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Tony Babalu reafirma amor à música em seu novo trabalho

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Por Fabian Chacur

Os músicos sempre correm um grande risco quando possuem muito talento: achar que são mais importantes do que a própria música que tocam/criam. Quando isso ocorre, a autoindulgência os leva a se tornarem um pálida cópia do que eventualmente já foram anteriormente. Por isso, é muito bom quando podemos presenciar um grande músico não caindo nessa armadilha. É o caso de Tony Babalu, que brilha em seu novo álbum, Sessions II, lançamento da Amelis Records com distribuição da Tratore.

Babalu está na estrada desde os anos 1970, tendo trabalhado com o Made In Brazil e outros nomes bacanas do rock brasileiro, tocando e produzindo. Sua carreira solo, totalmente dedicada à música instrumental, o firmou como um dos melhores guitarristas brasileiros, menos popular do que merece mas certamente referência entre os colegas. Aquilo que alguns chamam de “músico dos músicos”. Só que, neste caso, um cara que pode ser ouvido por todos, bastando que a pessoa tenha bom gosto e abertura para sons mais sofisticados.

Sim, sofisticado, mas não necessariamente intrincado, complicado ou, usando um termo mais chulo, “chato”, como alguns mais superficiais rotulam alguns expoentes da música instrumental. Babalu demonstra muita perícia e técnica em cada acorde e/ou solo que toca, mas sem jogar conversa fora. Ele obviamente toca para seu prazer, mas também claramente para cativar seus ouvintes, e duvido que alguém o ouça e não tire essas mesmas conclusões.

Live Sessions II é o mais do que digno sucessor do ótimo Live Sessions At Mosh (2014- leia a resenha de Mondo Pop aqui). O conceito é o mesmo, com gravação ao vivo feita de forma analógica. Estão no seu time Adriano Augusto (teclados), Leandro Gusman (baixo) e Percio Sapia (bateria), músicos talentosos que mostram ótimo entrosamento.

São seis faixas. O álbum abre com Locomotiva, rock ágil e sacudido. Meio-Fio vem a seguir, marcada por belas variações de climas. Valentina é uma espécie de balada com temperinho blues que cativa por seu lirismo. Veia Latina tem aquele tempero Carlos Santana sem cair na mera cópia. O jazz fusion marca presença na intrincada e deliciosa Encrenca, enquanto In Black encerra o CD com uma levada funk cuja guitarra rítmica tem um quê do genial Nile Rodgers, do grupo Chic.

O bacana de Tony Babalu enquanto band leader é a forma como ele se integra aos músicos que o acompanham, sempre abrindo espaços para que cada um deles também tenha seus espaços para solar e dessa forma se destacar. Sessions II é uma verdadeira profissão de fé desse grande instrumentista em relação à sua musa eterna, a música, colocando-a no pedestal e a cultuando com o devido carinho e inspiração.

Encrenca (ao vivo)- Tony Babalu:

In Black (ao vivo)- Tony Babalu:

David Crosby, ou a inquietude de um grande gênio do rock

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Por Fabian Chacur

David Crosby equivale a um grande mistério. Aos 76 anos, completados no dia 14 de agosto, este cantor, compositor e músico americano se mostra mais atuante do que nunca. Menos de um ano após lançar o incrível Lighthouse, ele se prepara para nos oferecer outro lançamento, previsto para sair no exterior no dia 29 de setembro. O título é Sky Trails, que já tem uma faixa circulando na rede, a envolvente She’s Got To Be Somewhere.

Ao contrário do essencialmente acústico trabalho anterior, sobre o qual falaremos mais no decorrer desta matéria, Sky Trails é um álbum de banda, no qual Crosby tem a seu lado, entre outros músicos, os ex-parceiros de CPR, o filho James Raymond (teclados) e Jeff Pevar (guitarra). A sonoridade traz influências de jazz fusion, soul e rock. A faixa Before Tomorrow Falls On Love é uma parceria do roqueiro com Michael McDonald, ex-Doobie Brothers.

Quatro músicas são parceria de Crosby e Raymond, filho temporão que o roqueiro deu para adoção no inicio dos anos 1960 e só redescobriu nos anos 1990. Uma única faixa não é autoral. Trata-se de Amelia, de Joni Mitchell, cuja versão original foi registrada pela estrela canadense em 1976 no álbum Hejira. A expectativa em torno deste álbum é grande.

A carreira de David Van Cortland Crosby equivale a uma inacreditável viagem, repleta de surpresas. Ele passou seus anos de formação nos Byrds, banda na qual ele era um coadjuvante de luxo para o líder Roger McGuinn (vocal, composições e guitarra) e também para Gene Clark (vocal). Com o tempo, percebeu que não conseguiria ter no grupo o espaço suficiente para dar vasão a seu talento, e no processo acabou sendo expulso do time, no final de 1967.

A partir daí, ele abriu as portas da sua carreira para novas experiências. Conheceu Stephen Stills (ex-Buffalo Springfield) e Graham Nash (ex-The Hollies) e criou o Crosby, Stills & Nash, grupo seminal para a história do rock no qual as individualidades eram respeitadas, e que volta e meia virava Crosby, Stills, Nash & Young com a eventual participação de Neil Young (também ex-Buffalo Springfield).

Paralelamente ao CSN/CNSY e a trabalhos em dupla com Graham Nash, Crosby também desenvolveu uma carreira solo que iniciou de forma brilhante, com If I Could Only Remember My Name (1971). Teríamos de esperar 18 longos anos para poder ouvir um segundo trabalho solo do artista, com o irônico título Oh Yes I Can (1989). “Se eu ao menos pudesse me lembrar do meu nome”, dizia o título da estreia solo. “Oh, sim, eu posso”, afirma sem sombra de dúvidas o segundo.

Nos anos 1990, foram três trabalhos solo, um de estúdio com composições alheias e duas de sua autoria, o belíssimo Thousand Roads (1991) e dois ao vivo, It’s All Coming Back To Me Now (1994) e King Biscuit Flower Hour (1996). Aí, surge o trio CPR com Raymond e Jeff Pevar, que lançou quatro álbuns (dois de estúdio e dois ao vivo) entre 1998 e 2001) com uma bela mistura de rock, jazz, folk e country.

Filho do premiado cineasta Floyd Crosby (1899-1985), David Crosby tem como marcas um forte lado intelectual, além de ouvinte atento de jazz, preferência audível nos acordes de violão que usa em suas composições. De temperamento difícil e rebelde, ele teve de superar problemas como prisão por consumo de drogas na metade dos anos 1980, um transplante de fígado nos anos 1990 e um problema cardíaco em 2014, percalços que venceu tal qual um highlander do rock.

Em 2014, após alguns anos se dedicando a trabalhos com o Crosby, Stills & Nash, Crosby volta à carreira solo com o excelente Croz (leia a resenha de Mondo Pop aqui). E não parou mais de fazer shows e gravar, afora aquele susto cardíaco que felizmente foi só um sustão.

Lighthouse- a resenha

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Em outubro de 2016, chegou ao mercado internacional Lighthouse, que, assim como Croz, permanece inédito no Brasil. O álbum traz como marca a parceria de Crosby com o multi-instrumentista Michael League, líder do grupo (na verdade, uma espécie de coletivo) de jazz fusion Snarky Puppy, que está na estrada desde 2004 e já faturou três troféus Grammy com seus mais de 10 CDs lançados até o momento.

League é o braço direito de Crosby no álbum, atuando como coprodutor (ao lado de Fab Dupont), vocalista de apoio e também tocando vários instrumentos, além de ser o coautor de cinco das nove faixas do CD. Aliás, na maior parte das faixas são só os dois em cena, sendo que os tecladistas Cory Henry e Bill Laurance (também do Snarky Puppy) marcam presença em duas cada.

Com base fundamentalmente acústica, Crosby e League nos oferecem acordes belíssimos e sutilezas que vão sendo descobertas a cada audição do álbum. Curiosidade: não temos nem bateria, nem percussão. Em um making of do trabalho, o roqueiro afirma que os únicos som mais percussivos saíram dele batendo com sua aliança no violão.

O clima das canções varia da balada Things We Do For Love à jazzy-bossa Look In Their Eyes, passando pelo clima hipnótico e quase dark de Somebody Other Than You e a sacudida The City. A voz do astro roqueiro se mostra mais afinada e afiada do que nunca, cativando no modo solo e também nas vocalizações, uma de suas marcas registradas.

A canção que encerra o álbum, By The Light Of Common Day, é parceria de Crosby com outra integrante da família Snarky Puppy, a incrivelmente talentosa Becca Stevens. Com mais de seis minutos de duração que passam a jato, essa música equivale a um verdadeiro farol (tradução do título do álbum) perante os mares revoltos e não tão animadores do mundo atual. As vozes dos dois se encaixam feito luva, e o violão de Michael League evoca as belas sonoridades do saudoso Michael Hedges, que não por acaso também foi parceiro de Mr. Crosby.

Aliás, uma das explicações pelas quais é possível entender porque um músico de 76 anos de idade que passou por tantas coisas na vida consegue se manter tão relevante é a sua eterna abertura ao novo. Ele sabe se renovar, trocando figurinhas com músicos das novas gerações e nunca se rendendo aos caminhos mais fáceis em termos musicais e de carreira. Dessa forma, cada novo show e cada novo álbum de David Crosby merecem toda a nossa atenção, pois as perspectivas são sempre as melhores. O passado é de glórias, o presente, belíssimo, e o futuro nos trará ainda mais, se Deus quiser. Parabéns, mestre!

By The Light Of Common Day– David Crosby:

Robert Plant e Chrissie Hynde lançam um dueto em outubro

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Por Fabian Chacur

Um dueto reunindo duas gerações do rock está previsto para ser lançado no dia 3 de outubro. A gravação reúne Robert Plant, vocalista do lendário Led Zeppelin na década de 1970 e desde os anos 1980 um artista solo de muito sucesso, e Chrissie Hynde, líder dos Pretenders, uma das bandas mais bem-sucedidas do rock oitentista. A faixa integrará o novo trabalho do cantor e compositor britânico, intitulado Carry Fire.

A música escolhida por eles para sua gravação em dupla foi pinçada a dedo. Trata-se de Bluebirds Over The Mountain, que fez sucesso em 1958 com o seu autor, o cantor americano de rockabilly Ersel Hickey, e também em regravações de Ritchie Valens (aquele de La Bamba e Donna) e dos Beach Boys. Plant usou um trecho dessa música como introdução para Rock And Roll em shows que fez em 2016.

Carry Fire é o primeiro álbum do icônico roqueiro desde Lullaby And…The Ceaseless Roar (2014). O trabalho traz 11 faixas, e também participam dele a violoncelista albanesa Redi Hasa e o badalado músico folk irlandês Seth Lakeman. Uma faixa do disco acaba de ser lançada em single, o ótimo rockabilly com toques orientais The May Queen.

Além do novo álbum, Robert Plant também anunciou que fará uma nova turnê mundial ao lado de sua mais recente banda de apoio, a competente e criativa The Sensational Space Shifters, que está prevista para ter início em novembro, abrangendo inicialmente o Reino Unido. As datas desses shows será divulgada em breve em seu site oficial.

The May Queen– Robert Plant:

Mamparra traz intensidade e brilho em seu primeiro álbum

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Por Fabian Chacur

Os sons tropicalistas e pós-tropicalistas dos anos 1960 e 1970 tem influenciado diversos artistas da cena atual. Nem todos conseguem captar a essência daquela sonoridades sem cair na mera repetição ou em verdadeira naftalina sonora, de tão datada. Felizmente, esse não é o caso da banda paulistana Mamparra, que com seu álbum de estreia nos traz dez faixas consistentes, nas quais intensidade, brilho, bom humor e sutileza aparecem como características essenciais.

Com sete anos de existência, a Mamparra traz como integrantes Gustavo Araújo Borges (guitarra e voz), Maiana Monteiro (voz), Felippe Rodrigues (bateria) e Guilherme Mingroni (baixo). No início, tocavam apenas músicas de Itamar Assumpção, mas com o tempo abriram o leque para nomes como Belchior, Jards Macalé e Gilberto Gil, e depois, rumo a composições próprias. Tropicalismo e Novos Baianos são outras referências importantes em seu trabalho.

Mamparra, o álbum, lançado em CD e também disponível nas plataformas digitais, foi gravado com o conceito “ao vivo no estúdio” em apenas três dias. A produção ficou a cargo de Fábio Barros, dono do estúdio Trampolim, que além disso participou tocando diversos instrumentos. Também fizeram participações especiais Fernando Mostaço Foca (trompete), Arthur Joly (mini moog), Habacuque Lima (vocais) e Gabriel Nascimbeni (vocais).

Essa opção em gravar todo mundo junto e de também se valer essencialmente de recursos analógicos nas gravações sempre que possível deu ao trabalho um clima bem orgânico e intenso, que faz o ouvinte se sentir dentro do estúdio, como se estivesse bem no meio de tudo. A participação dos convidados dá um sabor adicional ao trabalho, especialmente o excelente trompete de Fernando Mostaço Foca, que interage com os outros músicos de forma marcante.

A sonoridade do Mamparra aposta em um minimalismo flexível, valorizando os vazios de forma inteligente e os preenchendo sempre que se fez necessário, sem exageros. Essa moldura precisa ajuda a voz gostosa e bem colocada de Maiana (que é filha da ótima Vânia Abreu) a fluir com desenvoltura. Quando o jeitão falado e meio rapper de cantar de Gustavo dialoga com ela, a originalidade da banda ganha recursos muito bem utilizados.

O repertório do álbum é bem consistente, com direito a momentos excelentes como Cidadania, Samba Velho, Trajetória e Hobbinho. Soa bem setentista, mas sem cair na mera repetição, exalando fortes elementos de diversas variações do samba, música nordestina, rock e até um pouco de psicodelia. Que venha mais coisa boa de onde vieram estas dez faixas, sempre com esse clima de celebração (um dos significados para o termo africano mamparra).

Samba Velho (clipe)- Mamparra:

Lulu Santos celebrará Rita Lee em álbum via Universal Music

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Por Fabian Chacur

Após ler Rita Lee- Uma Autobiografia, Lulu Santos sentiu-se disposto a gravar um álbum só com releituras de clássicos do repertório da cantora e compositora paulistana. Arregaçou as mangas, começou a preparar o material e, agora, anuncia a parceria com a Universal Music, que lançará ainda este ano esta obra, provavelmente em CD e digital.

O repertório ainda não foi divulgado, mas uma música certamente estará no trabalho. Trata-se de Desculpe o Auê, pois segundo o informativo da gravadora foi exatamente a releitura desta música apresentado por Lulu que entusiasmou a Universal a querer participar do projeto. Como a influência de Rita aparece desde sempre no trabalho do cantor, compositor e guitarrista carioca, a expectativa é de que esse seja um álbum bem interessante e popular.

Vale lembrar que Lulu teve uma passagem anterior pela Universal, nos tempos em que esse selo ainda atendia pelo nome Polygram. Nesse curto período (entre 1992 e 1993), ele lançou o ótimo álbum Mondo Cane (1992), que trazia a belíssima Apenas Mais Uma de Amor, e o single Autoestima (1993), com a faixa-título então inédita e três faixas do álbum anterior. Os discos passaram batidos, e Lulu em 1994 iria para a BMG, na qual veria o ressurgimento de sua carreira em formato dance.

Curiosamente, Apenas Mais Uma de Amor e Autoestima se tornariam grandes sucessos ao serem regravadas em versões acústicas em 2000 no álbum Acústico MTV, que vendeu mais de 600 mil cópias na época. Em 2013, Lulu lançou outro trabalho de releituras de obras alheias, Lulu Canta & Toca Roberto e Erasmo, dedicado ao repertório de Roberto e Erasmo Carlos e um grande êxito de vendas.

Autoestima– Lulu Santos (clipe 1993):

Lindsey Buckingham faz dupla perfeita com Christine McVie

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Por Fabian Chacur

Em 1975, o grupo britânico Fleetwood Mac ganharia um fôlego redobrado com a entrada de dois americanos no time. A partir dali, o quinteto conquistou as paradas de sucesso de todo o mundo, vivenciou histórias incríveis e encarou separações e retornos surpreendentes. Agora, chega a vez de dois de seus integrantes lançarem um álbum em dupla pela primeira vez. Lindsey Buckingham Christine McVie é, desde já, um dos grandes lançamentos de 2017.

A semente deste álbum teve início em 2014, quando a cantora, compositora e tecladista britânica Christine McVie voltou ao Fleetwood Mac após mais de uma década longe do grupo que a consagrou. Naquela época, ela, o cantor, compositor e guitarrista americano Lindsey Buckingham, o baixista britânico John McVie (ex-marido de Christine) e o baterista Mick Fleetwood resolveram fazer gravações de material inédito para um possível álbum de retorno.

O problema foi que a quinta integrante do time, a cantora e compositora americana Stevie Nicks (ex-mulher de Lindsey) resolveu fazer uma turnê solo, o que adiou por meses a continuidade dos trabalhos. Quando ficou claro que Stevie participaria dos shows, mas não de um disco novo (pelo menos, não no prazo que os colegas desejavam), Christine e Buckingham resolveram realizar um sonho antigo e lançar um disco em dupla, algo que ele e Nicks fizeram em 1973, quando ainda eram ilustres desconhecidos, um LP raríssimo e inédito no formato CD.

Vale lembrar que, no FM, eles já haviam feito quatro músicas em parceria, além de dividido os vocais na célebre Don’t Stop, de autoria de McVie. Para seu primeiro trabalho em dupla, selecionaram três composições em parceria, duas só de Christine e cinco só de Lindsey. Também participam do CD como músicos John McVie (baixo), Mick Fleetwood (bateria) e Mitchell Froom (teclados, ex-marido de Suzanne Vega, aquela do hit Luka).

São dez faixas muito boas. O início é com o rockão Sleeping Around The Corner, com refrão matador e tempero percussivo. Feel About You é um pop rock típico de Christine, embora assinado pelos dois, e possui um refrão envolvente, o que explica ter sido escolhida como o primeiro single a ser divulgado pela gravadora.

In My World é um daqueles ótimos rocks em tom menor de Lindsey, e agrada. Red Sun tem uma levada pop-rock bem balançada, e é assinada pela dupla. Os fãs do lado violonista de Lindsey irão vibrar com Love Is Here To Stay, que tem andamento de valsa e na qual ele faz um acompanhamento envolvente com o instrumento, com direito a belo refrão no qual as vozes dos dois se encaixam feito luva.

Too Far Gone, outra parceria, é um rockão potente com tempero percussivo típico de Mick Fleetwood. Lay Down For Free é um pop rock bem bacana do guitarrista, enquanto Game Of Pretend traz o DNA das baladas da cantora, com piano proeminente. On With The Show é outro momento rocker do músico, enquanto Carnival Begin é uma inspirada balada rock de Christine com um solo arrasador de Buckingham.

Como Lindsey Buckingham é creditado como tocando guitarra, teclados, baixo, bateria, percussão e vocal, dá para deduzir que algumas das faixas tenham ele como um quase “one man band”, com os acréscimos fornecidos por Christine e Mitchell Froom.

Não há créditos individualizados para quem toca o quê em cada faixa, mas parece evidente que John McVie e Mick Fleetwood não participaram de todas as sessões, sendo que algumas delas foram feitas no estúdio caseiro de Buckingham, o que reforça essa suspeita.

Uma das coisas mais difíceis no rock é fazer canções que ao mesmo tempo sejam peças artísticas e tenham forte apelo comercial, e essa sempre foi uma marca do Fleetwood Mac em sua formação clássica pós-1975. Lindsey Buckingham-Christine McVie mantém esse alto padrão de qualidade, e equivale a outro grande momento da carreira deles.

Os dois, por sinal, farão shows como dupla paralelos aos do FM, com músicos de apoio. O álbum atingiu o 17º posto na parada ianque. Eles bem que poderiam tocar por aqui, heim? Fica o sonho no ar…

Too Far Gone– Lindsey Buckingham- Christine McVie:

Xande de Pilares retorna com uma enxurrada de canções

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Por Fabian Chacur

Três anos se passaram desde que Xande de Pilares lançou Perseverança, seu primeiro álbum solo. Nesse período, ele se consolidou de vez no meio do samba, após ter sido integrante do grupo Revelação entre 1992 e 2014. Agora, ele volta, e com tudo, com um novo CD. Trata-se de Esse Menino Sou Eu, que esbanja fome de bola, especialmente pelo fato de trazer 17 canções, algo não muito comum nos lançamentos atuais.

Chega a ser curioso saber que, quando o cantor, compositor e músico carioca saiu do Revelação, ele pensou em largar mão de tudo. “Recebi muitos conselhos do Jorge Aragão, da Leci Brandão, do pessoal do Salgueiro, do Prateado, do Leandro Sapucahy, da minha mãe, eles não me deixaram desistir, e me fizeram acreditar no meu trabalho”, relembra, em entrevista a Mondo Pop.

Após a ótima repercussão do primeiro trabalho individual, ele preferiu preparar com calma um sucessor de Perseverança, algo que tem a ver com o seu jeito de ser. “Não sou um cara apressado em nada. Não estou preocupado com resultados imediatos, quero fazer história. Vide o Noel Rosa, que viveu pouco e se foi há muito tempo, mas cujo trabalho está aí até hoje”. A música Tem Que Provar Que Merece, uma das melhores do álbum, fala exatamente sobre isso, essa disposição de lutar para conseguir concretizar seus sonhos.

O seu som traz elementos das raízes do samba, mas sem se fechar a outras influências. “Não me submeto a mudanças. Procuro me adaptar e evoluir, mas sem deixar de ser eu. O samba está sempre aí, e respeito os outros estilos musicais”. Aliás, ele justifica o grande número de canções exatamente a essa vontade de investir em material de qualidade. “Tinha muitas músicas boas, a seleção inicial de repertório trazia umas 50, então não dava para deixar tanta coisa de fora”.

A explicação de Xande fica ainda mais clara quando ele revela que lançará um segundo volume de Esse Menino Sou Eu em um futuro não muito distante, com direito a mais 18 músicas e a participações especiais de nomes como Maria Rita e Seu Jorge, entre outros. Um DVD, que será o primeiro sem o Revelação, também está previsto para 2018.

Esse Menino Sou Eu, em seu primeiro volume, traz participações especiais de Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, André Renato e a mãe de Xande, Maura Helena. “Conhecer o Zeca e me tornar seu amigo foi um dos maiores presentes que o Arlindo Cruz me deu, pois foi ele quem me aproximou dos meus ídolos; o André Renato é filho do Sereno, do Fundo de Quintal, e sempre vi um grande potencial nele, tem um estilo de cantar bem próprio”.

A faixa Mãe é uma das mais emocionantes. “Esse disco fala muito da minha vida, e nessa faixa homenageio a minha mãe, que me influenciou muito musicalmente e que tem muita importância para mim, foi emocionante gravar ao lado dela”. Aliás, uma das coisas que Xande mais curte é trabalhar em equipe. “Vida compartilhada é muito melhor, música é você interagir com os outros, é aí que as coisas saem”.

Ele também aponta a importância do consagrado e experiente produtor Prateado na concretização desse novo projeto. “Nossa parceria fluiu muito no estúdio, também compusemos músicas juntos. Sempre quis trabalhar com ele, mas como sou muito tímido, espero sempre o momento certo para concretizar essas parcerias. Temos os mesmos gostos musicais, é um cara incrível”.

Aliás, o que não falta no currículo de Xande é parceria. Só com Zélia Duncan ele já compôs 17 músicas, sendo que 3 já foram gravadas por ela. Ele também destaca outros nomes importantes. “A Maria Rita virou minha irmã, ela gravou três músicas minhas. E também busco relação com os músicos das antigas, respeito muito eles, fui criado assim”.

Além de composições inéditas dele e de outros autores, o ex-cantor do Revelação também escolheu a dedo algumas canções para regravar, dos repertórios de Benito di Paula, Jorginho do Império e Djavan. “Alegre Menina, por exemplo, foi lançada na trilha da novela Gabriela, em 1975, com o Djavan; ela soa natural, me dá uma grande emoção, pois me transporta para a minha infância”.

Além de todos os projetos previstos para o futuro próximo, ele também gostaria de regravar músicas de Roberto Carlos e Jorge Ben Jor. Desde último, ele até já sabe qual seria a escolhida. “Amo o álbum A Tábua de Esmeraldas (1974), e especialmente a faixa A Minha Teimosia é Uma Arma Pra Te Conquistar, essa seria muito legal de regravar”.

Tem Que Provar Que Merece– Xande de Pilares:

Alice Cooper grava com a sua antiga banda em Paranormal

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Por Fabian Chacur

Alice Cooper voltará a lançar um álbum de estúdio após seis anos. Seu novo trabalho, intitulado Paranormal, chegará às lojas físicas e virtuais a partir do dia 28. No Brasil, sairá em parceria do selo nacional Shinigami Records com a Ear Music. Será uma versão em formato de CD duplo, e um dos grandes atrativos é a participação de músicos de sua antiga banda, com a qual atuou entre 1969 e 1974.

O primeiro CD traz músicas inéditas gravadas em Nashville e produzidas por Bob Ezrin, que trabalhou com Alice em álbuns clássicos de sua bela discografia, entre eles Welcome To My Nightmare (1975), o primeiro que ele gravou como artista-solo. O álbum conta com faixas como Paranormal e Paranoiac Personality, e inclui participações especiais de Billy Gibbons (guitarrista do ZZ Top), Larry Mullen (baterista do U2) e Roger Glover (baixista do Deep Purple).

O segundo CD tem duas canções inéditas gravadas em estúdio, nas quais Cooper é acompanhado por Dennis Dunaway (baixo), Neal Smith (bateria) e Michael Bruce (guitarra), integrantes de sua banda original. As músicas são Genuine American Girl e You And All Of Your Friends. Também estão neste CD seis gravações ao vivo realizadas em 2016 nos EUA com sua banda atual de clássicos como School’s Out, Feed My Frankenstein, Billion Dólar Babies e No More Mr. Nice Guy.

Alice tocou recentemente ao vivo com seus ex-colegas de banda, e está programada para este ano turnê com eles no Reino Unido. Um único músico daquela formação estará de fora, o guitarrista Glen Buxton, que infelizmente nos deixou em 1997. A atual banda do roqueiro americano inclui Ryan Roxie (guitarra), Glen Sober (bateria), Chuck Garric (baixo), Nita Strauss (guitarra) e Tommy Henriksen (guitarra).

Paranormal– Alice Cooper:

Shania Twain lança um single e anuncia novo CD de estúdio

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Por Fabian Chacur

Longos 15 anos se passaram desde que Shania Twain lançou seu mais recente álbum de estúdio, Up!, que atingiu o topo da parada americana em 2002. Para felicidade de seus milhões de fãs, a cantora e compositora canadense não só divulgou um novo single, como também já anunciou a data em que sairá seu novo trabalho, 29 de setembro, nos formatos CD, LP de vinil e digital. Trata-se de Now, cuja capa ilustra este post.

O single Life’s About To Get Good tem uma pegada pop dançante com leve tempero country, e está obtendo ótima performance nas plataformas de streaming e redes sociais. Um bom início para a divulgação de Now, que em sua versão standard traz 11 faixas e tem como difícil missão competir com as incríveis vendagens de seus trabalhos anteriores, entre eles Come On Over (1997), que vendeu mais de 40 milhões.

Desde o lançamento de Up!, muita coisa aconteceu na vida e na carreira desta grande cantora country-pop. Ela se separou em 2008 de Robert John Mutt Lange, que era seu produtor, parceiro musical e considerado o grande responsável pela bela estrela atingir o megaestrelato. A moça também teve problemas com suas cordas vocais, superou-os, voltou à ativa na TV e também em longa temporada em Las Vegas.

Life’s About To Get Good– Shania Twain:

Megadeth confirma shows no Brasil em outubro/novembro

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Por Fabian Chacur

Boa notícia para os fãs de thrash metal. O Megadeth, uma das bandas mais importantes dessa vertente do heavy metal, confirmou duas apresentações no Brasil em breve. Os shows serão no dia 31 de outubro às 22h em São Paulo no Espaço das Américas (rua Tagipuru, nº795- Barra Funda- fone 0xx11-3864-5566), com ingressos de R$ 100,00 a R$ 400,00, e no dia 1º de novembro, ás 22h, no Rio de Janeiro, no Vivo Rio (avenida Infante Don Henrique, nº 85- Parque do Flamengo- fone 0xx21-2272-2901), com ingressos de R$ 90,00 a R$ 360,00. Mais informações aqui.

Ele vivem grande fase graças a Dystopia (2016), 15º disco de estúdio da banda americana que atingiu o terceiro lugar na parada ianque e que marcou a entrada no time do guitarrista brasileiro Kiko Loureiro, conhecido por seu trabalho com o Angra. O álbum valeu ao grupo um troféu Grammy na categoria Melhor Performance de Metal, e tem se mostrado um dos mais bem-sucedidos da carreira do grupo.

Loureiro entrou com moral em cena, tanto que ele assina três das onze faixas do trabalho, escritas em parceria com o cantor, compositor e guitarrista Dave Mustaine, que ao lado de Dave Ellefson (baixo) criou a banda em 1983. Além dos dois e do brasileiro, que entrou em cena em 2015, completa a escalação atual do grupo o baterista belga Dirk Verbeuren, o que dá uma faceta global à esta line up.

Desde o lançamento de seu primeiro álbum, Killing Is Business…And Business Is Good (1985), o quarteto criado por Mustaine após ser demitido da função de guitarrista solo do Metallica teve várias mudanças de formação, mas sempre manteve um fã-clube enorme. Eles já vieram várias vezes ao Brasil, sendo a primeira no Rock in Rio 1991. Seu álbum mais popular de todos os tempos é Countdown To Extintion (1992), que traz o hit Symphony Of Destruction.

Poisonous Shadows– Megadeth:

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