keith flint the prodigy-400x

Por Fabian Chacur

O punk rock influenciou nos anos 1990 três grupos que atingiram o topo das paradas de sucesso de todo o mundo naquele período: o Nirvana, de Kurt Cobain, o Green Day, de Billie Joe Armstrong, e o The Prodigy, de Liam Howlett e Keith Flint. Neste último, a presença daquela vertente rebelde e niilista do rock se mostrava surpreendente, pois se fundia à música eletrônica. Quem poderia imaginar que essa mistura pudesse dar um bom resultado, e viável comercialmente? Pois foi o que aconteceu. Infelizmente, Keith Flint foi encontrado morto nesta segunda-feira (4), aos 49 anos de idade.

Todos os indícios apontam para um suicídio, possivelmente motivados por sérios problemas particulares que o cantor e dançarino estava tendo de encarar. A tragédia ocorreu semanas após shows que o The Prodigy realizou na Austrália e Nova Zelândia, início de uma turnê para divulgar seu mais recente álbum, No Tourists, que saiu em outubro de 2018. Nesta terça, a banda anunciou o cancelamento dos shows em 2019, e fica no ar a possibilidade do fim.

O The Prodigy iniciou sua carreira em 1990, quando o tecladista e compositor Liam Howlett resolveu criar um projeto musical inspirado na música eletrônica. Seu primeiro álbum, Experience, saiu em 1992, e naqueles anos iniciais, Keith Flint exercia a função de dançarino. A banda conquistou o público britânico a partir do segundo trabalho, Music For The Jilted Generation (1994), que atingiu o topo da parada britânica. Mas coisas maiores estavam por vir, e viriam mesmo.

Em 1996, o grupo resolveu investir em músicas com vocais, e o escolhido para ser o principal cantor do time foi exatamente Mr. Flint. Com um visual punk e fortes influências daquele estilo roqueiro, certamente inspirado em Johnny Rotten e outros expoentes dessa praia, ele mostrou seu poder de fogo com os singles Firestarter e Breathe. Em 1997, as duas canções foram incluídas no terceiro álbum do The Prodigy, The Fat Of The Land, uma das grandes surpresas positivas daquele ano no cenário pop mundial.

Com uma sonoridade agressiva, barulhenta e criativa, a banda conseguiu a façanha de atingir o primeiro lugar na parada americana com The Fat Of The Land, que repetiu a façanha nos quatro cantos do mundo e abriu as portas em termos comerciais para a música eletrônica daquela geração, que teria também Fatboy Slim e The Chemical Brothers como nomes de ponta. Eles fizeram shows lotados, inclusive no Brasil, e pareciam caminhar rumo a uma consolidação da carreira, com Flint na ponta de lança.

No entanto, problemas internos do time fizeram que um novo álbum só viesse em 2004, Always Outnumbered, Never Outgunned (2004), que teve boa repercussão no Reino Unido mas fracassou miseravelmente nos EUA.

A partir daí, a banda se manteve com alguns novos lançamentos e turnês, mas longe daquele alvoroço todo que os cercou nos tempos de The Fat Of The Land. Keith Flint também teve projetos paralelos, como as bandas Flint e Clever Brains Fryin’, mas nada que tenha causado qualquer barulho mais significativo em termos comerciais e criativos. Uma pena ele sair de cena assim.

Firestarter– The Prodigy: