Por Fabian Chacur

Chico Buarque é indispensável em qualquer discoteca que se preze. Em seus melhores trabalhos, temos a MPB em estado de graça, com padrão internacional de letras, melodias, arranjos, tudo.

Levando essa constatação óbvia em conta, a editora Abril lançou na semana passada a Coleção Chico Buarque. São 20 álbuns lançados pelo fantástico cantor, compositor e músico carioca em seus quase 50 anos de carreira.

Cada álbum original chega às bancas de jornais e outros pontos de venda com capa dura, encarte luxuoso repleto de fotos, texto sobre os discos, contextualização de época, letras de todas as músicas incluídas e fichas técnicas. Respeito total ao consumidor.

Os volumes podem ser adquiridos separadamente ao excelente preço de R$7,90 (o primeiro volume) e R$ 14,90 (os outros). Também está disponível uma caixa na qual os discos-livros podem ser guardados, encontrável nos pontos de venda.

A coleção abrange desde o início da carreira de Chico Buarque, na metade dos anos 60, até o recente Carioca. Seus mais importantes trabalhos estão aqui, sem exceção.

Já saíram até agora Chico Buarque, de 1978 (inclui Apesar de Você, Feijoada Completa, Trocando Em Miúdos e Cálice) e o seminal Construção (1971), na minha humilde opinião o melhor disco da história da MPB, com as fantásticas Construção, Olha Maria, Deus Lhe Pague e Cotidiano como destaques.

A possibilidade de adquirir os volumes semanalmente equivale a um parcelamento que torna viável a aquisição de todo o pacote, além de também permitir ao fã mais exigente selecionar o que de fato lhe interessa.

Apesar de genial, Chico também tem discos não tão consistentes, e alguns deles fazem parte da coleção, como Uma Palavra (1995), Per Un Pugno Di Samba (1970, gravado na Itália). De qualquer forma, um disco fraco do autor de As Vitrines é melhor do que 90% das obras completas de muita gente boa por aí.