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Backstreet Boys releem clássico natalino do duo inglês Wham!

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Por Fabian Chacur

Os discos natalinos são uma tradição da indústria fonográfica desde sempre, especialmente nos mercados americano e europeu. Curiosamente, um dos grupos mais populares dos últimos 30 anos, os Backstreet Boys, nunca haviam se embrenhado nessa área. Até agora! Está programado para sair no dia 14 de outubro nas plataformas digitais e em CD (inclusive no Brasil) A Very Backstreet Christmas, primeira incursão do quinteto vocal americano no setor.

A amostra inicial do álbum acaba de ser disponibilizada. Trata-se de Last Christmas, canção de George Michael lançada em 1984 pelo duo integrado por ele ao lado de Andrew Ridgeley, o Wham! (veja o clipe aqui).

O repertório do álbum trará releituras de outros clássicos natalinos, entre os quais White Christmas. Have Yourself A Merry Little Christmas e Silent Night, e também as autorais compostas especialmente para este projeto Christmas In New York, Together e Happy Days.

Em press release enviado à imprensa, um dos integrantes do grupo, Howie Dorough, fala sobre o álbum:

“Queríamos fazer um álbum de Natal há quase 30 anos e estamos mais do que animados, pois finalmente está acontecendo. Tivemos uma experiência tão divertida dando o toque Backstreet Boys em nossas músicas favoritas de Natal, mal podemos esperar para fazer parte das festividades dos fãs”.

Last Christmas– Backstreet Boys:

George Michael tem novo single, tema do filme Last Christmas

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Por Fabian Chacur

O imenso talento de George Michael faz uma falta danada no cenário pop atual. Uma forma de aplacar um pouco a saudade deste grande cantor e compositor chegou às plataformas digitais nesta quarta-feira (6). Trata-se de This Is How (We Want You To Get High), single inédito e primeiro lançamento póstumo do astro pop. A canção integra um projeto cinematográfico que pode se tornar um grande sucesso de público.

Trata-se do filme Last Christmas (Uma Segunda Chance Para Amar, no Brasil), coescrito pela consagrada atriz britânica Emma Thompson e estrelado pelos atores Emilia Clarke e Henry Golding, com direção a cargo de Paul Feig (o mesmo da versão feminina de Os Caça-Fantasmas, de 2016).

O legal é que a trama, uma comédia romântica, é baseada em hits da carreira de George Michael. O álbum com a trilha sonora, que será disponibilizado nas plataformas digitais nesta sexta (8) e em breve também sairá no Brasil em CD, traz mais 14 faixas além da inédita, sendo três do Wham!, duo que levou o astro ao topo das paradas mundiais, e 11 hits de sua carreira-solo.

This Is How (We Want You To Get High), uma canção balançada e muito bacana com fortes elementos eletrônicos, começou a ser trabalhada em 2012, teve seu desenvolvimento em sessões no Air Studios (criado pelo saudoso e genial George Martin, produtor dos Beatles) e finalizada em 2015, durante as últimas gravações do autor de Father Figure. James Jackman é creditado como coautor e coprodutor desse single ao lado de George.

Eis as músicas da trilha de Last Christmas:

1. Last Christmas – Wham!
2. Too Funky
3. Fantasy
4. Praying for Time
5. Faith
6. Waiting for That Day
7. Heal the Pain
8. One More Try
9. Fastlove, Pt. 1
10. Everything She Wants – Wham!
11. Wake Me up Before You Go-Go – Wham!
12. Move On
13. Freedom! ’90
14. Praying for Time
15. This Is How (We Want You to Get High)

This Is How (We Want You To Get High)– George Michael:

George Michael se revela por completo em documentário

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Por Fabian Chacur

Muitas pessoas questionam a idoneidade de documentários sobre artistas que contam com a autorização dos mesmos para serem realizados, pois teoricamente permitiriam a eles ocultar fatos de suas vidas que achassem convenientes serem escondidos. No caso de George Michael, fica difícil contestar Freedom, que ele codirigiu e criou em parceria com o diretor David Austin. Lançado na Inglaterra em outubro de 2017, ele será exibido nesta sexta (6) às 7h e neste sábado (7) às 11h50 no canal a cabo Bis (saiba mais aqui).

O documentário estava praticamente concluído quando o cantor, compositor e músico britânico nos deixou, no dia de natal de 2016. Esse fato é revelado em seus primeiros minutos, pela modelo Kate Moss. Acabou se tornando uma espécie de despedida do astro, e de uma forma franca, aberta e abrangente. Temos entrevistas antigas e outras feitas especialmente para a atração por ele, além de depoimentos de celebridades como Elton John, Stevie Wonder, Ricky Gervais, Liam Gallagher, Nile Rodgers, Clive Davis, Mary J. Blige e diversos outros.

Valendo-se de vasto material de arquivo, o filme mostra George desde seus tempos de Wham!, duo criado com o amigo de infância/adolescência Andrew Ridgeley que o emplacou no primeiro escalão da música pop na primeira metade dos anos 1980, passando pelo megaestouro na carreira solo logo com seu primeiro álbum nessa fase, Faith (1987), que vendeu mais de 20 milhões de cópias em todo o planeta e permitiu a ele encarar Madonna, Michael Jackson e Prince na época, em termos de popularidade e prestígio.

Sem papas na língua, o autor de Father Figure admite que após os dez meses de duração da turnê que divulgou Faith, em 1988, ficou no “limite da sanidade”, e que, por isso, resolveu tomar uma opção radical para seu próximo álbum, Listen Without Prejudice Vol.1 (1990): não teria sua foto na capa do disco, não apareceria em seus videoclipes e também não promoveria o álbum com entrevistas.

O escritório americano da gravadora Sony, com a qual ele tinha contrato, não aceitou a proposta, e passou de forma velada a sabotar a divulgação do trabalho. Isso gerou uma extensa briga jurídica que levou o astro e a gravadora aos tribunais, em um processo que durou anos e se encerrou de forma desvantajosa para Michael. Esse embate é ilustrado com depoimentos do cantor e também de integrantes da sua equipe e da direção da gravadora naquele período, dando uma visão bem abrangente das posições dos lados envolvidos. Bem democrático.

Se depois conseguiu dar continuidade à sua carreira, esse lado profissional conturbado teve outro ponto a agravar a vida do artista na primeira metade da década de 1990: seu breve, porém marcante relacionamento com o brasileiro Anselmo Feleppa (1956-1993), que conheceu quando se apresentou no Rock in Rio, em janeiro de 1991. “Fui feliz com ele como nunca havia sido antes na minha vida”, afirma. Ele dedicou a música Jesus To a Child e o álbum Older (1996) ao ex-companheiro, além de definir esse CD como sobre luto (sua mãe morreu na mesma época, outro duro golpe sofrido por ele) e recomeço.

Bem franco ao falar sobre sua vida pessoal e profissional, Michael também é bem descrito por seus amigos e parceiros. Uma boa surpresa é saber o quanto o sempre ácido e irreverente Liam Gallagher, ex-vocalista do Oasis, era fã dele, elogiando-o de forma entusiástica. Stevie Wonder comenta sobre a química existente entre ele e George, que regravou e cantou em shows diversas músicas do autor de You Are The Sunshine Of My Life: “é algo que não dá para fingir”.

Um ponto bacana da personalidade de George Michael descrita pelo ator Ricky Gervais é a sua capacidade de nunca fugir de um assunto, mesmo os mais constrangedores ou polêmicos, como sua homossexualidade ou escândalos protagonizados por ele. O videoclipe da sensacional Freedom 90, protagonizado pelas cinco supermodelos mais badaladas da época, também é destrinchado de forma minuciosa, com depoimentos das beldades envolvidas.

Lógico que, em meio a tudo isso, a obra do astro pop aparece com destaque, ficando claro o como esse cara nos deixou um legado muito precioso em termos musicais, passando por pop, rock, black music, jazz etc, sempre com uma voz poderosa e recheada de alma. Compositor talentoso, ele também sabia como poucos interpretar material alheio, como suas expressivas e vibrantes releituras de Somebody To Love (Queen) e As (Stevie Wonder) deixam bem claro.

Franco, direto e sem maquiar incoerências e fraquezas, Freedom (o documentário) nos mostra um ser humano contraditório, mas repleto de pontos positivos, e que merece ser relembrado por tudo o que fez de bom durante seus 53 anos de vida. Um filme que nos faz rir, refletir, chorar e principalmente querer ouvir cada vez mais os ótimos trabalhos que George Michael nos deixou, um legado mais do que precioso.

Freedom ainda não foi lançado em DVD/Blu-ray, só estando disponível na programação de canais a cabo ou de streaming por demanda. Se sair em formato físico, compre na hora, se for fã do artista, pois valerá cada centavo que você pagar por ele. E uma dica: prepare o lenço na parte final de seus 95 minutos de duração, pois fica difícil não verter lágrimas, muitas lágrimas, nesses instantes finais.

Veja trechos do documentário Freedom:

O último natal de um saudoso e brilhante George Michael

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Por Fabian Chacur

Uma das presenças constantes nos set lists natalinos desde 1984 sempre foi a canção Last Chrismas, do duo pop Wham!, um dos nomes mais populares do pop mundial na década de 1980. Certamente essa canção repetiu novamente a sua função. Infelizmente, desta vez ganhou um novo sentido, pois este dia 25 de dezembro de 2016 infelizmente se tornou o último natal de um de seus intérpretes, o cantor, compositor e músico britânico George Michael.

Nascido em 25 de junho de 1963, Michael se tornou conhecido mundialmente ao montar com o amigo Andrew Ridgeley o Wham!, em 1981. Entre 1982 e 1986, eles se mostraram rivais à altura de Duran Duran, Spandau Ballet, Human League e outras bandas pop daquela era, emplacando um hit atrás do outro e esbanjando bem assimiladas influências do som da Motown Records. Wake Me Up Before You Go-Go, Freedom, Everything She Wants, The Edge Of Heaven, a lista é grande.

O sucesso da balada com sonoridade mais adult contemporary, Careless Whispers, creditada apenas a George Michael no formato single, embora incluída no álbum Make It Big, do Wham!, apontava uma possível carreira-solo, que se concretizou com o fim do duo em 1986 e, no ano seguinte, com o lançamento do álbum Faith, um estouro de proporções mundiais. Uma influência chave nessa sua nova fase foi Prince, que ironicamente também nos deixou neste doloroso 2016.

Rebelde e inquieto, George Michael lançou em 1990 um álbum simplesmente marcante, Listen Without Prejudice Vol.1, no qual ampliava seus horizontes musicais ainda mais. Nele, a música Freedom 90, que em janeiro de 1991 foi apontada por muitos como um verdadeiro hino do Rock in Rio II, que levou o público que lotou o estádio do Maracanã nos dias em que ele se apresentou a dançar e pular como se não houvesse amanhã. Quem viu, não esquece.

Este que vos tecla, especialmente, pois até então, eu considerava George Michael apenas um artista pop de mediano para bom. Após ver aqueles dois shows incríveis, nos quais ele não só interpretou com categoria seus próprios hits como também releu de forma primorosa maravilhas como Ain’t No Stoppin’ Us Now (McFadden & Whitehead), Calling You (da trilha do filme Bagdad Café) e um pot-pourry matador mesclando Papa Was a Rolling Stone (hit dos Temptations) com Killer (de Adamsky com Seal nos vocais). Simplesmente espetacular.

A partir dali, mergulhei nos discos do Wham! e finalmente percebi o valor daquelas despretensiosas canções dançantes e românticas, e também passei a ouvir cada novo lançamento desse sujeito com um respeito que todo grande artista merece. E percebi porque ele tinha como fãs e parceiros astros do porte de Elton John, Aretha Franklin e os integrantes do Queen, só para citar alguns nomes acima de quaisquer suspeitas. Sua mescla de soul, pop, disco music, rock, jazz e muito mais se tornou personalizada e invejável.

Em 1998, ele lançou uma coletânea matadora e exemplar, Ladies & Gentlemen: The Best Of George Michael, com direito a muitos hits e algumas inéditas que consegue a façanha de, mesmo sendo dupla, não incluir uma única faixa abaixo de excelente. Se você por ventura não conhece a obra solo dele, ou pretende ter um único disco do cara, é esse aqui, sem discussão. Mas quer saber? Todo disco solo lançado por ele tem dignidade e busca pela excelência, e vale ser ouvido.

Se como artista George Michael figura entre os grandes, como ser humano também merece ser louvado. Seu comportamento pessoal sempre foi controverso, com direito a alguns escândalos públicos daqueles, mas nada que se compare a seu elogiável comprometimento com causas nobres, emprestando seu talento e carisma para arrecadar fundos em shows, gravações etc.

Segundo seu empresário, ele foi vítima de insuficiência cardíaca, em sua casa na Inglaterra, neste triste dia de Natal de 2016. O artista já sofria com problemas de saúde desde 2011, pelo que consta. Mas pouco importa. Tomara que tenha sido sem dor, em paz. E com muita liberdade! Vai o ser humano, ficam suas canções. E que canções!

Last Christmas– Wham!:

Freedom 90- George Michael:

George Michael dá aula como intérprete em Symphonica

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Por Fabian Chacur

Até janeiro de 1991, este crítico que vos tecla encarava George Michael como um bom artista. Após presenciar os dois shows protagonizados por ele no Rock in Rio II, passei a respeitá-lo não só como um astro pop, mas especialmente como um excepcional intérprete, capaz de pegar músicas alheias e dar a elas um tempero todo seu. Coisa que poucos conseguem.

Esse lado do cantor e compositor britânico já cinquentão aflora novamente, e de forma intensa, em seu novo CD, Symphonica, que acaba de sair no Brasil pela Universal Music em versão standard, com 14 músicas. No exterior, a edição Deluxe traz três faixas adicionais, e também temos no exterior uma edição “pure audio blu-ray”, com qualidade superior de áudio.

Symphonica, como o título já entrega, mostra o autor de Careless Whispers e tantos outros hits acompanhado por um grupo pop e também por uma orquestra montada especialmente para a ocasião. Os registros foram feitos ao vivo durante a turnê 2011/2012 do artista, com gravações essencialmente feitas no mitológico Royal Albert Hall, em Londres, e algumas em Nova York.

O álbum em sua edição standard conta com apenas seis composições próprias do ex-integrante do grupo Wham!, entre os quais Praying For Time, Cowboys And Angels e One More Try, e onze covers escolhidos a dedo, só para variar, e fugindo de obviedades. Standards, por exemplo, temos, entre outros, My Baby Just Cares For Me (conhecida na voz de Nina Simone) e Brother Can You Spare a Dime (hit com Bing Crosby).

Na área pop, Michael deu uma aula de pesquisa. Idol, por exemplo, é uma composição de Elton John e Bernie Taupin integrante do álbum Blue Moves (1976) desconhecida pelos fãs dos hits do astro pop. Let Her Down Easy, por sua vez, faz parte do CD Symphony Or Damn, grande trabalho do cantor e compositor britânico Terence Trent D’Arby que saiu em 1993 e, mesmo sendo tão bom, passou batido por público e crítica. Não por George Michael.

Ao contrário do que ocorre com alguns artistas quando são acompanhados por orquestra, Mr. Michael não deixa o momento luxuoso lhe subir a cabeça. Suas interpretações são precisas, repletas de emoção, domínio de cena e técnica impecável. O que ele faz com The First Time Ever I Saw Your Face, primeiro hit de Roberta Flack, é coisa de craque, de quem ouviu muito a canção e descobriu novas nuances nela.

A performance comercial de Symphonica até o momento foi brilhante no Reino Unido, onde atingiu o primeiro lugar, e pobre nos EUA, não passando do número 60 nas listas dos mais vendidos da terra de Barack Obama. Mas isso é detalhe. Vale lembrar que este foi o último trabalho do genial produtor Phil Ramone, morto em 2013 e conhecido por atuar com Paul McCartney, Billy Joel e inúmeros outros.

Se você é fã de música pop sofisticada, bem arranjada e ao mesmo tempo acessível ao ouvido médio, não pode deixar de ouvir Symphonica, mais uma prova de que George Michael é muito mais do que aquele cantor de sucesso que se manteve nos primeiros postos das paradas pop nos anos 80 e metade dos 90. O cara é um artista com pedigree clássico, dos bons mesmo, sempre oferecendo o máximo a seus fãs.

Ouça Let Her Down Easy, com George Michael:

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