ano no Brasil, em décadas passadas, você não conseguia fugir dos discos natalinos de harpa paraguaia do infalível Luis Bordon, um hit até hoje em famílias mais conservadoras. Provavelmente, o pior exemplar do gênero é o megalomaníaco 25 de Dezembro, lançado por Simone nos idos de 1996 e incluindo versão tenebrosa de Happy Xmas, intitulada Então é Natal. Nunca fui fã do colunista Tutty Vasques, mas nessa, ele mandou muito bem, em comentário feito na época na revista Veja: “Então é natal, não é mesmo, Simone? Tudo bem, e não se fala mais no assunto!”. Para finalizar esse verdadeiro antiode às canções natalinas, acho curioso corais natalinos entoando de forma doce a belíssima Boas Festas, composta por Assis Valente nos anos 30 do século passado, cuja letra é uma das mais tristes que já ouvi na vida, de fazer chorar até o Montgomery Burns dos Simpsons: “já faz tempo que eu pedi mas o meu Papai Noel não vem, com certeza já morreu ou então felicidade é brinquedo que não tem”. Feliz natal? Rsrsrsrs

 

Videoclipe com Happy Xmas (War Is Over) como trilha sonora:

 

http://br.youtube.com/watch?v=s8jw-ifqwkM

 

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