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Christine Valença lança Lentes de Âmbar com show em Sampa

christine valença 400x

Por Fabian Chacur

Christine Valença é uma cantora, compositora e tecladista carioca que lançou recentemente o álbum Lentes de Âmbar pelo selo independente Maxilar Records. E é para mostrar o repertório deste muito interessante trabalho que ela se apresenta em São Paulo neste domingo (2/7) às 20h no Whiplash Bar (Rua Dr. Melo Alves, 74 – Cerqueira César- fone 11 99876-6205), com ingressos a R$30 (saiba mais aqui).

A cantora e tecladista terá a seu lado uma banda integrada por Rafa Paiva (guitarra), Nathanne Rodrigues (baixo), Nando Menezes (bateria), Pablo Silva (backing vocal), Marcos Rosa (backing vocal) e Natasha Vieira (backing vocal), com participações especiais de Ilessi e Wagner Café.

Adepta de uma mistura de MPB, indie rock e soul, que ela interpreta com uma voz suave e sedutora, Christine Valença mostrar nesta apresentação músicas autorais de seu álbum, como Maremoto Blues, Rematilha, Ópticas e Pra Não Tocar (Na Rádio), além de reler canções dos repertórios de Rita Lee, Gal Costa e Françoise Hardy.

Rematilha– Christine Valença:

Christine Valença estreia na música com Lentes de Âmbar

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Por Fabian Chacur

A cantora, compositora e musicista carioca Christine Valença iniciou a sua carreira artística no teatro, vivendo papéis como o de Judy Garland. Em 2019, começou a compor canções, e essa nova vertente se tornou a sua principal. O primeiro álbum fruto desse novo direcionamento na sua trajetória acaba de ser lançado. Trata-se do álbum Lentes de Âmbar, com 11 faixas e lançado pelo selo Maxilar Records e produzido por Elisio Freitas.

Lentes de Âmbar foi gestado em um período particularmente turbulento na vida de Christine, que explica tudo em comentário enviado à imprensa:

“Tive que lidar com o luto pelo falecimento do meu pai, enfrentei uma separação muito dolorosa e logo em seguida veio a pandemia trazendo junto um mar de incertezas. Esse caos despertou em mim uma necessidade urgente de botar pra fora esse turbilhão de emoções. Quando me dei conta, estava com o violão em punho, compondo, tentando me salvar usando a música como uma espécie de escudo. Eu não teria sobrevivido se não fossem essas canções”.

O resultado é um álbum pop com várias vertentes musicais sendo exploradas, entre as quais MPB, pop-rock, folk, soul e canções francesas. Christine ressalta também a importância de Elisio Freitas nesse processo:

“Encontrei no Elísio um grande parceiro. Ele consegue captar minhas ideias e dar vida às músicas. Às vezes eu aparecia no estúdio com meu gravador portátil cheio de trechos de melodias, ritmos, padrões e grande parte desse material acabou sendo aproveitado no disco, graças a ele”.

O repertório traz canções extremamente interessantes, entre elas a swingada Maremoto Blues (divulgada por um clipe sóbrio e muito bem feito), a intensa Recomeçará (ouça aqui), a pop-rock Pra Não Tocar (Na Rádio) (ouça aqui) e a hip-hop Fora do Nosso Compasso (ouça aqui), esta última com a participação do rapper Shock The Glock.

Maremoto Blues (clipe)- Christine Valença:

Mahmundi investe em um som de banda em seu álbum Mundo Novo

Por Fabian Chacur

Aos 33 anos de idade, Marcela Vale tem muitas histórias para contar. Filha adotada por uma família de evangélicos, a moça se envolveu com a música desde cedo, tocando bateria e violão e cantando em igrejas. Com o tempo, sentiu que era essa musa que desejava seguir. Mas não foi fácil. Durante anos, conciliou trabalhos fora dessa área com a atuação como técnica de áudio e microfonista de lugares como o Circo Voador e a Fundição Progresso.

Há cerca de 10 anos, resolveu encarar o desafio de uma carreira como cantora, musicista e compositora. Desde então, conhecida pelo nome artístico Mahmundi, vai pavimentando uma trajetória das mais interessantes. Efeito das Cores (2012) e Setembro (2013), dois EPs, foram os seus primeiros lançamentos. Em 2016, veio o primeiro álbum, Mahmundi, pelo selo Stereomono-Skol Music.

Sua parceria com a gravadora Universal Music teve início em 2018 com o álbum Para Dias Ruins. Desde o início, mostrou uma voz doce e muito bem colocada, aliada a canções que, como um todo, dificultam uma rotulação. Seria nova MPB, pop, soft rock, eletropop, r&b, reggae, soul? Ou seria tudo isso junto e misturado? Pouco importa, pois a qualidade é o que importa, e é grande.

Mahmundi nos oferece ecos de Corinne Bailey Rae, Marina Lima, Marisa Monte e Erikah Badu, só para citar algumas possíveis referências, mas do seu jeito. Mundo Novo, seu novo álbum, acaba de ser disponibilizado nas plataformas digitais, e tem tudo para ampliar ainda mais os seus horizontes profissionais em termos de público e crítica especializada.

São sete faixas (incluindo uma espécie de vinheta). Uma, inteligentemente escolhida para iniciar a divulgação do trabalho, é a hipnótica Nova TV, uma das duas parcerias com o artista carioca Castello Branco incluídas neste álbum (a outra é Nós de Fronte). Trata-se de uma gravação absolutamente perfeita, que te prende do primeiro ao último segundo, com letra e melodia envolventes.

Sem Medo, parceria com Felippe Lau, fecha o lado autoral. Convívio (Paulo Nazareth) e Vai (Frederico Heliodoro), de dois talentosos compositores da nova geração, estão aqui. O repertório é fechado com uma bela releitura de No Coração da Escuridão, composição de Dadi e Jorge Mautner gravada pelo primeiro originalmente em seu autointitulado álbum de 2005 com marcante participação de Caetano Veloso nos vocais.

Mundo Novo equivale a um álbum conciso (tem pouco mais de 20 minutos de duração) que deixa aquele adorável gostinho de quero mais, amostra luxuosa de uma artista que tem tudo para pavimentar uma discografia preciosa. Em entrevista por telefone a Mondo Pop, a artista carioca atualmente radicada em São Paulo nos dá algumas pistas de suas intenções musicais.

MONDO POP- Como foi o seu encontro com a música, e o que você ouvia quando criança e adolescente?
MAHMUNDI
– Minha educação musical foi muito restrita à música gospel, pois meus pais são religiosos. Ouvia música gospel americana e brasileira. Comecei, na igreja, a tocar violão e bateria. Só depois fui ouvir outras coisas, como Legião Urbana, Oasis, Keane, Avril Lavigne.

MONDO POP- Qual a diferença básica do conceito deste novo trabalho em relação aos anteriores?
MAHMUNDI
– Tenho uma assinatura estética em cada um deles. A ideia em Mundo Novo era fazer algo que soasse mais como uma banda, saindo da produção sozinha, dos sintetizadores e tudo mais. Então, partimos pra um trabalho com coprodução do músico Frederico Heliodoro, que trouxe suas referências de música instrumental. Eu assino a direção e a produção musical e ele fez a coprodução do álbum.

MONDO POP- Mundo Novo tem uma duração de 22 minutos, não muito comum em álbuns tradicionais. Há quem rotule um trabalho com essa duração como EP. Como você encara essa questão?
MAHMUNDI
– Para mim, esse trabalho é um álbum, pois tem um formato atual, adaptado para os dias atuais. Toda a concepção dele é a de um álbum, desde a seleção de faixas até a concepção final, capa, encarte etc.

MONDO POP- Esse é o seu segundo álbum lançado por uma gravadora grande, a Universal Music. Como está sendo a relação entre vocês?
MAHMUNDI
– Minha relação com a Universal é maravilhosa. Eu cuido de tudo em termos artísticos e criativos, e eles me dão todo o apoio necessário na parte de divulgação. A sugestão de que Nova TV fosse a primeira faixa de trabalho, por exemplo, foi uma sugestão deles que acabei aceitando.

MONDO POP- Aliás, já que tocamos nessa faixa, fale um pouco sobre ela.
MAHMUNDI
– É uma parceria com o Castello Branco, que é um artista carioca maravilhoso. Vi um texto dele em uma rede social, gostei muito e adaptei para a criação desta canção. Adoro TV, ver o que as pessoas fazem nos botecos, sair dessa visão de Sudeste que as pessoas tem do Brasil. Somos muito presos aos celulares, e essa música fala sobre isso.

MONDO POP- Como surgiu a ideia de reler No Coração da Escuridão?
MAHMUNDI
– Conheci o Dadi quando ele tocava com a Ana Cañas, em um show no Circo Voador. Eu nem sabia quem ele era, e vi que ele tocava muito, fiquei impressionada como ele era bom. Fiquei amiga dele, e depois fui saber de tudo o que ele já tinha feito em sua carreira. É uma pessoa muito profunda. Este álbum é um encontro muito bonito entre eu e outras pessoas, conectei-me com o melhor das pessoas envolvidas neste trabalho.

MONDO POP- O título do seu disco anterior é Para Dias Ruins. Este é Mundo Novo. No caso do que você está lançando agora, isso tem a ver com o que estamos vivendo nesse momento atual?
MAHMUNDI
Mundo Novo é uma relação muito pessoal, muito comigo mesma, comecei a criar o conceito desse trabalho em 2019. Fiz psicanálise e me descobri muito nesse processo. Quanto ao que está acontecendo hoje, não dá pra ficar só batendo panelas, só reclamando. Não podemos nos bloquear, é preciso seguir em frente, pois isso vai passar. O brasileiro consegue de um jeito muito espirituoso resolver as coisas.

Nova TV– Mahmundi:

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