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Fall Out Boy relê o hit de Billy Joel We Didn’t Start The Fire

Fall Out Boy-400x- by Pamela Littky

Por Fabian Chacur

Em 1989, Billy Joel atingiu o 1º posto na parada norte-americana com o single We Didn’t Start The Fire, em cuja letra citava fatos e personagens marcantes da vida americana nas décadas anteriores. Em uma ideia muito interessante, a banda conterrânea Fall Out Boy acaba de lançar uma releitura desse rockão energética, substituindo os personagens da versão anterior por protagonistas e fatos desde 1989 até 2023. O resultado ficou ótimo.

Temos desde a morte de Michael Jackson até as guerras no Afeganistão, líderes políticos como Boris Johnson, ídolos do esporte como LeBron James e mesmo “Youtube Killed MTV” (O Youtube matou a MTV).

A ironia fica por conta do vídeo, com uma montagem de cenas em preto e branco em clima de guerra. Aos 24 segundos, temos a imagem que imagino ser de um certo ex-presidente brasileiro (veja aqui).

Eis a nova letra de We Didn’t Start The Fire:

Captain Planet
Arab Spring
LA Riots Rodney King
Deep fakes
Earthquakes
Iceland volcano
Oklahoma City bomb
Kurt Cobain
Pokémon
Tiger Woods
MySpace
Monsanto GMOs

Harry Potter
Twilight
Michael Jackson dies
Nuclear accident Fukushima Japan
Crimean peninsula
Cambridge analytica
Kim Jong Un
Robert Downey Jr Iron Man

We didn’t start the fire
It was always burning since the world’s been turning
We didn’t start the fire
No we didn’t light it but we’re trying to fight it

More war in Afghanistan
Cubs go all the way again
Obama
Spielberg
Explosion Lebanon
Unabomber
Bobbit, John
Bombing Boston marathon
Balloon Boy
War on terror
Qanon

Trump gets impeached twice
Polar bears got no ice
Fyre fest
Black Parade
Michael Phelps
Y2K
Boris Johnson
Brexit
Kanye West
Taylor Swift
Stranger Things
Tiger King
Ever given suez

We didn’t start the fire
It was always burning since the world’s been turning
We didn’t start the fire
No we didn’t light it but we’re trying to fight it

Sandy Hook
Columbine
Sandra Bland and Tamir Rice
ISIS
Lebron James
Shinzo Abe blown away
Meghan Markle
George Floyd
Burj Khalifa
Metroid
Fermi paradox
Venus and Serena

Michael Jordan 23
YouTube killed MTV
Spongebob
Golden State Killer caught
Michael Jordan 45
Woodstock ‘99
Keaton Batman
Bush v Gore
I can’t take it anymore

We didn’t start the fire
It was always burning since the world’s been turning
We didn’t start the fire
No we didn’t light it but we’re trying to fight it

Elon Musk
Kaepernick
Texas failed electric grid
Jeff Bezos
Climate change
White rhino goes extinct
Great pacific garbage patch
Tom DeLonge and aliens
Mars rover
Avatar
Self-driving electric cars
S-S-S-R-Is
Prince and the Queen die
World Trade
Second plane
What else do I have to say?

We didn’t start the fire
It was always burning since the world’s been turning
We didn’t start the fire
But when we are gone
It will still burn on, and on, and on
And on, and on, and on, and on, and on

We didn’t start the fire
It was always burning since the world’s been turning

We Didn’t Start The Fire (lyric video)– Fall Out Boy:

Freedom (1989), o álbum que trouxe Neil Young de volta ao lar

neil young freedom capa-400x

Por Fabian Chacur

Neil Young sempre teve como marca registrada a imprevisibilidade. Em seus mais de 50 anos de trajetória artística, este cantor, compositor e músico canadense nunca teve medo de arriscar mudanças repentinas nos rumos de sua música. Muito produtivo e com uma quantidade enorme de itens em sua discografia, ele tem alguns trabalhos que se sobressaem por sua importância artística e estilística, e um deles, Freedom, está celebrando 30 anos de seu lançamento.

A década de 1980 foi certamente o período mais conturbado e menos popular da carreira do astro canadense. Ele iniciou essa era com um álbum bastante irregular, Re-Ac-Tor (1981). Logo após, saiu da gravadora Reprise para entrar na Geffen Records, onde ficou até 1987. Logo na estreia, assustou a todos ao apresentar Trans (1982), um mergulho inusitado na música eletrônica que não atraiu a atenção do público e não entusiasmou a crítica.

A partir daí, Young atirou para diferentes direções musicais. Rockabilly em Everybody’s Rockin’ (1983), country tradicional em Old Ways (1985) e rock básico com sonoridade modernosa em Landing On Water (1986) e Life (1987). O resultado comercial piorou de disco pra disco, o que gerou uma reação absolutamente absurda por parte da gravadora criada e dirigida pelo polêmico e bem-sucedido empresário David Geffen.

Ele simplesmente resolveu processar Neil Young, alegando que o artista estaria lançando discos totalmente fora de sua sonoridade habitual simplesmente para prejudicar a Geffen Records. O executivo perdeu a disputa, mas ficou nítido que não havia mais clima para que o criador de Harvest (1972) ficasse por lá.

Em 1987, de volta à Reprise (parte do conglomerado Warner), Neil reestreia na gravadora com outro disco improvável, This Note’s For You, no qual é acompanhado por uma banda de sonoridade blues/rhythm and blues com direito a sessão de metais e tudo. A faixa-título, ironizando o mundo da música e da relação com seus patrocinadores, consegue alguma repercussão, mas mantém o artista na parte mais baixa das paradas de sucesso.

Volta às raízes e bom resultado comercial

É neste cenário que Neil Young começa a trabalhar em um novo álbum. Em entrevistas dadas na época de lançamento, ele explicou suas intenções com esse lançamento: “Eu quis fazer um álbum Neil Young per se, sem assumir nenhum outro personagem que não eu mesmo; o produto final é quase como ouvir o rádio, que se mantém mudando e indo de uma coisa para outra”.

E foi exatamente isso o que ele fez. Trata-se do primeiro álbum de Neil Young evidentemente concebido especialmente para o formato CD, pois ultrapassa os 60 minutos de duração em suas 12 faixas. Nele, nada de incursões em sonoridades nunca antes experimentadas pelo artista.

No entanto, a diversidade de sons e de climas prevalece, assim como a inspiração das composições, prova de que valeu a pena ficar um tempão longe de sua “casa musical”, pois quando enfim voltou, o cara sentia saudades…

Fórmulas são reutilizadas em todo o álbum, sendo a mais evidente usar a mesma música na abertura e no encerramento, em versões acústica e elétrica, tal qual havia feito em Rust Never Sleeps (1979). Só que, desta vez, Rockin’ In The Free World se mostra mais maleável para a tarefa do que Hey Hey My My/My My Hey Hey, ficando ótima tanto na leitura voz e violão (gravada ao vivo em show em Long Island, EUA) quanto na elétrica e visceral que fecha o disco.

Rockin’ in The Free World tem uma letra que flagra o horror do mundo moderno em cenas como a de uma jovem mãe, que odeia o que fez com sua própria vida, abandonando o filho recém-nascido em uma lata de lixo, “mais uma criança que nunca irá à escola, nunca se apaixonará, nunca será cool”.

Rapidamente, tornou-se um verdadeiro hino do rock, e provavelmente a canção mais popular da carreira de Neil Young, sendo tocada ao vivo por artistas tão distintos como Pearl Jam, Bon Jovi, Suzy Quatro e G3.

Do folk romântico ao rock ardido

Duas das faixas incluídas em Freedom haviam sido gravadas para This Note’s For You, mas ficaram de fora. A hipnótica e longa Crime In The City (Sixty To Zero Part I) equivale a outra polaroide urbana, com direito a uma visão irônica de um produtor de discos que pede a seu assistente que lhe arrume um compositor “que tenha fome e seja solitário, e também me traga um cheeseburger e a nova edição da revista Rolling Stone”.

A outra dessa origem é a maravilhosa Someday, uma balada com tempero r&b cuja letra explora as várias possibilidades de finalizar uma situação que seu título (algum dia, em tradução livre) sugere, sendo o mais belo o da estrofe final: “abrace-me, querida, ponha seus braços em volta de mim, dê-me todo o amor que você tiver para me dar, amanhã poderá ser tarde, nós não temos de esperar por algum dia, não temos que esperar por algum dia”.

Vale registrar que mesmo em uma faixa tão bela e lírica, Young guarda lugar para pequenas passagens irônicas, como em uma estrofe sobre pregadores religiosos de TV e outra refente a trabalhadores em gasodutos, ambas com direito a corais, um reproduzindo a alucinada pregação dos pastores e outro o canto dos trabalhadores. O efeito é delicioso. A rádio Eldorado FM, em São Paulo, tocava Someday em sua programação, naquela época.

Ecos de Harvest e Comes a Time

Freedom oferece aos fãs de Neil Young algumas canções com ecos do trabalho mais melódico do artista em álbuns clássicos como Harvest (1972) e Comes a Time (1978). A estrela Linda Ronstadt, que participou dos megahits Heart Of Gold e Old Man, marca presença em duas maravilhas deste álbum.

No melhor esquema vozes e violão, Young e Ronstadt nos oferecem harmonizações vocais deliciosas e muita delicadeza na puramente folk Hangin’ on a Limb. Com outros músicos no acompanhamento, The Ways Of Love tem uma pegada mais country e traz como marca genial o arranjo baseado no Bolero de Ravel para o refrão, além da pedal steel guitar do iluminado Ben Keith.

Músicos que fizeram toda a diferença

Para acompanhá-lo neste álbum seminal, Neil Young convocou gente do mais alto gabarito. A cozinha rítmica é integrada por Chad Cronwell (bateria) e o saudoso Rick The Bass Player Rosas (baixo-1949-2014), que se mostram uma parceria sólida, consistente e versátil, encarando com categoria as diferenças rítmicas existentes durante todo o álbum.

Quando precisou de um segundo guitarrista, Young se valeu do talentoso Frank Poncho Sampedro, do grupo Crazy Horse, que também se incumbiu dos teclados. E temos também outro cara saudoso, Ben Keith (1937-2010), que além de sua marca registrada, a pedal steel guitar, também se incumbe do sax alto.

Completa o time o produtor e técnico de som Niko Bolas, que ao lado de Neil Young forma uma dobradinha batizada por eles como The Volume Dealers, com direito a logotipo próprio e tudo, parceria que rendeu muita coisa boa.

Faixas longas, homenagem a Jimi Hendrix…

Uma das grandes virtudes de Freedom é não entediar o ouvinte em momento algum. Na pesadíssima Don’t Cry, por exemplo, temos uma intencional ou não homenagem a Jimi Hendrix, pelo fato de o andamento e o arranjo lembrarem o de Voodoo Chile (Slight Return), do genial guitarrista. Uma porrada!

Longa e elaborada, Eldorado demonstra influência flamenca e traz ecos de faixas do artista dos anos 1970 como Cortez The Killer. Aliás, Eldorado saiu inicialmente em um EP que leva seu nome lançado apenas no Japão e na Austrália em abril de 1989, que trazia as faixas Don’t Cry, On Broadway e Eldorado e duas que não entraram em Freedom, Heavy Love e Cocaine Eyes.

No More também possui longa duração, por volta de seis minutos, e uma sonoridade intrigante, algo como um rock levemente ardido com um delicioso e cristalino riff de guitarra. A letra envolve a questão das drogas e da dificuldade não só de abandoná-las como também de substituir o lado bom de seu efeito por algo mais saudável e melhor.

Um belo cover e o momento mais rural

A única faixa que não leva a assinatura de Neil Young é a clássica On Broadway, obra dos lendários compositores Jerry Leiber, Mike Stoller, Barry Man e Cynthia Weil, lançada com sucesso pelo grupo vocal The Drifters em 1963 e cuja melhor gravação foi feita por George Benson no ao vivo Weekend In L.A. (1978).

A versão de Young é pesadíssima, com o apoio preciso de Rosas e Sampedro na cozinha e ele soltando o verbo na guitarra, em uma das melhores performances dele nesse instrumento durante todo o álbum.

A delicada Wrecking Ball, em tom menor, equivale a um momento no qual o astro canadense de certa forma investe em uma levada próxima da bossa nova, com um resultado incrível. E o lado mais caipira do álbum fica por conta de Too Far Gone, com todo aquele jeitão de country de Nashville dos tempos mais antigos.

Um disco de ouro após dez longos anos

Em termos de posição na parada de sucessos Freedom não voou tão alto, atingindo apenas o 35º lugar na lista apurada pela revista Billboard. Mas sua vendagem foi sólida, proporcionando ao roqueiro o seu primeiro disco de ouro em dez anos. O último havia sido em 1979, com o álbum ao vivo Live Rust.

Um grande e influente retorno à forma

Se as experiências que fez com outros ritmos e sons no período entre 1981 e 1988 foram extremamente válidas e com alguns momentos interessantes, elas também lhe renderam um certo descaso por parte de crítica e público. Com Freedom, ele ganhou novamente o coração desses dois setores, e iniciou uma nova fase dourada em sua carreira.

Não é de se estranhar que ele logo a seguir tenha sido considerado uma espécie de precursor do grunge, e novamente reverenciado em shows e na compra de discos por uma nova geração. Um reconhecimento merecido.

Nada melhor do que quando o artista consegue ser fiel a seus princípios artísticos e ao mesmo tempo obter um bom resultado comercial, e este é o grande mérito de Freedom, um dos melhores trabalhos da carreira desse nome indiscutível da história do rock and roll.

Faixas de Freedom:

Rockin’ In The Free World
Crime In The City (Sixty To Zero Part 1)
Don’t Cry
Hangin’ On a Limb
Eldorado
The Ways Of Love
Someday
On Broadway
Wrecking Ball
No More
Too Far Gone
Rockin’ In The Free World

Ouça Freedom na íntegra em streaming:

Isabella Taviani lança single com releitura de hit da Legião Urbana

isabella taviani 400x

Por Fabian Chacur

Isabella Taviani encontra-se no momento em meio às sessões de gravação de um novo álbum, que será o sucessor de Carpenters Avenue (2016), bela homenagem ao grupo de Karen e Richard Carpenter. Enquanto esse trabalho, que está previsto para sair no final deste ano, não chega, ela nos oferece um single cuja faixa não será incluída no futuro trabalho. Trata-se de Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar, releitura de canção da Legião Urbana Incluída em seu clássico CD As Quatro Estações (1989).

A cantora carioca explica o que a motivou a fazer esse resgate. “Numa tarde dessas, enquanto organizava meus discos, As Quatro Estações veio parar na minha mão; quando ouvi Se fiquei esperando meu amor passar, percebi que deveria regravá-la, num tom mais intimista e bem suave: voz, violão, violoncelo e nada mais”, conta.“É preciso cantar, ouvir e pensar novamente Legião Urbana!”.

Se Fiquei Esperando Meu Amor Passar– Isabella Taviani:

Grupo de rap De La Soul toca em SP e mostra som seminal

de la soul 2014-400xPor Fabian Chacur

A Agência Equilat3ro traz a São Paulo para show no dia 25 de julho (sexta-feira a partir das 23h30) um dos grupos mais importantes da história do rap e do hip hop. Trata-se do trio americano De La Soul, que será a atração da comemoração dos 12 anos da Festa Chocolate. O show terá como palco o Áudio Club (avenida Francisco Matarazzo, 694- Barra Funda www.audiosp.com.br), com ingressos custando de R$ 50,00 a R$ 160,00.

Oriundo de Long Island, Nova York, o De La Soul foi criado por Posonuous (Kelvin Marcer), Trugoy The Dove (David Jolicoeur) e P.A. Pasemaster Mase (Vincent Mason). Desde o início, o objetivo do trio era investir em sonoridade e poética inovadoras, fugindo dos clichês e não limitando seus horizontes criativos. Isso se mostrou com bastante força logo em seu trabalho de estreia.

3 Feet High And Rising (1989), lançado pelo influente selo de rap Tommy Boy e produzido por Prince Paul, mostra um rap com influências de psicodelismo, samplers até de bandas de rock como Steely Dan e uma sonoridade instigante. Os hits Say No Go (com sampler de I Can’t Go For That- No Can Do, de Daryl Hall & John Oates), Me Myself And I (com sampler de Not Just Knee Deep, do Funkadelic) e Eye Know (sampleando Peg, do Steely Dan) são apenas a ponta do iceberg.

A partir daquela estreia marcante (que comemora em 2014 25 anos), o De La Soul se manteve na estrada da criatividade, e nos proporcionou álbums ótimos como De La Soul Is Dead (1991) e Stakes Is High (1996), com direito a parcerias com grandes nomes da black music do naipe de Chaka Khan e Zhané. Sairá ainda este ano seu novo álbum, You’re All Welcome, em torno do qual existe grande expectativa.

Ouça 3 Feet High And Rising na integra, em streaming:

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