Por Fabian Chacur

Em 1976, eu era um assíduo ouvinte de um programa de rádio comandado por Alfredo Borba, radialista e produtor musical. Ele adorava tirar sarro de artistas que achava ruins, e seu lema era “o programa que não tem jabaculê!”, ou seja, que não aceitava suborno para tocar determinadas músicas.

Lógico que todo artista a merecer elogios por parte dele acabava me atraindo a atenção. E um deles era um certo sambista chamado Roberto Silva, cuja interpretação da música Escurinho, de Geraldo Pereira, regravada naquele ano no disco Roberto Silva Interpreta Haroldo Lobo, Geraldo Pereira e Seus Parceiros (Copacabana, 1976), sempre tocava lá.

Desde então, quando tinha apenas 15 anos, aprendi a respeitar esse sambista, nascido no dia 9 de abril de 1920 no Rio. Pois ele infelizmente nos deixou neste domingo (9) no Rio, aos 92 anos, deixando quatro filhos e inúmeros fãs nos quatro cantos do país.

Denominado O Príncipe do Samba por seu estilo classudo de interpretar esse seminal gênero musical, Roberto Silva começou a gravar nos anos 40, e emplacou sucessos como Descendo o Morro, Maria Tereza, O Baile Começa Às Nove, Falsa Baiana e Escurinho, entre outros.

Seo Roberto influenciou muita gente boa, entre eles Paulinho da Viola, que por sinal esteve presente no velório e no enterro do cantor, ocorrido ontem mesmo no cemitério de Inhaúma, subúrbio do Rio onde ele morava há muitos anos. Descanse em paz, mestre!

Ouça Falsa Baiana, com Roberto Silva:

Ouça Escurinho (ao vivo), com Roberto Silva: