Por Fabian Chacur

Sou uma verdadeiro viciado em música, felizmente um raro vício que não tem efeitos colaterais nocivos, a não ser em relação a contas bancárias. Em função disso, sou fã de inúmeros artistas. Mas existe um que ocupa a pole position. Trata-se de James Paul McCartney, que neste 18 de junho (o popular ontem), completou 68 anos mais ativo do que nunca.

Minha primeira recordação de Paul McCartney é de eu cantarolar, aos sete anos de idade, Hello Goodbye, que ele compôs e cantou com aquela banda de Liverpool que, por sinal, é a minha favorita entre todas as de que gosto. Hey Jude viria logo a seguir, tornando-se a música de que mais gosto na vida.

Mas virei fã mesmo de Sir McCartney graças ao álbum Ram (1971), que meu saudoso irmão Victor comprou logo no seu lançamento no Brasil. Embora adore o single que tornou aquele disco popular (a maravilhosa Uncle Albert/Admiral Halsey), acho o disco todo maravilhoso, com direito a Heart Of The Country, Smile Away, Too Many People, Dear Boy e tantas outras.

Se não me falha a memória, meu primeiro disco dele foi o compacto com Give Ireland Back To The Irish, um rock mortal, que na verdade pedi para o meu irmão comprar pensando que se tratava de Tomorrow, balada do Wings Wild Life que tocou muito no Brasil, mas não saiu em single. No entanto, me dei bem, pois Give Ireland... é um petardo.

O primeiro LP foi justo Band On The Run (1973), o melhor de todos. Daí pra frente, comprei (e continuo comprando) literalmente tudo o que Paul McCartney lançou/lança. Porque ele é meu ídolo? Vou resumir da melhor forma possível.

Para começo de conversa, seu talento multifacetado. O cara canta bem, toca vários instrumentos com desenvoltura, compõe com rara habilidade, sabe montar bandas de apoio como ninguém, tem bom gosto….

Quem viu ele tocar ao vivo (e eu tive essa bênção de Deus em três ocasiões, duas no Rio em 1990 e uma em São Paulo em 1993- o show da minha vida!) sabe que o Macca não poupa uma única gota de suor para fazer as plateias felizes. Que carisma! Tenho orgulho de ser fã dele.

Lógico que não sou daqueles que engole tudo o que o seu ídolo lança e acha que é bom. Ele tem momentos mais fracos, como os álbuns Wings At The Speed Of Sound (1976), McCartney II (1980) e Pipes Of Peace (1983), por exemplo. Mas mesmo em discos como esse você encontra pérolas como Silly Love Songs, Let ‘Em In, Waterfalls, Coming Up e Say Say Say, por exemplo.

E tem a postura. Paul já tocou Yesterday um milhão de vezes, mas nunca o vi reclamando por causa disso, como alguns artistas bem menos cotados por aí fazem em relação a seus semi-hits (se comparados com esse clássico dos Beatles). Ele tocará sempre que o público pedir. Porque ele gosta de nos fazer felizes, e fica feliz junto. Feliz aniversário, mestre, e volte logo a tocar no Brasil, viu? Estamos com muita saudade!