Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Tag: cantoras brasileiras anos 1990

Rosana divulga uma nova amostra de seu álbum Feitiço

rosana feitiço capa 400x

Por Fabian Chacur

Conhecida por hits marcantes do pop nacional como Nem Um Toque, Direto no Olhar, Custe o Que Custar, Doce Pecado e O Amor e o Poder, entre outros, Rosana está em vias de lançar um novo álbum. Será pelo selo Poliphonia, da Lab 344. E para criar expectativa em torno desse lançamento, temos dois singles já devidamente divulgados, ambos muito interessantes.

Eu Bem Que Te Avisei (ouça aqui), de autoria de Marco Bombom e Sergiopí (que também produziram o álbum), traz uma envolvente batida house estilo anos 1990 e conta com a participação especial do rapper Fiengo, que é nada menos do que o filho de Rosana.

Por sua vez, Feitiço, a faixa que dá nome ao álbum, é de autoria de Leoni e Cris Braun e nos oferece uma batida mais próxima do r&b, bem envolvente e com uma interpretação classuda da cantora, que se mostra em excelente forma, fugindo dos exageros e caprichando na classe e swing.

Curiosidade: nos vocais de apoio, temos um trecho que remete a You Get Me Hot, hit disco-funk em 1979 com o cantor norte-americano Jimmy Bo Horne, certamente uma homenagem bem bacana.

Além dessas duas belas amostras, o álbum também trará material inédito de autores do gabarito de Hyldon, Michael Sullivan, Zeca Baleiro e Gabriel Moura. Entre os músicos participantes, tivemos o saudoso Lulu Martin nos teclados, ele que integrou a banda Heróis da Resistência ao lado de Leoni e trabalhou com grandes nomes da nossa música como Angela Ro Ro, Luis Melodia, Lulu Santos, Jane Duboc e Ney Matogrosso.

Feitiço– Rosana:

Cássia Eller (1990) ganha uma reedição em vinil vermelho

cassia eller lp400x

Por Fabian Chacur

Um dos álbuns de estreia mais impactantes da história da nossa música tem como título o nome da própria artista, Cássia Eller (1990). Um trabalho ousado, no qual a grande cantora mesclou composições de autores da chamada Vanguarda Paulistana com outras de roqueiros cariocas e clássicos do rock internacional.

Este disco icônico acaba de ser relançado no formato vinil vermelho, acrescentando uma faixa à edição original em LP, Tutti Frutti, standard rocker consagrado por Little Richard (saiba mais aqui).

Embora não tenha tido um resultado comercial sequer próximo ao que outros discos de Cássia Eller obteriam nos anos subsequentes, este álbum mostra a capacidade da cantora de pegar material alheio e dar ao mesmo uma cara própria e bem particular.

O melhor exemplo é Por Enquanto, da Legião Urbana, que com ela ganhou versão voz e violão e abertura com trecho de I’ve Got a Feeling, dos Beatles, adquirindo alma e intensidade sequer sugeridas por Renato Russo e seus asseclas na gravação contida em seu também disco de estreia de 1985.

Rockão em Não Sei o Que Eu Quero da Vida, reggae em Eleanor Ribgy, funk-rock em Rubens e lirismo folk em Lullaby (única faixa assinada por ela, em parceria com Marcio Faraco), temos um trabalho que se recusava a dialogar com padrões comerciais e modismos. Quem sabe por isso, e pela incrível personalidade de Cássia, tenha se tornado perene.

Eis as faixas de Cássia Eller (1990):

Lado A:

1 – Já deu pra sentir / Tutu (Itamar Assumpção/ Marcus Miller)

2 – Rubens (Mário Manga)

3 – Barraco (Frejat/ Jorge Salomão) *Part. Especiais: Frejat e Peninha

4 – Que o Deus venha (Frejat/ Cazuza/ Clarice Lispector)

5 – Eleanor Rigby (John Lennon/ Paul McCartney)

Lado B

1 – Otário (Bocato)

2 – Por enquanto (Renato Russo)

3 – O dedo de Deus (Mário Manga/ Arrigo Barnabé)

4 – Lullaby (Cássia Eller/ Márcio Faraco)

5 – Não sei o que eu quero da vida (Hermelino Neder/ Arrigo Barnabé)

6 – Tutti Frutti (Lubin/ Penniman/ La Bostrie)

Por Enquanto– Cássia Eller:

Cássia Eller (1994) ganha nova versão, desta vez em vinil duplo

cassia eller 1994-400x

Por Fabian Chacur

Embora ótimos, os dois álbuns iniciais de Cássia Eller não conseguiram um bom resultado em termos comerciais. Esse era o desafio a ser enfrentado por Cássia Eller (1994), o 3º trabalho desta incrível cantora, e foi vencido de forma impecável, ultrapassando as 100 mil cópias vendidas e rendendo a ela um disco de ouro. Este álbum terá uma nova roupagem e será lançado no final deste mês no formato LP duplo de vinil (saiba mais, inclusive o preço, aqui).

A edição original do 3º álbum dessa saudosa cantora carioca que nos deixou prematuramente em 2001 saiu em CD, fita-cassete e vinil simples. A reedição provavelmente se vale do formato LP duplo como a chance de dar um pouco mais de espaço aos sulcos de cada uma das 13 faixas, teoricamente proporcionando uma melhor qualidade técnica de som ao ouvinte. Algo a ser conferido posteriormente, vale ressaltar.

A faixa que impulsionou este disco rumo ao topo das paradas de sucessos foi Malandragem, parceria até então inédita de Cazuza e Frejat que anteriormente havia sido oferecida a Angela Ro Ro, que optou por não gravá-la por não se sentir muito adequada à letra. Cássia encarou, e se deu muito bem, curtindo assim o seu primeiro hit radiofônico de fato.

Outro destaque do álbum foi E.C.T., primeira canção de Nando Reis gravada por ela, momento que daria início a uma parceria das mais produtivas na carreira de ambos. Merecem ser devidamente reverenciadas ainda as releituras de Coroné Antonio Bento e Try a Little Tenderness, grandes hits nas vozes de respectivamente Tim Maia e Otis Redding.

Eis as faixas de Cássia Eller (1994):

Disco 1

Lado A:
1.Partners
2.Malandragem
3.E.C.T.

Lado B:
1.Try A Little Tenderness
2.1º De Julho
3.Na Cadência Do Samba
4.Lanterna Dos Afogados

Disco 2

Lado A:
1.Coroné Antonio Bento
2.Metrô Linha 743
3.Socorro

Lado B:
1.Blues Do Iniciante
2.Música Urbana 2
3.Pétala

Malandragem (clipe)- Cássia Eller:

Sylvia Patricia se apresenta certeira em Existe Amor em SP

SYLVIA_PATRICIA__400x FOTO_MARIO_EDSON

Por Fabian Chacur

Nesses 16 anos de existência de Mondo Pop, Sylvia Patricia é uma das artistas com maior número de posts por aqui. Nada mais merecido. Afinal de contas, essa excelente cantora, compositora e musicista baiana nos oferece um trabalho consistente, inspirado e de uma alma pop encantadora (leia mais sobre ela aqui). E a moça não deixa a peteca ir ao chão, como prova o seu novo EP, Existe Amor em SP, já disponível nas plataformas digitais.

A coisa já começa boa logo no título, uma brincadeira com o título de Não Existe Amor em SP, do Criolo. Só que, aqui, a sigla SP não se refere a São Paulo, a cidade, e sim a ela própria, Sylvia Patricia, valendo-se de um apelido carinhoso com que sua mãe e amigos mais próximo se referem a ela.

Temos aqui seis músicas excelentes. E o começo não poderia ser melhor. País, Que País? poderia ser definida como um forte tapa com luva de pelica na terrível situação pela qual passa o nosso país atualmente, no qual violência, indiferença e miséria predominam por todos os cantos.

Sylvia faz um protesto sem cores partidárias, e acerta na mosca, em uma canção contagiante, com força poética comparável à de Brasil (Cazuza/Nilo Romero/George Israel), por exemplo.

Solos de Jazz une a cantora baiana a um amigo de longa data, o cantor, compositor e tecladista Nico Rezende, que fez o arranjo musical para a primeira gravação dela, Lady Pank, lançada em 1985 na coletânea com vários artistas Rock In Brazil, lançada pela antiga gravadora RCA. Aqui, os dois esbanjam categoria, afinidades e entrosamento, em uma deliciosa balada r&b que esbanja sensualidade e classe.

Estrela Manhã (Sylvia Patricia/Paulinho Boca de Cantor/Jota Velloso/Carlô de Itapuã) foi gravada originalmente em 1981 por Paulinho Boca de Cantor em dueto com Baby Consuelo no álbum Valeu, mas por razões que não valem a pena serem resgatadas agora, não foi creditada a Sylvia, erro histórico enfim corrigido em versão que conta com a participação do próprio Paulinho nesta balada de clima latino.

Parceria de Sylvia com Monica Milllet, Beat Chic (Ilê Ifê) cativa pelo clima dançante, enquanto Vinho e Terroir (parceria com Danilo Pinheiro, músico brasileiro radicado na Espanha), faz uma envolvente mescla de folk com drum ‘n’ bass. A balada rock C’Est La Vie fecha o repertório com categoria.

Em um Brasil melhorzinho, Existe Amor em SP já estaria estourando nas paradas de sucessos com sua sonoridade pop classuda e suas canções bacanas, sendo que País, Que País? já teria se transformado em um verdadeiro hino contra esses tempos sombrios. Bem, ainda dá tempo. Faça a sua parte e ouça esse trabalho, você certamente irá me agradecer.

Ouça o EP na íntegra aqui.

País, Que País? (clipe)- Sylvia Patricia:

Cris Braun mostra músicas do novo álbum com show em SP

cris braun 400x

Por Fabian Chacur

Ex-integrante do grupo carioca Sex Beatles, que lançou dois elogiados álbuns nos anos 1990, a cantora e compositora Cris Braun desenvolve há mais de 20 anos uma carreira-solo que em 2021 gerou seu 5º álbum. Trata-se de Quase Erótica (Lab 344). Ela chega a São Paulo para um show nesta quarta-feira (29) às 21h na Bona (rua Álvaro Anes, nº 43- Pinheiros), com ingressos a R$ 60,00 (saiba como comprar aqui).

Cris será acompanhada neste show por uma banda formada por Dinho Zampier (teclado), Reuel Albuquerque (guitarra) e Rodrigo Peixe (bateria). Teremos também a participação especial do cantor e compositor Bruno Berle, de quem ela se confessa fã. O repertório traz canções do novo álbum, como Tudo Que Você Queria Saber Sobre Si Mesmo, algumas dos álbuns anteriores e também releituras de canções dos Mutantes e dos Doors.

Tudo Que Você Queria Saber Sobre Si Mesmo (clipe)- Cris Braun:

Zélia Duncan lança um single e promete álbum para o dia 28

zelia duncan capa single 2021

Por Fabian Chacur

Vivemos tempos estranhos, como todos sabem. E alguns artistas buscam trazer esse clima para seus trabalhos. Uns acertam, outros erram, mas é válido tentar traduzir em palavras e notas musicais um momento complicado. Zélia Duncan nos oferece um exemplo dessa vertente autoral com Onde é Que Isso Vai Dar?, parceria com Juliano Holanda no melhor estilo balada folk pop. A melodia é linda, e a letra capta bem essa angústia de 2021 de uma forma que pode se identificar com outras eras semelhantes. Em palavras mais diretas, um golaço musical.

Trata-se da 1ª amostra de um novo álbum de inéditas da cantora, compositora e musicista, Pelespírito, previsto para sair dia 28 e que marca o seu retorno à gravadora Universal Music após alguns anos. Em press release enviado à imprensa, ela explica a motivação por trás de sua nova canção:

“É, literalmente, um diálogo meu com o Juliano. Um dia, fizemos uma música cujo resultado nos deixou feliz. Foi quando ele me mandou uma mensagem dizendo o quanto ele estava bem por estar compondo e que isso estava sendo bom pra ele nesse tempo. E aí eu respondi: ‘Te digo o mesmo. Isso me provoca’. O Juliano, que também é um poeta, mandava umas frases para mim e eu devolvia com outras. E assim isso ia virando estrofes como “ando sensível / coração na boca”. Foi dessa forma que fomos construindo o diálogo nessa canção, que é tão especial para mim. Essa é umas das músicas que me fez querer fazer o disco”.

Onde é Que Isso Vai Dar? (clipe)- Zélia Duncan:

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑