Por Fabian Chacur

O Rush é uma dessas bandas que desafiam o passar dos anos sem perder fãs nem popularidade. Tanto que no dia 8 de outubro tocarão no estádio do Morumbi, em São Paulo, com certamente mais de 50 mil pessoas na plateia.

Eles podem nunca ter sido número um das principais paradas de sucesso do mundo, mas sempre se mantiveram entre os primeiros, mesmo sem fazer um som com características tão comerciais.

Na ativa desde o início da década de 70, o trio mantém sua formação clássica desde o segundo álbum, Fly By Night (1975): Geddy Lee no baixo e vocal, Alex Lifeson na guitarra e Neil Peart na bateria.

O grupo nunca se valeu de elementos extra-música para vencer. Mesmo seus shows enormes em estádios sempre têm a habilidade dos músicos como principal atrativo. E isso sem ficar tocando sempre do mesmo jeito.

Uma boa oportunidade para se entender o porque a banda canadense sobreviveu tantos anos no concorrido cenário do rock e se mantém firme e de pé é o documentário Beyond The Lighted Stage, que foi recentemente exibido nos cinemas e já está disponível no Brasil em DVD, lançado pela Universal Music.

Com entrevistas feitas com os músicos especialmente para o filme e também incluindo vasto material de arquivo, é possível acompanhar o Rush desde o seu início humilde até o sucesso inicial, na segunda metade dos anos 70, e a consolidação definitiva nos anos 80 e 90, chegando até os dias de hoje.

É interessante ver como Lee e Lifeson são mais afáveis e simpáticos, enquanto Peart é daqueles caras que preferem se manter a distância dos fãs e do resto do público.

As variações de som da banda, que passou por hard rock, progressivo, tecladeira a la anos 80 e até incorporou elementos de jazz e heavy metal na mistura, são todas bem exemplificadas e explicadas pelos músicos.

Além de o documentário ser ótimo, os extras também são bastante apetitosos.

Além de entrevistas adicionais, também foram incluídas duas músicas interpretadas em1974 pela formação original da banda, que contava com John Rutsey na bateria, e o grupo compartilhando uma refeição.

Beyond The Lighted Stage é daqueles documentários tão bons que conseguem prender a atenção até mesmo de quem nem é tão fã da banda, como eu.

Posso continuar não sendo, mas que os respeito muito e curto muito algumas de suas músicas, como Tom Sawyer e Time Stand Still, isso é indiscutível.