Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

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Dusty Old Fingers lança novo clipe

Por Fabian Chacur

A banda brasileira Dusty Old Fingers acaba de lançar um novo videoclipe com o objetivo de divulgar a música Lost Eyes, faixa de seu álbum de estreia, o excelente The Man Who Died Everyday (leia a crítica aqui), ópera-rock que conta a história de Brian Jones, um dos grandes nomes da história do rock, fundador dos Rolling Stones e morto prematuramente em 1969.

O clipe contou com vídeo-produção e direção de Leo Alves e Thiago Pinheiro, do Studio Kaiowas, e teve o roteiro assinado pelo guitarrista da banda, o também jornalista e crítico musical Tony Monteiro, que se baseou em uma ideia do vocalista e guitarrista do time roqueiro, Fabiano Negri. A cantora Nivea Avellar faz uma participação especial no video.

Lost Eyes registra o momento na trajetória de Brian Jones no qual o guitarrista britânico começa a se desentender com seus colegas de banda e também com o amor de sua vida, Anita Pallenberg, que pouco depois iria deixa-lo para ficar com Keith Richards. Seria o início de uma triste decadência que iria culminar com sua misteriosa e prematura morte aos 27 anos de idade, uma lamentável perda para o mundo do rock.

Além de Tony Monteiro e Fabiano Negri, o Dusty Old Fingers conta em suas fileiras com o tecladista Marcelo Diniz, o baixista Joni Leite e o baterista Rick Machado. A banda tem feito shows para divulgar The Man Who Died Everyday, e vem colecionando elogios pela criatividade com que escolheu o tema para seu disco de estreia, e também pela competência com que o desenvolveu e concretizou.

Veja o clipe de Lost Eyes, com o Dusty Old Fingers:

Joyce Moreno lança CD Tudo em SP

Por Fabian Chacur

Joyce Moreno, até 2009 conhecida mundialmente apenas pelo primeiro nome, volta a São Paulo para shows neste sábado (26) às 19h e domingo (27) às 18h para lançar por aqui seu mais recente álbum, Tudo (Biscoito Fino), o primeiro de inéditas em dez anos. As apresentações terão como palco o Sesc Bom Retiro (Alameda Nothmann, 185 – Campos Elíseos- fone 0xx11-3332-3600), com ingressos de R$ 4,80 a R$ 24,00.

Tudo manteve a tradição dos trabalhos mais recentes dessa seminal cantora, compositora e violonista carioca, pois saiu primeiro no Japão e só agora chega ao mercado brasileiro, simultaneamente com a Europa e EUA. Com grande demanda por seus shows no exterior, só este ano ela já esteve em 15 países diferentes, com direito a temporadas no Japão e apresentação em Nova York com o parceiro e amigo de outros carnavais Dori Caymmi.

O repertório do novo álbum desta artista nascida em 31 de janeiro de 1948 traz 13 faixas, sendo oito delas com melodias e letras assinadas por ela e outras escritas com parceiros como Zé Renato e Paulo Cesar Pinheiro. Quero Ouvir João, Dor de Amor é Água e Para Você Gostar de Mim são algumas das faixas, que serão a base do repertório da apresentação em São Paulo.

Sucessos de seus mais de 40 anos de trajetória musical também estarão presentes, pérolas da nossa música popular como Clareana, Monsieur Binot e Feminina, entre outros. Além dela nos vocais e violão, teremos em cena o baterista e parceiro há mais de 30 anos Tutty Moreno, o baixista Rodolfo Stroeter e o pianista Rafael Vernet, banda compacta e repleta de swing e solidez musical, dialogando à altura com a estrela da companhia.

Joyce iniciou sua carreira nos anos 60 e desde o início mostrou muito talento. O estouro em termos comerciais, no entanto, só veio em 1980, quando ela lançou um dos melhores álbuns da história da MPB, o brilhante Feminina, contendo joias musicais do quilate da faixa título, Da Cor Brasileira, Mistérios e a instrumental Aldeia de Ogum. Esta última, descoberta anos depois por DJs britânicos, proporcionou a ela uma carreira internacional como uma das rainhas do chamado “acid jazz”.

Ela, no entanto, sempre fez pura música brasileira, com direito a uma batida de mão direita no violão simplesmente espetacular e irresistivelmente rítmica, uma voz deliciosa e canções que venceram o teste do tempo e soam mais atuais do que nunca. Isso, além de se manter produtiva, sempre lançando novos álbuns e fazendo shows pelos quatro cantos do mundo.

Ouça o álbum Live At Mojo Club, de Joyce Moreno:

Cristina Rachid mostra músicas do 1º CD

Por Fabian Chacur

A cantora e compositora Cristina Rachid mostra nesta sexta (25) e sábado (26) parte do repertório de seu primeiro disco solo, Por Teu Amor, lançado pela via independente e com distribuição a cargo da Tratore. Os shows serão realizados a partir das 22h no bar Tatu (rua Alves Guimarães, 153- fone 3083-0003- Pinheiros), e neles a intérprete paulistana será acompanhada por uma banda de apoio de primeiríssima linha.

Estão no time James Muller (bateria- ex-Scowa & A Mafia e inúmeros outros projetos), Emerson Villani (guitarra, tocou com os Titãs), Maurício Caruso (guitarra), Eron Guarnieri (teclados) e Eric Budney (baixo). Além das músicas do álbum, como Não Quero Saber (Peninha), Vontade Velada (Nil Bernardes-Luciana Cardoso), Cala a Boca e Me Beija e Por Teu Amor, o show também incluirá releituras de hits de Inxs, Blondie e Cassia Eller.

Cristina está lançando o seu primeiro CD individual, mas já possui um currículo bem respeitável. Ela durante dez anos se manteve indo de Los Angeles a Londres, cantando brazilian jazz nos mais diferentes espaços e trocando figurinhas com nomes importantes da música de lá, entre eles o consagrado guitarrista americano Al McKay, ex-integrante e autor de vários sucessos do Earth Wind & Fire.

Embora curtisse investir nessa sonoridade que funde jazz, música brasileira e elementos latinos, a cantora resolveu voltar ao Brasil há sete anos para se dedicar a um trabalho centrado no pop rock, com ênfase em composições próprias escritas em parceria com Silnei Saleiros e também de autores como Peninha e Nil Bernardes. Depois de muita batalha, surge o fruto desse esforço, o CD Por Todo Amor.

“O tema do CD é o amor, de todo tipo de relacionamento amoroso e afetivo, além do amor a si próprio, o respeito às opiniões dos outros, os encontros e desencontros, tudo sempre vistos sob a ótima feminina. São temas com os quais as pessoas se identificam”, define.

Cristina Rachid define seu show como um espetáculo dançante, light e gostoso. Ela também é formada em advocacia, e fala sobre suas preferências na vida. “Canto desde criança, mas achei que deveria ter outra opção profissional, e estudei direito paralelamente. Adoro viajar e conhecer pessoas, sempre faço muitas amizades e tenho bons contatos”.

Paula Fernandes retorna com superprodução

Por Fabian Chacur

Com mais de três milhões de álbuns vendidos e o posto de uma das artistas de ponta no atual cenário musical brasileiro, Paula Fernandes não nivela por baixo em seu novo lançamento. O CD duplo e DVD intitulado Multishow Ao Vivo Paula Fernandes Um Ser Amor chegou às lojas nesta terça-feira (22) com tiragem inicial de 300 mil exemplares e uma produção em nível internacional.

Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (22) em um luxuoso hotel na zona sul de São Paulo, a cantora, compositora e musicista nascida em Sete Lagoas (MG) afirmou viver o melhor momento de sua vida, com direito a maturidade, mais equilíbrio e cada vez mais controle sobre seu trabalho. Ela agora tem um escritório próprio para cuidar de sua carreira, o Jeito de Mato, e não abre mão dessa atenção toda ao que faz em termos profissionais.

Veja Um Ser Amor, com Paula Fernandes, do novo DVD:

“Participei de absolutamente tudo na produção desse DVD, desde cenário, edição de áudio, vídeo, seleção de músicas. Cheguei a ficar 24 horas seguidas em uma ilha de edição. Foi muito emocionante. Quis mostrar nesse trabalho minhas várias facetas, meu lado atriz, romântico. A gente pode muita coisa. Tento ser eu mesma, doar o que eu tenho de bom”.

Multishow Ao Vivo Paula Fernandes Um Ser Amor foi gravado ao vivo na HSBC Arena no Rio no dia 8 de junho de 2013 perante aproximadamente oito mil pessoas, belo contraste em relação às 400 pessoas que presenciaram o registro do DVD anterior, Paula Fernandes Ao Vivo, que a tornou conhecida nacionalmente e a catapultou rumo ao estrelato. Ela compara os dois momentos.

“Tive a oportunidade de realizar sonhos nesse novo trabalho, como entrar montada em um cavalo em uma das músicas, contar com as participações de Zezé di Camargo & Luciano e Roberta Miranda e investir em um palco tão sofisticado como esse. Hoje estou mais solta, mais segura. Escolhemos o Rio por ser a cara do Brasil, e o cenário trouxe o campo para o show”.

Um dos momentos que Paula classifica como mais emocionante no show fica por conta da hora em que, no telão, é exibido um vídeo dela ainda criança interpretando Coração na Contramão, de Zezé di Camargo & Luciano, mesma canção escolhida para ela dividir com a dupla. A estrela mineira se diz fã incondicional da dupla, e já compôs algumas canções com Zezé.

Veja Nunca Mais Eu e Você, do novo DVD de Paula Fernandes:

O repertório do CD/DVD mistura oito canções inéditas, clássicos de seu repertório e releituras de repertório alheio, incluindo um medley de hits da estrela country canadense Shania Twain. Aliás, ela surpreendeu alguns jornalistas presentes ao afirmar que possui um gosto bastante eclético em termos musicais, embora admita que não esteja ouvindo muita coisa atualmente em função do trabalho duro.

“Gosto de Metallica, Iron Maiden, U2, Coldplay, não tenho preconceitos musicais. Das garotas, gosto muito da Roberta Sá e da Sandy. A mulher está conseguindo espaços na música sertaneja. Existem muitas cantoras querendo ser a nova Paula Fernandes, e o conselho que dou a elas é que tentem ser elas mesmas, pois foi o que fiz e deu certo”.

Paula Fernandes, que tem um disco em inglês em seu currículo, afirma que uma carreira internacional está surgindo de forma natural para ela, mas que não pretende pular etapas ou deixar os fãs brasileiros em segundo plano para eventualmente se dedicar a esse novo filão profissional. Ela fará alguns shows no exterior em novembro, e deve tirar férias em janeiro e fevereiro de 2014, voltando a seguir para a turnê do novo DVD/CD.

“Acho importante a carreira internacional, mas tenho muita coisa para fazer no Brasil. Meu país é lindo e quero cantar muito nele. Quero falar bem inglês para poder encarar o desafio de enfrentar esse desafio lá fora, e estou me dedicando muito a aprender bem esse idioma”.

Paula Fernandes canta medley de hits de Shania Twain em seu novo DVD:

Entre as canções novas do repertório, Paula destaca Uma Canção Para Mim, que ela encara como uma das mais importantes que já fez. Antes de explica-la melhor, a intérprete afirmou que teve poucos relacionamentos afetivos em sua vida, mas que todos foram muito intensos, e que alguns deles inspiraram canções que gravou em seus discos.

Uma Canção Para Mim fala sobre os meus medos e sobre o amor por mim mesma, o amor próprio. É importante amar a si mesma primeiro para poder amar as outras pessoas. Meu processo de criação de canções é totalmente intuitivo. A musica Um Ser Amor, por exemplo, é sobre desilusões amorosas”.

O novo trabalho de Paula Fernandes foi feito em parceria com o canal a cabo Multishow, que exibiu um resumo do DVD no dia 18 de outubro. A cantora comenta a importância dessa parceria, e também dá uma resposta direta e simples a quem critica o seu visual, que alguns classificam como exagerado ou até mesmo brega.

“Essa parceria com o Multishow é ótima, pois eles exibiram uma parte do DVD, deixando os fãs com vontade de ver o produto completo, é uma ótima divulgação. Quando ao visual, que em alguns momentos me mostra com um jeitão de menina sapeca, sei que não vou agradar a todos, mas o mais importante é me agradar, é me fazer bem, não abro mão disso”.

Dueto de Paula Fernandes e Taylor Swift em Long Live, do novo DVD:

Baixe três músicas de Felipe Cordeiro de graça

Por Fabian Chacur

Três gravações inéditas do cantor, compositor e músico paraense Felipe Cordeiro estão sendo disponibilizadas a partir das 18h desta quarta-feira (23) no portal do projeto Natura Musical, que você pode acessar aqui . O download é legal e gratuito, sendo que as faixas fazem parte do novo álbum do artista, Se Apaixone Pela Loucura do Seu Amor.

Ela é Tarja Preta é uma parceria de Cordeiro com Arnaldo Antunes, Manoel Cordeiro, Luê e Betão Aguiar, e também foi gravada por Antunes em seu mais recente álbum, Disco. A canção tem cara de hit, e uma pegada brega pop com elementos roqueiros e uma letra extremamente divertida que gruda com força na cabeça do cidadão para não sair mais de lá.

Louco Desejo traz elementos do pop dos anos 80 que dominava as rádios naqueles tempos, enquanto Lambada Alucinada, a terceira música disponibilizada, mistura a guitarrada, um dos mais populares estilos da música paraense, com uma pegada roqueira que resulta em um som certamente diferente do que se anda fazendo em outros segmentos do pop brasileiro atual. Original e acessível ao ouvido médio do publico.

Oriundo de uma família de músicos, Felipe Cordeiro estreou em CD com Kitsch Pop Cult (2012), trabalho que teve boa repercussão entre crítica e o público antenado em novidades, e apresenta uma somatória de elementos aparentemente sem nenhuma conexão possível, como vanguarda paulistana dos anos 80, MPB, pop, rock e brega, dando uma liga surpreendente.

Se Apaixone Pela Loucura do Seu Amor foi selecionado pelo primeiro edital do projeto Natura Musical dedicado exclusivamente à cena cultural paraense. O Natura Musical surgiu em 2005 e já patrocinou mais de 200 projetos de 18 estados brasileiros, beneficiando em torno de 800 mil pessoas. A Natura é a líder no setor de cosméticos e produtos de higiene e beleza no Brasil, e surgiu em 1969, tornando-se nos últimos anos uma das maiores incentivadoras de projetos culturais no país, especialmente os de cunho musical.

Veja o teaser do álbum Se Apaixone Pela Loucura do Seu Amor:

Banda gaúcha Lepata lança clipe novo

Por Fabian Chacur

A banda gaúcha Lepata acaba de lançar um videoclipe para divulgar sua música Amigo do Destino. A faixa é parte integrante de seu álbum de estreia, Algo Pra Dizer, que também inclui outra canção que vem se tornando bem conhecida no cenário roqueiro. Trata-se de Analista, com participação especial de Carlinhos Carneiro, vocalista do Bidê Ou Balde, grupo gaudério que se tornou bastante conhecido no cenário roqueiro no início da década passada

Na estrada desde 2009, o Lepata é integrado por Igor Manauê (guitarra e vocal), Léo Braga (guitarra, vocais e synths), Pedro Appel (baixo) e Miguel Sanches (bateria). Recentemente, eles acrescentaram à sua formação ao vivo os músicos Fabiano Fava (trompete) e Emerson Indio (trombone), dando ainda mais consistência a seu som que mistura rock, pop, MPB e o que mais pintar, com energia e competência.

Algo Pra Dizer saiu em 2011. A faixa-título estreou em julho daquele ano na programação da Rádio Atlântida, uma das mais fortes da região sul do país, e por lá ficou durante três meses. Analista também está conseguindo boa repercussão para os rapazes, que já dividiram palcos com A Banda Mais Bonita da Cidade (Curitiba), Zander (Rio) e as conterrâneas Tópaz e Doyoulike, além de participarem da Noite Senhor F, no badalado bar Opinião (Porto Alegre).

Você pode fazer o download legal e gratuito do álbum Algo Pra Dizer no site da Lepata, que pode ser acessado aqui. O álbum inclui faixas bem bacanas, como a que lhe dá título, a já citada Analista (que também tem clipe) e a sacudida Amigo do Destino, do novo clipe.

Veja o clipe de Amigo do Destino, com o grupo Lepata:

Veja o clipe de Analista (ao vivo) com o grupo Lepata:

Boca Livre lança CD Amizade no Sesc Pompeia

Por Fabian Chacur

O Boca Livre é um dos melhores e mais importantes grupos vocais da história da nossa música popular. Com seu autointitulado álbum de estreia, lançado em 1979 pela via independente, atingiu os primeiros postos das paradas de sucesso e provou que música boa e elaborada também pode fazer sucesso comercial. Desde então, viveu diversas fases em sua bela carreira, com direito a alguns hiatos aqui e ali.

Nunca abriu mão, no entanto, da qualidade das canções, arranjos, álbuns e shows que realiza. O quarteto, que hoje conta com Zé Renato (vocal e violão), Maurício Maestro (baixo, violão e voz), David Tygel (viola e vocal) e Lourenço Baeta (flauta, violão e vocal), sua formação mais estável e produtiva, lança no Sesc Pompeia nesta sexta e sábado (18 e 19) o CD Amizade. Nos shows, participação de João Carlos Coutinho (piano) e Rafael Barata (bateria).

Trata-se do primeiro trabalho composto apenas por gravações feitas em estúdio e nunca antes gravadas por eles em 17 anos. Nesse período, além de alguns intervalos dedicados a projetos paralelos, o grupo investiu em CDs e DVDs gravados ao vivo e retrospectivos de sua trajetória, além de um histórico álbum ao vivo gravado com o 14 Bis. Amizade retoma a faceta independente do quarteto.

O repertório de Amizade inclui oito faixas, entre elas Baião de Acordar (Novelli), Tempestade (Chico Pinheiro-Chico Cesar), Terra do Nunca (Edu Lobo e Paulo Cesar Pinheiro), Paixão e Fé (Tavinho Moura-Fernando Brant) e Amizade (Maurício Maestro-Marcos Valle), pinçadas de várias épocas. Em entrevista exclusiva a Mondo Pop, Zé Renato nos conta as novidades do Boca Livre.

Mondo Pop – O Boca Livre está completando 35 anos de carreira, e já viveu diversas fases, incluindo alguns períodos longe de cena. Como você define a fase atual do grupo?
Zé Renato– Estamos com essa formação desde 2006, quando fizemos alguns shows e, no ano seguinte (2007), lançamos o CD e DVD Boca Livre e ao Vivo, fazendo trabalhos esporádicos. Eu tenho minha carreira solo, o Maurício Maestro está morando em Nova York, o David Tygel com trilhas para cinema, o Lourenço com suas coisas também… Amizade é nosso primeiro trabalho de inéditas em 17 anos, e nossa ideia agora é que o grupo vá adiante, faça mais coisas.

Mondo Pop- Como são realizados os trabalhos do Boca Livre? Como funciona a interação entre vocês, que fazem tantas outras coisas?
Zé Renato– O trabalho do Boca Livre é específico e bem diferente dos outros que fazemos paralelamente. É algo que nos faz muito bem. Juntar os quatro e escolher um novo repertório nos exige muito tempo, dedicação, todos decidem tudo, é um método de trabalho intenso. Tudo é muito cheio de detalhes, desde a escolha das canções aos arranjos vocais do Maurício, demanda uma entrega muito grande. Quando fica pronto, a gente comemora. As pessoas não fazem ideia do trabalho que temos.

Mondo Pop- O grupo teve algumas variações de formação durante sua existência, embora tenha tido apenas seis integrantes durante esses 35 anos. Como você avalia a escalação atual?
Zé Renato– Essa formação atual é a que gravou mais, permaneceu mais, e acho que a música Amizade simboliza muito essa nossa trajetória.

Mondo Pop- Que tipo de critério vocês usam para escolher repertório? Nesse disco novo, por exemplo, temos desde canções compostas nos anos 70 até algumas mais recentes. O que as une?
Zé Renato– A gente sempre privilegia as músicas que traduzam o que a gente está querendo expressar, independente de onde ou quando vieram. O mais importante é que a gente sinta uma vibração conjunta, que o entusiasmo seja dos quatro. A gente não se prende a um único caminho, abre o leque. Procuramos reunir canções que tenham uma harmonia entre elas.

Mondo Pop – Como será esse novo show que vocês estrearão aqui em São Paulo, no Sesc Pompeia?
Zé Renato– Vamos tocar umas seis ou sete canções do novo disco, outras que a gente não toca ao vivo há muito tempo, como Folia, e os clássicos do grupo, como Toada, Quem Tem a Viola e Mistérios, entre outros.

Mondo Pop – O CD Amizade inclui oito músicas, um número não muito comum em álbuns, que costumam ter dez, doze, até quatorze canções. O que levou vocês a incluir esse número de oito, especificamente?
Zé Renato– Na verdade, gravamos nove músicas, mas uma delas ficou para fora por problemas com os herdeiros. Aí, ficamos no impasse de ou adiar ou lançar o disco assim mesmo, e optamos pela segunda possibilidade. As oito músicas contam a história do grupo nesse momento, são representativas, e nada impede um disco de ter oito músicas.

Mondo Pop – Amizade está sendo lançado pela via independente, assim como ocorreu com o clássico disco de estreia de vocês, em 1979. Como você compara os dois momentos, e qual a sensação de voltar ao esquema independente?
Zé Renato– Para nós, Amizade é um retorno ao formato independente em parceria com o João Mário Linhares, que foi nosso primeiro empresário. Hoje, temos mais experiência do que antes, quando lançamos o disco por conta própria devido ao fato de as gravadoras não aceitarem um repertório como o que tínhamos. Era nossa única opção. Hoje, a gente nem sequer cogitou procurar as gravadoras.

Mondo Pop – Como vocês encaram lançar um novo disco nos dias de hoje, com as dificuldades impostas pela internet, pela pirataria e pela redução do mercado fonográfico no Brasil?
Zé Renato– O disco é hoje um cartão de visitas de luxo. Queremos mostrar que não estamos parados no tempo, que não nos prendemos ao passado, que temos coisas novas para mostrar. Hoje, a música valoriza demais a palavra em relação às melodias, os arranjos. A canção, a harmonia, estão caindo em desuso, não estão sendo explorados, e a gente só sabe fazer dessa forma. Estamos reentrando no mercado com um estilo que não está sendo tão praticado. Não é uma crítica ao que está sendo feito hoje, que fique bem claro, mas nossa forma de fazer é outra.

Mondo Pop- Quais são os planos do Boca Livre para o futuro mais próximo, digamos assim?
Zé Renato– Queremos viajar com esse show, levar esse novo trabalho para o Brasil. Vamos vender o disco novo no show, será parecido com o que ocorreu com nosso primeiro disco, que foi na base do mão a mão, de boca em boca. A primeira tiragem será vendida nesses shows no Sesc Pompeia. A época mudou, mas o tesão é o mesmo. Acho um bom presságio isso ocorrer, porque na verdade o CD já devia estar pronto há algum tempo, mas acabou ficando pronto só na semana do show.

Boca Livre no Sesc Pompeia (SP)- Projeto Vozerio:

Show Amizade – dias 18 e 19/10 (sexta e sábado) às 21h

Ingressos de R$ 4 a R$ 40.

Local: Sesc Pompeia- rua Clélia, 93 – Pompeia – fone: (0xx11) 3871-7700- www.sescsp.org.br/pompeia

Ouça Boca Livre (1979), primeiro álbum do Boca Livre:

Ouça novo CD de Marcelo Jeneci em streaming

Por Fabian Chacur

De Graça, novo trabalho de Marcelo Jeneci, poderá ser ouvido gratuitamente no formato streaming (você ouve sem precisar baixar) a partir desta sexta-feira (18) no portal www.naturamusical.com.br . O álbum chegará às lojas em novembro, e sai em parceria do selo SLAP (da gravadora Som Livre) com o projeto Natura Musical, que também apoiou lançamentos recentes de Arnaldo Antunes e Milton Nascimento.

De Graça é o sucessor do badalado Feito Para Acabar (2010), e conta com a produção de Kassin e coprodução de Adriana Cintra. O álbum de Jeneci teve seu projeto selecionado no edital nacional 2012 do Natura Musical, que teve inicio em 2005 e cujo objetivo é apoiar, através de várias frentes (Lei Rouanet etc), o melhor da produção atual da música popular brasileira em suas várias vertentes.

Com 31 anos de idade, Marcelo Jeneci ficou inicialmente conhecido como músico de apoio de Arnaldo Antunes e Chico Cesar. Sua canção Amado, parceria com a cantora e compositora Vanessa da Mata, invadiu as paradas de sucesso, assim como Felicidade (2011), que lhe valeu o Prêmio Multishow de melhor música de 2011. Seu primeiro disco solo, Feito Para Acabar (2010), teve ótima repercussão entre crítica especializada e público e lhe valeu indicações ao já citado Prêmio Multishow e também ao extinto VMB, da MTV Brasil.

Criada em 1969, a Natura é a maior fabricante brasileira de cosméticos e produtos de higiene e beleza, e tem como marcas registradas a qualidade de seus produtos e a inventividade de suas embalagens. Desde 2005, já patrocinou mais de 200 projetos envolvendo a música popular brasileira, entre CDs, DVDs e turnês escolhidos a dedo entre o melhor da nossa produção cultural, viabilizando a concretização dos mesmos.

Ouça Feito Para Acabar, primeiro CD de Marcelo Jeneci:

Ao vivo, mais Titãs do que nunca

Por Fabian Chacur

Com 31 anos de uma carreira repleta de grandes momentos, os Titãs não parecem dispostos a dormir em cima dos louros conquistados. Boa prova é o show que a banda paulista mostrou nesta quinta-feira (10) na choperia do Sesc Pompeia, que será repetido nesta sexta-feira (11), com ingressos já esgotados. Uma hora e meia de garra, vibração, criatividade, vitalidade e carisma. O pulso ainda pulsa. Mesmo!

Titãs Inédito é um espetáculo corajoso, pois mostra em sua parte inicial dez canções inéditas em uma enfiada só. Essas músicas poderão estar presentes no próximo álbum de inéditas do hoje quinteto, previsto para sair em 2014. A safra é boa, tendo como marcas a urgência, a concisão e a simplicidade bem trabalhada. Mensageiro de Desgraça, República de Bananas e Não Pode são destaques, mas a rigor nenhuma delas merece ser rejeitada.

Após a première do novo repertório, os Titãs deram um mergulho em seu passado, com direito ao petardo de 1987 (embora atualíssimo) Desordem, a divertida (e pouco tocada ao vivo) Dona Nenê, a encantadora pop-rock Flores, as energéticas Bichos Escrotos e Polícia, a infalível Sonífera Ilha e a evocativa Domingo. Predominaram faixas do antológico Cabeça Dinossauro (1986), marco do rock brasileiro que eles releram em CD/DVD ao vivo em 2012.

Poucas bandas de rock ou de qualquer outro estilo no mundo conseguiriam se manter firmes e fortes após as saídas de integrantes do naipe de Nando Reis, Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Charles Gavin. E é exatamente isso o que a atual encarnação dos Titãs está conseguindo, e com louvor. As explicações para esse êxito não são tão difíceis de serem descobertas, especialmente após vê-los ao vivo em seu momento presente.

Começa pela atual autossuficiência do time, que incorporou o baterista Mário Fabre na vaga de Charles Gavin. Branco Mello assumiu o baixo, Toni Belotto se mantém na guitarra e Sérgio Britto e Paulo Miklos investem em guitarra, baixo e teclados. O resultado é uma sonoridade urgente, compacta e sem muitos rodeios e filigranas. Rock na veia, botando os ia-iás para fora o tempo todo de forma contagiante.

E o charme do tipo “cereja do bolo” fica com os três cantores. Paulo Miklos e Sérgio Britto com seus vozeirões e carismas particulares, com o primeiro mais teatral e o segundo visceral por natureza. Branco é o contraponto, com boa voz mais contida e efeito cênico marcante no melhor espírito new wave. Juntos, equivalem a um daqueles ataques goleadores que devastam as defesas adversárias sem dó nem piedade.

O mais legal é constatar que o entrosamento e a fome de bola dos Titãs em seu ano 32 equivale ao de uma banda iniciante talentosa tentando se firmar no competitivo mundo da música de 2013. Não é de se estranhar que eles possuam na plateia de seus shows um número significativo de garotos que nem eram nascidos quando Cabeça Dinossauro dominava as paradas de sucesso nos anos 80.

Como diria aquele clássico lançado por Paul Simon em 1975, esses caras ainda estão doidos, apesar de todos esses anos (Still Crazy After All These Years). Vale a pena conferir seus próximos passos, especialmente esse álbum de inéditas que irá suceder o ótimo Sacos Plásticos, de 2009. Tudo leva a crer que o epitáfio do grupo ainda está longe de ser cravado.

Veja o clipe de Desordem, com os Titãs:

Feito em Casa, de Antonio Adolfo, é relançado

Por Fabian Chacur

Feito em Casa, um dos discos mais importantes da história da MPB e um clássico do repertório de Antônio Adolfo, está sendo relançado no formato original no qual chegou ao mercado musical, em 1977, ou seja em vinil. O selo Polysom está disponibilizando o disco em vinil de 180 gramas, com qualidade de áudio e embalagem de primeira linha, como esse incrível álbum merece.

A importância de Feito em Casa vai além da qualidade musical, pelo fato de ter sido o primeiro trabalho do eventual cantor, mas atuante compositor, tecladista e maestro pela via independente. O sucesso de sua empreitada acabou animando outros artistas a explorar esse caminho, entre os quais o grupo Boca Livre, Paulinho Boca de Cantor, a vanguarda paulistana e muitos outros.

Com predominância instrumental, o álbum inclui uma faixa com vocais que fez sucessos nas rádios dedicadas à música brasileira na época, a belíssima Aonde Você Vai, cantada pelo próprio Adolfo com impecável registro vocal. Ele conta no álbum com participações especiais de músicos do alto gabarito de Jamil Joanes (baixo), Luizão Maia (baixo), Luiz Cláudio Ramos (violão e guitarra) e Chico Batera (bateria).

Outra participação bacana é a da cantora, compositora e violonista Joyce na faixa Acalanto, sendo que Dia de Paz foi composta em parceria com Jorge Mautner. Vale lembrar que, na época, nenhuma gravadora multinacional se dispôs a lançar esse trabalho de Antônio Adolfo, que resolveu então encarar a opção independente como forma de dar continuidade a uma carreira que já tinha colhido frutos bacanas.

Antes de lançar Feito Em Casa, Antônio Adolfo integrou o popular grupo A Brazuca, compôs sucessos como Sá Marina, BR-3 e Juliana e trabalhou com nomes do alto gabarito de Wilson Simonal, Elis Regina e Sérgio Mendes, entre muitos outros. Ele tem sólida formação musical, tendo estudado no Brasil e no exterior, o que lhe possibilitou refinar seu trabalho, sem no entanto cair no tecnicismo puro.

Mais ativo do que nunca, Adolfo lançou recentemente o fantástico álbum Finas Misturas (leia a crítica aqui), e tocou recentemente em São Paulo em julho (leia mais aqui), em apresentação única e gratuita. Ele continua morando no exterior, e desenvolve um prolífico trabalho educacional, além de continuar tocando ao vivo e gravando novos álbuns.

Ouça Aonde Você Vai, com Antônio Adolfo:

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