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Tag: bateristas brasileiros

Roberto Gurgel, o Juba, celebra 71 anos e faz show com a Blitz

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Por Fabian Chacur

Roberto Gurgel, mais conhecido como Juba, é uma das figuras mais queridas do rock brasileiro. Ele completará 71 anos nesta sexta (4), e certamente receberá cumprimentos de muita gente pela data. Lógico que só ser um cara legal não basta, e ele se tornou famoso como um dos melhores bateristas brasileiros, especialmente em sua atuação com a Blitz. E como roqueiro ama celebrar no palco, ele toca com a banda que integra há 40 anos neste sábado (5) em São Paulo, às 22h, no Tokio Marine Hall (rua Bragança Paulista, nº 1281), com ingressos de R$ 120,00 a R$ 240,00 (saiba mais aqui).

Ainda adolescente, Juba conferia os ensaios dos badaladíssimos Mutantes no final dos anos 1960 na Pompéia, verdadeiro celeiro do rock paulistano. Fã dos Beatles e das grandes bandas daquela época, como Led Zeppelin e The Rolling Stones, mergulhou na carreira de músico tocando inicialmente em afiadas bandas covers paulistanas como Memphis e Watt 69.

Seu envolvimento com trabalhos autorais não demorou, e gravou e fez shows com João Ricardo (dos Secos & Molhados), Made in Brazil (participou do icônico álbum Paulicéia Desvairada, de 1978) e Joelho de Porco (marcou presença no ótimo álbum homônimo, de 1978), além do Tutti Frutti do amigo Luiz Carlini e pela badalada banda cover Rock Memory.

Ele entrou na Blitz no início de 1983, substituindo o baterista que gravou o primeiro álbum da banda, um certo Lobão. Sua versatilidade e solidez técnica se mostraram decisivas para a consolidação do grupo, conhecido por sua mistura de rock, reggae, samba, pop, blues e soul. Juba se mostrou fiel à banda e a Evandro Mesquita, pois no único período em que o grupo saiu de cena, ele integrou a banda de apoio do também ator, músico e compositor.

O núcleo da banda nessas quatro décadas se manteve em torno de Juba, Evandro Mesquita (vocal, guitarra e violão) e Billy Forghieri (teclados), sendo que atualmente completam o afiadíssimo time de músicos os ótimos Rogério Meanda (guitarra), Alana Alberg (baixo), Andréa Coutinho (backing vocal) e Nicole Cyrne (backing vocal).

Intitulada significativamente Turnê Sem Fim, a atual série de shows da Blitz oferece ao público seus grandes hits, incluindo desde Você Não Soube Me Amar, a música que deu início a tudo, até faixas de seu mais recente e muito elogiado álbum de estúdio, Aventuras II (2016). E Juba certamente esbanjará sua energia, garra e técnica, além da simpatia habitual.

A Dois Passos do Paraíso (ao vivo)- Blitz:

Guto Goffi reinicia temporada de shows com o Bando do Bem no RJ

CREDITO FOTO FREDERICO MENDES

Por Fabian Chacur

No dia 12 de março deste ano, Guto Goffi fez o primeiro do que seria uma série de shows ao lado de sua banda alternativa, o Bando do Bem. No entanto, a pandemia do novo coronavírus acabou adiando a realização das outras apresentações. Agora, sete meses depois, o baterista do Barão Vermelho retomará a temporada a partir desta sexta (6) às 20h30 no Rio de Janeiro no Espaço Rogério Cardoso da Casa de Cultura Laura Alvim (avenida Vieira Souto, nº 176- Ipanema- RJ- fone 0xx21-2332-2016), com ingressos a R$ 20,00 (meia) e R$ 40,00 (inteira).

Este primeiro show também será transmitido no formato live em uma parceria com a FUNARJ, entidade ligada à Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Além deste, estão previstas novas apresentações no mesmo local e hora nos próximos dias 13, 20 e 27. O local terá 1/3 de sua ocupação habitual e seguirá rigorosamente todos os protocolos de higiene e convivência exigidos pelas autoridades sanitárias no momento atual.

O mote é o lançamento de C.A.O.S. (sigla que significa Confusões Artísticas e Obras Sonoras), terceiro trabalho solo de Guto, já disponível nas plataformas digitais. O álbum traz dez faixas autorais, trazendo parcerias com os atuais colegas de Barão Vermelho (Maurício Barros, Rodrigo Suricato e Fernando Magalhães) e também com Cláudio Bedran (do grupo Blues Etílicos) e Cláudio Gurgel. Na Hora de Rezar, Cérebros e Cabeças e A Travessia são destaques.

Cérebros e Cabeças– Guto Goffi:

Alfredo Dias Gomes esbanja sutilezas em Jazz Standards

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Por Fabian Chacur

O jazz entrou de vez na vida de Alfredo Dias Gomes aos 16 anos, quando ele teve aulas com o saudoso baterista e percussionista americano Don Alias (1939-2006). Com esse músico, que tocou com gênios da música do porte de Miles Davis, David Sanborn, Joni Mitchell e Herbie Hancock, ele aprendeu os macetes básicos dessa nobre vertente musical. Agora, mergulha de vez nessa seara em Jazz Standards, lançado em CD físico e também disponível nas plataformas digitais, no qual relê com desenvoltura standards jazzísticos do primeiro calibre.

Nascido em 1960 na cidade do Rio de Janeiro, Alfredo possui uma longa trajetória no mundo da música que teve início quando ele era ainda um adolescente, no fim dos anos 1970. Nos últimos tempos, preferiu se dedicar ao próprio trabalho na música instrumental, sempre próximo do jazz rock com elementos rítmicos da música brasileira, algo bem exemplificado por seu trabalho anterior, o excelente Solar (leia a resenha aqui aqui).

O repertório do álbum é composto por nove músicas escritas por monstros sagrados do jazz. São eles Miles Davis, John Coltrane, Dizzy Gillespie, Duke Ellington, Freddie Hubbard, Wayne Shorter e Ray Noble. São temas nada simples de serem tocados e que exigem perícia e habilidade nas sutilezas por parte dos músicos, mas de uma beleza expressiva que pode ser apreciada mesmo por neófitos neste gênero musical.

Cherokee, Seven Steps To Heaven, Lazy Bird, Red Clay, Solar (a de Miles Davis, não a que deu título ao álbum anterior de Alfredo), Giant Steps, A Night In Tunisia, Caravan e Footprints foram escolhas certeiras para um trabalho deste porte, pois fazem parte do songbook dos clássicos do gênero e não são opções tão óbvias.

Para encarar essas pérolas do jazz americano, o baterista carioca escalou um timaço composto por Jessé Sadoc (trompete), Widor Santiago (sax tenor), Jefferson Lescowich (baixo) e Lulu Martin (teclados,seu parceiro desde os tempos dos Heróis da Resistência, nos anos 1980). Entrosadíssimo, este grupo incorpora o repertório com categoria, com espaço para todos se sobressaírem e acrescentar cores marcantes à sonoridade final.

Jazz Standards equivale a uma bela incursão no maravilhoso mundo do jazz, conduzida por quem entende do assunto e tem prazer em fazer isso. Um belo presente que Alfredo Dias Gomes dá a ele e aos fãs da melhor música, no ano em que completa 60 anos de idade.

Ouça Jazz Standards em streaming:

Alfredo Dias Gomes funde MPB e jazz instrumental no álbum Solar

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Por Fabian Chacur

Alfredo Dias Gomes iniciou sua carreira no final dos anos 1970, ainda muito jovem. E começou com tudo, sendo o baterista da banda do incrível Hermeto Pascoal, conhecido pelo rigor com que arregimenta seus músicos de apoio. Com o tempo, atuou com inúmeros grupos e artistas, entre os quais Heróis da Resistência, Ivan Lins, Lulu Santos, Ritchie e Sergio Dias, só para citar alguns. Desde 1993, o músico carioca se concentra em sua carreira-solo, que acaba de render mais um novo e belo fruto, o álbum Solar, disponível nas plataformas digitais e também em CD.

Duas características marcam este trabalho. Uma é o fato de Alfredo ter a seu lado apenas mais um músico, Widor Santiago, que se incumbe dos sopros (sax e flauta). De resto, temos ele na bateria e também nos teclados, baixos e composições. A outra fica por conta de um mergulho em sonoridades brasileiras, especialmente de ritmos nordestinos, que se misturam ao jazz durante as oito faixas do álbum, com um resultado dos mais agradáveis.

O título Solar, que também dá nome a uma das faixas do disco, é bem feliz para retratar o clima geral deste trabalho. É um álbum para cima, bom de se ouvir, energético, no qual as sutilezas são oferecidas ao ouvinte de forma inteligente, sem cair no formato hermético que por vezes a música instrumental acaba seguindo em função da virtuosidade dos músicos envolvidos. Aqui, tanto Alfredo quanto Widor Santiago solam com categoria e esbanjam técnica, mas sem cair em tecnicismos ególatras.

A faixa Viajante é a mais antiga do repertório, e tem uma história bacana. Ela foi escrita por Alfredo em 1980, atendendo ao pedido de sua mãe, ninguém menos do que a novelista Janete Clair. A música foi gravada originalmente por Dominguinhos e entrou na trilha sonora da novela global Coração Alado (1980-1981). Agora, enfim recebe versão de seu autor. Trata-se de uma espécie de baião, com bela ênfase rítmica e melodia redonda e gostosa. Aliás, vale lembrar que seu pai é o também novelista-e também saudoso- Dias Gomes.

Se a pegada brasileira predomina em Viajante, na faixa título e em Corais, o jazz clima anos 1950 marca a incrível Smoky, enquanto o jazz rock permeia Alta Tensão e Trilhando. Com sotaque latino, El Toreador foi escrita em 1993 para a trilha sonora da peça teatral homônima de Janete Clair. E Finale encerra o CD com classe. No geral, Solar mostra Alfredo Dias Gomes à vontade como músico e compositor, proporcionando ao ouvinte muito prazer auditivo.

Ouça Solar, de Alfredo Dias Gomes, em streaming:

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