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Tom Zé canta em São Paulo para celebrar relançamento do 1º LP

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Por Fabian Chacur

Tom Zé deve se lembrar com uma certa afetividade do ano de 1968. Apesar do conturbado clima político pelo qual o Brasil passava naquele período, o cantor, compositor e músico baiano venceu o IV Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com a música São São Paulo, além de participar do histórico álbum Tropicália Ou Panis Et Circensis. De quebra, ainda lançou o seu primeiro e muito elogiado álbum solo, Grande Liquidação, que a Polysom acaba de relançar no formato vinil de 180 gramas, como parte de sua série Clássicos em Vinil.

E é para celebrar essa reedição que o artista se apresenta nesta quinta-feira (4) às 21h em São Paulo no Centro Cultural São Paulo (rua Vergueiro, nº 1.000- Paraíso- fone 0xx11-3397-4002), com ingressos ao preço único de R$ 25,00.

Grande Liquidação conta com produção de João Araújo, pai de Cazuza e posteriormente diretor da gravadora Som Livre, arranjos dos brilhantes Damiano Cozella e Sandino Hohagen e participação das bandas Os Brazões e Os Versáteis. Com 12 composições de Tom Zé, o disco tem como destaque São São Paulo, que por sinal integra a trilha sonora da novela que a Globo estréia nesta terça (2), Órfãos da Terra. Outras faixas marcantes são Parque Industrial, Glória, Namorinho de Portão e Sabor de Burrice.

Ouça Grande Liquidação em streaming:

Yellow Submarine será exibido em Sampa com entrada gratuita

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Por Fabian Chacur

Se você é beatlemaníaco ou fã de cultura pop (ou as duas coisas) e mora em São Paulo, uma ótima notícia. Neste sábado (8), às 17h, será exibido o filme Yellow Submarine (1968), de George Dunning e estrelado por aquele célebre grupo de Liverpool. Detalhe: com resolução digital 4K e trilha remixada em surround 5.1 stereo. E melhor: com entrada gratuita. O local será o Cine Olido (avenida São João, nª 473- República- fone 0xx11-2899-7370).

Lançado em plena era psicodélica, esta animação em longa-metragem tem como cenário Pepperland, uma cidade repleta de cores, música e muito amor. Até que são invadidos pelos abomináveis blue meanies. Como salvar a pátria? Simples: chamando John, Paul, George e Ringo, que, viajando em um adorável submarino amarelo, incumbem-se de vencer os inimigos e restaurar a felicidade antes reinante. Detalhe: com muita música boa na trilha sonora, tipo All Together Now, It’s Only a Northern Song, It’s All Too Much e Yellow Submarine, entre outras. Diversão garantida em 90 viajantes minutos.

Na abertura, será exibido o curta-metragem Make It Soul (2018), ambientado em Chicago em 1965, no Teatro Regal, tendo como mestres de cerimônia e apresentadores ninguém menos do que James Brown e Solomon Burke, dois mestres da black music. São apenas 15 minutos, mas certamente muita coisa boa vai rolar, especialmente em termos musicais.

Essa adorável e bem-vinda exibição gratuita será promovida pelo Animage- Festival Internacional de Animação de Pernambuco, cuja mais recente edição, a 9ª de sua existência, foi realizada em Recife no último mês de outubro, e no qual essa edição incrementada em termos técnicos de Yellow Submarine foi exibida.

Veja o trailer de Yellow Submarine:

The Beatles in India: filme vai ser lançado ainda este ano

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Por Fabian Chacur

Em fevereiro de 1968, os Beatles viajaram para Rishikesh, na Índia, com o intuito de estudar meditação transcendental com o guru local Maharishi Mahesh Yogi, que eles haviam conhecido em uma viagem do indiano pela Inglaterra no ano anterior. Essa curiosa passagem da trajetória da banda britânica é o tema do documentário The Beatles in India, que segundo informações da revista britânica Uncut, deve ser lançada mundialmente por volta de outubro.

Paul Saltzman é um fotógrafo e cineasta canadense que tinha 23 anos quando teve a oportunidade de conhecer os Beatles na Índia, por absoluta coincidência. Convidado a conviver com eles naquela experiência, fez fotos e filmagens que registaram aquele momento de redescoberta do quarteto britânico. Seu documentário dá uma geral na viagem, e mostra os registros e também as músicas que, compostas lá, acabariam integrando o célebre Álbum Branco (cujo título de fato é simplesmente The Beatles), lançado naquele mesmo 1968.

Com mais de 300 filmes no currículo, entre documentários e dramas, Paul Saltzman tem em seu currículo o badalado Prom Night In Mississipi (2008), e também integra projetos humanitários. Uma exposição permanente de suas fotos dos Beatles na Índia tem como local um espaço no John Lennon Airport, em Liverpool, Inglaterra. Ele lançou dois livros com reproduções de suas célebres fotos, The Beatles in Rishikesh (2000) e The Beatles in India (2006), este último em edição limitada.

Dear Prudence (c/cenas do grupo na Índia)- The Beatles:

CD ao vivo inédito de Janis Joplin é arrasador

Por Fabian Chacur

Janis Joplin (1943-1970) equivaleu a uma espécie de cometa no universo do rock. Durou apenas 27 anos, menos da metade deles dedicados à música, mas nesse curto período, esbanjou originalidade, vibração, energia e um talento que ainda hoje, mais de quatro décadas após sua prematura morte, soam impressionantes.

Uma boa forma de experimentar, conhecer ou “apenas” curtir esse verdadeiro tsunami vocal é Live At The Carousel Ballroom 1968, CD recém-lançado contendo o fantástico registro de um show da cantora realizado em junho de 1968 que nunca havia sido lançado na íntegra.

A gravação foi feita por Owsley “Bear” Stanley, técnico de som do Grateful Dead durante anos e considerado um dos responsáveis pela aprimoração dos equipamentos e das técnicas de gravação e de som nos shows de rock. Ele morreu em 2011, mas deixou como herança inúmeras gravações de shows, incluindo este aqui.

Trata-se de um registro histórico, pois apenas dois meses depois, Janis sairia do grupo que a impulsionou rumo ao estrelato, o Big Brother And The Holding Company.

Integrado por Sam Andrew (guitarra e vocal), James Gurley (guitarra e vocal), Peter Albin (baixo e vocais) e Dave Getz (bateria e vocais), o grupo teve Janis como vocalista de 1966 a 1968, e tinha como marca nesse período a energia e a vibração de suas performances.

Não era um grupo tecnicamente perfeito, tanto que o empresário da cantora, Albert Grossman, achou que seria melhor para ela partir para a carreira solo e ter músicos mais qualificados para acompanhá-la.

Um erro que iria gerar o álbum mais fraco da estrela, I Got Dem Ol’ Kozmic Blues Again Mama! (1969). Mas isso é história para outro texto. Voltemos ao novo CD.

A fusão dessa banda (que por sinal existe até hoje e tocou no Brasil em 2010, na Virada Cultural) com Janis gerou um rock agressivo, poderoso e fortemente calcado no blues.

Live At The Carousel Ballroom flagra o quinteto no auge, com seu som raçudo e a voz poderosa de Miss Joplin esbanjando talento, em canções como Combination Of The Two, I Need a Man To Love, Down On Me, Piece Of My Heart e a sublime Summertime, standard americano que ela tomou para si de forma avassaladora.

Bear Stanley gravou o show de forma tão caprichada que chega a ser difícil acreditar que se trate de um registro de 1968, pois tudo está bem claro- vocais, guitarras etc, assim como a explosão multicor da alma roqueira do quinteto.

A embalagem do álbum também arrepia, com embalagem digipack reproduzindo a de um LP de vinil e encarte repleto de fotos, cartoons e textos informativos que permitem ao ouvinte se situar em relação ao grupo e ao momento da gravação deste show impressionante.

Vale lembrar que o Carousel Ballroom, situado em San Francisco, Califórnia, iria se transformar semanas, ao ser adquirido pelo empresário Bill Graham, no Fillmore West.

Poucas cantoras de rock e blues foram tão viscerais, verdadeiras e talentosas como Janis Joplin, e é sempre um prazer ouvir sua inspiradíssima voz, ainda mais captada de forma tão impecável pelo saudoso Bear, que gravou centenas de shows do Grateful Dead.

Ball And Chain, com Janis Joplin e Big Brother And The Holding Company:

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