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Por Fabian Chacur

Desde a sua separação, em 1987, o retorno dos Smiths sempre foi um grande sonho de seus inúmeros fãs pelo mundo afora. Algo que parecia muito improvável, devido ao total distanciamento ocorrido entre o vocalista Morrissey e o guitarrista Johnny Marr. Infelizmente, esse desejo se torna agora impossível, ao menos com a formação clássica da banda, pois o baixista Andy Rourke nos deixou nesta sexta (19) aos 59 anos, vítima de um câncer no pâncreas. A notícia foi divulgada nas redes sociais de Marr.

Rourke e Marr se conheceram ainda moleques, e tiveram algumas experiências com música anteriores, até que o guitarrista convidou o velho amigo para integrar seu mais consistente projeto, The Smiths, ao lado do vocalista e letrista Morrissey e do baterista Mike Joyce. De 1982 a 1987, o grupo se firmou como uma das bandas mais criativas e influentes do rock.

Com uma sonoridade que mesclava o rock dos anos 1950 e 1960 com elementos oitentistas, os Smiths marcaram época com letras irreverentes e poéticas e um som conciso e melódico no qual o baixo de Rourke tinha presença marcante, especialmente em músicas como How Soon Is Now e This Charming Man, só para citar duas dessas faixas incríveis.

Com a separação dos Smiths, gerada pela total incompatibilidade entre Morrissey e Marr após aqueles cinco anos intensos, Rourke se virou bem. Em 1989 e 1990, participou de alguns singles da carreira solo do ex-cantor dos Smiths, entre os quais Interesting Drugs e Last Of The Famous International Playboys, marcando presença até em clipes dele.

Em 1990, ele tocou em algumas faixas do álbum I Do Not Want What I Haven’t Got, que elevou Sinéad O’Connor ao estrelato, especialmente por causa da canção Nothing Compares 2 U (escrito por Prince).

Pouco depois, Andy Rourke trabalhou com os Pretenders (participou do álbum Last of The Independents, de 1994), Killing Joke, Ian Brown (vocalista do grupo Stone Roses) e o guitarrista Aziz Ibrahim.

Andy também integrou dois grupos montados por músicos famosos por seus trabalhos anteriores. Um foi o Freebass em 2007, com Mani (baixista dos Stone Roses) e Peter Hook (ex-baixista do New Order). O outro surgiu com o nome D.A.R.K., tendo a participação da saudosa cantora dos Cranberries, Dolores O’Riordan. Ambos os projetos geraram singles e álbuns.

Além de músico, Rourke também atuou intensamente como DJ, e veio ao Brasil em várias ocasiões, na primeira e também na segunda década deste século, para discotecar por aqui.

This Charming Man (clipe)- The Smiths: