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Zé Geraldo faz nova profissão de fé no seu estilo com o CD Hey, Zé!

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Por Fabian Chacur

Zé Geraldo é um artista autêntico. Desde o lançamento de seu primeiro álbum, em 1979, tem como marca a fidelidade a um estilo musical que funde rock, country e música rural brasileira, sempre com uma assinatura própria. Lógico que essa autenticidade pouco valeria se esse cantor, compositor e músico mineiro de 75 anos não tivesse talento, e isso ele tem de sobra. Hey, Zé!, seu novo CD, lançado pelo selo Sol do Meio Dia com distribuição da gravadora Kuarup, é mais uma prova concreta da força de sua criação.

Mesmo sem contar com a simpatia da grande mídia, o intérprete de hits como Cidadão e Milho aos Pombos conquistou um legião enorme de fãs pelo Brasil afora no melhor estilo boca-a-boca, em uma época (décadas de 1970, 1980 e 1990) que facilidades como internet e redes sociais ainda não eram sequer cogitadas por aqui. Ele consolidou sua fama na estrada, shows após show, canção após canção, superando as dificuldades com muita garra e fé.

Em seu novo trabalho, Zé não abre espaço para novas sonoridades, nem experimenta rumos diferentes dos habituais em sua longa e bem-sucedida trajetória. E isso não se mostra um problema, pois o universo ao qual se presta a desenvolver é uma estrada praticamente infinita, se o cara tiver talento, sensibilidade, inspiração e disposição, como é o caso do cidadão em questão.

Com sua voz rouca de timbre gostoso e cativante, esse trovador urbano-rural nos proporciona belas reflexões a respeito da vida, louvando o amor, a amizade e mostrando um eterno pé atrás em relação aos políticos, aos falsos pregadores e a quem só pensa em nos explorar e nos enganar. Não tem jabá que o compre, como ele próprio diz. E também demonstra uma fé inabalável nas novas gerações e em seu poder de transformar o mundo.

O bacana é que ele canta isso tudo de forma apaixonada, sim, mas também muito bem humorada, como, por exemplo, nas deliciosas Bicho Grilo Artesão, Roqueiro da Roça e Hippie Véio Sonhador, nas quais dá de ombros em relação a quem ironiza esse perfil de ser humano e mostrando que boas ideias e bons conceitos continuam tão atuais como sempre foram e sempre serão. Sonhar é preciso!

A faixa que dá nome ao álbum é uma inspirada versão em português de Hey Joe, que se tornou famosa mundialmente na gravação de Jimi Hendrix nos anos 1960. A Canção Que Vem do Céu é uma tocante homenagem a seu neto Gael, enquanto O Chão do Nosso Chão segue uma linha ecológica.

Enquanto Há Tempo propõe entregar o comando do Brasil a diversos tipos de pessoas de bem, cujas atitudes inspiram esperança em tempos melhores do que os atuais, mas com a advertência: “enquanto há tempo”. Afinal de contas, o relógio não para e as coisas se deterioram. Esperança, mas com foco!

E quem tem cães sabe o quanto esses seres encantadores ajudam a fazer nossas vidas mais saudáveis, encantadoras e até mesmo suportáveis. Zé Geraldo faz uma bela homenagem à sua encantadora cachorra na música Tina, um country rock delicioso com direito a latidos adoráveis em seu final.

Se as canções e as ideias são de primeira linha, os músicos que estão com Zé Geraldo nessa viagem musical são da melhor qualidade, todos mergulhando de cabeça no projeto. Feras do porte do Duofel, Folk na Kombi, Jean Trad, Hamilton Mica, Zeca Loureiro, Carneiro Sândalo e Aroldo Santarosa, por exemplo.

A faixa que encerra o álbum é Zé Geraldo (O Poeta do Bem), escrita por João Carreiro e Chico Teixeira, que por sinal participam nos vocais e violões. Uma homenagem tão bonita e merecida que não poderia ter ficado de fora do disco.

Hey, Zé! (o álbum) flagra um artista ainda inquieto, ativo e inspirado aos 75 anos de idade, capaz de nos oferecer canções belas, vigorosas e inspiradoras, que se mostram essenciais para suportar e tentar superar tempos tão difíceis como os que vivemos atualmente. A força de sua mensagem continua superando todos os desafios. Como diria outro artista do mesmo gabarito dele, o incrível Ednardo, “não tema sinhá donzela nossa sorte nessa guerra, eles são muitos, mas não podem voar”. Zé Geraldo pode! Voemos com ele!

Veja o clipe de Bicho Grilo Artesão, de Zé Geraldo:

Roberta Campos e Yaniel Matos vão cantar juntos em Paraty (RJ)

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Por Fabian Chacur

Sempre aberta a novas parcerias, a cantora, compositora e musicista mineira Roberta Campos celebra mais uma. É com o cantor, compositor, violoncelista e pianista cubano radicado no Brasil Yaniel Matos. “Um amigo me mostrou uns vídeos do Yaniel e me encantei! O jeito dele tocar cello é pulsante, muito bonito e combina com a delicadeza de minhas canções. Nos demos bem de primeira, nossa arte fala a mesma língua”, comenta.

Os dois irão se apresentar juntos no dia 4 de outubro (sexta-feira) às 21h na Festa Latina, que será realizada na cidade de Paraty (RJ), uma das mais belas e culturais do estado do Rio de Janeiro. O evento está programado para a Quadra da Matriz, com entrada gratuita. Eis uma promissora parceria que se inicia.

Formado em música pelo Instituto Superior de Arte de Havana, Yaniel teve influência e inspiração de craques da música como Chucho Valdés e Isaac Delgado. Ele se mudou para o Brasil, mais especificamente para São Paulo, em 2000. No seu currículo, temos algumas turnês internacionais, gravações e shows com artistas como Carlinhos Brown, Lenine, Kiko Loureiro, Angra, Timbalada e Fabiana Cozza, só para citar alguns. Ele toca vários instrumentos além do violoncelo e do piano, os mais frequentes.

O artista cubano desenvolve uma carreira-solo que já rendeu álbuns elogiados como La Mirada (2014) e Carabali (2016). Ele também integra o Mani Padme Trio com Ricardo Mosca (bateria) e Du Moreira (baixo), formação que rendeu recentemente o álbum Voo (2016).

Com 10 anos de carreira discográfica, Roberta Campos se firmou no cenário brasileiro como uma das mais consistentes figuras da cena folk brasileira, com sua bela voz e capacidade de interpretar bem suas composições e também canções alheias. Seu lançamento mais recente é o ótimo DVD Todo Caminho É Sorte- Ao Vivo (Deck). Leia mais sobre ela aqui.

Habana (clipe)- Yaniel Matos:

Agridoce de Pitty lança single virtual contendo La Javanaise

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Por Fabian Chacur

O projeto Agridoce, que reuniu Pitty e Martin e rendeu dois frutos discográficos, o CD Agridoce (2011) e o DVD Multishow Registro Agridoce 20 Passos (2012) volta à cena, mesmo que de forma virtual e com um resgate. No DVD, o duo registrou as músicas de seu único álbum e também alguns covers. Um deles, a canção La Javanaise, acaba de ser disponibilizada em todas as plataformas digitais, com direito a capa bacana e tudo.

Antes apenas incluída no DVD, agora esse belo registro do Agridoce está disponível inclusive no Youtube. A releitura ficou bem bacana. La Javanaise é uma canção de autoria do genial cantor e compositor francês Serge Gainsbourg (1928-1991), autor clássicos como Je T’aime Moi Non Plus e La Décadanse. Essa música foi gravada originalmente pelo autor e pela cantora Juliette Grecco em 1963, e desde então foi relida por nomes como Iggy Pop e Madeleine Peyroux, entre outros.

Pitty, que voltou à carreira-solo após o fim do Agridoce, explica sua decisão de regravar esse clássico da música pop francesa e, por tabela, da mundial. “Fizemos essa versão, porque somos fãs do trabalho de Gainsbourg, e escutamos demais o disco dele com a Brigitte Bardot durante as gravações do disco na Cantareira”.

La Javanaise– Agridoce:

Anavitória mescla sonoridade suave e sutileza em seu álbum

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Por Fabian Chacur

Duas jovens garotas de Tocantins estão fazendo atualmente o maior furor no meio musical. Com mais de 16.3 milhões de visualizações em seu canal no Yutube e várias músicas fazendo bela carreira nos canais de streaming, essa dupla, que atende pelo nome de Anavitória (assim mesmo, tudo junto), está lançando seu primeiro álbum, autointitulado, com direito a versões física e digital e distribuição a cargo da Universal Music.

Simpáticas, as garotas afirmam se conhecer “desde sempre”, na cidade de Araguaína (TO). Mas o envolvimento musical demorou um bocadinho mais. Ana Caetano, de 21 anos, criou um canal de composições no Youtube, e não demorou para que a amiga Vitória Falcão, de 20 anos, virasse a sua parceira em 2013, para cantarem juntos aquelas e também eventuais canções alheias. Uma dessas de outros autores, Um Dia Após o Outro, de Tiago Iorc, iria dar o maior pé.

“A gravação chegou ao Tiago via Felipe Simas, empresário dele, e os dois não só gostaram como também nos convidaram para gravarmos um EP com a produção do Tiago”, relembram. Esse EP digital ajudou a impulsionar o duo. As cantorias ocorriam via internet e nas férias das duas, pois Vitória estava estudando teatro em São Paulo, enquanto Ana cursava medicina em Araguari (MG). Mas a paixão musical quebrou essas distâncias e as uniu de vez.

Através do processo de financiamento coletivo (crowdfunding), a dupla conseguiu viabilizar a gravação de seu primeiro álbum, com produção de Tiago Iorc, que de quebra participou da faixa Trevo, tocou vários instrumentos e também é coautor de três das dez composições inéditas do trabalho. O trabalho já estava finalizado quando o produtor Paul Ralphes, da Universal Music, conheceu a dupla e as convidou para lançar o álbum pela multinacional.

A parceria com Iorc, um dos artistas mais cultuados no cenário pop brasileiro, foi das mais importantes. “Ele nos orientou muito, produziu o disco junto conosco, e além disso nós gostamos muito do som dele”, comenta Vitória. Além das músicas inéditas, o disco (disponível nos formatos físico e digital) traz a releitura de Tocando Em Frente (Renato Teixeira e Almir Sater), hit com Maria Bethânia. “É uma referência ao pop rural, e procuramos fazer uma releitura fugindo da mesmice, imprimindo a nossa verdade nela”, afirma Ana.

Vitória explica as características peculiares do trabalho da dupla. “A Ana compõe de uma forma muito pessoal, fala de amor. Tudo foi uma chamada, espalhar o amor, música que faça as pessoas sorrirem, de luz, de coisas positivas. Temos influência de folk, mas ouvimos de tudo, é legal a música passar por vários caminhos”. No momento, as garotas estão em plena turnê de divulgação de seu primeiro álbum.

Singular– Anavitória:

Clipe reúne Tuia e Zé Geraldo na contagiante Ainda a Mosca

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Por Fabian Chacur

Se tivesse sido lançada nos anos 1970, a música Ainda a Mosca provavelmente se tornaria um grande hit nas programações das rádios de todo o Brasil. Como as coisas mudaram muito desde então, e não necessariamente para melhor, pouca gente já conhece esse verdadeiro petardo sonoro, gravado pelo ótimo cantor, compositor e músico Tuia em parceria com Zé Geraldo. Acaba de ser lançado um clipe para divulga-la. Imperdível é pouco.

Mesclando cenas das gravações em estúdio com outras colhidas em show ao vivo, o vídeo que ilustra Ainda a Mosca aposta na simplicidade e na limpeza de imagem, com ótimo resultado. Uma forma sem complicações de divulgar uma música com letra irônica e citando Mosca na Sopa, clássico de Raul Seixas. Esse country-folk rock mostra um casamento perfeito entre as vozes de Tuia e Zé Geraldo, e o resultado entra para a galeria do rock rural brasileiro.

Com mais de 20 anos de carreira, Tuia Lencioni se firmou como um dos grandes nomes do folk brasileiro, digno sucessor (e colega) de craques como Sá, Rodrix & Guarabira, Tavito e o próprio Zé Geraldo. Seu mais recente CD, Reverso Folk (leia a crítica de Mondo Pop aqui), é um dos melhores lançamentos da música popular brasileira em 2016. Vá conferir agora, você irá me agradecer!!!

Veja o clipe de Ainda a Mosca, com Tuia e Zé Geraldo:

Edgard Scandurra/Nasi: segue na estrada a turnê Ira! Folk

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Por Fabian Chacur

Tudo começou quando Edgard Scandurra e Nasi cantavam canções no melhor esquema voz e violão, lá na segunda metade dos anos 1970. Quase quatro décadas depois, o círculo de certa forma se fecha quando os velhos amigos iniciam a turnê Ira! Folk, na qual releem grandes sucessos da banda que os tornou conhecidos nacionalmente, o Ira!, em um formato voz e violão, despido de eletricidade e trazendo à frente as melodias e também os acordes acústicos dos violões.

O primeiro show do novo projeto ocorreu no último dia 13 de maio no Teatro Positivo, em Curitiba, perante 2.450 pessoas, ou seja, a lotação completa do local. E a boa notícia é que Scandurra e Nasi anunciaram mais 16 datas pelo Brasil, sendo que a primeira será realizada nesta sexta-feira (10) na cidade de Pato Branco (PR). A última confirmada até o momento rolará no dia 15 de outubro em Fortaleza (CE).

O repertório inclui canções bastante queridas pelos fãs da banda, como por exemplo Tolices, que Nasi recorda ter sido composta por Edgard Scandurra ainda nos seus tempos de colégio, em uma versão instrumental inicialmente intitulada São Patrício que pouco depois ganharia letra, e apareceria no primeiro álbum da banda, Mudança de Comportamento (1985). Tarde Vazia e Boneca de Cera também fazem parte do set list, que certamente virará DVD/CD.

As datas da turnê Ira! Folk confirmadas até o momento:

10.06.2016 PATO BRANCO/PR

11.06.2016 CASCAVEL/PR

02.07.2016 BELO HORIZONTE/MG

16.07.2016 SÃO CAETANO DO SUL/SP

12.08.2016 SÃO PAULO/SP

13.08.2016 SÃO PAULO/SP

18.08.2016 FLORIANÓPOLIS/SC

19.08.2016 JOINVILLE/SC

20.08.2016 BLUMENAU/SC

21.08.2016 JARAGUÁ DO SUL/SC

06.09.2016 NOVO HAMBURGO/RS

07.09.2016 PORTO ALEGRE/RS

08.08.2016 PELOTAS/RS

13.10.2016 RECIFE/PE

14.10.2016 NATAL/RN

15.10.2016 FORTALEZA/CE

Tolices (ao vivo)- Ira! Acústico:

Tarde Vazia (ao vivo)- Ira! Acústico:

Bonecas de Cera (ao vivo)- Ira! Acústico:

Rock rural de Tuia atinge sua maturidade em Reverso Folk

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Por Fabian Chacur

O rock rural surgiu no Brasil no início dos anos 1970. Seu provável pai foi o trio Sá, Rodrix & Guarabira, que misturou com categoria rock, country, folk e música brasileira. Desde então, surgiram bons seguidores do estilo, como Renato Teixeira, Zé Geraldo, Tavito, Luiz Guedes & Thomas Roth etc. Tuia Lencioni é um dos bons nomes atuais do setor, e com seu novo CD, Reverso Folk, prova chegar à maturidade em termos musicais.

Com mais de 20 anos de estrada, Tuia foi anteriormente integrante da banda Dotô Jeka, onde ficou por uma década. Em 2011, lançou seu primeiro trabalho individual, o CD/DVD Tuia Ao Vivo. Em 2013, veio o CD gravado em estúdio Jardim Invisível (leia entrevista sobre o disco aqui). Para promover esses discos, muitos shows, que lhe permitiram ampliar seu público alvo e se aprimorar profissionalmente.

O resultado dessa estrada toda é visível e audível em Reverso Folk. Se os trabalhos anteriores já eram ótimos, esse aqui apresenta sutilezas diversas. Procura ir além do já rico universo do rock rural, flertando com o pop e não fechando portas estilísticas, o que é sempre uma atitude interessante por parte de um criador. A essência de sua veia musical, no entanto, permanece a mesma: um som romântico, positivo, pra cima, poético e sonhador. Coisa de quem sabe o que quer e sabe como fazer.

Três convidados mais do que especiais marcam presença no CD. Zé Geraldo brilha no irreverente rock Ainda a Mosca, uma evidente homenagem ao estilo cáustico do saudoso Raul Seixas. As harmonias vocais de Tavito se sobressaem na bela Vermelho Coração, e o pioneiro roqueiro rural Guarabira ajuda Tuia a mostrar uma nova faceta de Flor, canção que em sua versão original abre Jardim Invisível e que, nesta feliz releitura, curiosamente encerra Reverso Folk.

Com suas dez faixas, o novo trabalho de Tuia, que inaugura a sua parceria com a Sony Music, proporciona ao ouvinte um clima rural, harmônico e cativante em uma época tão conturbada e difícil como a atual, na qual irmãos brigam com irmãos por nada e muitos caçam os restos de nada para não passar fome. Que Reverso Folk possa inspirar coisas boas a todos, com sua doçura e sua incrível fé na vida.

Flor– Tuia e Guarabira:

A Cor do Dia– Tuia:

Show homenageia Belchior no palco do Sesc Pinheiros em SP

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Por Fabian Chacur

Para infelicidade geral dos fãs da melhor música brasileira, Belchior sumiu das manchetes referentes a esse tema e mergulhou de cabeça nas páginas policiais, de uns sete anos para cá. Já que ele não nos proporciona a chance de vê-lo interpretar seus clássicos ao vivo, um paliativo rola no próximo dia 25 de fevereiro às 21h no Sesc Pinheiros (rua Paes Leme, nº 195- Pinheiros – fone 0xx11-3095-9400), com ingressos a R$30,00 e R$ 15,00 (meia). Trata-se do show coletivo Velha Roupa Colorida, homenagem ao genial artista cearense.

Concebido pelo músico Teago Oliveira, da banda baiana Maglore, e com direção a cargo do experiente músico Xuxa Levy, o show traz como vocalistas o próprio Teago (que se incumbirá guitarra e violão), Hélio Flanders (do grupo Vanguart), Dani Black e Pélico. A banda de apoio inclui Xuxa Levy (teclados), Davi Gomes (bateria), Dudinha Lima (baixo), Regis Damasceno (guitarra e violão), Denílson Martins (sax e flauta) e Will Bone (trombone, trompete, synths etc).

O mote do espetáculo é o aniversário de 40 anos do lançamento de Alucinação, o melhor e mais bem-sucedido álbum em termos comerciais do cantor, compositor e músico cearense, que de quebra ainda fará 70 anos no próximo dia 26 de outubro. O repertório contém maravilhas do porte de Medo de Avião, Apenas Um Rapaz Latino-Americano, Divina Comédia Humana, A Palo Seco e Como Nossos Pais, entre outras. E fica a torcida para que, em breve, possamos novamente ouvir essas e outras na voz de seu próprio criador.

Alucinação- Belchior (CD em streaming):

Doutor Jupter volta com o CD gravado ao vivo diferenciado

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Por Fabian Chacur

Em 2011, o grupo Doutor Jupter lançou o seu primeiro álbum de estúdio. O CD, autointitulado (leia mais sobre ele aqui) conseguiu boa repercussão, e agora é sucedido por Na Varanda, lançado com o apoio do ProacSP (programa de incentivo cultural do Estado de São Paulo), gravado ao vivo e fora dos parâmetros habituais para esse tipo de trabalho.

Para começo de conversa, Na Varada traz apenas faixas inéditas. Como o nome já entrega, o CD foi gravado ao vivo em uma varada situada próxima ao local onde os integrantes da banda moram, na cidade de Mairiporã (SP), que fica próxima a São Paulo, embora com um ambiente rural muito distante dessa loucura de asfalto e cimento da capital.

Ricardo Massonetto (vocal, violão, banjo, bandolim, gaita e kazzo), coautor de todas as músicas em parceria com sua esposa, Mariana, explica a opção inusitada: “desde o início tínhamos decidido que este seria um disco acústico. Aí, apresentávamos as novas músicas para nossos amigos e fãs na varanda da nossa casa, e vimos que gravar desse jeito seria uma forma de mostrar a verdade do nosso som”.

Por razões técnicas, eles optaram por realizar a gravação na varanda de uma casa próxima à deles, em Mairiporã mesmo. Foram dois dias de gravações, perante uma plateia entre 25 a 30 pessoas por dia composta por amigos, parentes e fãs. “O legal é que usamos uns 50% do material de cada dia e sem emendas, cortes, nada, o que saiu é aquilo, nem afinador de estúdio usamos”, garante Massonetto.

Oriunda de Ribeirão Preto (SP) e radicada em Mairiporã há dez anos, a banda conta com Ricardo, o irmão Dudu Massonetto (baixo e vocais), Rodrigo Meszaros (banjo, violão, slide, trompete e vocais) e Mateus Briccio (bateria). O novo CD contou com as participações especiais dos também ribeirão-pretanos de Andrei Furlan (vocais), João Naccarato (violino e bandolim) e Ulysses Neto (acordeon).

Ricardo se assume como uma espécie de “bicho do mato”, assim como sua banda, pois costumam se manter em seu reduto campestre, saindo pouco de lá. A sonoridade de folk-country-MPB-rock vem dessa tendência rural, com as letras refletindo essa experiência. “A faixa Saco de Dormir, por exemplo, fala sobre esse nosso jeito de ser, bem autorretrato mesmo”.

Outro momento importante do CD é O Melhor do Mundo, na qual eles falam sobre sua visão de vida. “Vivíamos um momento muito feliz quando compusemos essa música, tivemos a notícia de que o CD tinha sido aprovado para a lei de incentivo cultural. Ela fala de encontrar a felicidade nas coisas boas do cotidiano”.

As músicas do álbum contam com vídeos feitos especialmente para divulga-las, sem projeto de lançamento em um DVD. O grupo fará seis shows fechados na região de Mairiporã, incluindo cidades como Franco da Rocha, Caieiras e Francisco Morato, cuja carência de eventos culturais é muito grande. A ideia é divulgar o CD com calma durante 2016. “Nunca tivemos facilitadores ou caminhos já capinados, tivemos de construir um alicerce por conta própria, mas está valendo a pena”.

Ouça o CD Na Varanda do Doutor Jupter na íntegra em streaming:

O Melhor do Mundo (clipe)- Doutor Jupter:

Caberá (clipe)- Doutor Jupter:

Tuia Lencioni lança clipe e faz uma prévia do novo trabalho

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Por Fabian Chacur

Tuia Lencioni, um dos nomes mais interessantes do atual cenário do folk brasileiro (ou rock rural, se preferirem assim), tem boas novidades. Ele acaba de lançar um novo clipe, que divulga o primeiro single do que será o seu novo álbum, previsto para chegar ao mercado em 2016 e intitulado Reverso Folk. A faixa inédita é A Cor do Dia.

A canção tem uma levada envolvente, com predominância do violão e arranjo pop, com letra romântica até a medula. O clipe é delicioso e despretensioso, mostrando o músico em um lugar rural desses paradisíacos em vários momentos, do dia ao pôr do sol, da noite à madrugada, sempre muito bem acompanhado. A música já toca em algumas rádios, entre elas a Nova Brasil.

Com mais de 20 anos de carreira, o cantor e compositor que está usando o nome artístico Tuia integrou a banda Dotô Jeka, com a qual lançou um álbum em 1996. Seu mais recente trabalho solo é o excelente Jardim Invisível (2013, leia entrevista de Mondo Pop sobre ele aqui). Ele está sempre na estrada, tocando sozinho ou com parceiros bacanas, como Guarabira e Lancaster, só para citar dois deles.

Veja o clipe de A Cor do Dia– Tuia:

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