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Tag: anos 1960

Renato e seus Blue Caps: hits e muita nostalgia em SP e Rio

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Por Fabian Chacur

Para quem é fã das famosas “jovens tardes de domingo”, ocorridas nos mitológicos anos 1960, uma boa notícia. A banda Renato e seus Blue Caps, uma das mais significativas daquela era e ainda na ativa, fará shows nas duas maiores capitais do Brasil. No Rio, a festa de arromba é nesta quinta (16) às 21h no Teatro Bradesco Rio (av. das Américas, nº 3.900- loja 160 Shopping VillageMall), e em São Paulo, no dia 22 (quarta), às 21h, no Teatro Bradesco (rua Palestra Itália, nº 500- 3º piso). Os ingressos para ambos custam de R$ 80,00 a R$ 280,00, e o fone para informações- call center é o mesmo, 4003-1212.

O grupo carioca surgiu em 1959, fundado pelos irmãos Renato, Ed Wilson e Paulo Cesar Barros. Da fase áurea dos anos 1960, ficaram o guitarrista e cantor Renato Barros e o cantor e “mestre de cerimônias” Cid Chaves. Completam a escalação atual Darci Velasco (teclados, no time há 23 anos), Amadeu Signorelli (baixo, há 21 anos com eles) e Gelsinho Morais (bateria, o mais novo integrante do grupo).

Antes de estourar, a banda gravou um álbum no qual tinha como vocalista o então ainda desconhecido Erasmo Carlos, e também atuou como banda de apoio de Roberto Carlos na gravadora CBS. A coisa pegou no breu para eles ao participar do programa Jovem Guarda, comandado pelo Rei, Erasmo e Wanderlea, e ao gravar de forma impecável e original versões bem bacanas de músicas do grupo mais bem-sucedido daquele momento, os Beatles.

Entre outras, eles fizeram muito sucesso com Menina Linda (I Should Have Known Better), Até o Fim (You Won’t See Me), Meu Primeiro Amor (You’re Gonna Lose That Girl) e Tudo o Que Eu Sonhei (If I Fell), e também com composições próprias de Renato. Sua sonoridade na melhor linha folk rock também lhes rendeu muitos fãs no exterior, incluindo matérias em revistas estrangeiras especializadas em rock.

Seus shows são sempre um verdadeiro convite à dança, com set lists repleto de músicas dançantes e conhecidas e a simpatia e o carisma de Renato, como músico, e de Cid, que além de ótimo cantor também sabe como animar uma plateia, contando histórias e cativando com sua simpatia. Vale lembrar que outro nome conhecido integrou por algum tempo a banda nos anos 1970, o cantor e compositor Michael Sullivan, que depois estouraria com seu trabalho com Paulo Massadas.

Renato e seus Blue Caps ao vivo em 2016:

The Monkees estão de volta à parada dos EUA com novo CD

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Por Fabian Chacur

No ano em que completa 50 anos de carreira, os Monkees comemoram tal efeméride com um feito elogiável. Good Times!, seu novo álbum de inéditas e primeiro desde Justus, de 1996, chegou à parada da revista Billboard, a bíblia da indústria fonográfica mundial, direto na 14ª posição em sua semana de lançamento. É a sua melhor performance desde 1968, quando The Birds, The Bees And The Monkees atingiu o 3º posto.

Nada mais justo para um álbum que foi concebido de forma bastante feliz. Ele conta com a produção de Adam Schlesinger, líder da banda Fountains Of Wayne, e mescla faixas gravadas originalmente entre 1967 e 1968 e que só foram completadas agora com gravações absolutamente inédita de canções feitas para eles por autores de gerações mais recentes, como Andy Partridge, do XTC, Rivers Cuomo, do Weezer, Noel Gallagher, do Oasis, e Paul Weller, do The Jam.

Nele, temos a participação dos quatro integrantes originais da banda criada em 1966 pelos produtores Bob Rafelson e Bert Schneider e coordenado musicalmente por Don Kirschner para estrelar uma série televisiva. O programa fez tanto sucesso que o grupo, originalmente feito para ser um tipo de xerox dos Beatles em sua fase Help!, tornou-se um grande sucesso no mundo real, com quatro álbuns e três singles no número um nos EUA e milhões de cópias vendidas em todo o planeta.

Davy Jones, o único inglês do grupo e que nos deixou em fevereiro de 2012, marca presença no álbum com a faixa Love To Love (de Neil Diamond), gravada originalmente nos anos 1960. Harry Nilsson (1941-1994) é outro que marca presença de forma póstuma no CD, tocando piano na ótima faixa-título do CD, que é de sua autoria. Outro autor bacana que marca presença no disco é Bem Gibbard, da banda alternativa Death Cab For Cutie.

A sonoridade do álbum em suas 13 faixas (existem outras quatro distribuídas como bônus em versões diferentes do disco para vários países) é bem próxima da dos anos de ouro do grupo, uma mistura de rock melódico, folk e pop com aquelas melodias mágicas e vocalizações muito legais, especialmente as feitas por Micky Dolenz. A performance de Peter Tork e Mike Nesmith é também muito legal, em faixas ótimas como You Bring The Summer (Andy Partridge), She Makes Me Laugh (Rivers Cuomo) e I Wasn’t Born To Follow (Gerry Goffin e Carole King).

You Bring The Summer– The Monkees:

She Makes Me Laugh– The Monkees:

Wasn’t Born To Follow– The Monkees:

Morre Tony Barrow, assessor de imprensa dos Beatles etc

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Por Fabian Chacur

Quando a expressão Fab Four é citada, não há quem não se lembre do grupo habitualmente associado a ela, os Beatles. O que muita gente não sabe é que a tal frase foi criada por Tony Barrow, lá pelos idos de 1963. O assessor de imprensa da banda mais bem-sucedida da história da música nos deixou no último dia 14 (sábado), poucos dias depois de completar 80 anos. Sua importância na incrível história de John, Paul, George e Ringo não é pequena. Não mesmo.

Tony Barrow nasceu no dia 11 de maio de 1936, e começou sua carreira ainda adolescente, escrevendo sobre música no jornal Liverpool Echo. Paralelamente, passou a trabalhar na gravadora Decca, e foi ele quem ajudou o amigo Brian Epstein a conseguir para a banda da qual este era empresário um teste. Os Beatles acabaram reprovados, mas a amizade se firmou, e quando o grupo foi contratado pela EMI, Epstein convidou Barrow para trabalhar com ele na Nems Enterprises.

Na empresa, Tony se tornou o assessor (ou agente) de imprensa não só dos Beatles, mas também de outros artistas contratados por Epstein, como Cilla Black e Gerry & The Pacemakers. Entre suas funções estava organizar entrevistas coletivas, escrever press releases e textos de contracapas de LPs e acompanhar os artistas durante suas turnês. Ou seja, era trabalho duro, que ele fazia com muita qualidade e categoria.

Na foto que ilustra esta matéria, Barrow pode ser visto escolhendo e autorizando um jornalista a fazer uma pergunta aos Beatles durante uma coletiva. Vale lembrar que Paul McCartney seguiu esse modelo em suas entrevistas coletivas, pois participei de duas, em 1990 e 1993, e os profissionais eram escolhidos da mesma forma por seu agente da ocasião. Na de 1993, fui o último a ser autorizado a fazer uma pergunta ao Macca. Que emoção quase indescritível!

Barrow ficou com os Beatles até o final de 1967, sendo que um de seus últimos trabalhos para a banda foi editar o livreto que acompanhava o álbum (ou os compactos duplos) da trilha sonora do filme Magical Mystery Tour. Como Brian Epstein havia morrido há pouco e o grupo resolveu montar seu próprio selo, a Apple, o assessor de imprensa decidiu montar o escritório Tony Barrow International.

Aí é que entra o etc do título deste post. Barrow trabalhou com diversos outros artistas importantes, entre eles The Kinks, Bay City Rollers, Gladys Knight, David Cassidy, Jackson Five, Neil Sedaka e ironicamente os Monkees, grupo feito à feição dos Beatles para a TV americana. Em 1980, desanimado com a explosão do punk, resolveu abandonar o ramo de assessoria e voltou ao jornalismo, inicialmente como free lancer.

Em seguida, também passou a se dedicar aos livros, sendo um deles o influente Inside The Music Business, escrito em parceria com Julian Newey. Outros dois interessam e muito aos beatlemaníacos: The Making Of The Beatles Magical Mystery Tour (1999) e o livro de memórias John, Paul, George, Ringo & Me (2006). Paul McCartney tuitou sobre o antigo funcionário e amigo pessoal:

“Tony Barrow foi um cara adorável que nos ajudou no início dos Beatles. Ele era super profissional, mas sempre pronto para uma risada. Fará falta e será lembrado por muitos de nós”. Todo interessado na função de assessor de imprensa deveria estudar o trabalho deste grande pioneiro na área, um verdadeiro Fab One em seu ofício.

Day Tripper (live Candlestick Park 1966)- The Beatles:

The Beatles Live Candlestick Park 29,8,1966:

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