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Por Fabian Chacur

Nos últimos meses, tivemos de suportar a perda de grandes nomes da história da música. Como a existência humana é composta pela dor das perdas, mas também pela alegria da manutenção da vida, também cabe celebrar quem prossegue aqui, firme, junto conosco. E este é o caso da genial cantora e musicista americana Joan Baez, que no dia 9 de janeiro próximo passado comemorou 75 anos. Curiosamente, um dia depois do aniversário de 69 anos de David Bowie e um dia depois da morte prematura do roqueiro britânico. Cada dia tem sua sentença.

Como forma de comemorar essa data redonda de vida de uma das artistas mais importantes da história da música folk, foi realizado no último dia 27 de janeiro (uma quarta-feira) um show no badalado Beacon Theatre, em Nova York, no qual talentosos amigos e parceiros de Baez marcaram presença para cumprimenta-la. Segundo Frank Scheck, em matéria publicada no site americano da revista Billboard, o espetáculo esteve à altura da homenageada.

O acompanhamento instrumental foi feito sempre em esquema intimista, com no máximo dois músicos se incumbindo dessa função, de cada vez, seguindo o padrão do maravilhoso show feito por ela aqui no Brasil em março de 2014 (leia a resenha de Mondo Pop aqui). Em alguns momentos, era só ela no palco, em músicas como God is God, There But No Fortune, The Night They Drove Old Dixie Down e Forever Young.

As celebridades musicais vieram de várias eras da música. David Crosby, por exemplo, marcou presença em Blackbird. Judy Collins, por sua vez, fez seu dueto com a aniversariante em Diamonds And Rust, enquanto Mary Chapin Carpenter harmonizou vocais com a homenageada em Catch The Wind. Antes de cantar com Joan a bela Hard Times Come Again No More, Emmylow Harris soltou uma frase fofa demais: “eu era uma das inúmeras mulheres que queriam ser Joan Baez”.

Paul Simon esteve em cena cantando com a aniversariante a maravilhosa The Boxer, enquanto Richard Thompson (do grupo Fairport Convention e de ótima carreira solo) brilhou em House Of The Rising Sun e She Never Could Resist a Winding Road. Também estiveram em cena Damien Rice, Jackson Browne, Mavis Staples e Nino Stern. Para quem, como eu, não teve a bênção de ver o show, um consolo: o espetáculo foi gravado pela emissora pública PBS, e será exibido em junho no programa Great Performances.

Como vários desses programas da PBS com shows gravados ao vivo saíram no formato DVD, fica a esperança. Considerada uma das artistas mais importantes e influentes da história da música pop, Joan Baez continua com sua voz densa e cativante. Tive a honra de entrevista-la para a Folha de S.Paulo em 2014 (leia aqui), uma experiência deliciosa. Detalhe: foi ela quem me ligou. Que honra!

The Boxer(live 2015)- Joan Baez:

Forever Young (live 2010)- Joan Baez:

The Night They Drove Old Dixie Down– Joan Baez: