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Anna Ratto lança um álbum só com músicas de Arnaldo Antunes

anna ratto capa album 400x

Por Fabian Chacur

Caminhando para 20 anos de carreira como cantora, compositora e musicista, Anna Ratto (leia mais sobre ela aqui) escolheu desta vez dedicar o repertório de um álbum apenas a canções alheias. No caso, de Arnaldo Antunes. Contato Imediato- Anna Ratto Visita Arnaldo Antunes já está disponível nas plataformas digitais através da gravadora Biscoito Fino, com a canção A Casa é Sua divulgada por um belo clipe com animação dirigido e criado por Pedro Colombo.

Anna explica sua escolha: “Eu já tinha o desejo de fazer um disco puramente de intérprete, prestando homenagem a um artista que me fosse representativo. Alguns nomes me ocorreram, porque são muitas as referências, mas neste momento da minha vida, nenhum outro me falou mais alto do que Arnaldo Antunes. Meu mergulho mais profundo na sua obra – que é bem mais extensa e diversa daquilo que eu conhecia, até então – aconteceu mais recentemente, de uns cinco anos pra cá. E fui tomada de paixão! Resolvi compensar todos os discos em que não gravei Arnaldo pra fazer justiça a mim mesma”.

Dois fatores dão a Contato Imediato um clima ainda mais especial. A produção ficou a cargo de ninguém menos do que Liminha, consagrado produtor e músico que trabalhou com Arnaldo Antunes tanto nos Titãs como em sua carreira-solo. Além de produzir o álbum, ele também se desdobrou tocando baixo, teclados, violão e guitarra em várias das faixas.

O segundo ponto legal é o aval do homenageado, que não só elogiou o trabalho como um todo como também participou de uma das faixas, Ela é Tarja Preta. Outras participações bacanas são as de João Barone (Paralamas do Sucesso), Milton Guedes e Thiago Gomes. Em Kaira, Anna Ratto dá uma de “banda da eu sozinha”, pois canta, toca guitarra e também se incumbiu do arranjo.

Eis as faixas de Contato Imediato- Anna Ratto visita Arnaldo Antunes:

1 – A Casa é Sua (Arnaldo Antunes)

2 -Ligado a Você (Arnaldo Antunes / Liminha / Paulo Miklos)

3 -Desistiu de Mim (Arnaldo Antunes / Cezar Mendes / Carminho / Marisa Monte)

4 -Num Dia (Arnaldo Antunes / Chico Salem / Peleco / Manuela Azevedo)

5 -Ela é Tarja Preta (Arnaldo Antunes / Felipe Cordeiro / Lue / Manoel Cordeiro / Betão Aguiar)

6 -2 Perdidos (Arnaldo Antunes / Dadi)

7 -O Seu Olhar (Arnaldo Antunes / Paulo Tatit)

8 -Contato Imediato (Arnaldo Antunes / Carlinhos Brown / Marisa Monte)

9 -A Lhe Esperar (Arnaldo Antunes / Liminha)

10 -Kaira (Arnaldo Antunes / Toumani Diabaté)

A Casa é Sua (clipe)- Anna Ratto:

Tribalistas se divertem muito e os fãs observam pela fresta

tribalistas 2017 cd e dvd-400x

Por Fabian Chacur

A parceria entre Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown vem dos anos 1990. Em 2002, eles surpreenderam a todos ao lançar um álbum como se fossem um grupo, adotando o nome Tribalistas. Grande sucesso. Embora continuassem a fazer trabalhos juntos aqui e ali, deixaram o grupo hibernando durante 15 anos. Agora, quando ninguém mais esperava um retorno, eis que surge o segundo trabalho da trinca, em DVD, CD e nas plataformas digitais.

Em uma época na qual até um espirro na rua é capaz de criar polêmicas agressivas, este lançamento obviamente acirrou opiniões, algumas dadas até mesmo antes de conferir o conteúdo de Tribalistas (título igual ao do trabalho de estreia, no melhor estilo Roberto Carlos). Por isso, nada melhor do que esperar a poeira baixar para publicar uma análise deste pacote, que envolve 10 canções, oferecidas ao público em vídeo e também só em áudio.

Tribalistas é um grupo que traz acoplado a si vários elementos que se repetem nas obras que lançou. A sonoridade tem um forte elemento folk pop que influenciou decisivamente artistas do pop nacional surgidos neste século. Adicionados, entram doses de world music, bossa, MPB dos anos 1970 (especialmente Novos Baianos), rock e uma atmosfera hippie impregnada em cada nota tocada e cantada por Marisa, Arnaldo, Carlinhos e seus parceiros habituais (Dadi e Cézar Mendes).

A apresentação em vídeo das músicas é perfeita para o entendimento do projeto como um todo. Temos aqui cenas registradas durante as gravações do álbum, com direito a alguns momentos mais íntimos entre os três integrantes. A aparente curtição entre eles exala um clima de “como são lindos os nossos umbigos”, num êxtase que aparentemente ignora o mundo exterior.

O espectador atento perceberá que em momento algum o grupo tenta algum tipo de interação mais intensa com o público, que se sente como se estivesse presenciando uma festa estranha com gente esquisita através de uma fresta, sem ser convidado para o regabofe. Somos lindos, geniais e se por ventura você não estiver gostando, azar o seu. Sacou?

Isso obviamente não significa que o trabalho seja totalmente autoindulgente, ou que não tenha criatividade e qualidade. Afinal de contas, são três artistas bastante talentosos e com uma trajetória repleta de momentos interessantes, incluindo o primeiro álbum no formato trinca, com os deliciosos hits Já Sei Namorar e Velha Infância.

Em uma era em que certos produtores são capazes de vender a alma por mais um hit nas paradas de sucesso, é bom ver artistas que não abrem mão de seus conceitos. Agora, isso tem um preço, que neste caso específico é cativar apenas aqueles que se propuserem a mergulhar nessa atmosfera extremamente peculiar sem dar umas bocejadas ou sentir um certo ar de déjá vu aqui e ali.

Elementos individuais de cada artista transparecem, como as viagens poéticas de Arnaldo, o lirismo romântico de Marisa e o experimentalismo percussivo de Brown. Surpreende o panfletarismo ingênuo de Trabalivre e Lutar e Vencer, ou o momento quase world music de Diáspora. Surpreendem, mas não entusiasmam.

Um Só vai pelo lado do dub e uma letra que tenta por todos os seres humanos em uma mesma cesta. Fora da Memória vai em uma levada meio bossa, enquanto Aliança parece um momento menos inspirado da faceta romântica-valsa extraída de um disco solo de Miss Monte. Baião do Mundo conta com uma levada meio tribal e é o que mais parece ter cara de um hit potencial por aqui, com temática aquática que a aproxima de Segue o Seco, de certa forma.

Um jeitão de cantiga de ninar meio psicodélica impregna Ânima. Feliz e Saudável exala a influência dos Novos Baianos, e Os Peixinhos conta com a participação da cantora e compositora portuguesa Carminho, com um clima delicado e elementos inusitados na percussão.

No fim das contas, o novo capítulo deste projeto musical mantém a essência do anterior sem acrescentar nada muito significativo ao pacote, o que não é algo ruim em sua essência. O problema básico é essa dificuldade em cativar o ouvinte/espectador e envolve-lo na brincadeira. Ao contrário de Tribalistas 1, este volume 2 não leva jeito de que será tão lembrado por público e crítica nos próximos anos. Com a palavra, o tal do senhor da razão, o tempo.

Baião do Mundo (clipe)- Tribalistas:

Casa Levi’s agita o cenário da música pop com shows em SP

seti banda 400x

Por Fabian Chacur

Jeans é sinônimo de juventude e música com atitude desde os anos 1950. Com esse conceito em mente, a Levi’s criou uma plataforma para apoiar projetos musicais em 2007. Os bons frutos continuam surgindo, uma década depois. Teremos em São Paulo, nesta sexta (7) e sábado (8) shows gratuitos de artistas famosos, como Arnaldo Antunes, Tiê e Forgotten Boys, e de novas revelações, na nova edição do projeto periódico e cultural Casa Levi’s. O local é o bairro de Santa Cecília.

Na sexta, os shows terão como local a Associação Cultural Cecília (rua Vitorino Carmilo, nº 449- Santa Cecília), local devidamente adaptado para o formato da ação cultural da Levi’s. A primeira parte terá pocket shows de três das oito bandas selecionadas para gravar com o apoio da marca uma música cada em condições profissionais de trabalho. A programação terá o encerramento com uma performance dos Forgotten Boys, uma das melhores bandas do rock paulistano atual.

As três bandas tem propostas boas e bem diversificadas. Com cinco anos de estrada, o duo de synthpop S.E.T.I. (FOTO) é integrado por Roberta Artiolli (voz e sintetizadores) e Bruno Romani (baixo e programação), foi criado em Campinas (SP) e tem no currículo o excelente EP Êxtase (2015- leia a resenha de Mondo Pop aqui). Seu pop eletrônico é melódico, sutil e envolvente.

A banda Zumbi e o Folclore é bem recente, e surgiu em 2016. Sua proposta é de investir em um som instrumental que bebe nas fontes dos ritmos brasileiros, latinos e africanos. Em sua escalação, temos André Gabbay (percussão), Danilo Dutra (guitarra), Kauê Puttini (baixo), Raphael Moreira (teclados), Renato Carvalho (bateria e escaleta), Thomas Richardson (trumpete) e Thiago Pinho (sax e flauta transversal).

Por sua vez, o Corona Kings, criado em 2012, mergulha em uma fusão de garage, grunge e stoner rock, com direito a muita energia e timbres ardidos de guitarra. No elenco, Caíque Fermentão (guitarra e vocal), Murilo Benites (baixo), Felipe Dantas (guitarra) e Antônio Fermentão (bateria). Eles já lançaram dois CDs, Explode (2013) e Dark Sun (2015).

No sábado (8), a festa será ao ar livre, em frente ao local da Casa Levi’s, a partir das 13h. Estão na programação Lady’s Camp, Elephant Run, Tiê, Hurtmold e Pin Ups, com Arnaldo Antunes escalado para fazer o show de encerramento, às 20h30. Ou seja, representantes de várias gerações e tendências da música pop brasileira. Vale lembrar que o evento também engloba outras atividades, como jogos, food trucks etc.

Benjamim (ao vivo)-S.E.T.I.:

Arnaldo Antunes lança CD com show em SP

Por Fabian Chacur

Arnaldo Antunes lança em São Paulo seu novo trabalho, intitulado Disco, em show que será realizado nesta quarta-feira (11) às 21h30 no Teatro Bradesco (rua Turiassu, 2.100 – 3º piso- Água Branca). Os ingressos custam de R$ 30 a R$ 120 (informações: fone 4003-1212 e www.teatrobradesco.com.br ). Sua banda inclui Curumim (bateria) Edgard Scandurra (guitarra), Betão Aguiar (baixo), Chico Salém (guitarra e violão) e André Lima (teclados e sanfona).

Em entrevista coletiva realizada na Casa de Francisca (SP), o ex-integrante dos Titãs que completou 20 anos de carreira solo definiu seu novo lançamento fonográfico como um álbum bem diversificado, que equivale a um contraponto ao badalado Iê Iê Iê (2009), que era mais conciso. “Curto coisas muito diferentes, de um samba do Noel Rosa ao funk do James Brown, nunca quis me prender a um único estilo”.

Ele aponta essa razão como a fundamental para sua saída dos Titãs. “Saí do grupo porque queria expressar mais coisas do que poderia fazer com o grupo, não foi por discordâncias pessoais. Também queria poder usar o meu tom real de voz, para cantar em tons mais graves, não tão gritados como precisava fazer no grupo”.

Além da diversidade sonora, Disco traz como outra marca as várias parcerias feitas por Arnaldo na autoria do repertório, incluindo nomes como Caetano Veloso, Hyldon, Marisa Monte, Céu, Dadi Carvalho, Betão Aguiar, Felipe Cordeiro e outros, oriundos de várias gerações. Ele explica essa amplitude de colaborações.

“Estou sempre aprendendo nas parcerias que faço, quebrando essa história de que uma geração substitui a outra. Componho com gente da minha geração, das novas, das anteriores, sem limites. Gosto de aprender com meus parceiros, de descobrir novos caminhos”.

Disco conta com o apoio do programa Natura Musical, que Arnaldo considera um parceiro extremamente positivo. “Não é o nosso primeiro projeto juntos, e gosto da postura dessa empresa. Estava bancando o disco sozinho até que a Natura entrou no projeto, é uma parceria muito benvinda e produtiva”.

Quatro músicas de Disco foram disponibilizadas antes de seu lançamento oficial no site do artista, no formato streaming (que permite a audição sem que haja o download). Arnaldo gostou da experiência e se diz aberto às várias possibilidades existentes para divulgar e lançar sua música atualmente, especialmente em termos de formatos.

“Gostei de mostrar as músicas em streaming, uma a uma, mas também gosto do formato álbum, que tem um lado ritualístico, representando uma época do artista que o lança. Acho que esses formatos devem conviver, espero que isso ocorra. Disco teve um lançamento diferente na minha carreira. Espero que as pessoas continuem ouvindo os álbuns. E tem a volta do vinil, que voltei a ouvir após dez anos. Inclusive, comprei uma vitrola recentemente para isso”.

Entre as músicas do novo álbum de Arnaldo Antunes, temos a irreverente e sacudida Ela é Tarja Preta, uma versão em português para Mamma, da fase britânica de Gilberto Gil nos anos 70, uma parceria inédita do ex-Titã com Caetano Veloso (Morro, Amor) e uma bem antiga, Vá Trabalhar, dos anos 80, que ele cantou nos tempos dos Titãs (ela aparece em versão ao vivo no DVD A Vida Até Parece Uma Festa, do grupo), em um total de 15 faixas.

Ouça Ela é Tarja Preta, com Arnaldo Antunes, do álbum Disco:

Projeto Natura Musical inaugura web rádio

Por Fabian Chacur

O Natura Musical, programa de patrocínio existente há oito anos que já apoiou mais de 200 projetos voltados à produção musical e cultural brasileira, inaugurou nesta terça-feira (5) uma web rádio cujo conteúdo é voltado 24 horas por dia ao melhor da música popular brasileira. O acesso é gratuito e pode ser feito através de dois endereços eletrônicos: www.naturamusical.com.br e www.territoriomusica.com.br .

A web rádio é uma parceria entre a Natura Musical e a Rádio Eldorado, conhecida por seu conteúdo nobre em termos de música, arte e jornalismo. A apresentação da programação fica a cargo de Luciana Camasmie, com supervisão de Regis Salvarani, gerente artístico da Eldorado, em parceria com a produtora LuppiArts, uma das mais respeitadas em seu ramo de atuação.

A programação da nova web rádio é diversificada, e inclui faixas tocadas em primeira mão de grandes nomes e revelações da nossa música, resgate de histórias e acervos importantes, entrevistas exclusivas, notícias de projetos que investigam as raízes da MPB e uma incrementada agenda cultural. Momento Natura Musical, Almanaque, Fazendo Arte e Nos Encontramos na Música são algumas das atrações enfocando tais temas.

O Natura Musical ajudou nesses oito anos de existências o lançamento de CDs, DVDs e turnês de artistas consagrados como Milton Nascimento, Ney Matogrosso e Arnaldo Antunes, e também de revelações da MPB como Marcelo Jeneci, Lia Sophia (foto) e inúmeros outros. A Natura, responsável por esse projeto, é a principal empresa brasileira no ramo de cosméticos, fragrâncias, higiene pessoal e venda direta.

Ouça Vá Trabalhar, com Arnaldo Antunes, do CD Disco:

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