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Por Fabian Chacur

Albert Cummings, um dos grandes nomes do atual blues rock americano, virá ao Brasil pela primeira vez. Ele será uma das atrações do Samsung Blues Festival, que ocorrerá de 1º a 3 de junho em São Paulo. O cantor, compositor e guitarrista será a atração do dia 3/6 (sábado), às 21h, com abertura por conta do trio brasileiro Hammond Grooves. O local será o Teatro Opus (avenida das Nações Unidas, nº 4.777- Alto de Pinheiros- call center: 4003-1212), com ingressos de R$ 40,00 a R$ 200,00.

Nascido em 1968, Cummings inicialmente tocava banjo em bandas de country e bluegrass, até que ouviu uma fita de um primo com o trabalho de Stevie Ray Vaughan (1954-1990), o grande renovador do blues dos anos 1990. Logo virou fã do cantor e guitarrista e dos músicos que tocavam com ele, Tommy Shannon (baixo) e Chris Layton (bateria), conhecidos como Double Trouble. Nâo só virou fã do trio como também encaminhou sua musicalidade para a guitarra e o blues rock.

Mal sabia ele que a vida lhe proporcionaria um encontro com aqueles dois músicos. “Fui participar de um festival de blues em Albany, e lá eles me perguntaram com quem eu gostaria de tocar. Sugeri o Double Trouble de brincadeira, nunca imaginei que ele fossem tocar comigo, mas o pessoal gostou da ideia, os convidou e eles toparam”, relembra o músico, em entrevista concedida a Mondo Pop via Skype.

A coisa ficaria ainda melhor. “Foi incrível, pois logo que começamos a tocar parecia que sempre havíamos tocados juntos; eles me sugeriram que a gente gravasse um álbum em parceria; nem quis acreditar que isso pudesse se tornar realidade, mas logo me vi viajando para Austin, Texas, e gravamos juntos o From The Heart (2003); somos amigos até hoje”.

Se a parceria com o Double Trouble marcou a sua vida, a amizade com B.B. King, que o considerava um grande guitarrista, entrou na raia do inacreditável. “Não dá para explicar a honra de ter o apoio de alguém como ele. Era um cara muito humilde, o que ele era no palco, era fora dele. É um artista que influenciou a todos nós!”

Para os shows no Brasil, ele promete muita espontaneidade. “Nunca ensaio um show específico, nunca toco da mesma forma, sou muito espontâneo, tento criar algo nunca feito antes em cada apresentação”. Ele admite não conhecer nada do país em termos musicais, mas revela ter muita vontade de fazer novos amigos por aqui. Certamente músicas de Someone Like You (2015), seu mais recente álbum, estarão no repertório. “É um dos melhores discos que gravei, mas problemas com a gravadora não permitiram que ele fosse divulgado como merecia”.

Além de Stevie Ray Vaughan, ele também gosta de outros grupos no formato três músicos, como Stray Cats, Jimi Hendrix e Led Zeppelin. “Amo Brian Setzer (guitarrista e vocalista dos Stray Cats), já gostava dele antes de conhecer o Stevie Ray Vaughan; e o Jimi Hendrix era um gênio, um cara que criou muito em pouco tempo de vida”.

Cummings gravou um de seus shows em um teatro em 2016, e pretende lança-lo em um futuro não muito distante nos formatos CD, DVD e Blu-Ray. Em termos musicais, ele tem uma teoria muito interessante: “para mim, existem dois tipos de músicos, os artistas e os performers, sendo que os performers tocam aquilo que os artistas de verdade criam”.

Embora reconheça que existam alguns artistas bons na cena blues atual, Cummings afirma sentir saudade dos tempos em que estavam em campo B.B. King, Albert King e outros desse mesmo calibre. “Atualmente, existem muitos artistas ‘fakers’ (falsos, imitadores), falta verdade”. Ele é fã do formato trio. “Gosto muito, pois são só três músicos e muitos espaços a serem preenchidos, isso exige muito de você”.

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