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Rod Stewart: os 75 anos de um eterno playboy do rock and roll

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Por Fabian Chacur

Em 1983, Cyndi Lauper estourou no mundo inteiro com uma canção na qual dizia que “girls just want to get fun” (garotas só querem se divertir). Pode-se dizer que um certo cantor e compositor britânico que completou 75 anos de idade no último dia dez de janeiro seguiu, segue e provavelmente sempre seguirá esse lema, obviamente adaptado para a sua masculinidade. Alegre, às vezes inconsequente e absurdamente talentoso, Rod Stewart ainda se mantém firme nas paradas de sucesso de todo o mundo, algo que poucos conseguem.

A nova prova dessa permanência do roqueiro nos primeiros lugares das paradas de sucesso veio em novembro, quando seu mais recente trabalho, o álbum duplo You’re In My Heart- Rod Stewart With The Royal Philharmonic Orchestra (leia a resenha aqui) atingiu o topo da parada britânica, mesma façanha obtida pelo anterior, Blood Red Roses (2018).

Como explicar esses mais de 50 anos de sucesso, em um cenário musical sempre em constante mudança e no qual cantores solo, duplas e grupos surgem e somem como que por passe de mágica? Além de uma voz rouca e de assinatura própria, o cara também sempre soube não só compor boas canções como também escolher obras alheias para gravar e cantar em seus shows pelos quatro cantos do planeta.

Versatilidade foi outra arma secreta utilizada pelo autor de Maggie May e tantos outros hits. Nos dois discos que gravou com o Jeff Beck Group (Truth-1968 e Beck-Ola-1969), por exemplo, mergulhou de cabeça no blues-rock e no que pouco depois viria a ser denominado heavy metal, influenciando inúmeras bandas, incluindo o Led Zeppelin, só para citar uma delas.

Com os Faces, que integrou de 1970 a 1975 foi a vez do rock básico e ardido. Paralelamente, investia em carreira-solo misturando rock, folk e soul. Como o sucesso dos trabalhos individuais foi se tornando cada vez maior, suplantando de longe o de sua boa banda, a separação se mostrava inevitável, e ocorreu em 1975. Nesse ano, Rod assinou contrato milionário com a gravadora Warner, lançou Atlantic Crossing e virou solo de vez.

Talentoso e, por que não dizer, oportunista, procurou a partir daí sempre flertar com as tendências da moda, adaptando-se e tentando faturar com elas, mas sempre mantendo um DNA forte e próprio. Disco music, new wave, tecnopop, britpop, standards americanos, soul, o cara não se fez de rogado na hora de experimentar. E nunca fez isso de forma pretensiosa.

Às vezes, acertou em cheio, em outras, errou feio, mas nunca a ponto de perder um enorme público fiel. O resultado é uma discografia com momentos memoráveis. O auge do folk-rock em Every Picture Tells a Story (1971), as baladas matadoras Sailing, You’re In My Heart e Tonight’s The Night,o flerte certeiro com a disco music em Do Ya Think I’m Sexy (com uma “ajudinha” de um certo artista brasileiro…), o funk tecnopop de Infatuation…. Ah, essa lista vai longe.

Sempre que o cara parecia que iria, enfim, sair das paradas rumo ao ostracismo, algo ocorria e o levantava. Bons exemplos são Unplugged…An Seated (1993), disco acústico que o reuniu de novo com o velho colega dos tempos de Jeff Beck Group e Faces Ron Wood. Ou a nova parceria com o grande Jeff Beck, que rendeu em 1984 e 1985 os hits Infatuation, People Get Ready, Can We Still Be Friends e Bad For You.

O ás mais valioso que tirou da manga do paletó veio em 2002 com o início da série de cinco álbuns com standards do cancioneiro americano, um êxito comercial surpreendente que o levou de novo ao topo da parada americana após muito tempo. Ali, ficou a prova de que não dá para duvidar da capacidade de reação desse eterno playboy do rock, célebre por suas extravagâncias, mulheres bonitas, bagunças em hotéis e coisas do gênero.

Tudo bem que hoje ele está um pouco mais tranquilo, a ponto de fazer em 2015 uma divertida música de ninar para seu filho mais novo, a divertida Batman Superman Spiderman.

Em termos musicais, no entanto, o cara está sempre pronto pra fazer a trilha sonora para a festa de seus fãs e continua ativo, mesmo com a voz um pouco menos potente do que nos bons tempos, mas ainda capaz de nos divertir e encantar. Valeu, Rod The Mod! Que venha mais por aí!

Maggie May (clipe)- Rod Stewart:

Tina Turner, os 80 anos de uma rainha da música pop mundial

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Por Fabian Chacur

É infalível. Toda vez que ouço a bela introdução da música What’s Love Got To Do With It as lágrimas começam a brotar dos meus olhos. Tem a ver com a emotividade que herdei da minha saudosa mãe, mas também pode ser explicado pelo significado dessa incrível canção escrita por Terry Britten e Graham Lyle. Ela marca o momento em que Tina Turner, em 1984, atingiu o primeiro lugar na parada americana de singles e sacramentou uma das mais espetaculares voltas por cima da história da música.

Aos 45 anos de idade na época, essa verdadeira guerreira superava quase dez anos de uma luta intensa para recuperar sua relevância no cenário da música, após sair literalmente sem nada de um turbulento casamento musical e pessoal com o talentoso, mas detestável e truculento Ike Turner, com quem conviveu por quase duas décadas. O que essa mulher sofreu nas mãos desse sujeitinho ultrapassa os limites do humanamente suportável.

Mas Anna Mae Bullock, que neste 26 de novembro de 2019 completa 80 anos de idade, não só suportou como teve a coragem de dar um basta naquela situação. Além do lado pessoal, também tinha a ditadura musical, que o marido barra pesada lhe impunha. Tudo bem, ele foi muito importante para que aquela jovem e ingênua garota de Nutbush, Tennessee, conseguisse aparecer com sucesso no cenário da música, no finalzinho dos anos 1950.

Com shows eletrizantes e gravações valorizadas por sua voz potente, Ike & Tina Turner se tornaram uma das atrações mais empolgantes do circuito da soul music nos anos 1960. No entanto, a partir da segunda metade dos anos 1960, o formato de seus shows e gravações foi ficando mais padronizado, e só mesmo a incrível energia da cantora conseguia atrair as atenções do público.

Percebendo esse potencial imenso e mal utilizado, o genial produtor Phil Spector propôs trabalhar com Tina em um trabalho-solo, que Ike autorizou sem muita convicção. O resultado foi a incrível River Deep Mountain High (1966), uma das grandes gravações protagonizadas por ela. A repercussão abaixo do esperado no mercado americano deu uma arrefecida nessa promissora carreira-solo.

Até 1976, Ike & Tina Turner tiveram bons momentos em termos de shows e discos, mas não é de se estranhar que o maior sucesso desse período tenha sido uma impressionante releitura de Proud Mary, do Creedence Clearwater Revival. Tina queria ter a liberdade de cantar o que quisesse. E essa liberdade veio quando a violência de Ike tomou proporções tamanhas que só restou à artista sair fora, com a roupa do corpo e não muito mais.

Demorou um pouco para conseguir um rumo, mas contou com a ajuda de amigos famosos como os Rolling Stones e Rod Stewart, para quem abriu shows. A entrada em sua vida do empresário Roger Davies, no início de 1980, marcou o momento em que as coisas começaram a se encaminhar de forma positiva. E, em 1984, enfim aquele projeto de megadiva do rock se concretizou. E veio com tudo, para tirar o atraso com juros e correção monetária sonora.

A partir de então, todos sabem o que aconteceu. Novos hits, como Private Dancer, Typical Male, Paradise Is Here e dezenas de outros, milhões de discos vendidos, shows em estádios pelos quatro cantos do mundo (Brasil inclusive, com direito a Pacaembu e Maracanã lotados, em 1988) e as pernas mais elogiadas da cena pop como uma espécie de bônus em meio a tanto talento artístico e musical.

Tina Turner virou um dos exemplos mais fortes do poder da mulher, e de como a violência doméstica em relações afetivas é um câncer que precisa ser combatido de forma veemente. Ela sofreu, mas sobreviveu, e colheu os mais belos frutos. Nada mais merecido. Viva essa maravilhosa Acid Queen! Tudo de bom pra ela, sempre. E que venham novas lágrimas ao ouvir What’s Love Got To Do With It. São lágrimas de felicidade e admiração!

What’s Love Got To Do With It (clipe)- Tina Turner:

Marty Balin, cantor da banda Jefferson Airplane, nos deixa

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Por Fabian Chacur

Em 1978, uma das canções da trilha internacional da novela global O Pulo do Gato me conquistou por completo. Era Count On Me, do grupo americano Jefferson Starship, maravilhosa balada rock que tinha como destaque a bela interpretação de um de seus cantores, Marty Balin. Esse incrível vocalista, compositor e fundador de outra banda seminal, a Jefferson Airplane, nos deixou nesta quinta-feira (27), aos 76 anos. Uma enorme perda para o rock.

A morte de Balin foi anunciada nesta sexta-feira (28) por sua esposa, Susan Joy Balin, sem que as causas tenham sido reveladas. O artista sofreu em 2016 um ataque cardíaco que lhe deixou sequelas. A parceira, com quem teve duas filhas, divulgou um belo texto sobre o parceiro:
“Marty e eu dividimos o mais profundo amor- ele frequentemente chamava isso de nirvana-e era mesmo. Éramos todos envolvidos pelo seu amor, e sua presença estará para sempre comigo”.

Martyn Jerel Buckwald, que adotou em 1962 o nome artístico Marty Balin, nasceu em 30 de janeiro de 1942. Ele inicialmente enveredou pela música folk, mas aos poucos se envolveu com o rock. Em 1965, fundou em San Francisco o clube The Matrix, e lá surgiu a semente do que seria uma das bandas mais importantes da história do rock, a Jefferson Airplane, que teve início quando ele conheceu o cantor, compositor e músico Paul Kantner (que nos deixou em 2016, leia aqui)

O primeiro álbum do grupo saiu em 1966. No ano seguinte, seu segundo trabalho, Surrealistic Pillow, ganhou as paradas de sucesso e levou ao resto do mundo o rock psicodélico. Na banda, Marty era a voz mais apaixonada, normalmente compondo canções de amor como It’s No Secret e Today. A combinação de seus vocais com os de Kantner e da incrível Grace Slick deram à banda um material muito rico, que complementado por Jorma Kaukonen (guitarra), Spencer Dryden (bateria) e Jack Casady (baixo) gerou ouro puro.

Em 1970, no entanto, Balin preferiu seguir outros rumos, e largou o Airplane, que, não por acaso, entrou em uma fase de altos e baixos que culminou com o seu fim, lá pelos idos de 1973. No entanto, no ano seguinte, Kantner e Slick resolveram criar uma nova banda, agora intitulada Jefferson Starship, e Marty entrou nela quando seu primeiro álbum já estava praticamente pronto. Só que o grande hit daquele LP foi precisamente a faixa dele, Caroline.

Até o fim dos anos 1970, o Starship virou uma máquina de hits, entre os quais Miracles e a minha amada Count On Me. Em 1981, já fora da banda, Marty Balin iniciou a sério uma carreira-solo, que já no primeiro álbum rendeu um belo hit, a bela canção Hearts, de autoria do mesmo autor de Count On Me (Jesse Barish), que atingiu o oitavo posto na parada americana de singles. Mas seu sucesso comercial individual parou por aí.

O Jefferson Airplane e o Jefferson Starship teriam breves retornos com Balin nos anos 1980 e 1990, e o artista também investiu em lançamentos individuais, sendo que o último, The Greatest Love, saiu em 2016. Vale lembrar que Marty Balin era um grande performer ao vivo, e sofreu um terrível ataque em 1969 durante o show do Airplane no malfadado festival de rock de Altamont, capitaneado pelos Rolling Stones nos EUA e de triste memória.

Count On Me– Jefferson Airplane:

Robert Plant:70 anos de idade com Led Zeppelin e bem mais

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Por Fabian Chacur

Em 1968, o ex-cantor do obscuro grupo Band Of Joy recebeu um convite irrecusável. Jimmy Page, guitarrista que havia se tornado famoso no cenário musical como músico de estúdio e integrante da última formação do celebrado The Yardbirds, ofereceu ao vocalista em questão uma vaga em sua nova banda. A resposta positiva equivale ao pontapé inicial rumo ao estrelato do sujeito em questão, um certo Robert Plant, que celebrou 70 anos de idade nesta segunda (20) ainda ativo e relevante.

Quando a banda de Page e Plant lançou seu álbum de estreia, em janeiro de 1969, rapidamente se transformou em uma das formações mais celebradas e icônicas do rock. Em seus 12 anos de existência, o Led Zeppelin vendeu milhões de discos, lotou estádios, superou a perseguição da crítica especializada de então e provou que o rock pesado podia ter horizontes musicais mais amplos e criativos do que alguns roqueiros mais radicais poderiam imaginar.

Com sua voz potente, capaz de alcançar agudos poderosos e também desempenhar muito bem nas regiões mais graves, Robert Plant ainda trazia como atrativos uma postura de palco extremamente eficiente e muito talento como compositor. Sua versatilidade como cantor ajudou o quarteto, que tinha também os brilhantes John Paul Jones (baixo e teclados) e John Bonham (bateria), a mergulhar em sonoridades distintas, criativas e repletas de prazer auditivo.

Não é qualquer cantor que pode se meter a cantar em uma mesma banda rocks pesados como Communication Breakdown, Celebration Day e Whole Lotta Love, blues ardidos e poderosos como Since I’ve Been Loving You, You Shook Me e I Can’t Quit You Baby, canções folk como Tangerine e híbridos como a folk-rock-soul Over The Hills And Far Away e a balada pesada Stairway To Heaven. E isso só para citar algumas das vertentes desenvolvidas pelo grupo…

Com o fim do Zeppelin em 1980, Robert Plant poderia facilmente ter se tornado um daqueles artistas que passa a viver do seu passado de glória. Mas isso não ocorreu. Em 1982, dava início a uma produtiva carreira solo com o lançamento do álbum Pictures At Eleven. Rapidamente se firmou na nova opção de carreira, e em momento algum caiu na tentação de fazer só um pastiche da antiga banda, mesmo não abandonar o rock.

Hits dos anos 1980, como a fortemente influenciada pelo tecnopop Little By Little, o rockão Tall Cool One, a belíssima balada Ship Of Fools e a vigorosa Hurting Kind (I’ve Got My Eyes On You) ilustram bem essa nova fase de sua carreira, ajudando-o a ser o bem-sucedido Robert Plant, e não “apenas” o ex-cantor do Zeppelin.

Com o tempo, retomou sua paixão pelo folk e pelo country e investiu em consistentes trabalhos nesses segmentos, dos mais o mais bem-sucedido em termos artísticos e de vendagens foi o excelente álbum Raising Sand (2007), gravado em dupla com a cantora, compositora e musicista americana Alison Krauss e que lhe rendeu cinco troféus Grammy (incluindo o de álbum do ano), algo que não havia conseguido em sua época de Led Zeppelin.

Nessa abertura por projetos diferenciados, ele foi em 1984 o vocalista principal do EP The Honeydrippers Volume One, no qual releu ao lado de amigos como Jimmy Page, Jeff Beck e Nile Rodgers cinco clássicos do r&b, entre eles a deliciosa balada Sea Of Love, que acabou se transformando em seu maior hit em termos comerciais fora do Zepp.

O mérito de Robert Plant é ainda maior se levarmos em conta que ele teve problemas com as cordas vocais em alguns momentos dessa trajetória, inclusive nos tempos de Zeppelin. Felizmente, conseguiu se recuperar, embora tenha passado a se concentrar um pouco mais nos registros vocais mais graves, sempre de forma inspirada e deliciosa.

Os fãs do Led Zeppelin sempre sonharam com um retorno do grupo, mesmo sem o saudoso baterista John Bonham, cuja morte em setembro de 1980 causou o fim da banda. No entanto, eles só deram algumas poucas oportunidades para saciar as saudades de todos: em 1985, no Live Aid, em 1988, no aniversário de 40 anos da Atlantic Records, e em 2007, com um show completo em Londres registrado e lançado posteriormente em DVD, Blu-ray e CD.

Page e Plant também proporcionaram aos fãs o lançamento de dois álbuns em dupla, No Quarter (1994) e Walking Into Clarksdale (1998). A turnê de divulgação do primeiro os trouxe ao Brasil em janeiro de 1996, em shows no Rio e em São Paulo durante a última edição do festival Hollywood Rock.

Robert Plant cantou no Brasil pela primeira vez em janeiro de 1994, no Rio e em São Paulo, como atração do festival Hollywood Rock. Nessa ocasião, tive a oportunidade de participar da entrevista coletiva concedida por ele em São Paulo no hotel Maksoud Plaza, na qual ele se mostrou simpático e bem-humorado, brincando que ele sempre se mantinha com o visual “carneirinho”, por causa da cabeleira cacheada.

Nessa mesma ocasião, consegui que ele me autografasse a coletânea em vinil Ten For Forty Seven. Lembro que dei a ele a contracapa para o autógrafo, e ele não reconheceu de pronto o álbum, olhando a seguir para a capa e comentando “ah, é Ten For Forty Seven…”.

Seu mais recente trabalho, o CD Carry Fire, saiu em outubro de 2017 e conseguiu ótimo resultado comercial e bons elogios por parte da crítica especializada. Ele foi acompanhado novamente pela banda the Sensational Space Shifters. Em março de 2015, vi o show deles no Lollapalooza Brasil, e fiquei impressionado com a ótima performance de Plant em termos vocais. Feliz 70 anos, mestre!

Tall Cool One (clipe)- Robert Plant:

Morre Chester Bennington, o vocalista do grupo Linkin Park

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Por Fabian Chacur

Chester Bennington, o vocalista da banda de nu metal americana Linkin Park, foi encontrado morto nesta quinta-feira (20) em sua casa, nos EUA. As evidências apontam na direção de um suicídio como causa de sua morte prematura, aos 41 anos de idade. A notícia chocou seus colegas de grupo, pois nos próximos dias eles iriam iniciar uma nova turnê.

Outros elementos intrigantes cercam a passagem do astro americano. Ele nos deixou na mesma data em que Chris Cornell, ex-cantor dos grupos Soundgarden e Audioslave e seu grande amigo, iria completar 53 anos. Vale lembrar que Bennington cantou a musica Hallelujah, de Leonard Cohen, no funeral do amigo, e se mostrou extremamente abalado pelo fato. Cornell abriu shows do Linkin Park no final da década passada, e fazia dueto com o amigo em alguns deles.

O Linkin Park vivia um ótimo momento, pois seu mais recente álbum, One More Light, saiu em maio e rapidamente se tornou seu quinto trabalho a atingir o primeiro lugar nos EUA. Eles também lançaram há pouco um novo videoclipe, ou seja, nada parecia indicar um desfecho tão terrível. Só nos resta aguardar para saber mais informações, e também se a banda seguirá adiante ou não, agora sem seu cantor.

Criada em 1996 em Agoura Hill, Califórnia, a Linkin Park ganhou embalo exatamente com a entrada de Chester Bennington, vindo do Arizona, em 1999. O álbum Hybrid Theory (2000) apresentou uma banda promissora no então efervescente cenário do chamado Nu Metal, mistura de heavy metal e hip-hop. Foram mais de 11 milhões de cópias vendidas. O álbum seguinte, Meteora (2003), consolidou o grupo no meio roqueiro mundial, e foi o primeiro a atingir o topo da parada ianque, façanha que repetiriam por mais quatro vezes.

O grande charme do trabalho da banda é a mistura da voz potente e angustiada de Bennington com os raps espertos de Mike Shinoda. Apesar dos problemas com drogas e bebidas assumidos publicamente por seu cantor, o grupo conseguiu se manter na ativa com turnês e álbuns bem-sucedidos comercialmente. Eles também conquistaram fãs ilustres como Jay-Z, com quem lançaram em 2004 o álbum Collision Course (2004), que lhes valeu um Grammy.

Outro elemento meio sinistro na trajetória de Chester Bennington, se analisarmos o seu triste fim, é o fato de ele ter sido o vocalista do Stone Temple Pilots no EP High Rise. Vale lembrar que o cantor original dessa banda, Scott Weiland, também morreu de forma trágica, em 2015. O cantor, nascido em 20 de março de 1976, é mais um roqueiro que se vai de forma precoce, deixando no ar a sensação de o quanto a pressão do megaestrelato deve ser dura de ser suportada.

O Linkin Park se apresentou ao vivo no Brasil em diversas ocasiões, sendo a primeira em 2004 e a última em maio deste ano, como uma das atrações principais do Maximus Festival Brasil, no Autódromo de Interlagos, perante uma plateia composta por mais de 40 mil pessoas e ao lado das banda Slayer e Profets Of Rage.

Numb– Linkin Park:

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