Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Tag: 65 anos

O genial Elton John faz 65 anos; e que gênio!

Por Fabian Chacur

O dia 25 de março é realmente muito especial para a história da música, especialmente o ocorrido no ano de 1947. Nele, nasceu na Inglaterra Reginald Kenneth Dwight, mais conhecido como Elton John.

Cantor, compositor e músico de primeiríssimo gabarito, Elton é um gênio, e não faltam argumentos para fundamentar tal afirmação.

Para começo de conversa, trata-se de um dos mais bem-preparados músicos no universo da música pop, com direito a formação erudita e tudo. Isso fica evidente para quem analisar seus discos com cuidado, pois as influências clássicas sempre se fazem presentes.

Toda essa bagagem foi ampliada quando o cara tomou contato com o rock and roll e o pop, e poucos compositores conseguiram misturar esses universos com tanta felicidade como ele.

Além de excelente tecladista e compositor, Elton é também um cantor excepcional, capaz de encarar rocks, funks, standards, country, soul e pop com rara personalidade e originalidade. Pastiche não é com ele!

Embora tenha vivido sua fase áurea entre 1970 e 1976, o mestre nunca deixou de nos oferecer obras legais nessas suas cinco décadas de carreira. Atrevo-me a dizer que ele tem, no mínimo, umas cem músicas excelentes, do tipo cinco estrelas, algo que poucos nomes por aí podem se gabar de ter.

Entre 1970 e 1976, período desse auge citado acima, ele lançou incríveis 12 álbuns, e me atrevo a dizer que rigorosamente todos são no mínimo bons ou ótimos. E olha que ele era pressionado a gravar toda hora e passou por uma idolatria por parte do público em todo o mundo.

Um bom exemplo: Captain Fantastic And The Dirt Brown Cowboy (1975) foi o primeiro álbum a estrear na parada americana direto no primeiro lugar. O segundo foi Rock Of The Westies (1976), do próprio Elton. Hoje, esse fato é banal, mas na época, ninguém havia conseguido tal façanha.

Outro: dá para imaginar que Skyline Pigeon, provavelmente seu maior hit no Brasil nos anos 70, só tenha feito sucesso por aqui? Mas é fato. A música saiu em uma versão com cravo no primeiro álbum do artista, em 1969 (Empty Sky).

Foi uma despretensiosa regravação, relegada ao lado B de compacto no exterior, que estourou por aqui, ao entrar na trilha sonora de uma novela global. E a música é linda! Ou seja, o cara tinha tantos hits potenciais que alguns até passavam batidos por aí…

A partir daí, alternou boas e más fases, mas nunca deixou de lotar todos os espaços onde tocou. Concordo que alguns de seus hits dos anos 80/90 são meio malas, tipo Nikita, Little Jeannie e Sacrifice, mas para cada uma dessas, ele tem no mínimo umas 20 irrepreensíveis.

E vale lembrar: ao vivo, Elton é simplesmente brilhante, conseguindo unir energia, carisma e um repertório sempre impecável. Nunca vou me esquecer do excepcional show que vi dele aqui em São Paulo em novembro de 1995, com mais de duas horas de duração e com uma música boa atrás da outra. Só sucessos!

Quando cheguei em casa, vi que ele poderia ter feito outro espetáculo, com a mesma duração e a mesma excelência em termos de set list, sem repetir uma única música e só se valendo de hits. Quantos artistas por aí poderiam fazer isso? Paul McCartney, Stevie Wonder e mais uma meia dúzia de outros.

Álbuns como Elton John (1970), Don’t Shoot Me I’m Only The Piano Player (1973), Goodbye Yellow Brick Road (1973), Captain Fantastic And The Dirt Brown Cowboy (1975) e Rock Of The Westies (1975) são apenas alguns de seus grandes álbuns, e merecem ser conferidos hoje, agora, já!

E o melhor: aos 65 anos, Sir Elton John continua na ativa, fazendo ótimos shows e lançando discos bacanas, como o que gravou ao lado de Leon Russell, por exemplo, The Union (2010). E vem mais coisas boas por aí, podem esperar.

Chega de papo! Ouça a seguir quatro das centenas de músicas desse cara que me proporciona tanto prazer desde que eu tinha meus 10 anos de idade. E parabéns, Tia Elton, você é demais!

Saturday Night’s Alright For Fighting:

Skyline Pigeon:

Rocket Man:

The Greatest Discovery:

Dez grandes momentos do genial David Bowie

Por Fabian Chacur

No dia 8 de janeiro, David Bowie completou 65 anos em uma situação não muito comum em sua brilhante carreira.

Na verdade, o cantor, compositor e músico britânico atualmente vive uma espécie de aposentadoria precoce. Seu mais recente álbum de estúdio, Reality, saiu em 2003, e sua última turnê acabou em 2004, quando o roqueiro teve de sofrer uma operação no coração.

Desde então, afora uma ou outra participação em shows ou discos alheios, nada de novo. Também raras foram as suas aparições públicas. Será que teremos ainda um novo álbum do astro? Felizmente, ele aparenta ter se recuperado dos problemas de saúde. Menos mal!

Seja como for, se esse retorno eventualmente não ocorrer, a produção musical registrada por Bowie entre 1964 e 2003 já basta para eternizá-lo como um dos melhores e mais influentes nomes da história do rock.

Mondo Pop selecionou 10 músicas bem representativas do que de melhor o artista fez em sua trajetória. As músicas foram escolhidas de forma aleatória, mas são todas excelentes. Divirtam-se!

1)Rebel Rebel (1974):

Rock and roll básico, energético e animalesco, fortemente influenciado pelos Rolling Stones e com um dos riffs de guitarra mais incendiários de todos os tempos. Faixa do álbum Diamond Dogs, inspirado no livro 1984, de George Orwell.

2) Ashes To Ashes (1980):

Canção de levada hipnótica e cujo clipe é considerado um dos mais criativos de todos os tempos. A letra equivale a uma sequência da do primeiro grande sucesso de Bowie, Space Oditty (1969), e a faixa é parte integrante de um álbum excepcional, Scary Monsters.

3) Strangers When We Met (1994):

Música incluída em dois álbuns de Bowie, The Buddha Of Suburbia (1994) e Outside (1994), e que mostra o quanto a produção mais recente de David Bowie não fica devendo tanto a seus grandes momentos. Esta versão ao vivo é particularmente matadora.

4) Criminal World (1983):

Faixa balançada e não tão badalada de um dos melhores e mais bem-sucedidos álbuns da carreira de Bowie em termos comerciais, Let’s Dance. Serve como bom exemplo de que o repertório do astro britânico oferece muito mais do que “apenas” seus grandes sucessos.

5) Moonage Daydream (1972):

Um dos grandes momentos do antológico álbum The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars, Moonage Daydream é a rigor um grande momento do Bowie roqueiro, beirando o heavy metal e com grandes riffs de guitarra de Mick Ronson.

6) Oh You Pretty Things (1971):

Balada elaborada e de refrão irresistível, Oh You Pretty Things é parte integrante do álbum Hunky Dory, que traz nos teclados ninguém menos do que Rick Wakeman, do grupo Yes. Changes e Life On Mars?, outras baladas clássicas de Bowie, também estão neste CD.

7) As The World Falls Down (1986):

Esta balada pop elegante e romântica até a medula integra a trilha do filme Labyrinth e é odiada por alguns fãs, que a acham muito aquém do que o astro fez de melhor, e mesmo assim provavelmente sua música mais conhecida no Brasil. Polêmicas à parte, a faixa é muito boa.

8) Fame (1974):

Um dos grandes momentos da fase funk (ou Thin White Duke) de David Bowie e que é uma parceria inusitada entre ele e John Lennon, além do guitarrista Carlos Alomar. Funk rebenta assoalho, simplesmente sensacional, e com ótima letra ironizando o estrelato.

9) Alabama Song (1980):

Entre as regravações escolhidas a dedo e feitas com categoria por David Bowie, esta aqui, de autoria de Kurt Weil/Bertold Brecht, é sensacional, com arranjo tenso e claustrofóbico. Os Doors também regravaram essa canção com muita categoria em seu álbum de estreia, mas prefiro esta versão aqui, que entrou como faixa-bônus em um relançamento do CD Scary Monsters, nos anos 90.

10) Young Americans (1974):

Foi com esta canção soul/funk que conheci David Bowie, graças a um compacto simples comprado por meu saudoso irmão Victor. Comecei bem! A interpretação do Camaleão lembra as linhas vocais de Elvis Presley, e é divertido imaginar como Young Americans teria ficado na voz do Rei do Rock. Nos vocais de apoio, o lendário Luther Vandross, um dos grandes nomes da soul music americana, ainda em início de carreira.

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑