Por Fabian Chacur

O Samsung Best Of Blues Festival chega ao seu segundo ano com belos frutos a serem comemorados. Boa e enxuta programação, um ótimo local (o WTC Golden Hall-SP, acessível e abrigando confortavelmente aproximadamente 2.500 pessoas por noite), acústica eficiente e organização elogiável. Seu primeiro dia, na última sexta (9), trouxe boas atrações que agradaram bastante no geral.

A abertura ficou por conta da gatíssima Ana Popovic, cantora e guitarrista de blues de 37 anos de origem sérvia e radicada nos EUA há algum tempo. Ela entrou no palco às 20h05 acompanhada por um trio composto por músicos tocando órgão, bateria e baixo, e precisou de algumas músicas para ir se habituando ao ambiente e consequentemente se soltar um pouco mais. Quando isso ocorreu, a coisa virou festa.

Com cabelos longos e soltos, trajando um vestido curto azul e de saltos altos, Ana mostrou ser boa cantora e uma guitarrista eficiente, mergulhando em variações do blues com desenvoltura e abrindo espaços para seus músicos. Summer Rain, faixa de seu primeiro álbum (ela já lançou seis), foi a que mais agradou, além de belas homenagens a Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan. Quando o show chegou ao fim, às 21h10, o balanço era favorável a Miss Popovic.

Jonny Lang (foto) entrou às 21h35 com o desafio de provar que aquele garoto prodígio que lançou seu primeiro álbum solo (Lie To Me-1997) com apenas 16 anos e fez bonito ao tocar aqui no Free Jazz Festival em 1999 havia amadurecido bem. A resposta se mostrou favorável a ele logo nos primeiros acordes de sua guitarra e nos versos iniciais que cantou, com um vozeirão potente e bem burilado.

Acompanhado por uma excelente e versátil banda de apoio, Lang esbanjou jogo de cintura e versatilidade, atacando de blues, blues rock, soul, toques de jazz e até gospel. O cover de Livin’ For The City, de Stevie Wonder, foi um dos momentos mais arrepiantes de seu show, e nem mesmo o fato de ter tido uma corda estourada em uma das músicas tirou sua concentração.

Jonny saiu de cena às 22h52 com a certeza do dever cumprido, deixando o púbico animado para receber o lendário Buddy Guy, que por sinal é um dos mentores do seu antecessor no palco. O bluesman deu ao público idas à plateia, solos vigorosos, vocalizações potentes e aquele carisma que fez até mesmo Jimi Hendrix ser seu fã, nos já longínquos (porém essenciais) anos 60. Coisa de mestre.

Veja show de Jonny Lang de 2013 na íntegra: