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Ghost lançará um EP de covers inesperados, Phantomine

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Por Fabian Chacur

Com mais de 15 anos de estrada,a banda sueca Ghost marcou sua trajetória por um heavy metal rock pontuado por letras inspiradas pelo ocultismo e valendo-se de fantasias e pinturas que ironizam as religiões. Após o estouro de seu 5º álbum, Impera (2022), que atingiu o 2º posto na disputada parada de sucessos norte-americana, eles prometem para o dia 18 de maio um novo EP, intitulado Phantomine.

O trabalho tem tudo para surpreender os fãs, pois traz releituras de cinco hits de outros artistas, sendo que apenas um da sua área de atuação (do Iron Maiden). A primeira faixa divulgada é Jesus He Knows It, do Genesis, que não por acaso tem como tema a exploração mal intencionadas da mídia por parte de algumas religiões. O clipe equivale a uma versão mais hardcore em relação ao do Genesis (veja o clipe original aqui).

Eis as faixas incluídas no EP Phantomine:

See No Evil (Television- 1977)

Jesus He Knows It (Genesis- 1991)

Hanging Around (The Stranglers- 1977)

Phantom Of The Opera (Iron Maiden- 1980)

We Don’t Need Another Hero (Thunderdome) (Tina Turner- 1985)

Jesus He Know It (clipe)- Ghost:

Peter Gabriel mostra single Panopticom; álbum em breve

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Por Fabian Chacur

Vem aí um novo álbum de Peter Gabriel. Intitulado i/o, o trabalho sairá em algum momento deste ano. Como forma de divulgá-lo, já está disponível nas plataformas digitais uma de suas faixas, Panopticom, cuja letra é inspirada nos trabalhos das associações Forensic Architeture, Bellingcat e WITNESS, esta última criada pelo próprio cantor. Ele explica:

“Essa 1ª música é baseada em uma ideia na qual venho trabalhando para iniciar a criação de um globo de dados acessível e infinitamente expansível: o Panopticom. Estamos começando a conectar um grupo de pessoas com ideias semelhantes que podem dar vida a isso, para permitir que o mundo se veja melhor e entenda mais o que realmente está acontecendo”.

Com um clima intenso e que dosa teclados e guitarras, além da voz marcante de Gabriel, Panopticom tem como capa do single a obra de arte No Gravity, do artista David Spriggs. Em outro texto enviado à imprensa, o ex-vocalista do Genesis fala sobre as motivações por trás do seu trabalho atual:

“Parte do que estou escrevendo é a ideia de que parecemos incrivelmente capazes de destruir o planeta que nos deu origem e que, a menos que encontremos maneiras de nos reconectar à natureza e ao mundo natural, perderemos muito. Uma maneira simples de pensar onde nos encaixamos em tudo isso é olhar para o céu, e a lua sempre me atraiu para ela”.

Dentro desse conceito, novos singles serão divulgados a cada lua cheia, como foi o caso deste Panopticom. O álbum i/o será devidamente divulgado com uma turnê mundial que terá em breve as suas datas divulgadas, sendo que ainda não se fala em shows no Brasil.

Panopticom– Peter Gabriel:

Phil Collins lança série de podcasts falando sobre sua carreira

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Por Fabian Chacur

Se você é fã de Phil Collins e consegue se virar bem no idioma inglês, este lançamento é especialmente para você. Já está disponível nas plataformas digitais o episódio inicial de uma série de seis podcasts protagonizado pelo cantor, compositor e músico britânico intitulado The A-Z Of Phil Collins. O projeto surge para celebrar os 40 anos do lançamento de seu 1º álbum solo, Face Value, que saiu em 13 de fevereiro de 1981 e atingiu o 1º posto na parada britânica e o 7º nos EUA.

O programa inicial tem aproximadamente 22 minutos de duração, e sua concepção é simples. Trata-se de uma entrevista conduzida pelo jornalista britânico Matt Everitt, da produtora de conteúdo Cup & Nuzzle, que aborda fatos importantes na carreira do astro pop sempre partindo de uma letra do alfabeto. Tipo D, de Disney, que nos leva à trilha de Tarzan (1999), cuja canção You’ll Be In My Heart rendeu um Oscar ao ex-integrante do Genesis.

Ouça o primeiro episódio de The AZ Of Phil Collins:

Phil Collins terá dois álbuns ao vivo relançados pela Warner

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Por Fabian Chacur

Dando prosseguimento à série de relançamentos da discografia solo de Phil Collins, a Warner Music anuncia para fevereiro de 2019 mais dois itens que voltarão ao mercado, desta vez em versões remasterizadas e nos formatos físicos e digitais. São os álbuns ao vivo Serious Hits…Live! (1990) e A Hot Night In Paris (1999), este último na verdade um trabalho creditado à The Phil Collins Big Band. Ambos terão o selo Atlantic-Rhino, e são excelentes.

Serious Hits…Live! flagra o consagrado cantor, compositor e músico britânico no auge de sua carreira solo, durante uma turnê mundial que durou de fevereiro a outubro de 1990 e divulgou o álbum …But Seriously (1989), um dos melhores do astro pop. O repertório traz versões matadoras de Something Happened On The Way To Heaven e Don’t Forget My Number, além de megahits do calibre de Another Day In Paradise, In The Air Tonight e One More Night. Ele é acompanhado por uma super banda de 11 músicos, entre os quais os brilhantes Leland Sklar (baixo), Daryl Stuemer (guitarra) e Arnold McCuller (vocais de apoio).

A The Phil Collins Big Band existiu entre 1996 e 1998, e foi a realização de um antigo sonho de Collins, que sempre se declarou fã das big bands jazzísticas de Count Basie, Duke Ellington e do baterista Buddy Rich. Composta por 20 músicos, traz o músico britânico dedicando-se exclusivamente à bateria, tocando versões instrumentais de hits do Genesis e de sua carreira-solo, além de covers como Milestones (Miles Davis) e Pick Up The Pieces (matador hit setentista da banda funk Average White Band), e uma composição bem bacana do saxofonista da banda, Gerald Albright (Chips & Salsa).

Confira as faixas de Serious Hits… Live!:

1. ‘Something Happened On The Way To Heaven’
2. ‘Against All Odds (Take A Look At Me Now)’
3. ‘Who Said I Would’
4. ‘One More Night’
5. ‘Don’t Lose My Number’
6. ‘Do You Remember?’
7. ‘Another Day In Paradise’
8. ‘Separate Lives’
9. ‘In The Air Tonight’
10. ‘You Can’t Hurry Love’
11. ‘Two Hearts’
12. ‘Sussudio’
13. ‘A Groovy Kind of Love’
14. ‘Easy Lover’
15. ‘Take Me Home’

Confira as faixas de A Hot Night In Paris:

1. ‘Sussudio’
2. ‘That’s all’
3. ‘Invisible Touch’
4. ‘Chips & Salsa’
5. ‘Hold On My Heart’
6. ‘I Don’t Care Anymore’
7. ‘Milestones’
8. ‘Against All Odds’
9. ‘Pick Up The Pieces’
10. ‘The Los Endos Suite’

Serious Hits…Live- Phil Collins:

Coletânea R-Kive faz uma boa viagem pela obra do Genesis

R-Kive-genesis-400xPor Fabian Chacur

Foi lançado na Inglaterra e no exterior um documentário que dá uma geral na carreira do Genesis. Ainda sem previsão de lançamento no Brasil, o filme conta com depoimentos atuais de seus integrantes e imagens de arquivo dos mais de 40 anos da carreira da banda britânica. Como consolo, acaba de sair por aqui via Universal Music a coletânea tripla R-Kive, espécie de complemento do vídeo.

Durante esses anos todos, foram lançadas várias compilações com músicas da célebre banda inglesa, um dos pilares do rock progressivo. No entanto, esta aqui é sem sombra de dúvidas a mais abrangente e bem pensada, especialmente para aqueles que não conhecem bem o seu trabalho, ou que gostariam de poder ouvir momentos representativos de todas as suas fases.

São no total 37 faixas, sendo 22 do grupo e três de projetos individuais de cada um dos cinco integrantes mais importantes da história do grupo: Phil Collins (bateria e vocal), Peter Gabriel (vocal), Peter Banks (teclados), Steve Hackett (guitarra) e Mike Rutherford (baixo e guitarra). Ou seja, pela primeira vez uma coletânea mistura esse material todo.

A distribuição das músicas foi feita de forma bastante inteligente. O primeiro CD enfatiza a fase mais progressiva nos moldes tradicionais do gênero, quando Peter Gabriel era o vocalista do Genesis. São 9 faixas, sendo Supper’s Ready com mais de 23 minutos de duração. Longas passagens instrumentais, melodias próximas da música erudita, especialmente de sua vertente mais romântica, letras psicodélicas, eis as marcas dessa fase.

Entre improvisos e faixas mais longas, também temos nesse disco as mais compactas I Know What I Like (in Your Wardrobe) e Carpet Crawlers, que davam leves dicas do que viria. A faixa que encerra essa parte é Ace Of Wands, do primeiro trabalho solo de Steve Hackett (Voyage Of The Acolyte), da qual participam Phil Collins e Mike Rutherford.

O segundo CD registra a banda em sua fase de transição, sem Gabriel e Hackett e com Phil Collins nos vocais, aos poucos mergulhando um pouco mais no rock eletrônico, no pop e em outros elementos musicais. Os trabalhos solo também mostram uma amplitude enorme, como provam Solsbury Hill e Biko (Peter Gabriel), In The Air Tonight (Phil Collins) e Every Day (Steve Hackett).

O terceiro CD apresenta o Genesis com a cara que o tornou ainda mais bem-sucedido em termos comerciais, um pop rock consistente, musculoso e que não perdeu a força de seus tempos mais progressivo nos moldes dos anos 70. Ou seja, a ousadia continuou presente, só que de outras formas, como provam Invisible Touch, I Can’t Dance, Land Of Confusion e Hold On My Heart.

Também é interessante ouvir as faixas do bem-sucedido grupo alternativo de Mike Rutherford, o Mike + The Mechanics, com direito às ótimas The Living Years e Over My Shoulder. Os outros momentos solo incluídos aqui mostram desde experiências com o flamenco (Nomads, de Steve Hackett) e a música erudita (Siren, de Tony Banks).

O legal desta compilação é que não houve a intenção de reunir todos os hits. Outras coletâneas já cumpriram essa missão anteriormente. Aqui, o fundamental foi apresentar momentos representativos da carreira do grupo e de seus integrantes, mesmo que em alguns casos não se tratasse das faixas mais conhecidas.

R-Kive conta com belíssima embalagem digipack e um encarte com ótimo texto repleto de aspas dos cinco músicos (que contribuíram diretamente na realização desta coletânea) e fotos das capas de todos os álbuns dos quais faixas foram extraídas (no caso do Genesis, todos de estúdio a partir do álbum Foxtrot, de 1970, que marcou o início da “fase adulta” da banda).

Ouvir R-Kive na íntegra e na sequência é uma bela forma de se viajar na trajetória de uma banda que nunca teve medo de experimentar novos rumos e formatos para a sua música, tanto em conjunto como em suas trajetórias individuais paralelas. Que venha logo o documentário, para que possamos ter a experiência integral CDs+filme.

Supper’s Ready – Genesis:

Mama -Genesis:

Invisible Touch – Genesis:

Peter Gabriel conta história de So em DVD

Por Fabian Chacur

Em 1986, Peter Gabriel era um artista que possuia um público fiel e cuja discografia atraia fãs mais sofisticados e intelectualizados. Vendia discos de forma razoável, mas não era daqueles que lideravam as paradas de sucesso. Havia quem só o conhecesse como ex-vocalista do Geneis, banda inglesa que deixou em 1975.

Naquele ano, no entanto, esse cenário mudaria de forma radical. Com o estouro do single Sledgehammer e do álbum no qual foi incluído, So, o cantor, compositor e músico britânico estourou em termos mundiais, ponteando até mesmo a difícil e disputada parada americana.

O DVD So- The Definitive Authorised Story Of The Album, novo título da série Classic Albums, conta como Gabriel concebeu e gravou o seu álbum mais bem-sucedido em termos comerciais, e cuja qualidade artística é também refinada e muito bem realizada.

A parceria entre Gabriel e o produtor Daniel Lanois, a importância da participação de músicos como Jerry Marotta, Laurie Anderson, Tony Levin e Manu Katché, as gravações feitas em um estúdio montado pelo astro em um local tipicamente campestre na Inglaterra e a concepção de cada faixa são apresentadas com muitos detalhes.

Outro ponto explorado é a importância do videoclipe de Sledgehammer, que se valeu de modernos recursos visuais e cuja exibição constante na MTV ajudou a multiplicar sua popularidade perante o público jovem, além de gerar a demanda para a criação de clipes para outras canções de So como Big Time, Red Rain e Don’t Give Up.

A mistura sonora proposta por Gabriel, que funde rock, funk, soul, ritmos africanos e experimentalismo, conseguiu mesclar inovações a um formato passível de ser apreciado pelo público médio sem afastar aqueles que seguiam sua carreira solo desde o seu início, em 1977. O famoso “juntar a fome com a vontade de comer”.

A revelação mais curiosa do documentário é o fato de que Peter Gabriel pensava inicialmente na cantora country-pop e atriz Dolly Parton para gravar em dueto com ele a canção Don’t Give Up, tarefa que acabou sendo desempenhada com brilhantismo por Kate Bush. Como ficaria essa música na voz da intérprete de Nine To Five?

O documentário é completado por mais de 35 minutos adicionais na seção de extras, com direito a entrevistas expandidas e o making of do clipe Sledgehammer. Mais um belo lançamento dessa seminal série Classic Albums, uma verdadeira enciclopédia em formato DVD de alguns dos mais importantes álbuns da história do rock.

Clipe de Sledgehammer, de Peter Gabriel:

Veja o trailer do documentário sobre o álbum So:

Vídeo flagra Phil Collins em bela despedida

Por Fabian Chacur

Phil Collins é um dos grandes talentos da história da música pop. Grande baterista, excelente vocalista e compositor talentoso, ele brilhou tanto no Genesis, grupo no qual entrou em 1970, como em produtiva carreira solo.

Em 2004, o astro britânico resolveu dar um fim às turnês solo para ficar mais tempo ao lado da família. O DVD duplo (e Blu-ray simples) Live At Montreux 2004, lançado (s) no Brasil pela ST2, é o registro de um dos shows dessa última tour de Collins, realizado no mitológico festival de jazz de Montreux, na Suíça, em 7 de julho daquele ano.

Acompanhado por uma banda excelente com direito a metais e tudo, da qual se destacam o baixista Leland Sklar (que tocou durante anos com James Taylor), Daryl Stuermer (guitarrista, tocou com o Genesis e na carreira solo de Collins) e Chester Thompson (baterista que tocou com ele na carreira solo e também nos shows do Genesis), Collins dá boa geral em seus sucessos como astro solo.

Ele toca bateria apenas em algumas músicas, mas dá um show de vocais e carisma em canções como Something Happened On The Way To Heaven, Against All Odds, In The Air Tonight (provavelmente a melhor versão ao vivo já registrada dessa canção), Take Me Home, Easy Lover, Sussudio e Another Day In Paradise.

O espetáculo é a prova da expressividade da obra de Phil Collins como artista pop, pois oferece a seus fãs qualidade musical, um trabalho acessível e longe da banalidade. Todo crítico isento deveria valorizar o trabalho desse artista, independente do alto teor pop de sua produção musical. Nem sempre vanguarda é sinônimo de qualidade e sucesso é sinônimo de porcaria.

Como extra, temos aqui uma bela surpresa. Trata-se do registro feito em 1996, em outra edição do festival de Montreux, da apresentação da Phil Collins Big Band, na qual ele passa a maior parte do espetáculo tocando bateria e no qual conta com a regência de ninguém menos do que Quincy Jones, além de ter músicos como Nathan East, David Sanborn, Ralph Sharon e a participação especialíssima de Tony Bennett.

O repertório mistura músicas da carreira solo de Collins e também alguns clássicos do Genesis, com espaços para standards do jazz. Os arranjos são fluentes e bem distintos das gravações originais, e o desempenho do músico inglês como baterista é impecável.

Em um contexto basicamente instrumental e jazzístico, músicas como Two Hearts, That’s All, Invisible Touch e Hand In Hand ganharam novas e surpreendentes roupagens. Temos também o belo standard de jazz There’ll Be Some Changes Made, na qual Tony Bennett mostra o porque é uma das lendas vivas do jazz.

Live At Montreux 2004 é uma bela amostra do enorme talento de Phil Collins, e merece ser visto não só por seus milhões de fãs, como também por aqueles que torcem o nariz ao ouvir falar seu nome por puro preconceito.

In The Air Tonight, ao vivo em Montreux, com Phil Collins:

Another Day In Paradise, ao vivo em Montreux, com Phil Collins:

Foo Fighters voltam com CD pra lá de bom

Por Fabian Chacur

A afirmação é óbvia, mas merece ser repetida: Dave Grohl é o Phil Collins da geração grunge.

Não há como não comparar as trajetórias dos dois, logicamente deixando estilos e tendências musicais seguidas por cada um à parte.

Os dois começaram tocando bateria e sendo coadjuvantes em bandas que ficaram famosas e, posteriormente, provaram que tinham talento para ir muito além de simplesmente defender com galhardia as baquetas de algum time.

No caso de Collins, a virada ocorreu com a saída do vocalista Peter Gabriel do Genesis, em 1975.

Com a trágica morte de Kurt Cobain em 1994 e o inevitável fim do Nirvana, o baterista Dave Grohl ficou com uma estrada aberta à sua frente para fazer o que quisesse.

Pois em 1996 ele surpreendeu o mundo ao montar o Foo Fighters, projeto no qual se incumbe de vocais, composições e guitarra, acompanhado por músicos que mudaram nesses 15 anos, mas sem perder a qualidade.

Nesses anos todos, ficou claro que Grohl é realmente um talento exponencial, pois canta bem, toca guitarra com categoria, compõe com estilo e também toca bateria com fúria e estilo.

Após integrar o supergrupo Them Crooked Vultures ao lado de John Paul Jones (Led Zeppelin) e Josh Homme (Queens Of The Stone Age), ele retoma sua banda titular em grande estilo.

Wasting Light, sétimo trabalho dos Foo Fighters, entrou direto no primeiro lugar na parada americana, vendendo em uma semana 235 mil cópias, e dando ao grupo sua primeira vez no topo do mercado fonográfico mais importante do mundo.

Até aí, só falamos de negócios. O bacana mesmo é que Grohl fez por merecer essa façanha comercial, oferecendo aos fãs 11 músicas não menos do que excelentes.

A ótima mistura de punk, hard rock, pop, grunge e rock básico que marca os Foo Fighters aparece mais azeitada do que nunca a partir da faixa de abertura, a incendiária Bridge Burning.

Dear Rosemary, uma das melhores do álbum, nasceu histórica, pois reúne duas gerações do rock.

Junto a Grohl, temos na guitarra e vocais Bob Mould, ex-integrante da seminal, subestimada e efêmera banda americana Husker Du, que nos anos 80 foi uma da precursoras do grunge e nos proporcionou álbuns como o fantástico Candy Apple Gray (1986, faz parte dos Discos Indiscutíveis de Mondo Pop).

Em I Should Have Known, quem aparece no baixo e acordeon é Krist Novoselic, ex-colega de Nirvana.

A energética e melódica Rope, a primeira faixa de trabalho, está sendo divulgada com um clipe que consegue ser simples e criativo ao mesmo tempo. Não deixe de vê-lo.

Wasting Light é para se ouvir de ponta a ponta, numa enfiada só. E você vai querer ouvir de novo, e de novo, e de novo…

Rock energético, bem elaborado e que consegue carregar a bandeira do que de melhor esse estilo nos proporcionou nesses anos todos. Belo retorno, Dave Grohl!

Veja This Is a Call ao vivo no programa de Dave Letterman:

Peter Gabriel esbanja classe em CD de covers

Por Fabian Chacur

Desde seus tempos de Genesis, banda que integrou do final dos anos 60 ao meio dos 70, Peter Gabriel teve como marcas a ousadia, o bom gosto e a bela voz. Nem sempre acerta, mas o faz com uma frequência significativa.

Em seu novo trabalho, Scratch My Back, ele resolveu gravar apenas canções de outros autores. Mas partindo de dois pressupostos: sem se valer de guitarra e bateria e num esquema “toma lá, dá cá”.

Explico melhor o segundo ítem. Gabriel releu canções de 12 grupos/artistas, que por sua vez irão devolver o carinho relendo canções do repertório do astro britânico.

Na verdade, a ideia era lançar os dois discos juntos, o segundo com o título I’ll Scratch Yours, mas a disponibilidade restrita de alguns dos convidados obrigou o segundo CD a ser progamado para um futuro não muito distante.

Com arranjos a cargo de John Metcalfe (ex-integrante do grupo oitentista Durutti Column) e uma eficiente orquestra montada para acompanhá-lo, o neste disco apenas intérprete mostrou muita competência e sensibilidade.

A rigor, apenas Heroes, de David Bowie, ficou muito inferior à imbatível versão original do álbum homônimo de 1977. As outras nos oferecem novos ângulos e ressaltaram de forma criativa as belas melodias de cada uma delas.

Alguns momentos se sobressaem, como Listening Wind (dos Talking Heads, de seu clássico CD Remain In Light, de 1980), The Boy In The Bubble (de Paul Simon, do CD Graceland, de 1986) e Philadelphia (de Neil Young e trilha do filme estrelado por Tom Hanks nos anos 90).

O CD também inclui músicas dos repertórios de Bon Iver, Lou Reed, Arcade Fire, Randy Newman, Radiohead, Elbow, Regina Spektor e Magnetic Fields.

O timbre vocal de Peter Gabriel continua belo e inconfundível, encaixando-se feito luva na proposta mais intimista e melódica de Scratch My Back. Um disco conciso, sofisticado e de muita qualidade.

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