Por Fabian Chacur

Dilsinho acaba de lançar seu CD de estreia (autointitulado) pela Universal Music. Com apenas 21 anos, ele é no entanto um jovem veterano, pois atua profissionalmente como músico desde os 13. O cantor e compositor carioca ficou conhecido inicialmente como autor de Maluca Pirada, samba bem-humorado que estourou na gravação de Alexandre Pires em dueto com Mumuzinho.

Com obras também gravadas pelo grupo Sorriso Maroto (cujo integrante Bruno Cardoso é o produtor de seu CD) e Thiaguinho (ex-Exaltasamba), Dilsinho investe em um samba que não pretende se ater às raízes do gênero. “A minha geração não tem tanto compromisso com o samba em si, busca diversidades sonoras, uma coisa original que não pareça com os outros artistas”.

Ele vai além na definição de suas intenções musicais. “Busco sempre influências de outros ritmos, sem no entanto perder a essência do samba e também sem medo de arriscar. Acho que o público atualmente está aberto para ouvir coisas novas, sem se prender a um único gênero musical e deixando os preconceitos totalmente de lado”.

A atuação como compositor também é levada a sério, pois 9 das 11 músicas de Dilsinho (o CD) são de sua autoria, sozinho ou com parceiros como Lincoln de Lima, Munir Trad, o produtor Bruno Cardoso, Lincoln de Lima e Márcio André. “As parcerias são sempre uma troca de informações, e uso os parceiros para coisas específicas em cada música”.

Além da produção de Bruno Cardoso (em dobradinha com Lelê), o álbum também conta com a participação de músicos experientes, entre os quais o tecladista e arranjador Jota Moraes, que já tocou com Gonzaguinha e a nata da MPB, além de ter atuado em diversos discos da geração anos 90 do pagode. “Trabalhar com esses músicos foi a realização de um sonho, e eles me deixaram à vontade, foi uma verdadeira parceria”.

Para o autor de Maluca Pirada (que ele gravou neste CD), o ano de 2014 será muito importante em sua trajetória profissional. “Quero me firmar como artista durante este ano, não quero ser aquela novidade que foi boa mas passou”. Como compositor, um de seus sonhos é um dia ouvir Fábio Jr. interpretando cantando uma de suas composições.

As letras de Dilsinho falam de forma descontraída das idas e vindas do amor, algo bastante comum em sua geração. “Minhas músicas tem tudo a ver com a juventude atual, que troca de relacionamentos em busca do seu amor, tem característica do dia a dia dos casais. Invisto no tema amor, quero espalhar meu amor por aí”, brinca, citando a letra da primeira faixa de trabalho de seu CD, Já Que Você Não Me Quer Mais, de autoria de James Lima.

Ele acha positivo o retorno de grupos de pagode romântico que fizeram sucesso nos anos 90 como Só Pra Contrariar, Raça Negra e outros. “Eles foram precursores em trazer o pagode para as massas. Outros sambistas antes plantaram isso, mas eles conseguiram concretizar a coisa, pôr o samba nas rádios, nas TV, abriram as portas. Seria legal fazer algo com algum deles, valeria como um aprendizado e uma boa troca de experiências”.

Já Que Você Não Me Quer Mais, com Dilsinho: